Primeiro queriam um plano B que validasse a tese da austeridade, pediram aos seus amigos europeus que os ajudassem na luta pelo poder, tudo fizeram para que houvessem sanções desde que fundamentadas na política deste governo, o próprio Passos anunciou a desgraça, primeiro num conselho nacional e depois no meio das ponchas madeirenses.
Desde há mais de uma década que a bandeira ideológica do PSD e do CDS se resume a uma tanga, estão viciados em conquistar o poder de forma fácil, à custa das desgraças que atingem o país. Desde Durão Barroso que o PSD deixou de ter programa, quando perdeu as eleições frente ao odiado José Sócrates ainda se falou de um novo programa, mas com a crise financeira tudo foi esquecido e o país passou a ter como politica as lições de economia dadas pelo falecido António Borges a Passos Coelho.
Passos Coelho queixava-se de governar com um programa que não era seu, agora exige que o governo de Sócrates continue a governar em conformidade como o memorando, como se troika ainda cá estivesse. Passos não sabe governar sem o recurso à chantagem e tem medo que se perceba que muito do que impôs ao país não passou de uma diatribe ideológica.
É ingenuidade pensar que a direita está preocupada com a ida de um secretário de Estado a um jogo de futebol, nada disto teria sido notícia se estivesse em causa o secretário de Estado da cultura ou da uva mijona. Mas tratando-se do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já cheira a crise.
O que move a direita é o desejo de desestabilizar a máquina fiscal, uma mudança de secretário de Estado dos Assuntos Fiscais ajudaria a alguma desorientação e inércia num sector fundamental para o sucesso deste governo, a arrecadação de receitas fiscais. A direita anda a fazer rezas à Nossa Senhora de Fátima para que o país enfrente uma nova crise financeira, a ida à bola do SEAF veio alimentar a esperança de meter uma pedra na engrenagem da máquina fiscal.
Para esta quase extrema-direita já não chega governar, quer fazê-lo num quadro de excepção que lhe permita reformatar o país sem responder perante a Constituição.