terça-feira, setembro 28, 2010

a carreira gastronómica de Pedro Passos Coelho

Durante as directas do PSD Passo Coelho tinha soluções para todos os problemas do partido e do país graças a grupos de sábios que lhe garantiam que tudo se resolvia, foi o tempo em que serviu aos seus companheiros “Coelho com chocolate”. Logo que ganhou as directas os militantes do PSD reuniram-se em congresso e foram unânimes na escolha de um "Coelho à nossa moda",

Saído do congresso desdobrou-se em entrevistas em que se afirmou diferente da sua antecessora na forma de fazer política, desvalorizou a comissão parlamentar de inquérito à treta da TVI servindo-nos "Coelho abafado". Mas com a inesperada subida nas sondagens começou a questionar se não valeria a pena provocar uma crise política, descobrindo então que o papel desempenhado por Pacheco Pereira na comissão poderia ser-lhe útil, mudou o discurso fazendo depender o futuro das conclusões dessa comissão esperando que a mesma queimasse José Sócrates, foi a hora de comermos um "Coelho no Churrasco".

A comissão falhou e logo de seguida o país foi surpreendido com a crise na Grécia e o ataque especulativo ao euro, com as agências de rating a aproveitar a situação para promover um aumento exponencial dos juros exigidos à dívida soberana, sem oportunidade de crise política à vista Pedro Passos Coelho optou por chamar a si o papel de ajudante de salvador da Pátria, assinou o PEC, pediu desculpa aos seus simpatizantes e lá fomos deglutir um "Coelho aromatizado".

Assinado o PEC era a hora de o concretizar, começando com as SCUT uma ideia brilhante de António Guterres que pôs uns portugueses a pagarem as suas portagens e as dos outros. Aí Passos Coelho deu o dito por não dito, passou a usar o princípio segundo o qual "ou há moralidade ou comem todos" e defendeu que ou pagavam todos ou não pagavam nenhuns. Enredado em contradições serviu um "Coelho frito" acompanhado de um projecto de revisão constitucional a que se seguiram sondagens que o davam em queda livre e levaram os seus apoiantes a uma indigestão.

Não compreendendo porque os portugueses não conseguiam ver o brilhantismo das suas ideias brilhantes ideias inconstitucionais chegou à conclusão que o mal não poderia ser dele, nem das mentes que o apoiam, gente sábia com Ângelo Correia ou Paulo Teixeira Pinto, só podia haver uma explicação para tanta incompreensão, estavam intoxicados porque em vez de lhes servirem "Coelho aromatizado" alguém os enganou com um "Coelho à chefe" cozinhado por José Sócrates.

Pelo meio a Telefónica espanhola tentou comprar a "Vivo" sem perguntar se a queriam vender e Pedro Passos Coelho achou que era o momento para ir a Espanha mostrar aos nossos vizinhas de que se ele fosse primeiro-ministro até lhes vendia as Ilhas Berlengas, para lhes garantir como somos simpáticos serviu-lhes um "Coelho à Valenciana".

Alguém lhe disse que ainda ia a tempo de dissolver o parlamento antes de Cavaco Silva ficar prisioneiro das eleições presidenciais passou a defender que o OE que estava previsto para daqui a uns tempos fosse antecipado para data anterior a 9 de Setembro e ou era um "Coelho à nossa moda" ou iriam para eleições onde seria servido "Coelho com molho de tomate".

A tentativa falhou e Passos Coelho ficou a comer sozinho, enredado numa estratégia cheia de contradições e hoje foi ao Palácio de Belém onde lhe terá sido servido um "Coelho com vinho tinto" que o deixará suficientemente atordoado para se esquecer de tudo o que disse e defendeu e deixar passar um orçamento com tudo o que ele não queria. Mas dificilmente saberemos qual terá sido o pato presidencial ainda que possamos imaginar Cavaco Silva a dizer-lhe "vá menino, coma a Sopa de Coelho". Certo certo, é que os seus apoiantes mais íntimos vão queixar-se de que me Belém o líder comeu "Coelho com molho Vilão".

Por este andar vamos acabar por ter de comer "Coelho assado no forno".