É mentira que no negócios dos submarinos os nossos governantes, designadamente, Paulo Portas e Durão Barroso, comportaram-se de forma exemplar, a haver corrupção tal só sucedeu na Alemanha ou, na pior das hipóteses, apenas envolveu militares da Armada. O cônsul de Portugal em Munique terá recebido recebeu um milhão e meio de euros só por ter promovido uma reunião entre o primeiro-ministro português e a empresa alemã, mas a partir daí o negócio fez-se e mais ninguém recebeu luvas.
É mentira que a graças a uma fuga de informação relativa à intenção da PT de comprar a TVI alguém matou três coelhos com uma cajadada, inviabilizou o negócio favorecendo uma concorrente (que acabou por ser impedida de concretizar o negócio porque este violava as regras da concorrência), salvou a SIC de um poderoso concorrente que seria a TVI associada à PT e lançou a suspeita sobre Sócrates. Agora o Parlamento vai investigar o menos interessante, se Sócrates sabia do negócio!
É mentira que Cavaco Silva fez um excelente negócio com acções da SLN cujos preços, de compra e de venda, foram fixados arbitrariamente por Oliveira e Costa, que esta valorização exponencial das acções detidas por Cavaco Silva ocorreu num momento em que o grupo já estava falido e que este como muitos outros negócios desastrosos do BPN acabaram por levar a um buraco financeiro de mais de três mil milhões, por outras palavras, foi o dinheiro dos contribuintes que acabou por financiar os negócios ruinosos do BPN, incluindo as vendas de acções acima do preço de mercado.
É mentira que a Fomentivest, uma empresa presidida por Ângelo Correia de cuja administração Passos Coelho é vogal (digamos que é a versão empresarial da actual liderança do PSD) esteve envolvida num negócio estranho em que a serviu de testa de ferra da Carlyle numa tentativa de compra da Galp ao preço da uva mijona com dinheiro gentilmente a cedido pela CGD.
O dia das mentiras é como o Carnaval, neste país todos os dias são dias das mentiras.