FOTO JUMENTO
Igreja de São Domingos de Lisboa
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Igreja da Memória, Lisboa (fotografia de A.C.)
IMAGEM DO DIA
[Peter Kneffel/European Pressphoto Agency]
«LOST SHOE: A shoe lay on the track after Swiss bobsledder Beat Hefti crashed during training at the Vancouver 2010 Winter Olympics in Whistler, British Columbia, Wednesday.» [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Paulo Rangel, candidato a desgraçar o PSD
Rangel descobriu a solução para o ensino e para o atraso económico do país, formação profissional aos 12 anos. Isso significa que quer concorrer com a mão-de-obra infantil asiática e daqui a uns tempos teremos jovens com diplomas de engraxador, senão mesmo de prostituta infantil, devidamente emitidos por uma escola pública.
«Paulo Rangel recebe o i numa sala do Hotel Tivoli, na avenida da Liberdade. Ainda não tem pronta a sede da campanha, que deve abrir em breve nas redondezas. Tem passado os últimos dias ao telemóvel com os presidentes de distritais, presidentes de câmara, à procura de apoios no aparelho do PSD, um mundo que é mais distante ao candidato da"ruptura". Para romper não lhe faltam propostas. E polémicas.
Aos 10 anos no ensino profissional?
Não aos 10 anos, mas aos 12, 13, 14 as crianças podem estar a aprender uma profissão. O que é que é preferível? É termos uma pessoa com 17 anos no 9º ano ou a fazer o 9º ano pela quarta vez ou uma que até aprendeu umas coisas de uma língua estrangeira, de história, de matemática, de português e que sabe ser um bom electricista aos 16 ou 17 anos? Ou um bom canalizador? O que é que é preferível do ponto de vista social? O que é que vai trazer maior mobilidade social? O que é que é melhor como valor colectivo? Esta é a questão que nós temos que abrir. Nós temos que romper um pouco estes tabus. Além de que vamos ter de aceitar alguma selectividade na escola.» [i]
AVISO
Todos os que apoiaram, apoiam ou venham a apoiar Sócrates ou o PS serão suspeitos e poderão ser investigados pelo MP para verificar se receberam algum.
Todos os que foram eleitos deputados pelas listas do PS são igualmente suspeitos.
Serão igualmente suspeitos todos os que fizeram qualquer contrato, foram nomeados para qualquer cargo público ou desempenharam qualquer cargo nomeado pelo governo.
Em nome da democracia, da liberdade de expressão, são todos suspeitos e eventualmente investigados por magistrados, puros, independentes, impolutos e defensores da democracia.
A vingança e perseguição já começaram e nem sequer perguntaram aos portugueses se queriam mudar de governo
A CANDIDATURA DE FERNANDO NOBRE DIVIDE A ESQUERDA
Esta acusação parte de dois falsos pressupostos, o de que a esquerda estava unida e o de que Manuel Alegre conseguiria unir a esquerda.
A verdade é que a actuação de Manuel Alegre e Francisco Louçã durante os últimos quatro anos não visaram unir qualquer esquerda, mas sim dividir e destruir o PS e marginalizar o PCP, em nome da unidade de esquerda a candidatura de Manuel Alegre nunca conseguirá unir uma esquerda que não só está dividia, como parte dela está aliada à direita. É ridículo falar de esquerda nas presidenciais e ao mesmo tempo tudo fazer para levar a direita ao poder.
APOSTO
Aposto que uma das consequências da candidatura de Fernando Nobre será a aproximação do BE ao PS no parlamento, numa tentativa de simular uma unidade de esquerda e salvar a candidatura de Manuel Alegre. Para o BE os fins justificam os meios.
UMA IMPRESSÃO
Tenho a impressão de que Portugal se está a transformar numa imensa máquina de lavar com jornalistas, políticos e magistrados armados em empregados da '5 à Sec'.
ESTRANHO
Na sua intervenção no parlamento José Manuel Fernandes, ex-director do 'Público', não fez qualquer referência às relações entre o jornal e o dono. É uma pena, assim ficaríamos a perceber porque razão o Público' teve uma mudança radical de posição e começou a atacar violentamente Sócrates e o seu governo a partir do momento em que a CGD não colaborou com Belmiro de Azevedo na sua tentativa falhada de comprar a PT ao preço da uva mijona.
Coincidência ou talvez não a PT que está debaixo de fogo com o processo Face Oculta.
UMA SUGESTÃO AO PARLAMENTO
Já que se está a falar da liberdade de expressão em Portugal e porque, pelo menos por enquanto, este país ainda abrange a Madeira faria sentido não deixar de fora aquela região autónoma e chamar ao parlamento os jornalistas e directores dos jornais a que o Alberto João se refere por "ingleses", colonialistas e outros adjectivos do género. até acho que o PSD deveria dar mostras de isenção e tomar a iniciativa de os chamar.
UM GOLO À FALSA FÉ
Seria esta a expressão aplicável á forma como o FCP marcou o segundo golo ao Arsenal, quando os jogadores marcaram o livre o árbitro estava a impedir a acção dos jogadores da equipa inglesa e o próprio guarda-redes estava de costas. Engane-se quem pensa que no desporto ainda há regras, tudo vale incluindo a falta de ética para vencer o adversário, não sou adepto do FCP mas se fosse não teria festejado o golo da mesma forma que não festejei o último golo do Benfica contra. o União de Leiria, este último bem mais aceitável pois foi o treinador que forçou a manutenção na baliza do guardares, apesar deste estar incapacitado.
TRINTA DINHEIROS
Longe vão os tempos em que o sábado da Semana Santa era o Dia do Judeu que se celebrava queimando bonecos lembrando a traição de Judas Iscariotes, nesse tempo Roma não pagava a traidores o que não sucede nos tempos que correm, os traidores têm honra de telejornal e sobe sobe no 'Público'.
O mais ridículo de tudo isto é que a única prova que esta personagem são endereços de mail que lhe permitem exibir toda a sua tacanhez dizendo que foi usado software e mails do Estado para concluir que foi gasto dinheiro dos contribuintes. Para isso conta com os mails que trocou com gente que não o conhecendo confiou nele, para não falar dos seus próprios amigos pessoais. Curiosamente os seus mails foram enviados a partir da Universidade Católica, mas isso é coisa que ele se esquece nas entrevistas.
VALE TUDO
«O circo voltou a sair à rua. É certo que não tem o brilho de outros tempos. Os malabaristas estão com reumático e os palhaços perderam toda a graça, mas mesmo assim conseguem fazer muita algazarra. Para já ocuparam os media, o parlamento e a nossa paciência. Anda por aí muita gente de megafone a gritar infâmias, cada qual procurando lançar o maior vitupério. Repetem-se números e piruetas. A sensação de déjà vu impera.
Contudo têm razão nalgumas coisas. Há de facto pouca liberdade de expressão no nosso país. Só tem a palavra quem diz mal de Sócrates. Só tem direito de antena quem ofende o primeiro-ministro. Há de facto medo na sociedade portuguesa. Os que apoiam o Governo correm riscos e enfrentam muitos perigos. Hoje destrói-se uma vida por pouco.
Veja-se o desfilar de convidados que, de hora a hora, passam pelas televisões. O contraditório é inexistente. São poucos os que emitem uma opinião contrária. Aqueles que tentam introduzir alguma racionalidade no debate são imediatamente injuriados e muitos, por cobardia, colocam-se logo à defesa. Ao invés, dizer mal de Sócrates e do Governo é garantir um lugar sentado no telejornal. E, quanto pior se disser, mais são as hipóteses de regressar.
A liberdade de expressão está hoje condicionada à estratégia de desgaste do primeiro-ministro. Quem não participa é ostracizado. Por isso são muitos os aderentes. À direita obviamente, e também na extrema-esquerda como se sabe. Até no PS, onde não faltam oportunistas à espreita.
Incapaz de derrubar Sócrates por via democrática, a oposição tem usado todos os meios, lícitos e ilícitos, para o tentar fragilizar e amesquinhar. Nunca se viu uma campanha tão suja ser tão bem orquestrada. Nunca se viu tanta gente séria ficar calada e tanto desavergonhado tentar a sua sorte. Basta pensar como alguns dos grandes censores são agora indignados defensores da liberdade de expressão. É no mínimo caricato ver o PC e o Bloco defenderem a liberdade de expressão, quando sempre tudo fizeram e fazem para calar a mínima dissidência. Ou ver o PSD indignar-se, quando ainda há pouco os seus ministros alinhavam os telejornais.
E que dizer de um tipo de jornalismo que tem proliferado? A promiscuidade entre oposição partidária e alguns jornalistas é hoje mais do que evidente. A politização da informação é uma realidade. Muitas notícias resumem-se a meros ataques políticos e pessoais. A insinuação, a meia-verdade e a mentira descarada abundam. A promiscuidade entre alguns jornalistas e elementos das polícias e da justiça é também mais do que evidente. Quando a matéria que está em segredo de justiça aparece sistematicamente nos jornais é porque existem correias de transmissão. Os papéis não voam das gavetas. São entregues em mão e muito criteriosamente. Há também uma forte promiscuidade entre estas campanhas políticas e os interesses privados. Afinal quem é que inviabiliza negócios, exige demissões de administradores escolhidos pelos acionistas, tenta denegrir gestores?
Mas tudo isto tem uma consequência que excede o ódio a Sócrates. Com Portugal mergulhado numa grave crise económica seria de esperar que as principais forças políticas e sociais ajudassem a criar estímulo, energia e pensar positivo. Mas não. Esta gente não olha a meios e não se preocupa, de facto, com a situação do País. Veja-se como o burlesco Paulo Rangel, numa altura em que transmitir sinais de estabilidade é decisivo, se presta a denegrir a nossa imagem, afirmando em Bruxelas que não vivemos num Estado de Direito. Declarações destas são muito prejudiciais para Portugal, mas são também bastante malvistas na Europa. Trata-se de uma linguagem habitual na extrema-direita, imprópria para o grupo do Partido Popular Europeu a que o PSD pertence.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Por Leonel Moura.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
DA MENTIRA COMO OBRA DE ARTE
«Na revista Le Point, o filósofo Bernard-Henri Lévy apresentou-se de baraço ao pescoço. O que é estranho, pois Lévy é tão conhecido pelas ideias como pelos seus magníficos colarinhos. De que pedia desculpa? De ter citado várias vezes Jean-Baptiste Botul no seu recente livro De la guerre en philosophie. Não que tenha, agora, encontrado divergências com a obra de Botul, mas porque - diz-nos o embaraçado Lévy, que acabara de o saber - Botul não existe. Em 1995, criou-se a Associação dos Amigos de Jean-Baptiste Botul (1896-1947), escritor inventado, adepto da tradição oral (só dava conferências). Botul, de vida tão mais admirável (foi amante da Beauvoir, companheiro de Zapata e confidente de Malraux) quanto sai toda da imaginação dos seus "amigos". Publicaram-se livros de Botul, compilados das falsas conferências, como esse A Vida Sexual de Emmanuel Kant, que Lévy citou como bom. Por outro lado, ontem foi o jantar anual, em Londres, da Crabtree Foundation. Joseph Crabtree (1754-1854), poeta extraordinário, só viveu o que dele se diz. É outra invenção de "amigos" (400, entre os quais Seixas da Costa, o nosso embaixador em Paris). Suspeito de que nós tenhamos fundado, há uns tempos, a Associação dos Amigos de Portugal. Mas se é tudo inventado por que não o fazemos, ao menos, admirável?» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
CAI LAMA NA VENTOINHA
«À hora a que escrevo, o total de nomes incluídos na lista dos que irão ser ouvidos pela Comissão de Ética da Assembleia da República já soma 55 personalidades da área da Comunicação Social. Há nomes de jornalistas que são conhecidos por terem denunciado as pressões deste Governo em geral - e de José Sócrates em particular - sobre jornais e televisões, bem como das tentativas do Executivo, através da PT, de vir a controlar um ou vários grupos de media. É também neste âmbito que serão ouvidos alguns patrões da Comunicação Social, tal como Francisco Pinto Balsemão ou Paulo Azevedo.
Mas a grande novidade pós-Carnaval é que foram agora adicionados à lista nomes de jornalistas do "Público", nomeadamente Luciano Alvarez e Tolentino Nóbrega. Estes jornalistas vêm testemunhar sobre alegadas tentativas por parte da Presidência da República de publicar notícias falsas acerca de um suposto plano do Governo para colocar escutas no Palácio de Belém. Também Fernando Lima, (ex?)-assessor da Presidência da República, no centro daquela polémica será chamado à Comissão de Ética da Assembleia da República.
A ser assim, a audição, que foi criada com o intuito de avaliar as alegadas interferências do Governo na comunicação social, está rapidamente a transformar-se num exercício mais vasto de análise sobre a relação entre poder político, poder económico e comunicação social. A estratégia de alargamento das audições do PS é correcta tanto de uma perspectiva institucional como histórica: Sócrates não é o primeiro chefe do Executivo a tentar influenciar a comunicação social, nem o único que o tenta fazer e que está em exercício de funções. Para se compreender o papel do primeiro-ministro nesta história, é melhor analisar o caso em perspectiva comparada, até para se perceber a magnitude do fenómeno em causa. Mas sendo correcta, é também uma estratégia extremamente arriscada, porque a lama vai cair na ventoinha, e nenhum grupo sairá ileso.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Por Marina Costa Lobo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NO REINO DAS APARÊNCIAS
«O que quer o propagandista não é controlar a realidade. A sua primeira ambição é outra: gerir a aparência. Não lhe interessa refutar factos e suspeitas desfavoráveis, mas manipular a forma como esses factos são lidos e interpretados pelo maior número de pessoas. É nessa contra-informação metódica que o propagandista cava a distância entre o que é e o que parece.
Por isso, o grande motor de toda a propaganda - política, económica ou cultural - residiu sempre na criação sofisticada de aparências. As aparências também assentam em opiniões. Mas essas opiniões são distorcidas, falsificadas, enviesadas. São opiniões falsas que pretendem gerar outras opiniões falsas. Nas sociedades de massas, as aparências circulam como produtos tóxicos. E o mais difícil nisto tudo é isolar e compreender a realidade.
No caso do plano com que alegadamente o Governo queria tomar conta da TVI - a que podemos chamar plano A, porque resta apurar se a operação não acabou por ser executada através de um plano B, com protagonistas diferentes -, é elucidativo ver o empenho com que todos os intervenientes no negócio falhado quiseram alimentar a ideia de que tudo seria na aparência algo diferente daquilo que de facto era. O Sol conta, por exemplo, que Zeinal Bava, obviamente para proteger a imagem da sua empresa, tudo fez para que a operação se fizesse sem que a PT "aparecesse"; o administrador Rui Pedro Soares mais o seu ajudante jurídico, Paulo Penedos, também parecem ter conduzido esforços para que o negócio fosse visto como uma "guerra entre empresas". » [Público]
Parecer:
è uma pena que Pedro Lomba faça de conta que não vê que o que está a passar é uma campanha de maior dimensão, comn recurso a meios mais ilegais e com mais recursos do que qualquer acção promovida por José Sócrates. Quando se fala em democracia temos de ser honestos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por falta de imparcialidade.»
O GOLPE "FACE OCULTA" FALHOU?
«É mais um dano colateral do processo Face Oculta que atinge o Partido Socialista. O Ministério Público e a Polícia Judiciária estão a investigar suspeitas de financiamento partidário, através da Portugal Telecom (PT) e de outras entidades públicas, na campanha para as últimas legislativas. Indícios colhidos durante as escutas telefónicas de que foi alvo Paulo Penedos, advogado do grupo do empresário Manuel Godinho e assessor jurídico da PT, originaram uma investigação a todos os apoios concedidos pela empresa nos meses que antecederam as eleições.
Ontem, no mesmo dia em que o ex-administrador Rui Pedro Soares anunciava a sua renúncia ao cargo (ver texto ao lado), a PT confirmava ter sido alvo de buscas na passada segunda-feira. E também ontem investigadores estiveram no Tagus Park, parque empresarial de que são accionistas a Câmara de Oeiras, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI, o BCP e também a Portugal Telecom, entre outros. E em que está sedeada uma empresa do futebolista Luís Figo, que terá recebido significativas verbas da PT (ver caixa na página ao lado). » [i]
Parecer:
Estas investigações só mostram que o golpe "Face Oculta" não atingiu os seus objectivos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que investiguem.»
FIGO TAMBÉM É SUSPEITO
«Luís Figo disse esta quinta-feira, em Lisboa, que se sente revoltado com o seu envolvimento no processo ‘Face Oculta’ – os investigadores suspeitam que o jogador negociou a sua participação na campanha eleitoral do PS a troco de pagamentos de elevadas quantias - , classificando a situação como “muito estranha”.
“O meu apoio ao primeiro-ministro foi pessoal e como cidadão”, afirmou o ex-futebolista, acrescentando que tem um contrato com o TagusPark tal como tem com outras empresas. “Têm de apresentar as provas do que dizem”, disse ainda Figo. Recorde-se que, tal como noticiou o CM, a PJ fez esta semana buscas na PT e no Taguspark, depois de terem apreendido um contrato que previa o recebimento por parte de Figo de 250 mil euros por ano, como contrapartida da participação do jogador na campanha de José Sócrates, com quem tomou um pequeno almoço na véspera das legislativas de 27 de Setembro. » [Correio da Manhã]
Parecer:
Todos os que se cruzaram com Sócrates são suspeitos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos senhores do KGB se os eleitores que votaram PS também vão ser constituídos arguidos.»
FERNANDO LIMA VAI AO PARLAMENTO
«Numa cena em dois actos, o Parlamento chamou ontem Fernando Lima à Comissão de Ética onde se debate já a "liberdade de expressão". A ideia começou por ser debatida pelo PS, mas acabou por ser o Bloco de Esquerda a fazer a proposta oficial. Colheu os votos do PS e PCP e os protestos à direita. Agora, a decisão cabe ao próprio Lima - que não é obrigado a comparecer (só o seria numa comissão de inquérito, que está adiada).
João Semedo, o deputado do BE a quem coube a proposta, admitiu ao DN que a proposta segue o alinhamento proposto pelos socialistas: "Fernando Lima é o terceiro vértice de um triângulo", que inclui os jornalistas do Público Luciano Alvarez e Tolentino da Nóbrega, nomes sugeridos pelo PS para serem ouvidos no Parlamento. Ou seja, "Fernando Lima era obviamente a audição que faltava na lista avançada pelo PS", diz João Semedo, para quem "só uma comissão de inquérito com a obrigatoriedade de todos os nomes chamados serem forçados a ir efectivamente à Assembleia é que garante um eficaz esclarecimento do caso". A proposta de se criar uma comissão de inquérito foi feita pelo BE. E aguarda sinal verde dos outros partidos para avançar» [Diário de Notícias]
Parecer:
Muito bem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Trate-se o cão com o pêlo do próprio cão.»
MARCELO QUER PACTO PSD-PS
«Marcelo Rebelo de Sousa desafiou hoje António Vitorino a que ambos, respectivamente como "senadores" do PSD e do PS, convençam os dois partidos a um "pacto de convergência política, económica e financeira".
"Tenho a certeza de que António Vitorino, um senador, um pai da pátria no PS e no país, com a minha modesta ajuda de senador no PSD, em conjunto, consigamos convencer as lideranças dos dois partidos, e sobretudo explicar à opinião pública portuguesa, a importância da convergência num momento em que em Portugal, como em Espanha, a clivagem é a tentação mais sedutora", afirmou em Madrid.» [Diário Económico]
Parecer:
Depois de o PSD ter recusado qualquer convergência isto não faz sentido.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recuse-se, se o PSD quiser governar que vá a votos colher o apoio dos eleitores.»
ESCUTAS DE FACE OCULTA SÃO UMA ARMADILHA POLÍTICA
«O PGR revelou ter consultado "vários magistrados" que corroboraram o seu entendimento de não existirem indícios de crime de atentado ao Estado de Direito nas escutas que envolvem Sócrates.
"O chamado caso das escutas, no processo Face Oculta, é neste momento meramente político. Pretende-se conseguir determinados fins políticos utilizando para tal processos judiciários e as instituições competentes. É velho o esquema. Como facilmente se constata na Procuradoria-Geral da República, poucos políticos relevantes escaparam a esta armadilha política", afirmou o magistrado numa entrevista à Revista Visão.» [Diário Económico]
Parecer:
Porque razão os jornais quase abafaram estas declarações de Pinto Monteiro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos tais jornalistas que andam preocupados com a liberdade de expressão.»
VENHAM MAIS PROCESSOS OCULTOS
«O PS assegura 32,4% das intenções de voto no barómetro mensal de Fevereiro, elaborado pela Aximage para o Negócios e o Correio da Manhã. Este resultado representa uma descida a partir dos 33,8% registados em Janeiro. O PSD assinala uma recuperação.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Parece que a Face Oculta não chegou para destruir Sócrates e o PS.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por mais processos manhosos.»
NÃO HOUVE PLANO DE CONTROLO DA TVI
«“Tentar alterar a linha editorial de órgãos de comunicação para não serem hostis ao Governo não é crime de atentado ao Estado de Direito”. Além do mais, não foram encontrados indícios de que José Sócrates tenha “proposto, sugerido ou apoiado a compra da TVI pela PT”.
Estes são os principais argumentos usado pelo Procurador-Geral da República (PGR) nos despachos que arquivaram o caso que envolve o primeiro-ministro, noticia hoje o “Jornal de Notícias” que cita “informações recolhidas” pelo jornal.
Após analisar as escutas telefónicas efectuadas no caso "Face Oculta", escreve o JN, Pinto Monteiro chegou à conclusão de que “pressões e interferências visando imprensa e restantes órgãos de comunicação social favoráveis ao primeiro-ministro não são, por si só, comportamentos puníveis no plano criminal”. Essa argumentação foi escrita nos despachos de arquivamento, precisa o jornal.
Recorde-se que o procurador do Ministério Público, João Marques Vidal, e o juiz de instrução criminal de Aveiro, António Costa Gomes, argumentam pela existência de um plano em que estava directamente envolvido o Governo para interferência no sector da comunicação social, com o objectivo de afastar jornalistas incómodos. Pinto Monteiro considera porém que a actuação dos envolvidos não ultrapassa os limites aceites no relacionamento empresarial e da luta político-partidária.
No entender do PGR, as escutas - 146 intercepções aos telemóveis de Armando Vara, então vice-presidente do Millennium-bcp, e Paulo Penedos, advogado e consultor jurídico da PT, que tinham como principal interlocutor Rui Pedro Soares, administrador da PT considerado próximo de Sócrates e do Partido Socialista – não consubstanciam a existência de indícios de tentativa de destruição, alteração ou subversão do Estado de Direito, nomeadamente direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, como prevê aquele crime.
“Aliás, ao que soube o JN, José Sócrates não foi apanhado a falar especificamente no negócio da TVI com Armando Vara”, acrescenta o jornal. Monteiro apoia-se, ainda, em referências sobre um alegado desconhecimento do negócio por parte de Sócrates, em conversa de Rui Pedro e Paulo Penedos, para acentuar não estarem clarificadas as circunstâncias em que o primeiro-ministro teve conhecimento do negócio. Sustenta, por isso, não haver indícios de que Sócrates tenha "proposto, sugerido ou apoiado a compra da TVI pela PT".» [Jornal de Negócios]
Parecer:
A mentira tem perna curta.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a Cavaco Silva que atribua ao procurador do Ministério Público João Marques Vidal e ao juiz de instrução criminal de Aveiro, António Costa Gomes a Ordem da Liberdade, pelo seu contributo para a democracia portuguesa.»
O DE NÃO SOFREU PRESSÕES
«O director do Diário Económico garantiu, na comissão parlamentar de Ética, que não tem notado que com o actual Governo haja mais pressões do que as que sempre houve com todos os outros governos de outros partidos.
António Costa acrescentou que, na sua opinião, não há “pressões legítimas ou ilegítimas, há pressões”. Sublinhou depois que ser director “é um risco” e que é mais pressionado pelos agentes económicos, financeiros e empresariais do que pelos políticos. » [Jornal de Notícias]
Parecer:
Começo a achar que os outros são uns merdosos!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «mandem-se umas embalagens de fraldas para incontinente aos directores de jornais e jornalistas que andam a fazer xixi pelas calças abaixo com medo de Sócrates.»
NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA
«O Ministério Público (MP) está a investigar os pagamentos feitos pela Universidade Portucalense a vários magistrados que deram aulas nos cursos de preparação para o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), que ajuda licenciados em Direito a prepararem -se para o exame de acesso à magistratura. O Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto remeteu cópias de um inquérito de 2004, recentemente concluído, para a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, após ter constatado que a contabilidade da universidade era omissa relativamente às receitas e aos pagamentos feitos aos formadores que ministraram os ditos cursos.
Isso mesmo refere o despacho final do MP, que acusou três ex-directores da universidade de se terem apropriado ilegitimamente de milhares de euros. No processo vários testemunhos referem a inexistência das receitas e despesas desses cursos nas contas da universidade, na década de 90. "As receitas relacionadas com os cursos de preparação para o CEJ não eram contabilizadas como de receitas normais se tratassem. Alimentavam sacos azuis donde saíam os pagamentos dos magistrados que davam aulas", escreve um inspector-chefe da Polícia Judiciária em 2004. » [Público]
Parecer:
É vergonhoso que magistrados ajudem a explorar os candidatos a magistrados e tirem façam negócio à custa dos candidatos à carreira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Tape-se a cara de vergonha pelo que se está a passar na justiça deste país desgraçado.»
NO 'CONTRA A INDIFERENÇA'
A declaração de Fernando Nobre de se candidatar a Presidente da República:
«Decidi escrever estas linhas, no sentido de vos comunicar pessoalmente uma decisão de fundo que tomei enquanto cidadão independente e em nome dum imperativo moral e de consciência para Portugal, uma vez que tenho, por quem acompanha este blog, a maior consideração e respeito.
Resolvi assumir um compromisso com o meu país, Portugal. Serei candidato independente, apartidário e em nome da cidadania, a Presidente da República, nas próximas eleições de 2011.
Esta é uma decisão estritamente pessoal, enquanto cidadão que sou. Muito tenho escrito e dito sobre o dever de todos nós exercermos a nossa cidadania de uma forma activa e corajosa. Sinto que o País atravessa um período em que constantemente se põem em causa os valores e as pessoas, as promessas e os projectos. E sei a gravidade que essa atitude generalizada tem no futuro de todos nós. Acredito em Portugal! Acredito nos portugueses e nas suas capacidades. Somos, no mínimo, tão bons como qualquer outro povo do Mundo. E é isso que pretendo provar, candidatando-me a um lugar no qual penso poder fazer a diferença e dar o exemplo.
Informo por outro lado que a AMI, enquanto instituição absoluta e rigorosamente apolítica, não se imiscuirá neste assunto, estando completamente à margem deste processo.
Sou e serei sempre um ser livre. Rejo-me e reger-me-ei sempre por valores em que acredito e não por qualquer outro tipo de ambição. E neste momento acredito poder vir a ser mais útil num outro contexto.
Espero que compreendam as minhas palavras quando, sexta-feira ao fim da tarde, no Padrão dos Descobrimentos, a minha decisão de candidatura for, por mim, tornada pública. E quero que saibam que a minha motivação é exclusivamente uma: acreditar que posso fazer a diferença, não me acomodando nunca.
Com a maior consideração.»
NO 'JUGULAR'
A resposta de João Galamba a propósito de notícias de vários jornbais resultantes da candidatura de um infeliz ao estatuto de delator e traidor:
«Nos últimos dias, tenho vistas reproduzidas informações difamatórias sobre mim e sobre a génese do blog de apoio ao PS para as legislativas de 2009, do qual fui um dos organizadores. Para que não subsistam dúvidas, reproduzi, infra, as respostas dadas a 3 jornais sobre as questões agora alvo de notícia. Poderão notar que, pelo menos num dos casos, as notícias não reflectem sequer lateralmente os esclarecimentos prestados. Vivemos, felizmente numa sociedade democrática e, em democracia, até alguém que se presta a passar largos meses a construir uma tese atentatória contra o carácter de outro tem direito a existir. Carlos Santos é uma decorrência e um sub-produto do fim da ditadura, porque só existindo verdadeira liberdade (e muita inconsequência) alguém assim pode perdurar. Assim encerro este assunto.»