sábado, abril 30, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna

O que será necessário acontecer para que a ministra da Administração Interna diga aos txistas que Portugal é um país onde há um Estado de direito e que não são apenas as decisões judicias que os podem favorecer que devem ser respeitadas? Começam.-se a multiplicar as agressões de taxistas e fica-se com a sensação que devemos ter receio destes senhores e da aparente impunidade com que agridem quem bem lhes apetece.
 
Será que na sua próxima manifestação os funcionários públicos também podem atravessar a cidade durante todo o dia e em vez de irem a pé podem levar os seus automóveis? O argumento de levar o carro por serem taxistas não pega, senão quando chegasse a vez dos pilotos da TAP ainda teríamos um Boeing 474 a aterrar na Av. da Liberdade.

«Márcia Neves, condutora da Uber, foi vítima da fúria de alguns motoristas de táxi esta sexta-feira à tarde. Em dia de protesto nacional “contra a ilegalidade da Uber”, entre seis e 10 homens esperavam nas traseiras da estação de comboios de Campanhã, no Porto, por veículos de transporte particular que não os táxis. “Tinham caixas de ovos”, conta ao Observador, mas acabaram por partir-lhe o vidro traseiro do carro com uma pedra.

“Eu passei com uma cliente no banco de trás, vi que eles estavam lá e não parei, fui até ao fim da rua. Quando a deixei, começaram a correr na minha direção e a atirarem ovos”, diz Márcia Neves. Um dos homens atirou uma pedra que acabou por lhe partir o vidro traseiro e a condutora apresentou queixa na polícia.» [Observador]

 Liberdade de manifestação

Aquilo que se passou hoje em Lisboa não foi um mero exercício de liberdade de manifestação por meros cidadãos, foi antes uma acção de paralisação de uma cidade por gente que ao primeiro beliscão vai buscar a moca ao carro para bater seja no Uber, seja no cliente que reclame.

Qualquer cidadão pode manifestar-se, convoca a manifestação, escolhe o percurso e fá-lo a pé. Os escriturário deixam a esferográfica em casa, os pilotos de avião estacionam os aviões no hangar, os motoristas do Metro estacionam os comboios. Não se percebe como é que se permite que os taxistas se manifestem confortavelmente sentados num carro e escolhendo um percurso de muitos quilómetros com o único objectivo de fazer a vida negra a toda uma cidade.

Será que na próxima manifestação poderei levar o carro e em vez de descer uma avenida passar o dia a passear em marcha lenta por todas as grandes vias da cidade?

Começa a ser tempo de dizer a esse senhor da Antral que o país não tem medo dele nem das suas alarvidades.

  Azar...

Apesar do espectáculo dado pela direita a propósito do Plano de Estabilidade a DBRS não baixou a notação da dívida portuguesa. Até à próxima avaliação a direita vai voltar a desaparecer pois o seu projecto para o país é uma bancarrota, ficou viciada em bancarrotas e já não sabe chegar ao governo sem crises financeiras nem governar sem a cobertura de uma troika.

      
 E os responsáveis irão ser demitidos?
   
«O secretário de Estado das Finanças Ricardo Mourinho Félix disse esta sexta-feira que "parece difícil de justificar" que empresas públicas ou outras entidades ligadas ao Estado português tenham feito aplicações financeiras em paraísos fiscais.

Conforme o Expresso noticiou, o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre a existência dessas aplicações e, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, em 2015 o Estado tinha 167 milhões de dólares (148 milhões de euros) aplicados em duas offshores: Jersey (131 milhões de dólares) e Jordânia (17 milhões de dólares).

Esta sexta-feira de manhã, durante um debate sobre banca que versou também os paraísos fiscais, o secretário de Estado foi questionado sobre o assunto mas não tinha dados para responder aos deputados. "Já contactámos entidades sob as quais está cerca uma centena empresas públicas, e não temos até agora informação de que exista alguma aplicação em países que estejam na lista de paraísos fiscais", respondeu Mourinho Félix.» [Expresso]
   
Parecer:
Se é grave um organismo público colocar dinheiro numa offshore muito mais grave é quando se desvia dinheiro de um sistema bancário em crise e com dificuldades em financiar a economia. Esperemos que os os responsáveis sejam demitidos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se e apurem-se responsabilidades com vista a denúncia e demissão dos responsáveis.»
  
 O Passos Coelho de saias
   
«Ministra das Finanças outra vez? ”Não.” Mas, e primeira-ministra? Isso é outra história. Maria Luís Albuquerque, atual vice-presidente do PSD, não exclui, em entrevista ao "Diário de Notícias" esta sexta-feira, a possibilidade de vir a suceder a Pedro Passos Coelho como líder do partido. "Não se deve dizer nunca. Depende muito das circunstâncias. Se me pergunta se tenho vontade ou se tenha essa intenção: não a tenho, mas nestas matérias, afirmações absolutas de nunca parece-me contraproducente", afirma.

A ex-professora de Passos Coelho e ex-ministra das Finanças, numa entrevista onde assume em algumas questões o papel de professora, é muito taxativa quando à atuação do Governo e, em particular, à do seu sucessor na pasta Mário Centeno. O Programa de Estabilidade é "francamente um mau programa", diz; defende a manutenção de Carlos Costa no Banco de Portugal e assegura que a restruturação do Banif pelo anterior Governo era um bom plano.» [Expresso]
   
Parecer:

É óbvio que Passos prepara-se para sair deixando a Maria Luís no lugar, numa tentativa de regressar à primeira oportunidade. Falhado como primeiro-ministro Passos sonha ter todo o poder, o prolbema e que nos próximos dez anos não vai tirar o cata-vento de Belém e a Maria Luís tem a validade de um ovo de galinha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Fuinha caro!
   
«Uma fuinha é a principal suspeita de ser responsável pela paragem do maior acelerador de partículas. O animal mordeu um cabo de transformador de 66 mil volts do equipamento do CERN, instalado na Suíça. A confirmação foi feita através de um relatório da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear.

O porta-voz do CERN, Arnaud Marsollier, afirmou à New Scientist que poderá demorar alguns dias até que o acelerador de partículas esteja novamente a funcionar. No entanto, os danos não são graves. Marsollier explicou que tinham feito "recentemente colisões de pequena intensidade" e que confirmam que "tudo está a funcionar bem".» [DN]