sábado, abril 23, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Teodora Cardoso

Toda a gente neste país sabe que Teodora Cardoso foi uma das mais fundamentalistas apoiantes da pinochetada económica ultra liberal de Passos Coelho, todos sabemos que a economista discorda as orientações de política económica deste governo e que apoiou cortes de despesa independentemente de serem medidas inconstitucionais.
 
Seria mais frontal por parte da presidente do Conselho de Finanças Públicas assumir que tem uma perspectiva da política económica diferente da do governo, em vez de se refugir em críticas às previsões. Só que o Conselho de Finanças Públicas não é um órgão eleito e a política económica de um governo não é da competência de tecnocratas com determinados projectos, deve ir de encontro à vontade dos portugueses.

«As previsões do Governo no Programa de Estabilidade são otimistas e contêm riscos que podem levar à derrapagem nas metas do défice, considera o Conselho das Finanças Públicas, defendendo ainda que a instabilidade na banca é um risco para a economia ao qual o Governo não pode fechar os olhos.

Quando analisou a proposta de Orçamento do Estado, a instituição liderada por Teodora Cardoso já tinha alertado para a existência de vários riscos às previsões do Governo, que considerou otimistas. Entre estes estava a degradação da conjuntura externa, que podia ter impacto nas exportações portuguesas, e assim, de uma forma mais geral, no crescimento da economia, que o Governo espera que continue a crescer 1,8% este ano. Na vertente orçamental, um dos riscos mais apontados era a inexistência de medidas para objetivos que o Governo pretendia atingir. Ou seja, o Governo dizia que ia poupar, mas não dizia como, nem criava mecanismos para que tal acontecesse.» [Observador]

      
 PCP dá lição ao BE, do género: cresce!
   
«Já citei a frase mas quando os partidos ignoram o que é elementar na política há que ser repetitivo. Em 1804, para fragilizar os monárquicos, que faziam complôs no exílio, Napoleão mandou sequestrar um nobre de alta condição, o jovem duque d"Enghien. A operação acabou mal, o duque foi fuzilado - e o que era para assustar pôs todas as casas reais europeias assanhadas contra a França. Daí a frase, não se sabe bem se dita por Talleyrand ou Fouché, os chefes da diplomacia e da polícia de Napoleão: "Mais do que um crime, foi um erro." Ontem, o PCP puxou o tapete à mudança do Cartão de Cidadão: está contra. A bandeira que os bloquistas hastearam não era, evidentemente, um crime, mas um rematado erro. Porque era a caricatura com que, demasiadas vezes, o BE se apresenta, ele mais as suas causas bizarras. Ao PC agradaria, claro, que o BE deslizasse na casca de banana que atirou a si próprio. Mas mais do que deixar prosseguir o deslize do aliado e adversário, ao PCP importou mostrar que ele é que sabe da poda. O Cartão de Cidadão tem problemas? Sim, tem, diz o PC, mas os "de gramática" não são prioritários... O grave, dizem os comunistas, é o Cartão de Cidadão ser caro e não ser vitalício para os de mais de 70 anos, como era o BI. A luta do PCP é básica? É, mas cola com a sua imagem, simples e clara. Já o BE, insistindo na caricatura, um dia talvez aprenda que isso, não sendo um crime, pode vir a ser um erro fatal.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 Cristas passa a perna ao Montenegro
   
«A bancada do CDS-PP vai apresentar um projecto de resolução sobre o Programa de Estabilidade (PE) do Governo, confirmou o PÚBLICO junto de fonte oficial. A iniciativa permite assim que o documento seja votado em plenário já na próxima quarta-feira no dia do debate do PE e do Plano Nacional de Reformas. » [Público]
   
Parecer:

Depois de Montenegro ter dito que não levaria o plano a votos a Cristas passou-lhe a perna e fez muito em, isto é uma democracia parlamentar e não é por haver uma maioria que o parlamento deve deixar de fazer votações para passar a ser apenas espectáculo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se»
  
 Não é que ele não gostasse
   
«Os participantes menos atentos da reunião do Eurogrupo que se realiza esta sexta-feira em Amesterdão terão alguma dificuldade em localizar o ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno. Isto porque a organização distribuiu pelas delegações e pela imprensa internacional um papel em que coloca no lugar de Centeno uma foto do jornalista da SIC José Gomes Ferreira.

Segundo o Diário de Notícias/TSF, os representantes do Ministério das Finanças receberam o documento com surpresa, sem perceber “como é que isto foi acontecer” porque a app de telemóvel da presidência holandesa da União Europeia tem uma fotografia correta de Mário Centeno. Isto além, claro, da foto que está disponível no site do Ministério das Finanças.» [Observador]
   
Parecer:

O homem até deve ter crescido um palmo só com este erro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Ridículo
   
«O PSD garantiu esta sexta-feira que se surgirem resoluções, votará contra o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas (PNR), se estes forem a votos, pois discorda do seu conteúdo.

O CDS anunciou hoje que apresentará durante a tarde um projeto de resolução que recomendará ao governo levar a votação estes dois documentos. Para tal suceder a maioria de esquerda terá de votar a favor desta resolução.» [DN]
   
Parecer:

O PSD ignora o que se passa no país e dispensa votações parlamentares porque o governo conta com maioria, mas agora apressa-se a dizer que vota contra os projectos do governo se alguém propuser uma resolução nesse sentido.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»