Durante décadas o país investiu prioritariamente em infraestruturas que proporcionam bem-estar, resultado, por um lado, do atraso em que o país estava nos anos 70 do século passado e, por outro, da sofreguidão eleitoralista dos nossos partidos. Num país carente inaugurava-se obras públicas passando a ideia de que essas obras eram o sinal do sucesso dos governos e autarquias na criação de riqueza.
O país deixou de investir em infraestruturas planeadas a pensar na criação de riqueza, mesmos a rede de autoestradas foi desenhada e desenvolvida a pensar na comodidade dos grandes centros populacionais, deixava-se de fora as vias vocacionadas para o turismo ou as ligações aos portos. O caminho de ferro foi literalmente abandonado. O último grande investimento na área portuária foi o porto de Sines, construído a pensar no complexo petroquímico, ainda hoje está isolado do país e do mundo.
Não é fácil para um político investir em grandes portos em vez de o fazer nos muitos hospitais que as estruturas partidárias locais exigem para ajudar a eleger os seus cacique. Um hospital fica logo visível aos eleitores, um porto pode gerar muita riqueza, mas depois de distribuída no circuito económico deixa de ser visível no curto e médio prazo. As consequências deste círculo vicioso de inaugurações eleitoralistas, de que Cavaco Silva foi o grande campeão, foram trágicas.
Em vez de produzir e multiplicar a riqueza para proporcionar riqueza para melhorar o bem-estar e aumentar os níveis de rendimento dos portugueses, optou-se por gastar a pouca riqueza de que se dispunha em infraestruturas viradas para o bem estar. Os portugueses t~em auto-estradas, hospitais e escolas que se aproximam dos níveis de qualidade dos países mais ricos, mas o níveis de rendimento, a qualificação profissional, a diversidades empresarial e muitos outros indicadores de desenvolvimento aproximam-nos dos países menos ricos.
O Multiplicador de Keynes foi o grande argumento ideológico, mas numa economia aberta as grandes obras traduziram-se numa economia de empresas de obras públicas e de empreiteiros das mais diversas dimensões. O país produz pouca riqueza e durante décadas viu minguar as suas exportações.
É preciso impulsionar um novo ciclo, resolvido os problemas essenciais das populações e adoptar uma estratégia de desenvolvimento que gere mais riqueza para distribuir, capaz de dar lugar a níveis de rendimento que implementem a modernização da economia. Para isso a prioridade devem ser as infraestruturas que geram riqueza, que proporcionam economias ás empresas, que tornem o país mais eficiente, que atraiam investimentos estrangeiro, que permitam ao país aproveitar as suas vantagens competitivas enquanto plataforma logística internacional.
O país precisa de apostar na criação de riqueza e isso passa por infraestruturas que concorram para a competitividade do país e das empresas. Sem mais riqueza portugal continuará a ficar mais pobre, perdendo os seus melhores quadros, investindo em saúde e educação para que a nossa juventude vá suprir as carências populacionais dos países mais ricos e envelhecido. investimos para vender jovens a custo zero, um processo miserável promovido por Passos Coelho, Paulo portas e Cavaco Silva.