segunda-feira, agosto 22, 2016

Crise económica e crise financeira

Em Portugal confunde-se sistematicamente a crise financeira do Estado com crise económica, havendo a tendência para as considerar como tendo as mesmas causas e soluções. O diagnóstico da crise das contas públicas aponta a causa de todos os males para a despesa, enquanto que se considera que a crise económica reside nos excessos do Estado.

Para a direita e mesmo para alguns sectores da esquerda ou do que se supõe ser esquerda a solução passa por cortar na despesa pública e, dento desta, cortar preferencialmente nas despesas com funcionários e pensionistas. Para a economia crescer basta que as contas públicas estejam equilibradas e que a legislação laboral ajude. De certa forma na origem de todos os males estão os trabalhadores em pensionistas, parece que desde os tempos da servidão que andam a ganhar demais.
A verdade é que a causa de uma boa parte dos males do Estado reside na evasão fiscal que em Portugal tem sido aceite como um mal endémico, que quase elimina a eficácia das políticas orçamentais. Recorde-se as dificuldades financeiras no tempo de Durão Barroso, quando a sua ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite aumentou a taxa do IVA de 21% para 23% sem que tivesse conseguido qualquer aumento das receitas daquele imposto.

Os ministros das Finanças são as figuras omnipresentes de todos os governos como se tudo se resolvesse naquele ministério, como que as políticas orçamentais atraíssem investimento ou criassem condições favoráveis ao empreendedorismo ou ao dinamismo económico. A verdade é que se ignora que a solução de muitos dos nossos problemas está mais no ministério das Finanças do no ministério da Economia.

É pena que por ali tenham passado alguns dos mias divertidos dos governantes, como foi o c aso do Sôr Álvaro que chegou a pensar que Portugal iria ser uma grande potência na exploração de minérios, ou que poderíamos ter uma multinacional do pastel de nata capaz de fazer sombra à Microsoft. Antes já alguém tinha promovido o Algarve a Allgarve e se ainda lá estivesse talvez se estivesse talvez de se lembrasse de promover aquele reino a iGarb.