terça-feira, junho 22, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Pernilongo [Himantopus himantopus] no Sapal de
Castro Marim e Vila Real de Santo António

IMAGEM DO DIA

[EFE]

«El delantero portugués Cristiano Ronaldo controla el balón con el cuello antes de marcar el 6-0 durante el partido Portugal-Corea del Norte. Se trata del primer gol del delantero luso en el Mundial de Sudáfrica.» [El Pais]

JUMENTO DO DIA

Pedro Passos Coelho

Começa a parecer que Pedro Passos Coelho não tem nem projecto político nem ideias próprias, para umas coisas repete o que Ângelo Correia diz, em matéria económica repete o que ouviu a Nogueira Leite e parece que em matéria de Constituição ainda nos arriscamos a ouvir o líder do PSD confundir Presidência da República com Casa Real.

Sócrates socorreu-se de estudos universitários para promover uma revolução que em muitos aspectos revelou-se desligada da realidade, foi o caso de reformas como a da Administração Pública. Pedro Passos Coelho segue-lhe as pisadas e socorre-se de personalidades para dizer coisas bonitas em relação a diversos dossiers. O problema é que estas personalidades não perguntam a Passos Coelho o que convém dizer, mandam-no dizer o que lhes ocorre.

A HOMENAGEM DO GRUPO PARLAMENTAR DO PSD A JOSÉ SARAMAGO


Via Carlos Esperança, JS de Lousada e Câmara Corporativa

Enfim, a falta de princípios do grupo parlamentar do manuel-cavaquismo senil.

TESTEMUNHOS PARA MEMÓRIA FUTURA

OS MAFIOSOS TAMBÉM USAM COLARINHO BRANCO

«A s 70 toneladas de heroína afegã que entram na Rússia todos os anos matam 30 a 40 mil jovens. É o dobro do número de baixas soviéticas em dez anos de Guerra no Afeganistão. Mesmo um país poderoso como a Rússia, com fama de ter um Estado forte, surge assim impotente perante a criminalidade organizada internacional, que faz do tráfico de droga o grande negócio. Os lucros da heroína garantem 55 mil milhões de dólares por ano. Os da cocaína, oriunda sobretudo da Colômbia, valem ainda mais: 72 mil milhões. A denúncia é feita pela ONU, que teme que as máfias ponham em causa a soberania dos países.

Se a Rússia se mostra frágil, que dizer do México ou da Guiné-Bissau, duas nações onde os narcotraficantes exibem os seus músculos ? No país latino-americano, as execuções ligadas às lutas entre clãs fizeram já 23 mil mortos em três anos e as fotos da extrema violência enchem as páginas dos jornais. Há cinco dias, o Presidente Felipe Calderón apelou mesmo à população para ajudar o Estado a derrotar o mundo criminoso, e as forças armadas actuam ao lado da polícia no combate ao narcotráfico. No caso da antiga colónia portuguesa, é permanente a suspeita de que os narcotraficantes colombianos estão por trás dos sucessivos golpes militares e que a corrupção se tornou generalizada nessa plataforma africana para o envio de cocaína para a Europa. País que ganhou projecção mundial pela luta contra o colonialismo português, a Guiné-Bissau arrisca tornar-se um Estado falhado.» [DN]

Parecer:

Por Leonídeo Paulo Ferreira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

REVOLTA NO VESTIÁRIO

«A França é conhecida pelas suas revoluções (a de 1789, a Comuna de Paris...) - violência com ideais. Mas o que se passa com a França do futebol é de outra família de tumultos: as jacqueries. Camponeses com chuços e sem ideia alguma senão o respeito perdido pelos amos. Acabaram sempre mal para os camponeses. Re- montam a tempos medievais, espalharam-se pelo continente e nós tivemos uma bem perto, a meados do séc. XIX, a Patuleia, minhotos de pata ao léu. A que acontece agora, francesa e moderna, calça chuteiras da patrocinadora oficial Nike. As jacqueries medievais chamaram-se assim por causa de um nome, "Jacques Bonhomme", que não era uma pessoa certa mas nome colectivo, como aquele "Joões" que Garrincha emprestava a qualquer defesa que o marcava. Há dias, Anelka fez de "Jacques" insultando o seu treinador Domenech, barão destituído de tudo. Ontem, Ribéry também fez de "Jacques", invadindo o estúdio da TF-1 onde se entrevistava Domenech. Foi lá, com a sua cara de servo da gleba, dizer que os futebolistas franceses estão zangados, e só. Ontem, ainda, tal como os camponeses da Picardia deitavam fogo às medas que eles próprios tinham ceifado, os futebolistas recusaram-se a treinar... As jacqueries antigas, explosões sem saída, tinham uma desculpa: a fome. O suicídio de futebolistas milionários é simplesmente tolo.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SARAMAGO E LOS "SIN PAPELES"

«Queremos unirnos al recuerdo emocionado de una persona tan lúcida y solidaria como fue José Saramago. En 1998 varias asociaciones que trabajamos por el reconocimiento y respeto de los derechos de las personas inmigrantes y contra el racismo institucional y social, y que por entonces lanzamos la campaña “Papeles para tod@s”, conociendo la forma de pensar de José Saramago, nos pusimos en contacto con él solicitando su apoyo para dicha campaña. Nos remitió un texto precioso titulado “Carta abierta a la solidaridad”, que queremos volver a compartir con todos. Decía, entre otras cosas: ..."La ley abusará de su poder siempre que se comporte como si la persona que tiene delante no existe. Negar un documento es, de alguna forma, negar el derecho a la vida. Ningún ser humano es humanamente ilegal... Ya hay demasiada humillación en el mundo, contra ella y a favor de la dignidad, papeles para todos, que ningún hombre o mujer sea excluido de la comunidad humana”. Gracias Saramago.

(*) Paloma Viro en nombre del Centro de Defensa y Estudio de los Derechos Humanos (CEDEHU).

Carta abierta a la solidaridad

“La identidad de una persona no es el nombre que tiene, el lugar donde nació, ni la fecha en que vino al mundo. La identidad de una persona consiste, simplemente, en SER, y el ser no puede ser negado. Presentar un papel que diga cómo nos llamamos y dónde y cuándo nacimos, es tanto una obligación legal como una necesidad social. Nadie, verdaderamente, puede decir quién es, pero todos tenemos derecho de poder decir QUIÉNES SOMOS PARA LOS OTROS. Para eso sirven los papeles de identidad.

Negarle a alguien el derecho de ser reconocido socialmente es lo mismo que retirarlo de la sociedad humana. Tener un papel para mostrar cuando nos pregunten quiénes somos es el menor de los derechos humanos (porque la identidad social es un derecho primario) aunque es también el más importante (porque las leyes exigen que de ese papel dependa la inserción del individuo en la sociedad).

La ley está para servir y no para ser servida. Si alguien pide que su identidad sea reconocida documentalmente, la ley no puede hacer otra cosa que no sea registrar ese hecho y ratificarlo.
La ley abusará de su poder siempre que se comporte como si la persona que tiene delante no existiese. Negar un documento es, de alguna forma, negar el derecho a la vida. Ningún ser humano es humanamente ilegal, y si, aun así, hay muchos que de hecho lo son y legalmente deberían serlo, esos son los que explotan, los que se sirven de sus semejantes para crecer en poder y en riqueza. Para los otros, para las víctimas de las persecuciones políticas o religiosas, para los acorralados por el hambre y la miseria, para quien todo le ha sido negado, negarles un papel que les identifique será la última de las humillaciones.

Ya hay demasiada humillación en el mundo, contra ella y a favor de la dignidad, papeles para todos, que ningún hombre o mujer sea excluido de la comunidad humana”.

José Saramago, 1998» [20 Minutos]

Parecer:

Por Paloma Viro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ANDA PACHECO!

«Marcelo elogiou a coragem de Pacheco Pereira na comissão de inquérito PT-TVI e lamentou que o PSD não tivesse votado ao lado do deputado. Criticou também Pedro Passos Coelho.» [CM]

Parecer:

Começam-se a ouvir algumas vozes cavaquistas a atacar Pedro Passos Coelho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao líder do PSD que aprenda a dançar o tango, vai precisar.»

PORTUGUESES CONFIAM MAIS NO CARTEIRO DO QUE NO JUIZ

«Os bombeiros, professores e carteiros são as profissões em que os portugueses mais confiam, ficando no extremo oposto dos políticos, advogados e banqueiros. Também mal posicionados no Índice de Confiança Nacional surgem os juízes, recolhendo a confiança de 50% dos inquiridos e registando a maior descida do ano.

Os dados resultam do inquérito a 18 800 pessoas feito em 15 países europeus, EUA, Brasil, Colômbia e Índia pela GfK Custom Research - empresa de estudos de mercado - e onde foram avaliadas 20 funções. Tal como em Portugal, os bombeiros - pelo terceiro ano consecutivo - e professores são as profissões com maior confiança, 94 e 84% respectivamente.» [DN]

Parecer:

Eu também.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a troca dos carteiros com os juízes mesmo que haja o risco de se começar a perder a correspondência.»

MAIS UMA REVOLTA DOS PROFESSORES

«Até um milhar de directores de escolas e adjuntos - a esmagadora maioria em funções há menos de um ano - arriscam perder os seus postos com a fusão de agrupamentos que o Governo quer promover. Ameaçados estão também muitos professores e funcionários, sobretudo os que têm vínculos precários. E até as autarquias temem ver desperdiçada parte do investimento feito nos últimos anos na requalificação das escolas.

A reforma consta da Resolução 44/2010, do Conselho de Ministros, a mesma que decretou o fecho das escolas primárias com menos de 21 alunos. E está a gerar enorme preocupação a todos os parceiros, que dizem não entender a pressa do Governo e o facto de não terem sido ouvidos no processo.» [DN]

Parecer:

Com tanto lugar de director em causa é de esperar uma forte oposição dos sindicatos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

UM PARTIDO SEM NORTE

«O PSD está a discutir uma alteração à Constituição que, a ser aprovada, permitiria que Portugal se tornasse uma monarquia. A proposta de alteração da alínea b do artigo 288 da Constituição Portuguesa, que impõe a forma republicana de governo, já foi posta a discussão na comissão de revisão constitucional do PSD, sabe o i.

A iniciativa passa por substituir o artigo constitucional que limita a natureza do regime português a uma republica por um outro que apenas imponha uma natureza democrática de governo. Com esta alteração, passaria a poder existir em Portugal qualquer regime político, desde que seja democrático.A iniciativa está, à partida, condenada à falta de unanimidade. "Sou contra", diz Bacelar Gouveia. O constitucionalista e membro da comissão defende que "esta não é uma questão de primeira linha e que não foi por isto que foi criada a comissão e, como tal, não se deve criar polémica sobre o tema". Mas admite que "a alteração do artigo já foi pedida, o que levantou algumas discordâncias". » [i]

Parecer:

Aceita-se que Pedro Passos Coelho tenha escolhido um monárquico para preparar um projecto de revisão constitucional, é ridículo que permita que o monárquico ponha as suas opiniões à frente e proponha a eliminação da República na Constituição. Por este andar ainda propõe D. Duarte para rei e Passos Coelho nem dá por isso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

VALDIS K