quinta-feira, outubro 18, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Cacilheiro

IMAGEM DO DIA

[Michael Urban - AFP]

«An employee of a frozen food company samples carrots in Manschnow, Germany.» [Washington Post]

ERROS PUBLICITÁRIOS

JUMENTO DO DIA

Cavaco sente vergonha

Cavaco Silva que o envergonha um pouco Portugal ter tantos pobres. Tem razão para isso, mas também deveria ter um pouco de vergonha pela parte de responsabilidades que lhe tocam pois foi nos seus tempos de primeiro-ministro que surgiram as bandeiras negras e que Portugal teve que recorrer a ajuda externa contra a fome.

O QUE É FEITO DA REFUNDAÇÃO DA DIREITA

Com a vitória de Sócrates os ideólogos da direita ficaram tão assustados perante uma maioria absoluta conseguida pela esquerda com tanta facilidade que defenderam a refundação da direita. Não se falou de outra coisa e o PSD até começou a elaborar um novo programa. Com a ascensão de Menezes deixou de se falar de refundação e, ou estarei muito enganado, ou o novo programa deixou de ser assunto, o novo programa do PSD é o pensamento de Menezes, isto é, não é nada.

Em vez de se refundar a direita parecer ter optado por se afundar.

A DIREITA BOURBÓNICA

«A ironia nunca castigou ninguém tão cruelmente como os Bourbons franceses. Em 1792, perderam o trono de França. Restaurados graças a uma guerra europeia, caíram novamente em 1830. Com tudo a seu favor para recuperarem a coroa na década de 1870, viram-na escapar uma terceira vez. Porquê? Porque nunca conseguiram deixar de querer ser reis à antiga, quando os tempos já não estavam para isso. Daí o célebre dito sobre os Bourbons: "Nada esqueceram e nada aprenderam." Em Torres Vedras, no passado fim-de-semana, vimos a nossa direita bourbónica. Os líderes do PSD também nada esqueceram e nada aprenderam.

Este congresso terá apanhado de surpresa quem viveu das rações de sabedoria distribuídas durante as últimas semanas. Em vez do esperado festival de descamisados, tudo se reduziu, perante uma plateia apática, em saber se Santana falava ou Ferreira Leite cedia aos rogos para ficar. Em suma: Menezes não é o que toda a gente disse que era e o PSD continua a ser o que toda a gente sempre soube que era.

Menezes apareceu enredado em cálculos complicados. Não quer o referendo europeu, para não andar de braço dado com Sócrates; não pede a descida dos impostos, "para não dar razão ao PS"; acha que a regionalização, afinal, não é uma "prioridade". E sim, é verdade que lastimou o encerramento das maternidades, os "direitos sociais retirados", e os 40.000 candidatos frustrados a professor. Mas ninguém o ouviu oferecer-se para reabrir maternidades, devolver direitos e dar emprego. Admirem a arte: condena o que se faz, sem dizer que faria diferente; e para não dar razão ao PS, deixa o PS ter razão.

O homem que todos imaginavam chegado do mato, bravio e insociável, andou a pedir força àqueles que, segundo a teoria em vigor até ao fim-de-semana, devia ter pendurado e esfolado. Foi preciso Manuela Ferreira Leite lembrar-lhe que convinha haver "renovação". Menezes, como os seus antecessores, tentou "federar" e "unir", e com os mesmos resultados sofríveis. No fim, exibiu ao mundo uma comissão política recheada de nomes que costumavam fazer manchete dos jornais há quinze anos - e nem sempre pelas melhores razões. Entretanto, Santana foi-se posicionando para gozar sob Menezes a vida que levou sob Barroso.

Há razões para espanto? Não há. Menezes foi adjunto do ministro da Educação no Bloco Central e secretário de Estado de Marques Mendes durante o cavaquismo. Só o facto de a política estar tão chata pode explicar que ninguém tivesse tirado consequências deste CV, preferindo sonhar com um improvável outsider. Menezes nada tem a ver com uma revolução ideológica ou social, mas com a arrastada guerra civil na direcção do PSD, entre os que Cavaco Silva fez ministros e os que só chegaram a secretários de Estado (ele e Santana). Ninguém mudou, nada mudou: são os mesmos, com as mesmas ronhas e quezílias.

Basta ouvir Menezes. É a velha escola. Arruma-se na "esquerda democrática", como era hábito no PPD em 1975. Acredita no betão, como acreditavam os governantes do PSD em 1987. Insensível à contradição, acusa Sócrates de beliscar os "direitos adquiridos" e exige-lhe ao mesmo tempo que combata o "monstro da despesa". Quer conservar o "Estado social" e propõe-se privatizá-lo. É estatista, é liberal - é o que for preciso, desde que não tenha de ser nada de claro e definitivo. Foi sempre assim que os líderes do PSD se pouparam a debates e opções difíceis.

A questão não é Menezes, tal como não foi Santana ou Mendes. É a cultura política das elites do PSD, de que Menezes, Santana e Mendes fazem parte há décadas. "Para que serve o PSD?", perguntou alguém. Liderado por esta gente, serve para manter o país tal como está, porque foram eles, no poder em 20 dos últimos 26 anos, sozinhos ou coligados, que mais do que ninguém o fizeram assim - no que tem de bom e de mau. Para uma alternativa é que não serve certamente.

Segundo conta Freitas do Amaral, Sá Carneiro (contra quem Menezes fez guerra em 1978) pensava, no fim de 1980, em livrar-se dos seus colegas da direcção do partido. Já não provocou mais essa cisão, que teria sido a terceira no PSD, depois das de 1975 e 1978. Interrompeu-se assim a busca de "uma linha clara e firme", para além dos equívocos e misturas do PREC. A consequência foi esta direita partidária, nas mãos dos que já então, contra Sá Carneiro, preferiam a confusão e dos que, sem Sá Carneiro, a passaram a preferir também. Tal como os Bourbons, talvez tenham outra oportunidade. De uma coisa, porém, podemos estar certos: vão descobrir novamente maneira de a desperdiçar.» [Público assinantes]

Parecer:

Rui Ramos escreve um dos melhores comentários ao congresso do PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MENEZES FOI AO BEIJA-MÃO

«O novo líder do PSD, Luís Filipe Menezes, foi ontem recebido, em Bruxelas, pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a quem apresentou cumprimentos e com quem discutiu o futuro da UE.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Começa a ser ridículas as visitas de dirigentes do PSD a Durão Barroso, uma verdadeira manifestação de provincianismo luso,.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se também foi recebido pelo Manneken Pis.»

QUINTINHAS TURÍSTICAS?

«As explicações prestadas por vários ministérios sobre o processo de fraccionamento de um prédio rústico, localizado em Odemira, com o objectivo de se criar um conjunto de quintinhas turísticas deixaram "naturalmente insatisfeito" o deputado comunista José Soeiro, autor de um requerimento parlamentar a pedir esclarecimentos sobre o processo.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A forma mais original de construir um empreendimento turístico sem cumprir a lei.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro se tenciona ser agricultor de fim-de-semana numa quintinha de Odemira.»

UM PACTO DO CIMENTO

«Joaquim Fortunato, da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOP), salientou ao JN que "importa seguir o modelo de Espanha, em que o PP e o PSOE acordaram uma Rede Integrada de Transportes". Diogo Vaz Guedes, da Somague,defende que "é positivo que o líder da Oposição procure também dar alguma estabilidade" a um plano de investimentos nas obras públicas. Soares Franco, da Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas, já tinha defendido, em declarações ao DE, a procura de um consenso partidário.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Compreende-se a preocupação da Somague, pagou s facturas do PSD e este partido nada decide.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recuse-se o pacto do cimento.»

PEDIDO RIDÍCULO

«As dez organizações sindicais de professores pediram ontem ao primeiro-ministro uma reunião com carácter de urgência face ao que consideram ser uma ameaça ao "direito à liberdade de expressão e de representação", protagonizada pelo Governo de José Sócrates, e que dizem ser inédita "em 33 anos de democracia em Portugal e com a governação de 28 ministros da Educação".» [Público assinantes]

Parecer:

Não faz sentido pdir uma reunião com o "fascista" para se queixarem dos supostos ataques à liberdade de expressão. O que o que Mário Nogueira pretende é mais uns minutos de televisão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recuse-se a audiência.»

VATICANO BEATIFICA PADRE TORTURADOR

«Gabino Olaso Zabala fue un padre de la orden de los agustinos. Como los otros 497 futuros beatos de la Iglesia Católica, fue asesinado en la Guerra Civil a manos del bando republicano. Pero él, además, también martirizó a otro sacerdote.

Su víctima fue Mariano Dacanay, un sacerdote filipino acusado de simpatizar con un movimiento que pedía la salida de los españoles de la ex colonia asiática. » [20 Minutos]

MAIS UMA NOTÍCIA DA SECÇÃO DO PÚBLICO NA RUA DOS FANQUEIROS

«A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) está a dar instruções aos serviços para que efectuem penhoras de imóveis através de procedimentos que constam da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2008, antecipando assim a sua eventual aprovação. A DGCI já tem inclusivamente 3600 respostas de conservatórias do registo predial com a identificação de prédios passíveis de ser penhorados.» [Público assinantes]

Parecer:

É evidente que há quem esteja a aproveitar a inexperiência do novo dg dos Impostos fazendo publicar notícias supostamente negativas par o influenciar em guerras internas. Sabendo-se o que consta na proposta do OGE nada impede a DGCI de recolher dados com vista à sua aplicação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se o procedimentos e mude-se a colocação dos jornalistas amadores da DGCI.»

PSA

EDUARD KRAFT

ANGELOK07

DABUGA

SCHEDULE

OS ENTEADOS

Chegou-me por mail:

A CMVM pergunta a Jardim Gonçalves se deu 12 milhões ao filho, ele responde:
OH PUIS DEI

INVISÍVEL NO ESPELHO (APANHADOS)

CHEEKY MONKEY

[2][3]

Clemenger BBDO, Sydney, Australia
Illustrator: Christian Borstlap
Creative Director: Rocky Ranallo
Art Directors / Copywriters: Paul Sharp, Gary Dawson

THE CANYONS RESORT

[2][3]

Advertising Agency: Earcomm, Park City, USA
Creative Director / Copywriter: Tony Hirsch
Art Director: Erico Bisquera
Photographer: Skylar Nielsen
Strategy: Evan Russack

HEDRA

[2]

Advertising Agency: Doom&Dickson Amsterdam, The Netherlands
Art Director: Tibor van Ginkel
Copywriter: René Verbong
Photographer: Marcel Christ
Image manipulation: Magic Group