Muito se tem pensado e opinado ao longo dos anos sobre as vantagens
ou desvantagens de se realizarem eleições quase simultâneas, sempre que o
fenómeno ocorre discute-se sobre a vantagem de atos eleitorais simultâneos.
Aqui a que o país nunca tinha assistido nem os fundadores da democracia poderiam
ter imaginado é que às eleições da democracia se juntassem a escolha de um procurador-geral
como se de uma eleição presidencial se tratasse.
Ainda nem se conhecem os candidatos às próximas eleições
europeias, os partidos ainda não tÊm estratégias para as eleições legislativas,
mas a democracia já está a ferro e fogo por causa da escolha do próximo
Procurador-geral. Aquilo que em 40 anos foi um processo normal, está a
transformar-se numa das maiores batalhas políticas da democracia. Até vemos
senhoras da extrema-direita irem a entrevistas combinadas na RTP para fazerem campanha
pela recondução da atual procuradora-Geral, uma verdadeira Joana d’Arc da Rua
da Escola Politécnica.
Já se vive em ambiente de pré-campanha, se na política esta
faz-se com outdoors e tempos de antena, a campanha pela recondução da Procuradora-geral
parece-se fazer-se com processos desencadeados por sindicalistas, manobras de
deputados de Mação nas reuniões do grupo parlamentar do PSD e pré-anúncios de
constituição de arguidos.
Não nos poderemos admirar se em vez de comícios venhamos a
ter detenções, buscas, primeiras páginas dos jornais do costume e muito daquilo
a que estamos habituados. Alguns setores da sociedade, com muita
extrema-direita à mistura, vão tentar tudo para deterem o mir poderoso órgão de
soberania, aquele que pode destruir a democracia prender todos os outros
titulares eleitos ou destruir relações com países amigos. É um poder que nem
Salazar teve.
A dúvida está em saber se essas forças lutam pela recondução
da atual Procuradora-geral ou se esta é a lebre atirada opara depois se sugerir
a escolha de Mari José morgado, que ou chega ao cargo agora ou atinge o limite
de idade sem alcançar o sonho. Vertemos quantos detidos, arguidos e buscas vi custar
a “eleição do ou da próxima procuradora-geral.
