Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Mercado da Ribeira, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Woody Wu/AFP/Getty Images]

«SHENZEN, CHINA - A house stands isolated in the middle of a construction site in the booming central business district of Shenzhen, 14 April 2007. A stubborn Hong Kong man has blocked plans for the huge property project in a southern Chinese city by refusing to move out of his house, demanding more compensation from developers. » [Tiscali.news Link]

JUMENTO DO DIA

Sugira-se a Portas que estude política económica

Aparentando uma saúde financeira bem melhor do que a exibia quando teve que se empregar na Universidade Moderna, pelo menos dá para ver que fez o upgrade do guarda-roupa, abandonando os fatos às riscas que nos transportavam para a Sicília, seria de esperar que Paulo Portas soubesse um pouco mais de economia, depois de ter feito tantos negócios no ministério da Defesa o mínimo que se poderia esperar é que o "salvador do CDS e da Pátria" soubesse o que é uma taxa de juro. Não sabe ou faz que não sabe e só isso justifique que use o aumento das taxas de juro, determinadas pela política do Banco Central Europeu, para criticar a política económica do Governo.

Aliás, a sua ignorância em política económica é manifesta pois só um ignorante é que acusa um governo de conseguir o crescimento económico com aumentos de impostos e taxas de juro altas. E além de ignorante é falso, o que não admira ninguém pois é uma das poucas "qualidades" que todos lhe reconhecem, Portas sabe muito bem que durante os governos em que para mal dos nossos pecados participou não só aumentaram os impostos como muito provavelmente as taxas de juros aumentaram mais do que veio a suceder posteriormente.

Portas quer-se apresentar mais à esquerda, compreende-se que a jogar fora do seu terreno e para montar uma mentira se tenha que socorrer de mentiras.

O PADRE ANSELMO BORGES TAMBÉM FOI "DESPEDIDO" DO DN?

Que ocorreu um saneamento colectivo dos articulistas que habitualmente escrevem no DN já era evidente, mas esperava neste domingo voltar a ler a habitual coluna escrita pelo padre e professor de filosofia Anselmo Borges, autor de alguns dos melhores artigos que lia nos jornais. Azar, desta vez o habitual artigo não apareceu sinal de que o padre Anselmo Borges também foi um dos saneados, ao lado de Sarsfield Cabral.

Estou pensando seriamente na hipótese de deixar de fazer referências ao jornal, para já não constam aqui ligações a artigos de opinião, que substitiu o padre Anselmo Borges que os leia!

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA: TRATAR O CÃO COM O PÊLO DO PRÓPRIO CÃO

Um das situações mais curiosas das listas de disponíveis do ministério da Agricultura ocorreu em Santiago do Cacém, onde as chefias tinha sido entregue a "social-democratas" e as "vítimas" de um possível despedimento vão ser três simpatizantes ou militantes do partido no poder, um dos quais foi mesmo eleito pelo Partido Socialista para presidente da Junta de Freguesia de Ermidas Sado, a única freguesia do PS em onze que formam o concelho de Santiago do Cacém.

Que Deus salve os funcionários da DGCI, com um secretário de Estado dos Assuntos Fiscais cor-de-laranja, ainda que tenha sido pintado de fresco nas "Novas Fronteiras", com um director-geral do Millennium e uma equipa de subdirectores-gerais quase todos eles fieis a Vasco Valdez está-se mesmo a ver o que pode vir a suceder. Sócrates manda despedir e os diligentes dirigentes nomeados pelo PSD, alguns deles recauchutados pelo PS, fazem a limpeza "étnica".

Isto recorda-me os tempos do "bloco central" quando Mário Soares era primeiro-ministro e os simpatizantes da esquerda chumbaram em todos os concursos das Alfândegas, chegando-se ao ponto de um subdirector-geral da extrema-direita "social-democrata" ter andado a investigar candidatos um a um para identificar os que não eram de direita, apenas se tendo escapado um ou outro que tinha cunha mais forte ou o conseguiu iludir.

Este PS às vezes é mesmo ingénuo, em Lisboa anda a tramar gente incompetente e independente e na província as vítimas são os seus próprios militantes.

MARCELO, O CANUDO DE SÓCRATES E MARQUES MENDES

No tempo de antena oficial de Marcelo o Rebelo de Sousa conseguiu falar do canudo de Sócrates sem fazer uma única referência à posição de Marques Mendes que depois de tudo o que sucedeu foi quem ficou em maiores dificuldades políticas. Marcelo limitou-se a tentar mexer e remexer na ferida numa tentativa cínica de manter o assunto em aberto promovendo a fragilização do primeiro-ministro.

Todo o comentário de Marcelo serviu para "decorar" o seu grande objectivo para este domingo foi teorizar sobre a necessidade de haver uma investigação independente ao currículo de Sócrates. Só não se entende qul o crime que está em causa para que Marcelo ache que o Procurador-Geral da República deveria investigar o currículo académico de Sócrates.

Só não se entende que Marcelo critique Marques Mendes por este só agora pedir uma investigação, isto é, Marques Mendes levou um "11" porque propôs na passada quinta-feira o que o professor veio a sugerir apenas três dias depois. O cinismo e manipulação no seu melhor.

Não deixa de ser curioso que a entrevistadora que fez questão que era ela que escolhia as perguntas, terá lido a definição de jornalismo caniche que aqui foi feita?

Desta vez vou dar uma nota ao professor que não merece mais do que um nove, a nota justifica-se porque Marcelo revela pouco respeito por quem o ouve ao pensar que são suficientemente parvos para não perceberem as suas contradições, justifica-se também porque Marcelo tem uma deficiente percepção da realidade, a sua grande vaidade leva-o a confundir essa mesma realidade com as suas fantasias palacianas. Esperemos que o professor faça um melhor trabalho de casa, talvez assim consiga a positiva que nunca teve quando teve que colocar os seus "vastos" conhecimentos de estratégia política, domínio em que nunca passou no exame.

A BORBOLETA DE PEQUIM OU O DELTA DO NILO

«A crispação que se sentiu no habitualmente cordato programa da SIC A Quadratura do Círculo exprimia já a relevância política da questão. A intervenção de Marques Mendes, logo após a entrevista de Sócrates (em que acusou o primeiro-ministro de "falha de carácter"), acabou com todas as dúvidas que existissem. Depois disso, os factos são evidentes: a questão do currículo universitário de Sócrates tornou-se, inevitavelmente, na grande questão desta conjuntura. Deve, por isso, ser tratada como questão política e não como questão jurídica.

Se estivesse no lugar do meu amigo Marcelo Rebelo de Sousa, teria de dar notas aos dois protagonistas políticos da noite de quarta-feira. Felizmente que não estou no lugar dele, porque, como se explicitará mais adiante, o vencedor da noite já existe, mas na altura em que escrevo (quinta-feira de manhã) ainda não sei quem foi, pois não há sondagens disponíveis. Tenho, por isso, de me ficar por convicções, impressões, reacções instintivas, que dão por vezes boa teologia, boa pintura ou boa poesia, e normalmente mau comentário político. Mas, como diria Shakespeare, é aqui a roda, é aqui que temos de bailar. Vamos a isso, portanto.

Comecemos pelos factos dificilmente discutíveis. A generalidade dos observadores concluiu que Sócrates cometeu dois erros tácticos até à noite de quarta-feira: demorou muito tempo a falar (deixando avolumar a onda) e falou, mandou falar ou deixou que falassem com jornalistas, tentando convencê-los da irrelevância do tema (como se a experiência não demonstrasse que essa é sempre a melhor forma de dar relevância aos assuntos). Também parece claro que a Universidade Independente (e, em certos aspectos, muito do ensino superior) é má de mais para ser (ou parecer) verdade.

Esses são, no entanto, factos que já existiam antes da noite de quarta-feira e que, em si mesmos, não permitem acusar Sócrates daquilo que em minha opinião - mas reconheço que em questões éticas sou mais esquisito do que a média - é a mais grave acusação que se pode fazer a uma pessoa, a falta de carácter. Leia-se, por exemplo, no Dicionário da Academia: carácter é "honestidade, sentido ético dos deveres e direitos a respeitar".

Sempre pensei - e continuo a pensar - que este assunto é objectivamente um fait-divers. O que não significa que não tenha relevo ou interesse jornalístico e que não tenha ou possa ter consequências políticas. Os actos sexuais entre Clinton e, nas palavras dele, that woman, eram também um fait-divers que em boa verdade só devia interessar aos protagonistas, ao charuto e às respectivas famílias (deles, não do charuto). Mas quase levou a um impeachment e deu cabo da parte final da presidência de Clinton. E, ao não lhe permitir focar-se em pleno na questão palestiniana, pode ter estado na origem da tragédia fundamentalista islâmica e do atoleiro em que afunda o Iraque. E, quem sabe, pode estar na base de uma tragédia civilizacional. Como se diz a outro propósito, uma borboleta bate as asas em Pequim e pode causar um tufão nas Filipinas.

E com isto entramos nas coisas verdadeiramente im-portantes. O problema sociopolítico de Clinton foi o sexo, mas o problema relevante - o jurídico-político - foi outro, foi ter mentido perante um grande júri (não, não é um concurso de televisão...), falta tão grave que veio a ser suspenso por causa disso durante cinco anos na sua profissão de advogado.A comparação não é original, mas nem por isso é irrelevante. A grande questão que está em cima da mesa é a de saber se Sócrates na quarta-feira mentiu, ou se disse a verdade. Se disse a verdade (ou, se formos cínicos, como são em regra os povos velhos como os portugueses, se não se provar que mentiu), vai sair deste problema, melhor ou pior, como adiante se explicitará. Se vier a confirmar-se que mentiu, prevejo muito graves consequências, porque então estaremos perante uma questão de carácter, ou seja, de "honestidade" e de "sentido ético dos deveres e direitos a respeitar".

Por isso é que - nem sei se tendo disso plena consciência - Marques Mendes colocou a fasquia da luta política num plano muito radical, e do qual não haverá sobreviventes. Se a opinião pública não se convencer de que Sócrates mentiu, Marques Mendes pagará um preço político muito elevado. Se o contrário ocorrer, Marques Mendes surgirá como uma espécie de pioneiro (o que curiosamente já começou a tentar fazer, pois declarou que o PSD foi que primeiro falou do assunto...) e poderá tirar daí benefícios políticos... se não tiver também na sua história pessoal cadáveres escondidos, como é evidente.

E por isso estamos condenados a ler sondagens. Se a reacção popular revelar que Sócrates nos convenceu, ou se, pelo contrário, que não nos convenceu, a evolução política será diferente. Acho que na entrevista Sócrates esteve bastante bem, mas a minha opinião é tão irrelevante como a de qualquer outro. É a opinião das grandes massas que conta.O que não é discutível, porém, é que este episódio afectou o primeiro-ministro e a sua força política. Nada ficará como antes. Só que a questão político--psicológica relevante não é essa, mas o que ele fará de tal realidade. Guardadas as distâncias, lembrei-me de uma frase que Toynbee cita, de Huntington Ellsworth, no seu Um Estudo de História e a propósito do progresso civilizacional, que ocorreu no delta do Nilo: "Assim subsistiram onde julgavam estar condenados. E no processo de adaptação a um ambiente adverso avançaram a passos enormes."

O fait-divers da Universidade Independente foi para Sócrates a borboleta de Pequim ou a chegada ao delta do Nilo? Iremos saber, mas - excepto se as sondagens forem devastadoras - vai depender sobretudo dele próprio.» [Público assinantes Link][Sábado]

Parecer:

Vale a pena ler, do princípio ao fim, o artigo de José Miguel Júdice sobre o currículo académico (ou para-académico) de José Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SÓCRATES DESCEU À TERRA

«Após o jogo de luz e sombras em que se converteu o processo de licenciatura de José Sócrates, era impossível acreditar que numa única entrevista fosse possível acabar com as zonas cinzentas. Na sua prestação na RTP, o primeiro--ministro fez valer os seus apurados dotes de orador para tornar claras muitas das falhas detectadas ou até para convencer a maioria dos que o ouviram de que tudo não passava de um teatro sem história nem razão de ser. Para memória futura ficou, porém, uma declaração que contradiz tudo o que Sócrates tinha dito ou feito nos 20 dias que decorreram desde que o PÚBLICO noticiou a existência de falhas no seu dossier de candidatura: o reconhecimento de que havia dúvidas "legítimas" sobre a sua licenciatura.»

«Oprimeiro-ministro vive por estes dias o momento mais tormentoso da sua governação mas, em consequência de um estranho ricochete, o principal líder da oposição não só não consegue reforçar o seu poder de afirmação como caiu em desgraça junto de amplos sectores do seu próprio partido. O paradoxo diz muito sobre a vida política em Portugal a meio da legislatura do governo PS. Mostra que, ao perder uma oportunidade soberana para se assumir como uma alternativa credível, Marques Mendes não tem o instinto político apurado que muitos lhe atribuem. Mostra que, apesar de todos os danos, José Sócrates dispõe ainda de um stock de capital político suficiente para resistir a dificuldades e provações graves como a que decorre do caso da sua licenciatura em Engenharia. Mostra ainda que a vida pública no país vegeta na confrangedora previsibilidade que resulta da pobreza de soluções alternativas. Nada disto é bom. Nem para o país, nem para os principais actores da cena política, Sócrates e seus ministros incluídos.» [Público assinantes Link][Domingo]

Parecer:

Num editorial escrito por Manuel Carvalho no jornal Público faz as pazes com Sócrates, sinal de que quem manda no jornal considera que é tempo de parar a contenda pois outros negócios virão e, goste-se ou não, o primeiro-ministro vai continuar a ser José Sócrates. Digamos que estamos perante uma obra-prima da política palaciana à portuguesa, alguém mandou morder em José Sócrates e decidiu mandar prender o cão.

E depois de fazer as pazes com Sócrates no editorial de sábado o Público passa-lhe a mão pelo pêlo chegando à brilhante conclusão de que no meio de tudo isto o tramado foi Marques Mendes. Isto é, depois de não ter conseguido torcer o primeiro-ministro o Público acha que o mau da fita não foi quem publicou sucessivas notícias, foi quem não resistiu à tentação de as aproveitar. Alguém percebeu que Sócrates continua e Marques Mendes nunca lá chegará, portanto bajula-se o primeiro à custa do segundo.

Pois, mas tanto ladrão é o que entra na cerca como o que fica à porta e o Público também não saiu nada bem desta história, muita gente entendeu a sua manobra e o porquê de a ter lançado agora pelo que a sua credibilidade e imagem de independência ficou com um rombo bem visível.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PORTUGAL É UM PAÍS?

«Há muito que penso que não existe uma economia portuguesa, ou seja, que Portugal é uma região de uma economia mais vasta, da União Europeia ou, pelo menos, da área do euro. Este facto tem implicações tanto para os objectivos das políticas públicas, como para o seu desenho e concepção. Desde logo, as políticas nacionais devem centrar-se cada vez menos na esfera económica e cada vez mais nos domínios da cultura, da língua e do património. Se bem me recordo, ideia semelhante já aparecia a abrir a secção económica dos Estados Gerais organizados por António Guterres em 1994/95, onde participei com grande entusiasmo!

Do ponto de vista económico, um país define-se por uma moeda própria e pela capacidade de ter uma política de comércio externo, negociando acordos comerciais, impondo ou não restrições às trocas internacionais de bens, capitais e pessoas... Ora, o escudo desapareceu e com ele a política monetário-cambial nacional. O Banco Central Europeu tomou o lugar do Banco de Portugal (que por sua vez tinha tomado o lugar do Ministério das Finanças uns anos antes) na decisão desta política e passámos a ter o euro como moeda nacional.

No que se refere à política comercial, a capacidade de introduzir taxas aduaneiras, quotas ou outras restrições face a outros países, sejam a Espanha ou a China, está integralmente fora das decisões nacionais. No primeiro caso - Espanha - é impossível pelo tratado da União e, no exemplo da China, está inteiramente nas mãos de órgãos de decisão comunitários. Portugal como economia, sorry, já não é um país, é uma região. Aliás, o mesmo se passa com a Alemanha ou a Áustria, diga-se de passagem.» [Público assinantes Link]

Parecer:

Um artigo do professor Luís Cunha que vai ser uma referência nos debates sobre política económica.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A JUSTIÇA AO ATAQUE

«Má semana para a liberdade! Chegaram a público duas notícias arrepiantes. Numa, a vara cível de Lisboa condenou a revista Notícias Magazine (do Diário de Notícias) por ter divulgado notícias verdadeiras mas consideradas como atentados contra o bom nome de alguém que desempenhava funções públicas. Noutra, o Supremo Tribunal de Justiça afirma que a verdade pode não ser relevante e condena um jornal (PÚBLICO) por ter publicado um artigo no qual se dizia que um clube de futebol (o Sporting) devia dinheiro ao Estado.

O primeiro caso é aberrante. A revista tinha publicado uma notícia sobre um processo de adopção de uma criança. O tribunal considerou que os artigos tinham veiculado opiniões "que davam uma imagem negativa do juiz". Os factos são considerados verdadeiros e provados, assim como de interesse público, mas entende-se que "foi violado o princípio da proporcionalidade". A revista é condenada a pagar uma indemnização de 15.000? ao magistrado. Acontece que este juiz terá tratado a directora e a jornalista de "estúpidos, mentecaptos, tristes, inúteis, imbecis e indignos". Os termos foram de tal modo violentos que o Conselho Superior da Magistratura sancionou o magistrado com vinte dias de multa por ter usado de "qualificativos impróprios". Além disso, este Conselho entendeu "que a reportagem feita pela revista Notícias Magazine constitui legítimo direito de informação" e se enquadra dentro dos "limites da liberdade de imprensa". Tal não foi o entendimento do tribunal que ficou chocado com a "imagem particularmente negativa" do magistrado.

No segundo caso, o jornal tinha ganho, por unanimidade, os processos na 1.ª instância e na Relação. Ambos estes tribunais deram como provados os factos alegados no jornal. Na primeira instância, foi acrescentada ao processo cópia de documento oficial em que era confirmada a existência de um dívida, que aliás chegou a ser notificada ao clube de futebol. Este documento, em que a notícia se baseava, tinha sido confidencial, mas, a pedido do tribunal, fora remetido para o processo. Só que, diz agora o Supremo, ao revelar estes factos, o jornal denegriu o bom nome e a reputação do clube de futebol. O acórdão não se esquece de recordar que o clube joga na primeira divisão, tenta competir para o título, ganhou o campeonato nacional de 1999/2000 e criou uma empresa cotada em bolsa. Porque, aparentemente, o clube necessita de tranquilidade e de um clima de confiança para negociar investimentos e desenvolvimentos, o Supremo entende que aquelas notícias afectam a confiança, o crédito e a credibilidade que o clube espera merecer. O acórdão vai ao ponto de afirmar, a certo passo, que "é irrelevante que o facto divulgado seja ou não seja verídico"! Este tribunal superior considera culposo e ilícito o gesto do jornal; não entende que sejam de interesse público as notícias divulgadas; e garante que os prejuízos causados ao clube pela revelação dos factos foram relevantes. Por isso o jornal é multado em 75.000. Esta é a maior pena jamais decretada em Portugal num processo relativo ao uso da liberdade de expressão.» [Público assinantes Link]

Parecer:

António Barreto indigna-se, como muitos portugueses, com o comportamento dos tribunais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUEM O VIU E QUEM O VÊ...

«Não ficaram por aqui os elogios ao Governo socialista por parte do ex- presidente do PSD. Durão enalteceu também os "passos corajosos" que Portugal tem dado na reforma da segurança social. E contrapôs o padrão europeu ao do Extremo Oriente e ao dos Estados Unidos: "Algum de nós trocaria o nosso modelo social europeu por um modelo onde não há um mínimo de respeito por direitos sociais ou pelos valores ambientais? Ou por um modelo onde não há atenção para aqueles que ficam para trás?"» [Diário de Notícias Link]

Parecer:

Seria mesmo o Durão Barroso?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Confirme-se a identidade do interveniente e façam-se análises ao sangue para verificar se estava na posse de todas as suas faculdades.»

COITADO DO MARQUES MENDES

«As acusações de Luís Marques Mendes às "falhas de carácter" de José Sócrates, na sequência da entrevista do primeiro-ministro à RTP, estão a produzir um efeito de ricochete no líder do PSD. Das próprias fileiras sociais-democratas continuam a surgir críticas ao presidente laranja, que ontem recusou comentar o facto de Cavaco Silva ter desvalorizado a polémica sobre o percurso académico do chefe do Governo. » [Diário de Notícias Link]

Parecer:

Não acerta uma na caixa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Marques Mendes que entregue quanto antes a liderança do PSD a quem tenha mais capacidade.»

BURROS DE MIRANDA TÊM LAR DE TERCEIRA IDADE

«Longe da azáfama dos grandes centros urbanos, os burros de raça mirandesa encontraram numa pequena aldeia do concelho de Miranda do Douro o local ideal para passar a sua velhice. Longe vão os tempos em que o auge da sua energia era aplicado para ajudar os donos nos trabalhos do campo. Agora, com cerca de 20 anos, já não apresentam o rendimento de outrora e, em muitos casos, os donos também já têm idade avançada e preferem entregar o animal a alguém que cuide dele.» [Diário de Notícias Link]

Parecer:

É uma pena que seja apenas para os burros mirandeses, não faltam or Lisboa burros que deveriam ir para o lar para não serem incomodados nem incomodarem ninguém.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se se o lar é reservado aos mirandeses ou se pode ser reservado um lugar para O Jumento.»

MAIS UM ERRO ADMINISTRATIVO NO CANUDO DE SÓCRATES

«O documento entregue por José Sócrates na Câmara da Covilhã tem números que não estavam em vigor à data da alegada emissão do certificado. A informação foi avançada este sábado pela TVI. Segundo a estação de televisão o indicativo «21», no número de telefone e fax visíveis no certificado de 1996 só entraram em vigor em 1999. Tal como o código postal com sete dígitos, também visível no rodapé do documento, só começaram a ser usados em 1998. » [Diário de Notícias Link]

Parecer:

Será que os documentos de Sócrates terão uma linha sem erros?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Organize-se o dossier de candidatura para entregar no Guiness, propondo-se o diploma de Sócrates como sendo o documento administrativo com mais erros.»

MINISTRA DA MACEDÓNIA ANDAVA COM CARRO ROUBADO A DAVID BECKHAM

«La ministra del Interior de Macedonia, Gordana Jankulovska, no descarta que su vehículo oficial sea el que le robaron en 2006 al futbolista inglés David Beckham e introducido ilegalmente en Macedonia, en declaraciones a la BBC .

La ministra Jankulovska conduce un BMW X5, que la policía de Macedonia embargó después de que entrase en territorio macedonio procedente de Grecia.» [20 Minutos Link]

PUBLICITOU A FESTA NO MYSPACE E FICOU COM A CASA DESTRUÍDA

«Las redes sociales pueden ser tremendamente beneficiosas y entretenidas y causar también en ocasiones importantes desastres materiales, como han comprobado los padres de la usuaria de MySpace Rachel Bell, de sólo 17 años.

La joven británica usó MySpace para publicitar una fiesta en casa de sus padres.

¿El resultado? Cientos de asistentes, la casa destrozada y la joven en libertad bajo fianza, después de haberse escondido en casa de una amiga para evitar a sus padres y de culpar a los hackers de los daños materiales, calculados en 20.000 libras, como informa el diario británico The Guardian.» [20 Minutos Link]

ADOLESCENTE AUSTRALIANO ENGANOU A YOUTUBE

«SYDNEY, Australia (Reuters) - Un adolescente australiano hizo que se retiraran cientos de vídeos del sitio web YouTube tras fingir ser un empleado de la cadena de televisión estatal Australian Broadcasting Corporation (ABC).

El joven de 15 años envió una carta firmada a YouTube diciendo que representaba a ABC, la propietaria de los derechos de una popular serie de comedia, y pedía al sitio que retirará los vídeos de las series que los usuarios habían publicado, informaron medios locales.» [Yahoo Link]

O JUMENTO NO TECHNORATI

Identificado e retribuído o link do "Relexões" [Link]
No "Macroscópio" [Link] refere-se o post "Sócrates 1-1 Belmiro, 2-1 no prolongamento".
Identificado e retribuído o link do "Fabulosamente Louca" [Link]
Identificado e retribuído o link do "O Inominável" [Link]