FOTO JUMENTO
Aldrabas, Baixa de Lisboa
IMAGEM DO DIA
[China Daily via Reuters]
«Horses rear up in a fight during a competition in Rongshui, Guangxi Zhuang Autonomous Region. Horse fighting is a traditional custom with 500-year history among the miao minority.» [USA Today]
IMAGEM DO DIA NA NATIONAL GEOGRAPHIC
«This photo was taken during the 2007 Kumbh Mela in Allahabad. This was during the sadhus' procession to the Sangam to bathe on Mauni Amavasya, the new moon for the saints. It was very early in the morning, and there was a thick fog that added an even greater sense of magic and mystery to this ritual.—Caption by Greg Vore»
JUMENTO DO DIA
Francisco Louçã
Não tenho dúvidas de que desde que Joana Amaral Dias apoiou a candidatura de Mário Soares que o Francisco Anacleto e os obscuros líderes da velha extrema-esquerda que se escondem atrás do líder trostskista decidiram sanear Joana Amaral Dias. Afinal, a esquerda moderna não é assim tanto.
SALVEM A JOANA AMARAL DIAS
É com um post com este título que o Câmara de Comuns critica o saneamento político de Joana Amaral Dias e lança uma petição para incomodar o Chico Anacleto.
Pessoalmente não estranhei o saneamento de Joana Amaral Dias, sempre achei que não preenchia as exigências para o figurino da mulher de extrema-esquerda, não tem ar de operária têxtil, tudo leva a crer que trata da pele da cara, não tem um busto que é um misto da imagem feminina da República e de uma mãe trabalhadora de meia dúzia de filhos e, piro do que tudo isso, não se lhe vê sair um tufo de cabelo do sovaco. Perfeito, perfeito seria o BE ter a sua Odete Santos.
AVES DE LISBOA
Chapim-azul [Parus caeruleus]
A DAR À CAUDA
«Perdido por mil, passei aos jornais. E dei com "PSD acusa sondagens de manipulação política". No texto de Paula Sá, "o PSD tinha prometido que não iria reagir a sondagens. Mas não resistiu" perante a da SIC e RR de sexta-feira, também publicada no Expresso de sábado. Agostinho Branquinho, "director executivo das campanhas do partido," reage, em jeito varonil: "Ou há manipulação ou essas campanhas não são de confiança." Claro que já meio mundo assinalou a consistência desses números da Eurosondagem - ou da tendência que revelam - com os demais, da Aximagem e da Intercampus, revelados na mesma mãozinha cheia de quarenta e oito horas (fora da qual, até se lhe podiam juntar outros números e indícios). Mas o mais surpreendente é aquela disjuntiva. Ou há manipulação ou não são de confiança. À primeira vista, poder-se-ia até pensar que, havendo manipulação, seriam de confiança. Ou que só havendo a confiança, que é do seu pessoalíssimo e discricionário critério, é que uma sondagem está isenta de suspeitas de manipulação. O critério, reconheço, é tentador: tivesse-me eu lembrado dele e já me teria feito muito jeito nos cruzamentos anónimos da minha vida privada. Mas o facto é que nem me ocorreu e o mérito vai inteirinho para esse olhar vigilante de rapace com que Agostinho Branquinho observa o mundo à nossa volta. A coisa tem tradição: Santana Lopes, na campanha eleitoral em que o PSD se atolou e perdeu, chegou a notificar a humanidade de que iria processar judicialmente as agências que davam números parecidos. E só o imenso fair-play que o partido assumiu na derrota é que as livrou do cumprimento da ameaça. Felizmente, a democracia vive muito de sabermos perdoar os factos irreversíveis. Mas tudo isto, repito, é à primeira vista. Só que eu não tenho aqui espaço, nem agora tempo, para uma segunda.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Nuno Brederode Santos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
OS SUBTERRÂNEOS DA DEMOCRACIA
«A crise económica e financeira, a corrupção e a proliferação de negócios estranhos ocupam todas as atenções
Extraordinário, este ano de 2009! Um dos mais difíceis da história recente do país. Ainda por cima com eleições europeias, autárquicas e legislativas. Curiosamente, o peso das dificuldades é tal que as eleições parecem estar a anos de distância.
A crise económica e financeira, com relevo especial para o fecho de empresas, os despedimentos e o desemprego, ocupa as atenções. Estas são partilhadas com a corrupção e a proliferação de negócios estranhos, com ou sem intervenção do Governo. Antigamente, as crises criavam oportunidades e sobretudo gangsters. Hoje, os bandidos de sucesso e os golpes de génio financeiro provocam, eles, as crises. O terceiro tema que a todos prende é o da justiça. Quando há crise, negócios esquisitos e corrupção, logo a justiça é chamada a agir. Mas, em si mesma, tem sobejos motivos de apreensão: os seus desmandos, os atrasos, a vaidade judicial, as chicanas processuais e a quebra do segredo de justiça são suficientes para mobilizar as preocupações dos cidadãos. Já se percebeu que a justiça e a regulação são incapazes de resolver os problemas a tempo: são cada vez mais o lado inquietante do problema. Para muitos, desempregados ou vítimas, o desespero começa a ser uma realidade.
Agravidade do que precede é tal que nem recordamos o facto essencial do ano: as eleições. Teoricamente, estas poderiam ser um instrumento de resolução. Debates sérios e veredicto popular poderiam seleccionar e ungir quem tem mais capacidades para deitar mãos à obra. Mas, com realismo, receia-se o pior: é bem possível que das eleições resulte um poder minoritário, partidos fragmentados e uma autoridade dispersa.
As eleições europeias não interessam a ninguém. Não têm qualquer espécie de significado. Ou antes, têm-no cada vez menos, se tal é possível. Em tempos de ressurreição do proteccionismo, são um modelo de inutilidade. Já as outras, autárquicas e legislativas, são de real importância. Espera-se que sejam úteis. Com os ecrãs de nevoeiro criados pelas dificuldades presentes, poucos são os que pensam que as eleições poderiam ajudar. E delas não se ocupam. Mas há quem não pense noutra coisa. Os socialistas que querem castigar Sócrates e os sociais-democratas que se querem ver livres de Ferreira Leite estão activos e agitados. Não querem ganhar eleições, querem que os seus adversários internos as percam. Nos municípios, depois dos precedentes de há poucos anos, a tentação independente é fortíssima e alguns partidos vão conhecer problemas de monta. A situação social e os conflitos profissionais recentes vão levar muitos eleitores a comportamentos improváveis. Mais do que muitas outras, estas eleições são razoavelmente imprevisíveis. Parece tão difícil retirar o primeiro lugar aos socialistas como voltar a dar-lhes a maioria absoluta. Além disso, pouco se pode prever, muito ou tudo pode acontecer. Ora, as eleições servem para definir uma indispensável maioria de governo e seleccionar melhor pessoal político do que aquele que temos à disposição. Por isso, seria interessante que as atenções dos eleitores começassem a concentrar-se nos próximos sufrágios. Mas tal é difícil acontecer, já se viu porquê.
Não se pense, todavia, que nada está em preparação. Pelo contrário. Nos subterrâneos da democracia já se trabalha. Decisões estão a ser preparadas. Escolhas estão a ser feitas. Não há congresso, convenção, seminário ou inauguração que não tenha isso em mente, mesmo se não explícito. As desculpas da crise e da corrupção servem para esconder a campanha em curso, pois ficaria mal, quando as populações sofrem, pensar em eleições. Mas esse tão especial momento, o da confecção das listas, já chegou. Os ajustes de contas adiados, no PS, no PSD e no CDS, começam por aí. Os chefes partidários que receiam perder querem deixar em legado, aos seus sucessores, grupos parlamentares fiéis e complicados. A simultaneidade das duas eleições permite combinar escolhas entre Parlamento e câmaras. Figuras de enfeite estão a ser convidadas. Lá teremos, como sempre, candidatos que, se não forem ministros, fazem-se substituir e vão à sua vida.
Há cada vez menos pessoas a votar pela camisola ou por mera credulidade. Há cada vez mais quem faça contas à vida e decida livremente votar. Há quem não vote enquanto o sistema eleitoral for o que é: proporcional por lista, com grandes círculos anónimos e colectivos e sem compromisso pessoal. Outros, mesmo críticos do sistema, procuram sinais que os ajudem a decidir. Por exemplo, um bom critério é o de exigir que o candidato vencedor fará tudo o que for necessário para fazer ou compor um governo de maioria parlamentar. Quem tal não fizer e se esconda atrás das eternas declarações marialvas e covardes, deverá ser punido. Mas há outras exigências que se podem fazer aos candidatos, na falta de hábitos legais ou de comportamentos de honra. Nenhum candidato deveria ser admitido sem um compromisso público relativamente à seriedade do seu gesto, isto é, uma promessa irrefutável de que, depois de eleito, cumpre o seu mandato e não se retira para a sua vidinha. Os barões que concorrem para o currículo, ou na exclusiva esperança de virem a ser ministros, seriam assim afastados. De igual modo, a certeza de que um candidato, depois de eleito, nunca se deixará substituir, aumentaria a confiança que ainda se pode depositar numa eleição. Finalmente, a honestidade e a moralidade da nossa democracia poderia ser melhorada se um candidato prestasse juramento solene ou simplesmente prometesse: se for eleito, comportar-se-á sempre com independência pessoal, votará de acordo com a sua consciência e os seus compromissos pessoais e não prestará vassalagem à disciplina de partido, o mais infame costume do nosso Parlamento. Tudo isto parece irrealista, mas é mais possível do que se julga. Por vezes, a honra substitui as más leis. Com vantagem. » [Público assinantes]
Parecer:
Por António Barreto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
SINDICATO DO MP COM RECEIO DAS INVESTIGAÇÕES
«Em comunicado, o SMMP considerou que "estas intervenções, reais ou fictícias, desde que noticiadas, permitem, objectivamente, o desenvolvimento de um clima perverso de suspeições institucionais". Ontem, o DN, o Expresso e o Correio da Manhã noticiaram que o procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, teria sugerido ao SIS que investigasse as fugas de informações. "Ampliam-se, assim, também, condições susceptíveis de permitir uma intimidação real de quem tem por função desenvolver, com objectividade e rigor, as investigações, ou ainda e principalmente, de quem com a Justiça se dispõe a colaborar", considerou o SMMP.» [Diário de Notícias]
Parecer:
É ridículo preocuparem-se com a independência das investigações quando todos os portugueses assistem à utilização dos seus resultados nos jornais sem que os sindicalistas da corporação do Ministério Público se tenham preocupado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se as fugas de justiça.»
CONSELHOS EXECUTIVOS RECUSAM AVALIAÇÃO
«Cerca de 250 membros de conselhos executivos das escolas defenderam em Coimbra não existir nada nas regras em vigor que obrigue os professores a preencherem os objectivos individuais para serem avaliados. Uma posição que volta a lançar incertezas quanto ao desenlace do braço-de-ferro entre docentes e a tutela, numa altura em que a ministra da Educação diz que o processo decorre com "normalidade".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Alguém devia informar os senhores dos conselhos executivos de que as escolas não estão em auto-gestão e se não querem cumprir a lei devem demitir-se ou serem demitidos em vez de andarem com truques.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demitam-se os conselhos executivos.»
AUMENTA O RECURSO AO SEGURO DE CRÉDITO
«O medo de ficar desempregado está a fazer aumentar o número de pessoas que subscreve seguros de protecção ao crédito, que pagam a prestação da casa ou de um empréstimo durante algum tempo. Actualmente, 1,2 milhões de portugueses têm um seguro deste tipo, segundo dados da Genworth Financial, empresa responsável por este tipo de seguros junto dos bancos. E, só no caso da Tranquilidade, o número de pessoas que têm esta protecção e que a accionaram, no último ano, subiu 30%.» [Diário de Notícias]
Parecer:
A banca está sempre a facturar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela divulgação dos lucros da banca e seguros.»
SÓCRATES LEMBRA-SE DA CLASSE MÉDIA
«O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, disse este domingo, no Porto, que pretende limitar as deduções fiscais dos mais ricos para poder aliviar a carga fiscal da classe média.
"É preciso aliviar a carga fiscal da classe média fazendo com que aqueles que são mais ricos possam deduzir menos naqueles que são os seus contributos para o Estado", disse José Sócrates.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Nada como umas eleições para se lembrarem da classe média.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates porque não se lembrou disso no OE de 2009.»
A ANEDORA DO DIA
«O PCP defende que as presidenciais ainda "estão longe" para se falar numa eventual candidatura partilhada com o Bloco de Esquerda, mas disse que no Parlamento e nas acções de luta a convergência com os bloquistas irá continuar.
"Não é altura de falar de uma coisa que ainda fica tão longe, não é altura de falar de presidenciais quando este ano temos uma batalha tão importante para derrotar a política de direita e provocar uma ruptura com a política de direita", afirmou aos jornalistas Armindo Miranda, da Comissão Política do PCP.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Se o PCP quer convergir com o BE porque razão nega alianças nas autárquicas? A verdade é que o discurso da convergência visa apenas reduzir a influência do BE no seu eleitorado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»
AUTOR DO RETRATO DE OBAMA PRESO POR PINTAR GRAFFITIS
«Detenido en Boston por realizar pintadas el artista callejero Shepard Fairey, autor del famoso retrato azul, rojo y blanco del presidente estadounidense, Barack Obama. El diseño de Fairey, titulado 'Hope' (Esperanza), está ya colgado en la Galería Nacional de Retratos de Washington.
La orden de arresto por daños a la propiedad por pintadas fue emitida el pasado 24 de enero, informó la Policía, citada por The Boston Globe. Fairey fue detenido cuando se dirigía desde al Instituto de Arte Contemporáneo de Boston, en el que se disponía a inaugurar su primera exposición en solitario. » [20 Minutos]
A petição apoiada pelo Câmara de Comuns:
«O BE não exige a Manuel Alegre a ruptura com o PS, acto generoso e solidário sem dúvida, motivado não por qualquer ambição de influenciar o poder sem a obrigação de o exercer ou a ânsia de, tal como o PCP, eleger o PS como inimigo número um, mas sim por uma profunda admiração poética pela escrita do Manuel Alegre e pela análise cuidada de todas as muitas propostas concretas e definidas, como outras quaisquer, que este apresentou nesta legislatura.
Mas isto não é grave nem importante, grave e importante é a Joana Amaral Dias ter sido excluída das listas de Francisco Louça...é um crime lesivo dos interesses de todos os telespectadores da AR TV, de todos os admiradores do papel das mulheres na politica e defensores, não de quotas para enfeitar, mas da promoção dos melhores pelo seu valor próprio.Algo vai mal no Bloco de Esquerda quando há espaço para o Manuel Alegre e não há nenhum espacinho para a Joana...»
DESCENDO A ENCOSTA [Flickr]
EIDER