segunda-feira, julho 16, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Balneário Público, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Moinho de marés, Montijo [A. Cabral]   
A mentira do dia d'O Jumento
 
Concluída a licenciatura a muito custo, fruto de muito suor e de conhecimento prático adquirido no desempenho das mais elevadas funções, o ilustre dr. Relvas prepara já o seu curriculo para solicitar à Lusófona o upgrade do seu grau académico para mestre em Ciência Política. Para que passe a ser tratado por Mestre Relvas o braço direito de Pedro Passos Coelho só aguarda que a auditoria mandada fazer pelo seu colega Couto conclua que a sua licenciatura é um modelo de virtudes universitárias para toda a academia portuguesa, até se inspirou no últimos dirigentes da JSD para escolher a tese: "A imbecilidade histórica dos líderes da JSD".

  
  
  
   

Jumento do dia
Duarte Marques, líder pirralho do PSD
 
A intervenção de Duarte Marques sobre a falsa licenciatura do seu ministro demonstra que a debilidade mental continuará a líder o PSD por muitos e bons anos, estando assegurada a sucessão deste par maravilha formado por Miguel Relvas e Passos Coelho. O pirralho veio a público para manifestar a sua confiança em Miguel Relvas e acusar Mariano Gago da responsabilidade de o seu amigalhaço ter um canudo que não passaria nos controlos de qualidade de uma fábrica de papel higiénico.

Não, o país não está louco, o rapaz elogia Relva e acusa o ex-ministro das universidades por ter criado uma lei que permite a oportunistas candidatarem-se a doutores e a conseguirem-nos se à frente das universidades estiverem oportunistas. Relvas é um cidadão exemplar, os rapazes da Lusófona são académicos brilhantes, o bandalho é o Mariano Gago. E os portugueses são todos estúpidos, todos menos o brilhante Duarte Marques.

«O líder nacional da JSD, Duarte Marques, desafiou hoje, nos Açores, o antigo ministro socialista Mariano Gago a pronunciar-se sobre a lei das equivalências que criou, reafirmando "total confiança" no ministro Miguel Relvas.» [DN]
 

  
 às tantas
   
«No discurso sobre o estado da nação, o primeiro-ministro propôs ao PS que ajudasse o Governo a elaborar o Orçamento do Estado para 2013 e que os socialistas participassem nas reuniões, em que se fará a quinta revisão do memorando de entendimento, com a troika. Houve quem visse nestes convites uma proposta pública de entendimento com vista à formação de uma coligação.
  
À primeira vista poderia parecer que quem assim o entendeu estaria a cometer um exagero interpretativo. Para que diabo um Governo com maioria absoluta, que passa a vida a dizer que será inflexível no rumo escolhido, que tem tido no Partido Socialista uma espécie de silencioso parceiro de coligação, havia de convidar os socialistas para elaborar o mais importante instrumento político, a peça onde se reflectem as opções políticas, ideológicas e o caminho que se defende para o País? São, de facto, perguntas sem uma resposta evidente. O que leva a que a interpretação de que houve mesmo um convite não seja assim tão exagerada.
  
Há vários elementos que ajudam a dar razão a quem pensa que, às tantas, Passos Coelho está mesmo interessado em fazer uma coligação com os socialistas.
  
Em busca da legitimação perdida, seria o mote dessa coligação. É que não restem dúvidas: cumprir a meta de 4,5% de défice é absolutamente vital para o Governo.
  
Não será fácil explicar aos portugueses que todos os sacrifícios foram em vão. Que tiveram de suportar uma brutal subida de impostos, que muitos ficaram sem emprego, que milhares de empresas faliram, que, em resumo, o País ficou pior para rigorosamente nada. O discurso político do Governo resume-se ao controlo do défice, se não o consegue controlar não lhe resta discurso nenhum, terá de criar outro, e, nesse caso, qualquer coisa teria de mudar ou ser acrescentada. Não, uma remodelação governamental não chegará para mudar a mais que certa sensação de engano que os portugueses sentirão.
  
Não é preciso ter uma bola de cristal para saber que o orçamento para 2013 não será propriamente fácil de apresentar, e muito menos de executar. Se, este ano, com toda a austeridade, tudo indica que o défice chegue perto dos 6% (logo vemos, logo vemos), o que terá de ser feito para atingir, como consta do memorando de entendimento, 3%... não augura nada de agradável - o aumento brutal da carga fiscal é inevitável, com as consequências já conhecidas, e a degradação da saúde e educação públicas é mais que certa. Mesmo que a troika envie mais dinheiro, mesmo que aceite um valor de défice mais alto, nada aponta para que, na essência, a receita seja mudada e que os níveis de austeridade diminuam, bem pelo contrário. Agora, imagine-se o tipo de reacção dos portugueses quando lhes for dito que apesar de não termos atingido os objectivos, da receita se ter revelado errada, ainda se vão pedir mais sacrifícios e se vai reforçar a dose de austeridade.
  
Pois é, Passos Coelho é capaz de estar mesmo a pensar numa coligação. E, verdade seja dita, António José Seguro tem dado sinais de não ser completamente avesso à ideia. Para já, não a descartou imediatamente no debate. Vale a pena lembrar que Seguro não se opôs às principais medidas governamentais, mesmo as que não constam no acordo com a troika; a alternativa que tem apresentado é conhecida: mais um ano - até deputados do PSD já sugeriram dois. No fundo, o que parece distinguir Passos de Seguro é a dose, não a receita. Nada mais fácil de acomodar.
Não será preciso, também, lembrar o agrado com que o Presidente da República encararia uma solução destas, particularmente se lhe fosse permitido sugerir meia dúzia de pessoas. Cavaco Silva seria o primeiro a apelar à responsabilidade de Seguro para que num momento particularmente difícil esquecesse as suas ambições em prol do País. Todos sabemos a sensibilidade do secretário-geral para o tema responsabilidade.
  
Vamos chegar a Outubro, altura da apresentação do orçamento mais exigente da história da democracia portuguesa, com um primeiro-ministro fragilizado por não ter cumprido as metas a que se propôs, um líder de oposição fragilizado por não ter conseguido construir uma alternativa e um Presidente fragilizado pelos disparates conhecidos e com a mais baixa taxa de popularidade desde o 25 de Abril. Tanta fragilidade faz temer o pior.
  
Não consigo imaginar uma solução politicamente pior para o País que uma coligação PSD/PS, mas que é mais provável do que parece ninguém tenha dúvidas.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.
   
 As equivalências
   
«A JSD desafiou ontem o antigo ministro Mariano Gago a pronunciar-se sobre a lei das equivalências que ele criou. Isto é, há um escândalo e a JSD vai ao âmago: "O problema não será da lei?..." De facto, se certas leis não existissem não haveria escândalos por abusos a essas leis. Se não houvesse normas sobre empréstimos bancários, não haveria empréstimos bancários e não haveria escândalo BPN e os milhões para amigos. Será que é de desafiar Thomas Hobbes a pronunciar-se, já que algumas das normas dos empréstimos bancários foram beber ao que ele escreveu sobre o contrato social? Hobbes morreu em 1679, talvez não possa responder, mas Gago pode. E como acho que ele tem razão e a sua lei, também, permito-me dar--lhe um argumento: Marco Chagas. Chagas é o melhor comentador da televisão portuguesa - e nisso incluo todas as modalidades (do futebol à política, passando pelo ciclismo, que é sobre o que ele fala). Ora a televisão é uma cátedra, que deveria estar reservada só a quem tivesse feito cadeiras sobre teorias da comunicação. Porém, Chagas passou diretamente do selim para o microfone, sem ler Saussure, porque lhe reconheceram equivalências por ter ganho quatro Voltas a Portugal. Ainda bem, porque ontem, dez minutos antes de elas acontecerem, Chagas explicou-me na RTP, sobre o Tour, as estranhas manobras do pelotão para os ciclistas se resguardarem do vento. Estão a ver? A lei das equivalências espalha o saber.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
     
  
     
 Quem é António Borges para criticar o TC
   
«Em entrevista ao jornal Público, o economista e consultor do governo para as privatizações, renegociação das PPP e reestruturação da banca, deixa críticas à decisão do Tribunal Constitucional (TC), que declarou a inconstitucionalidade dos cortes dos subsídios aos funcionários do sector público e aposentados. Para António Borges trata-se de uma decisão que "terá consequências económicas de uma gravidade extrema", em particular, "para a margem de manobra com que este governo, ou outro, ficará para no futuro fazer certas correcções". "E podemos interrogar-nos se é o que mais interessa ao país", acrescenta.» [DE]
   
Parecer:
 
Mais valia que este senhor se deixasse de meter na política enquanto ocupa cargos governamentais em acumulação com administrações de empresas. O rapaz está convencido de que é uma vedeta e que as suas opiniões têm mais peso do que as do Miguel Relvas, está enganado, depois das saídas da Goldman Sachs e do FMI a sua credibilidade vale tanto como se o seu diploma fosse da Lusófona.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
      
 António Borges anda muito agitado
   
«O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho tem sido uma boa surpresa para António Borges, que se diz “surpreendido com a qualidade com que tem sabido governar”, pelo que “ultrapassou as minhas expectativas e mostra que muitas das críticas que lhe fiz estavam desajustadas”.» [Público]
   
Parecer:
 
O homem está convencido que os portugueses acreditam nele e só de o ouvirem até se esquecem das trapalhadas do Relvas, das baboseiras do Portas, das idiotice do Coelho e da incompetência compulsiva do Gaspar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»