segunda-feira, setembro 20, 2010

Notícias num dia normal

O primeiro-ministro acabou de apresentar o projecto de orçamento para 2011, tendo assumido a responsabilidade pelo descontrolo de algumas despesas do Estado e explicando as opções quanto ao aumento de impostos e à redução da despesa pública. Em relação ao descontrolo das despesas deu instruções à IGF para apurar se as nos serviços do Estado onde se verificaram aumentos significativos da despesa tais resultaram de despesas inadiáveis ou de antecipações despesistas por parte dos seus dirigentes que dessa forma se furtaram às intenções governamentais de reduzir a despesa, assumindo que iria demitir todos os dirigentes que geriram os serviços sem qualquer preocupação face à crise orçamental do país.

Os partidos da oposição não concordaram com todas as opções questionando-as e defendendo as alternativas, preparam-se agora para concretizar as exigências que fizeram antes da divulgação do projecto de orçamento, avançando com propostas de alterações nos impostos e redução na despesa. Passos Coelho voltou a prometer não ter a mesma posição destrutiva da sua antecessora na liderança do PSD recusando termos como asfixia ou intoxicação ou tiradas catastróficas como dizer que o país está de tanga ou ao avesso. Acrescentou ainda que em democracia o normal é o partido que ganhou as eleições governar e ser avaliado ao fim da legislatura, sendo um factor de instabilidade promover crises políticas em função das sondagens ou de eleições presidenciais.

Na comunicação social foi notícia mais um aumento do risco da dívida soberana portuguesa, os comentadores dividiram-se na explicação entre a existência de mais um ataque especulativo à zona euro e a pressão dos investidores sobre a política orçamental portuguesa.

Foi também notícia mais uma evolução de um caso onde se fala no nome do primeiro-ministro, o Presidente da República disse que manteria o sue silêncio até ao final das investigações, o sindicato dos magistrados do MP recusou-se a fazer qualquer comentário por entender que as investigações da justiça não são matéria laboral que digam respeito aos sindicatos, os sindicalistas e representantes associativos consideraram que seria um absurdo qualquer comentário por parte dos juízes a um processo que ainda está em investigação.

Cavaco Silva assumiu publicamente a sua recandidatura ao cargo justificando este anúncio com a necessidade de não haver confusões entre o exercício do mandato presidencial e as suas actividades enquanto candidato. Considerou que seria jogo baixo usar o estatuto presidencial para responder enquanto presidente e no exercício do mandato aos desafios e críticas lançadas pelos outros candidatos. Manuel Alegre assumiu que a sua candidatura é mesmo independente e o seu programa não se inspira na extrema-esquerda, não autorizando esta a usá-la em debates parlamentares, desautorizando assim o líder parlamentar do BE.