domingo, abril 24, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura


   
 Jumento do dia
    
Manuel Caldeira Cabral

Fica-se com a impressão de que os banqueiros negoceiam sob a tutela do governo e se as negociações acabarem mal este tipo de intervenções do ministro da Economia acabará por ter custos políticos para o governo.

«O ministro da Economia adiantou, numa entrevista à TSF, que o espanhol CaixaBank e a empresária angolana Isabel dos Santos voltaram a sentar-se à mesa das negociações para resolver o diferendo accionista no BPI.

Manuel Caldeira Cabral referiu que “está a haver novamente um trabalho de aproximação das partes”, defendendo que “nestas questões é muito melhor quando as partes conseguem chegar a acordo do que quando há uma imposição”, numa referência à lei da desblindagem dos estatutos, aprovada pelo Governo.

O governante considera que “ainda há tempo para encontrar uma solução” e que “agora é momento de as partes se encontrarem”, frisando que acredita que ainda seja possível um entendimento entre o CaixaBank e Isabel dos Santos, que detêm, respectivamente, uma participação no BPI de 44% e 21% (2,7% dos quais através do BIC Angola), respectivamente.» [Público]

      
 Cuidado com as manifestações de afecto
   
«No Regulamento Interno-Guia do Aluno do Colégio Militar, aprovado após a instituição ter passado a acolher raparigas, considera-se uma infracção disciplinar “muito grave” “a manifestação de afectos que possam comprometer os princípios inerentes a um ambiente pedagógico saudável”, estando na mesma categoria do roubo ou da posse ou consumo de droga. À luz da polémica recente, especialistas na área da saúde mental contactos pelo PÚBLICO consideram a expressão “ambígua”, podendo deixar “a porta aberta” a comportamentos discriminatórios.

A polémica estalou com uma reportagem publicada pelo jornal online Observador, onde o subdirector do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, afirmou: "Nas situações de afectos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos." O General Carlos Jerónimo, chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), pediu a demissão na sequência das afirmações.

No regulamento anterior quase não se falava de afectos. Numa nota dirigida aos alunos do 1.º ciclo do ensino básico dizia-se apenas "também contigo temos a aprender que a vida é construída por pequenos e grandes afectos, em múltiplas atitudes, movidas pela ingenuidade contagiante da tua idade."» [Público]
   
Parecer:

Compreende-se que num colégio militar os namoricos devam fica de fora, mas cuidado, se o casal for gay é bem provável que tal proibição seja inaceitável. Só assim se compreende que uma norma que existia ganhe vida na sequência da demissão dos Pupilos do Exército.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Ângelo Correia na papelada do Panamá
   
«Outro dos nomes citados este sábado pelo Expresso é o de Ângelo Correia, empresário e antigo ministro, que surge como administrador único de uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo os Papéis do Panamá, Ângelo Correia foi administrador da Anchorage Group Assets Limited entre 20 de dezembro de 2004 e 4 de agosto de 2005. Ao Expresso, o ex-governante garante não se recordar da empresa: "Trabalhei para muita gente e pode ter sido que me tenham nomeado para essa empresa e eu tenha assinado", admite.» [DN]
   
Parecer:

O administrador financeiro de algumas das suas empresas é um rapaz muito conhecido.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se  a esse rapaz, residente ali para os lados de Massamá, se nunca esteve envolvido nesses papelitos panamianos.»