quinta-feira, agosto 26, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Líquenes

JUMENTO DO DIA

Pedro Soares, deputado do BE

O que sabe Pedro Soares sobre florestas, combate a incêndios ou prevenção? Nada. Não me recordo de abordar o tema antes do Verão, de fazer qualquer crítica ou proposta de prevenção e muito menos de melhoria do dispositivo de combate aos fogos. Apareceu agora a aproveitar-se da catástrofe falando de cátedra do cimo da sua ignorância.

Já começa a a enjoar esta forma oportunista de fazer política principalmente quando estes políticos idiotas decidem armar-se em abutres.

«O deputado do Bloco de Esquerda (BE) Pedro Soares considerou, esta quarta-feira, que o investimento no dispositivo de combate a fogos florestais é «insuficiente e ineficaz» e que a aposta deve ser canalizada para a prevenção.

De acordo com os números avançados pelo deputado, que é também presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura, «o dispositivo nacional [em 2010] estava preparado para responder a 250 ocorrências por dia, mas a média tem sido de cerca de 400 e houve um dia com 501». «O que quer dizer que para ter um dispositivo ao nível das necessidades dos fogos florestais que ocorreram este ano teríamos de ter tido o dobro do investimento que foi feito», afirmou o deputado em Bragança, onde visitou aldeias do Parque Natural de Montesinho. » [Portugal Diário]

PCP CANDIDATA UM ELECTRICISTA A BELÉM

Dava mais jeito um especialista em einformática e telecomunicações.

A RODAGEM PARA A SUCESSÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA

«Nunca antes o poder no Partido Comunista Português esteve concentrado em tão poucos. São apenas três os militantes que integram os três principais órgãos do partido (Comité Central, Comissão Política e Secretariado da Comissão Político). A saber: Jerónimo de Sousa, Jorge Cordeiro e Francisco Lopes. O primeiro é o líder do partico; o segundo é o responsável pelo importante pelouro do poder local; o terceiro era "apenas" deputado à Assembleia da República, até ontem, quando foi anunciado como o escolhido - por "unanimidade e aclamação", como sublinhou o líder comunista - para representar o PCP nas próximas eleições presidenciais.

Jerónimo de Sousa deixou a garantia: o candidato comunista irá mesmo a votos. Francisco Lopes pertence ao sector operário (e sindicalista) do PCP, como o próprio Jerónimo. É deputado mas pouca actividade parlamentar se lhe conhece. Na verdade, a sua ocupação essencial é na sede do partido: é ele o n.º 2 do PCP. Em politiquês: é o chefe do "aparelho".» [DN]

Parecer:

No editorial do DN.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O DANADO MEDO PELOS FACTOS

«Posso?... Desculpem, posso?... POSSO?! Assim está melhor. Lembrei eu, aqui e ontem, que António Lobo Antunes dissera umas coisas sobre a Guerra Colonial. Mas não me demorei nas palavras dele. Talvez tivessem sido sábias, talvez erradas, mas não me interessaram para a crónica. Lembrei também que houve gente que prometeu umas bofetadas ao escritor. Mas também não foi isso que me trouxe à crónica. Nem dei razão para alguém se indignar, nem que a indignação era despropositada. Nem, até, me pronunciei sobre o ameaçar com porrada quem se limitou a palavras. Está claro? Resumindo: nem aquela opinião de Lobo Antunes, nem o direito à indignação de antigos combatentes, nem a tareia como método - não escrevi sobre isso. Ponto. Falei de outra coisa. Um homem que, nas últimas décadas, conheci (de fora, tal como o leitor talvez o conheça) a expor-se, a não recear polémicas, a oferecer-se ao julgamento público de quem com ele não priva nem é amigo, esse tal Lobo Antunes, foi acusado de cobarde no passado fim-de-semana. Foi acusado de ter fugido a um encontro por receio de "levar no focinho", como se disse e escreveu. Gente solta, jornais, televisões, rádios e blogues chamaram-lhe cobarde. Eu chamei factos. Há meses que as ameaças existem e há meses que Lobo Antunes (demonstrei) faz vida pública sem fugir. Foi disso que falei, e não foi pouco. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TÍTULO 12

«Fomos educados na convicção de que o crescimento é um facto da vida tão natural como o ar que respiramos.

Perguntamo-nos quanto irá a economia crescer, não se ela irá crescer, porque, tirando alguns episódios passageiros, isso nos parece fatal como o destino.

Nem sempre foi assim. Há apenas 200 anos, Malthus contestava a possibilidade da melhoria continuada das condições de vida com base na sua famigerada lei da população, segundo a qual a produção de subsistências aumenta em proporção aritmética, ao passo que o número de bocas a alimentar progride geometricamente. A cada breve surto de prosperidade seguir-se-iam fome e epidemias que assegurariam o retorno à situação de partida.

Malthus tornou-se motivo de chacota, mas convém recordar que o seu modelo corresponde muito razoavelmente às condições que prevaleceram até ao século XVIII. Foi precisamente na sua época que as condições tecnológicas se alteraram o suficiente para que o crescimento contínuo e sustentado se tornasse possível. Por outras palavras, o maltusianismo explicou bem o passado, mas falhou na predição do futuro, dado que a revolução agrícola dos últimos séculos se revelou suficientemente poderosa para sustentar um crescimento da população sem paralelo na história da humanidade.

Todavia, resistiu entre os economistas a convicção de que o aumento da riqueza se defrontaria mais tarde ou mais cedo com limites naturais ou sociais. Ricardo acreditava que o estado estacionário chegaria quando o lucro fosse esmagado pela renda da terra, factor de produção escasso por natureza. Marx concordou, mas pensava que a alteração do regime de propriedade resolveria o problema. Mill acreditava que apenas a exportação de capitais para as regiões mais atrasadas do planeta atrasaria por algum tempo o momento fatal.

Tal como Mill, também Keynes antecipava sem ansiedade particular o advento do estado estacionário, antes encarava com optimismo os muitos benefícios que ele traria. "O melhor estado para a natureza humana", escreveu Mill, "é aquele em que, não havendo pobres, ninguém deseja ser mais rico ou tem razões para temer ser deixado para trás pelos esforços de outros que procuram passar-lhe à frente".

O tema ausentou-se durante largas décadas das cogitações dos economistas, para reemergir após o primeiro choque petrolífero. Hoje, às tradicionais preocupações com a explosão demográfica e a pressão sobre os recursos naturais (principalmente os não renováveis) acrescentaram-se os riscos decorrentes da rapidíssima extinção de espécies vegetais e animais e do aquecimento do planeta. Na sua maioria, porém, os economistas tendem a acreditar que a tecnologia resolverá o problema, ou seja, que os ganhos de eficiência no aproveitamento dos recursos serão suficientemente rápidos para impedir o seu esgotamento e travar a destruição do nosso ecossistema.

Inversamente, alguns autores julgam detectar sintomas de que entrámos já na era da estagnação económica persistente. Porém, mesmo que assim fosse, passaria muito tempo até podermos estar certos disso. Alguns países e algumas actividades cresceriam por algum tempo mais que outros, sugerindo que talvez esses exemplos pudessem ser imitados. O primeiro sinal seguro seria a multiplicação de conflitos violentos pelo controlo dos recursos, a começar pela água.

Embora seja cedo para se tirar uma conclusão, podemos especular sobre as consequências do estado estacionário para as nossas sociedades se, e quando, ele vier. Na visão optimista partilhada por Mill e Keynes, a estagnação equivaleria à admissão de que o problema económico se encontraria resolvido, propiciando a reorientação dos esforços colectivos para o desenvolvimento cultural, moral e social da humanidade. Idealmente, teríamos sociedades tão prósperas como hoje, mas incomparavelmente mais estáveis, mais cultas, mais igualitárias e menos agressivas.

Mas seria possível garantir elevados níveis de emprego sem crescimento? Ausente a meta do crescimento a todo o custo, tornar-nos-íamos decerto menos tolerantes para com as desigualdades que alegadamente são o seu preço. A competição perderia parte dos seus atractivos. As políticas distributivas tornar-se-iam mais populares (talvez demasiado), visto que a economia tenderia a ser encarada como um jogo de soma zero. Tenderia a questionar-se a liberdade de concorrência, a começar pela internacional. É de temer que menos crescimento implicasse também menor fermento cultural e menor abertura de espírito.

Acresce que o actual estado de desenvolvimento não é suficiente para que a distribuição equitativa dos recursos proporcione um nível de vida aceitável à população do planeta que permanece na pobreza extrema. Por isso, mesmo na hipótese pouco provável de que os países desenvolvidos se resignassem ao seu grau presente de bem-estar, é óbvio que nem chineses, nem indianos, nem (por maioria de razões) africanos aceitariam deixar de crescer.

Com tantas dúvidas e perplexidades, uma coisa é certa: uma sociedade de crescimento zero seria muito diferente da actual, e a transição para ela, ao frustrar expectativas acumuladas ao longo de gerações, dificilmente se faria de forma pacífica. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por João Pinto e Castro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MANUELA MOURA GUEDES QUER 600 MIL PARA DEIXAR DE ESTAR DIENTE

«Segundo avança hoje a revista "TV Guia", Manuela Moura Guedes poderá estar a negociar a sua saída da TVI com a administração da MediaCapital. A rescisão do contrato da jornalista implicará valores a rondar os 600 mil euros.

"Sim é verdade. Eles andam a negociar e não é de agora", revelou uma fonte da estação televisiva à revista, adiantando que "a discussão começou num milhão de euros mas talvez fique pelos 500 mil e, se tudo correr bem o acordo poderá ser concretizado no final de Dezembro".» [DN]

Parecer:

Eu dava-lhe um corno e a ponto do outro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se devidamente embrulhado.»

PROSSEGUE A COZEDURA DE DURATE LIMA

«A polícia brasileira já consultou as principais empresas de aluguer de automóveis onde havia probabilidade de Duarte Lima ter requisitado o veículo, utilizado para transportar Rosalina Ribeiro desde a sua residência até Maricá, sem qualquer sucesso. A garantia foi dada, ao DN, por fonte policial do Rio de Janeiro, que adianta ainda que esta diligência surgiu após o advogado português dizer que não se lembrava, no decorrer de uma conversa informal por telefone, da localização desse estabelecimento.

As autoridades sublinham também que mesmo que o aluguer tenha ficado registado em nome da empresa de Duarte Lima ou em outro qualquer nome, isso não foi uma condicionante para a investigação, porque "teve de ficar o registo de quem ia a dirigir o carro", afirmou fonte policial brasileira.» [DN]

Parecer:

O espectáculo começa a ser lamentável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela conclusão das investigações.»

AUMENTAM AS RECEITAS DA CGTP

«A administração da Delphi anunciou ontem que pagará uma indemnização de dois meses de salário por cada ano de trabalho aos 321 operários que ficam no desemprego com o encerramento da fábrica da Guarda, anunciaram fontes sindicais. Os sindicatos e a administração da multinacional de fabrico de cablagens para a indústria automóvel concluíram ontem as negociações, tendo ficado acordado que a unidade fecha as portas no dia 31 de Dezembro.

No final de uma reunião com a direcção e de um plenário com trabalhadores, Adelino Nunes, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia (SITE), deu a conhecer a conclusão das negociações e o valor final da indemnização. "A grande maioria" dos operários "votou favoravelmente o protocolo celebrado entre ambas as partes, apesar da tentativa de obtenção de um valor indemnizatório mais elevado. "Foi o valor a que foi possível chegar", disse Adelino Nunes aos jornalistas, recordando que fica ao nível do valor pago nos "despedimentos colectivos anteriores".» [DN]

Parecer:

Com as comissões sobre as indemnizações os sindicatos têm mais a ganhar com os despedimentos do que com a manutenção dos empregos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se os sindicatos sobre quanto vão ganhar na Delphi.»

SAI EDIÇÃO CLANDESTINA DA PLAYBOY PORTUGUESA

«A Playboy Internacional admite estar "chocada" por a gestora do título em Portugal ter publicado uma edição em agosto apesar da licença ter sido cancelada, considerando ter-se tratado de "um flagrante desrespeito pela lei".

Segundo adiantou à Lusa a porta-voz da Playboy Internacional, "a edição de agosto [em Portugal], que usa os logótipos da Playboy, marcas registadas e propriedade intelectual, não foi autorizada e aprovada", estando a empresa a preparar um processo judicial.

A Playboy Internacional está a trabalhar com os tribunais portugueses e a "tomar todas as medidas para proteger" a propriedade da marca e os respetivos direitos legais, referiu.» [Expresso]

FALHA ESTRATÉGIA DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA

«A criação de uma rede com 100 radares, prometida desde 2007 e apontada na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária como acção prioritária, está atrasada e vai ser apenas parcialmente concretizada. A revisão do Código da Estrada e a reforma do ensino de condução são outras acções inscritas na Estratégia (ENSR) que já falharam os prazos previstos. Publicado há pouco mais de um ano, o plano interministerial para prevenir acidentes caminha a várias velocidades e associações do sector queixam-se da inexistência de reuniões de acompanhamento.

Se tivesse sido cumprido o calendário inscrito na ENSR, no primeiro trimestre deste ano deveria ter-se realizado o concurso público internacional para instalação de 100 radares, a colocar aleatoriamente em 300 caixas espalhadas por estradas nacionais. A execução desta rede deveria ser feita até final do ano, estando previsto um investimento de sete milhões de euros para a instalação e dois milhões anuais para operação.» [i]

Parecer:

É tempo de começar a identificar os incompetentes, sejam governantes ou altos responsáveis da Administração Pública.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demitam-se os responsáveis pelo atraso.»

IRLANDA SUPERA PORTUGAL NA PROBABILIDADE DE FALIR

«No “ranking” da CMA DataVision, a Irlanda surge como 8º país a quem a consultora internacional especializada no mercado obrigacionista atribui maior probabilidade de entrar em incumprimento, à frente de Portugal, que fecha o Top-10 que é encabeçado pela Venezuela e Grécia.

A decisão da Standard & Poor’s de rever em baixa a notação de risco da dívida soberana irlandesa para AA-, que foi ontem acompanhada do aviso de que novas desclassificações estarão no horizonte, prende-se fundamentalmente, com o tremendo impacto nas contas públicas decorrente da necessidade de recapitalizar o sistema financeiro do país, que já estivera na base de decisões semelhantes da Moody’s e Fitch, as outras duas grandes agências de “rating”mundiais.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Onde estarão os que diziam que a Irlanda tinha feito o trabalho de casa?

Um exemplo: António Costa, subdirector do Diário Económico, escrevia em 21-04-2010 num artigo com o título "A diferença de quem fez o trabalho de casa":

«O que o FMI vem, assim, mostrar é apenas um exemplo daquilo que muitos economistas já repetiram à exaustão. Quem tinha as contas públicas em ordem antes da actual crise conseguiu passar por ela de forma muito mais fácil, podendo, inclusive, ajudar mais a sua economia do que os países que não fizeram o trabalho de casa. Portugal, infelizmente, está no grupo destes últimos. E é também por isso que hoje, por mais que os membros do Governo ou o Presidente da República gritem que Portugal não é a Grécia ou que não estamos na bancarrota que os mercados teimam em nos colar aos gregos.» [DE]

Será que António Costa está a fazer o trabalho de casa e vai escrever um artigo corrigindo o que disse em Abril?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Procurem-se.»

REDEMOINHO DE FOGO NO BRASIL


«É um fenómeno raro. Um redemoinho de fogo elevou-se nos céus, obrigado ao corte do trânsito numa auto-estrada, no Brasil. Veja o vídeo.

O fenómeno de chamas altas, a que muitos chamam de "tornado de fogo", foi registado numa pastagem de Araçatuba, a cerca de 530 quilómetros de S. Paulo no Brasil.» [JN]

NO "CÂMARA CORPORATIVA"

O post "Rasurar os despachos blogosféricos"

«José, o campeão do corporativismo do Ministério Público, quis demonstrar que existe promiscuidade entre o poder político e os órgãos de gestão das magistraturas. Para a comprovar, dá um exemplo, que agora se sabe que é falso. Nada mais simples para o José: pela calada da noite, substitui o nome do ministro citado pelo de um prestigiado professor catedrático de Direito. Sabendo-se o que a casa gasta, tive o cuidado de guardar uma imagem do post original.

Resta então saber: como mantém intacto o enredo, estaremos perante uma promiscuidade entre o poder universitário e os órgãos de gestão das magistraturas? »

ONDE ESTÁ ALEGRE?

Uma pergunta que também é feita no "POLÍTICA PURA E DURA", um blogue madeirense que merece ser visitado nesta época em que as palmeiras andam a cair sem que nenhuma caia em cima dos autarcas negligenses daquela Região Autónoma.

PAWEL KAZMIERCZYK