Das vinte propostas apresentadas por Manuela Ferreira Leite para enfrentar a crise económica de quantas se lembra? Eu lembro-me de uma ou duas, mas confesso que só ouvi três ou quatro e estou convencido de que a generalidade dos portugueses ou nem deram pela proposta da líder do PSD ou nem lhe prestaram atenção, os próprios jornalistas pouco mais fizeram do que um bocejo. Quando um político apresenta um número redondo de propostas, meia dúzia, uma dúzia, dez ou vinte, cheira logo a discurso oportunista, quanto mais não seja pela coincidência de uma crise como aquela que a economia enfrenta se resolver com um número certinho de propostas, Ainda por cima Manuela Ferreira Leite devia saber que não se apresentam propostas meses depois de declarada a situação difícil e, muito menos, quando até aqui assentou a estratégia no secretismo das suas opiniões. É evidente que para muitos a líder está mais preocupada consigo própria e com a crise em que lançou o PSD do que com a crise económica.
Parece que ao contrário do que sucede em todo o país em Parede de Cura os professores não podem falar, por isso apresentaram-se num corso carnavalesco com as bocas tapadas e os braços presos por correntes. Ao que parece não puderam dizer não a uma ordem legítima do empregador. Só não entendi qual a relação entre poder falar e poder recusar uma ordem, isto quando se há coisa que os professores têm usado é precisamente a liberdade de expressão, basta ver uma das suas manifestações e ficamos a conhecer umas dúzias de adjectivos que fariam corar qualquer aluno problemático.
Quem também parece que tem problemas com o que fala ou se esquece de falar é Dias Loureiro que estragou a iniciativa da JSD de dedicar um outdoor a Sócrates. Poucos dias depois de a JSD ter apelidado Sócrates de Pinócrates (outros que de vez em quando se queixam da qualidade da democracia) tiveram o azar de saber que o Dias Loureiro também dava um belo outdoor, desta vez dedicado ao Pinoleiro.