sexta-feira, maio 11, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Leme de fragata do Tejo
Imagens dos visitantes d'O Jumento


A olhar o Tejo [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento
 

Jumento do dia


Miguel Relvas

Quando já se pensava que o desaparecimento de Miguel Relvas significava que o ministro teria passado à clandestinidade, eis que o braço direito e cérebro de Passos Coelho é apanhado em intimidades com o agente secreto da Ongoig. As coisas começam a estar confusas, Miguel Relvas, Ongoing da família Moniz e Secretas é uma mistura duvidosa que pode levar muita gente a pensar se estamos perante contactos circunstanciais ou se a relação é mais antiga, podendo envolver mesmo o então candidato a primeiro-ministro, Passos Coelho.

«Algum tempo depois das eleições legislativas de 2011, Jorge Silva Carvalho, então quadro da Ongoing, enviou, por correio electrónico, ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, um relatório detalhado com um plano para reformar os serviços de informação, propondo para directores do SIS (Serviço de Informações de Segurança) e do SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) funcionários da sua confiança e apontando ainda os nomes daqueles que não deveriam assumir cargos dirigentes.

O conteúdo deste email surge num dos apensos do despacho de acusação do Ministério Público (MP), no qual Silva Carvalho, Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, e João Luís, ex-agente do SIED, são acusados da prática de diversos crimes. O documento confirma a notícia do PÚBLICO de 28 de Janeiro, que foi desmentida publicamente por Miguel Relvas e, no dia anterior, pelo gabinete do primeiro-ministro. Na resposta enviada ao PÚBLICO, os assessores de Passos Coelho escreveram que o chefe do Governo, que tutela as secretas, só iria comentar “matérias de facto”, recusando “alimentar mais folhetins a este respeito”.» [Público]
   
 As dúvidas do dia
 
A colaboração entre o chefe da secreta e agente da Ongoing da família Moniz só se iniciou depois de Miguel Relvas chegar ao poder?~
 
Passos Coelho não sabia das relações entre Relvas e o homem da Ongoing?
 
Porque razão Relvas tem andado desaparecido?
 
Porque motivo nunca mais se falou da RTO e do interesse da Ongoing na sua privatização?
 
Passos Coelho só conhece o agente da Ongoing de vista?
 
O homem das secretas foi leal ao governo da República antes da direita chegar ao poder ou a sua relação com a Ongoing ia  mais além do que meras informações úteis para os negócios?
 
Haverá alguma relação entre o famoso caso TVI e aquilo a que estamos a assistir?
 
 

Privatizar espiões é emagrecer Estado

«O cerco aperta-se. O Ministério Público já deve ter reparado que as minhas crónicas estão cheias de "li no Público...", "como dizia Le Monde..." Os magistrados não são tolos, vão relacionar-me com o escândalo do SIED e de Jorge Silva Carvalho. Este, depois de se demitir de superespião e ter ido para a Ongoing, continuou a receber o clipping dos serviços secretos e distribuía-os por privados. Ora, apesar do nome inocente, clipping não quer dizer entortar fios de arame para material de escritório: esse serviço consiste em fornecer recortes de jornais. É das aventuras mais perigosas de um espião português: contactar um agente adormecido, que é como costumam estar os velhotes dos quiosques, e depois de municiado de resmas de jornais, ir, rasando os muros, para a sede. No gabinete sem janelas, o agente secreto recorta os jornais. Como só há uma coleção (crise...), os segredos locais (por exemplo: "o gato de Honório Novo chama-se Gaspar") vão para o SIS, segurança interna, e os internacionais, para o SIED, segurança externa. Aqui entra outra coincidência que me incrimina: no meu jornal há quem me chame "grande recórter" por andar a cortar jornais e a distribuir notícias... Ainda vou acabar por ser o único incriminado no processo. Sim, porque o ex-espião Silva Carvalho, acusado de pôr atuais espiões a trabalhar para os privados, tem álibi: não é essa a moda? Se se fala de privatizar cemitérios e prisões, por que não, espiões?» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
O estranho caso do anexo

«Foi "com tranquilidade mas com convicção" que o ministro das Finanças assegurou ao Parlamento, onde estava a ser ouvido sobre o controverso Documento de Estratégia Orçamental: "Eu não minto, eu não engano, eu não ludibrio" (poderia ter usado mais sinónimos, mas ficou-se sensatamente por aqui).

A solene declaração de Vítor Gaspar foi suscitada pela intervenção do deputado do PCP Honório Novo, que o acusara daquelas coisas feias todas por o documento entregue em Bruxelas ter chegado à AR sem o Anexo II, com previsões sobre o desemprego nos próximos anos.

Fosse Vítor Gaspar teólogo, e não economista, e Honório Novo filósofo, e não engenheiro, e a Assembleia teria ontem assistido a um estimulante debate acerca das singularidades do conceito de "verdade". Não mentir, não enganar, não ludibriar implicará falar verdade? E omitir?, terá omitir, além de semelhanças fonéticas, afinidades semânticas com mentir? Será a verdade "toda a verdade e nada mais que a verdade" ou uma parte da verdade já é verdade que baste?

Seria um diálogo de surdos, tão instrutivo como o diálogo que também houvesse sobre o conceito de "ajuda" aplicado ao chamado memorando da "troika". Poderiam ser ambos enviados para Bruxelas como Anexo III, mas Bruxelas ligar-lhes-ia tanto quanto a realidade liga aos números do desemprego do Anexo II.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
    

Já se pode tocar o hino do Benfica num funeral

«Não estranhe se em breve começar a ouvir os acordes do "Ser benfiquista" durante um funeral. A agência funerária Servilusa assinou um protocolo com o SL Benfica que vai permitir aos sócios do clube da Luz usufruírem de descontos e de serviços personalizados.» [DN]

Parecer:

Com o Jesus à frente da equipa corre-se o risco de ser o funeral do futebol benfiquista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
O DEO deu asneira

«O líder parlamentar do PSD lamenta a forma como decorreu a apresentação do DEO, mas considera que isso não é razão para o PS falar em "quebra de consenso".» [DE]

Parecer:

Começa a ser evidente que a competência do Gaspar é uma treta e que o ministro das Finanças é mais um problema do que a solução. O homem não tem o mais pequeno respeito pela democracia e o que sucedeu com o DEO foi mais um exemplo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se a demissão do ministro das Finanças.»
  
Que Pena, o Pingazedo não repete a brincadeira

«Presidente do Grupo Jerónimo Martins garante em entrevista à SIC-Notícias que a campanha promocional do 1.º de maio não se repetirá, mas admite que o Pingo Doce vai "continuar uma política agressiva" de vendas.» [Expresso]

Parecer:

É uma pena, da próxima o merceeiro holandês arriscava-se a ficar com umas quantas lojas fechadas para reparações.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
Soutien funcional

«Em resposta ao desejado iphone, foi agora criado por uma empresa norte-americana um sutiã que permite acolher no seu recheio o famoso telemóvel. A descrição comercial do Joey Bra resume-o como " o primeiro soutien sexy, mas funcional com bolsos que lhe permitem atacar a pista de dança sem se preocupar com a segurança dos seus valores. Este modelo foi desenhado para acolher telemóveis, mas também serve para identificação ou chaves"...» [JN]

Parecer:

Ontem foi o soutien fresquinho que pode ser guardado no frigorífico, agora é o soutien funcional. Uma excelente ideia, daria jeito à ministra da Agricultura para trazer consigo o missal e à ministra da Justiça para ter sempre à mão a agenda dos familiares e amigos do gabinete.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um a cada ministra.»
  
O PP espanhol também tinha o seu BPN

«La fuerte exposición al sector constructor y promotor inmobiliario ha sido la losa que ha condenado a la nacionalización a la entidad surgida de la fusión de siete cajas de ahorros y liderada por las dos principales cajas controladas por políticos del Partido Popular: Caja Madrid y Bancaja. Banco Financiero y de Ahorros (BFA), la matriz de Bankia, tenía a cierre de 2011 un total de 31.800 millones de euros en activos problemáticos del ladrillo, según las cuentas consolidadas sin auditar que la entidad entregó la semana pasada a la Comisión Nacional del Mercado de Valores. Con ello, es el grupo con más riesgo inmobiliario. La filial, Bankia, tiene una exposición algo menor a dicho sector, pero también cuenta con menores coberturas.

Esos activos problemáticos corresponden a dos grandes grupos. Por un lado está el crédito problemático a las promotoras, que ascendía a unos 17.850 millones de euros a cierre de año. De ellos, 10.564 millones eran créditos morosos y otros 7.283 millones calificados subestándar (en riesgo de impago). BFA contaba con unas provisiones específicas, o fondos para hacer frente a esos posibles impagos, de unos 7.000 millones de euros y con un colchón de otros 1.288 millones en provisiones genéricas (sin asignar a ningún crédito en concreto). Quedan, pues, unos 9.500 millones sin cubrir y, en todo caso, esas provisiones son insuficientes ante la nueva normativa financiera.» [El Pais]

Parecer:

São todos iguais estes gatunos da direita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»