terça-feira, julho 14, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Rancho Folclórico em Belém, Lisboa

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Aconselhada pelo velho maoista Pacheco Pereira a líder do PSD também vai escrever o seu livro de citações, tal como fez Mao com o seu Livro Vermelho, o pequeno livro onde de citações do antigo líder chinês, um verdadeiro manual de conquista do poder.

Mas Ferreira Leite é uma mulher moderna ainda que não pareça e em vez de um livrinho vai produzir uma longa metragem, contando desde já com o apoio de José Eduardo Moniz que se dispôs a realizar e a dedicar-lhe uma edição do "Jornal Nacional" de Manuela Moura Guedes.

Para já está a ser produzido o guião com os momentos mais altos da luta pela conquista do poder que tem sido protagonizada por Manuela Ferreira Leite desde que iniciou a longa Marcha desde o Palácio de Belém até ao Palácio de São Bento, à frente de uma guerrilha onde se podem ver magistrados, jornalistas, conhecidos economistas, contando ainda com o apoio implícito de líderes de outras forças de guerrilha, como Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Manuel Alegre.

Aqui ficam algumas passagens do guião:

Sobre Santana Lopes:

«Em entrevista ontem ao "Jornal de Notícias", a candidata respondeu "obviamente que não lhe respondo" à pergunta "Votou Santana Lopes em 2005?", o que motivou severas críticas de Santana Lopes.» [Público 12-05-2008]

Sobre o emprego gerado pelas obras públicas:

«"[Ao] desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido". "Nós temos jovens licenciados desempregados: não está a querer mandá-los para as obras públicas? Nós estamos com pessoas entre os 40 e 50 anos desempregados, [que eram] empregados administrativos", apontou. » [Público 2-11-2008]

Sobre o casamento gay:

«"Eu não sou suficientemente retrógada para ser contra as ligações homossexuais. Aceito. São opções de cada um, é um problema de liberdade individual, sobre a qual não me pronuncio".

"Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente".

"Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, tem determinado tipo de regalias e de medidas fiscais no sentido de promover a família".

"Chame-lhe o que quiser, não lhe chame é o mesmo nome. Uma coisa é o casamento, outra é outra coisa qualquer",» [3-07-2008]

Sobre a democracia:

«Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia. Mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia» [Portugal Diário 18-11-2008]

JUMENTO DO DIA

Sarsfield Cabral

De um economista espera-se rigor nas análises, é a isso que Sarsfield Cabral tem feito nos seus artigos publicados no Público. Mas parece que sem o afirmar expressamente Sarsfield Cabral entrou na luta eleitoral de forma subliminar, de onde se conclui que Ferreira Leite é quem fala verdade e como se isso não bastasse cria um cenário da sua iniciativa para mais facilmente atacar o PS.

Só que Ferreira Leite sabe tão bem quanto todos os portugueses de que Manuela Ferreira Leite nunca teve o hábito de falar verdade. Se gosta assim tanto de Ferreira Leite que diga objectivamente a sua preferência, mas quando fala de economia deve ser mais rigoroso e recordar que foi este governo que controlou as contas públicas, além disso tornou as contas transparentes, algo que não sucedeu com Ferreira Leite que mentiu quanto ao défice.

Se Sarsfield Cabral confia tanto na política de verdade de Ferreira Leite que nos conte o que sabe, por exemplo, sobre o negócio ruinoso da venda das dívidas fiscais.

AVES DE LISBOA

Juvenil de galinha-d'água [Gallinula chloropus]
Local: Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

FLORES DE LISBOA

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

PERCEPÇÕES E REALIDADES

«E, todavia, António Barreto saudou o SNS, nos seus trinta anos, como a jóia da coroa da democracia portuguesa. Com toda a razão, se olharmos à saúde da mãe e da criança, à redução dos acidentes de trânsito e de trabalho, à redução das taxas de letalidade no enfarto e nos acidentes vasculares e até ao prolongamento da vida dos doentes com cancro. O estudo que Villaverde Cabral apresentou, há dias, sobre a percepção dos cidadãos acerca do SNS não só confirmou a melhoria de opinião dos frequentadores do SNS sobre os serviços e a sua qualidade, muito diversa nos que não o utilizam, como trouxe a agradável surpresa de cada vez maior consciência sobre a saúde e a necessidade de a defender e promover, apesar da menor tolerância ao desconforto da espera em cirurgia e especialidades. Aqueles que descriam das reformas dos últimos quatro anos, apodando-as de neoliberais, verem a contenção em 11% do número de seguros de saúde, o aumento do número de utilizadores do serviço público de 85 para 90% e a redução em sete pontos percentuais do número de cidadãos sem médico de família, não deixará de ser uma surpresa feita de preconceitos contra reformas necessárias e realizadas. Por exemplo, nos cuidados primários, incluindo a luta anti-tabágica e a boa execução da lei da IVG reduzindo o aborto clandestino, nos cuidados continuados, no cheque-dentista, na cirurgia do ambulatório, na redução de listas de espera, na criação de verdadeiras urgências, na gestão eficiente e rigorosa dos hospitais, na acessibilidade ao medicamento, em preço e local.» [Diário Económico]

Parecer:

Por Correia de Campos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TENTAÇÕES ELEITORALISTAS

«Nas eleições legislativas de 2002 e 2005 os portugueses foram enganados. Prometeram-lhes que os impostos iam baixar ou não subiriam - e os impostos aumentaram. Já então me parecia que as promessas de facilidades não iriam trazer muitos votos e que uma política de verdade não apenas daria mais legitimidade a quem viesse a governar, como seria eleitoralmente compensadora, porque os portugueses não são tolos. Não o posso provar, até porque quem iludiu ganhou as eleições. Mas agora, depois de ter caído a confiança dos eleitores nos políticos por causa desses enganos, é difícil esperar que os votantes sejam tão distraídos que visões cor-de-rosa rendam nas urnas.

No entanto, as tentações para dourar a pílula persistem. É patente a tendência do PS, que se deverá acentuar até 27 de Setembro, para prever a iminente recuperação económica. As coisas vão muito em breve melhorar - dirão os socialistas ao mais pequeno indicador económico menos desastroso. » [Público assinantes]

Parecer:

Sarsfield Cabral ataca o PS com base na suas próprias suposições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Sarsfield Cabral que afirme de forma objectiva o seu apoio a Manuela Ferreira Leite em vez d criar cenários para fazer o frete de atacar o PS.»

CAVACO QUER AQUILO QUE NÃO CONSEGUIU

«"Apesar dos esforços dos governos, Portugal enfrenta há vários anos um problema grave nas suas finanças públicas, cuja responsabilidade se encontra mais do lado da despesa do que da receita. A sua resolução deve ser partilhada pelo conjunto das entidades responsáveis pela aprovação, execução e controlo da despesa", afirmou.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Esta afirmação parece pretender desvalorizar o trabalho de Sócrates neste capítulo, algo que Cavaco nunca conseguiu enquanto foi primeiro-ministro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faz o que eu digo, não faças o que eu faço.»

PORTAS PROMETE CAMPANHA LOW COST

«"A campanha do CDS vai ser low-cost", disse Portas, que falava aos jornalistas à margem de uma acção de campanha na feira de Espinho.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Será que quem quiser mudar a água às azeitonas a meio de um comício vai ter de pagar?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Paulo Portas.»

FERREIRA LEITE VAI AO BEIJA-MÃO DA MADEIRA

«Manuela Ferreira Leite participa este ano, pela primeira vez, na festa anual do PSD-Madeira, marcada para o próximo dia 26, no Chão da Lagoa, e que será hoje apresentada no Funchal. Em 2008, e apesar de já eleita presidente do PSD, a líder nacional do partido minimizou o facto de não ter sido convidada, chegando mesmo a manifestar-se contra aquilo a chamou de "política folclórica".» [Público assinantes]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Ferreira Leite que beba umas ponchas.»

LINDA CARLSON

SOLETERRE


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