segunda-feira, maio 22, 2017

Propaganda

Desde que a direita perdeu o poder que CDS e PSD ensaiam estratégias sucessivas para inverterem uma situação que lhes é cada vez mais adversa. Começaram por não reconhecer legitimidade política ao governo, tentaram encontrar ajuda externa para inviabilizar o governo de Costa, fizeram tudo para que a EU condenasse as mudanças de política orçamental, previram um segundo resgate sob a forma de diabo.

Quando perceberam que o diabo não estava para cá virado começaram a ensaiar novas estratégias políticas, caíram no ridículo quando se juntaram ao PCP e ao BE na questão da TSU, perdendo mesmo a confiança das associações patronais. A seguir sentiram-se asfixiados e a Assunção cristas foi mesmo a Belém queixar-se de que estava com falta de ar. De dois em dois meses testam uma nova estratégia, agora dizem que é tudo propaganda.

Portugal vai sair do procedimento dos défices excessivos e o governo, bem como o partido que o integram ou os partidos que o apoiam quase nem se têm referido a essa questão. Compare-se a descrição com que o tema tem sido tratado com o espetáculo proporcionado pela famosa caca da saída limpa, durante meses os portugueses foram ameaçados com austeridade para que a 7.ª avaliação viabilizasse a “saída limpa”, O foragido Paulo Portas até instalou o famoso relógio na sede do CDS e quando a Troika fez a 7.ª avaliação Cavaco agradeceu à NS de Fátima.

Este governo tem vindo a substituir dívida ao FMI, que paga juros elevados, com direito conseguido no mercado financeiro com juros mais baixos, o assunto é tratado como um ato de gestão corrente e pouco se diz. Compare-se com o que fez Maria Luís Albuquerque que montou uma mentira para fazer propaganda, declarando aos quatros ventos que Portugal já tinha pago ao FMI, passando a mentira de que o país estava a pagar a sua dívida externa. 

Poderiam ser dados muitos exemplos de como o governo anterior usou estratégias de propaganda ora para ameaçar os portugueses, ora para inventar sucessos, ou para fazer promessas desonestas, como sucedeu com a famosa promessa do reembolso da sobretaxa. Isso sim era propaganda digna de aprendizes de Goebels.

Chamar propaganda à divulgação oficial de resultados, de indicadores ou de dados estatísticos roça o ridículo e mostra o estado de desorientação a que Passos e os seus chegaram. Como é que podem acusar o governo de propaganda se a divulgação da maioria dos indicadores e dos factos económicos tem cabido a Marques Mendes?