sexta-feira, dezembro 18, 2009

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Vida de cão, Rua Augusta, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Luis Acosta/Agence France-Presse/Getty Images]

«SEND IN THE CLOWNS: Hundreds of clowns, one holding a statuette of the Virgin of Guadalupe, arrived at the Basilica of Guadalupe in Mexico City Wednesday as part of their annual pilgrimage to the sanctuary.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Pacheco Pereira

O grande liberal discute agora a mudança da Red Bull Air Race como se a Red Bull fosse uma empresa pública gerida pelo Armando Vara e a decisão da mudança pertencesse ao governo. Depois de a direita se ter aliado ao BE e ao PCP para suspender o Código Contributivo nada me espanta, vou ver o Pacheco cantar A Internacional num comício do PSD muito antes de conseguir ver um porco a andar de bicicleta.

RED BULL CORTA AS NOSSAS ASAS

«Lisboa não é Lisboa SAD, nem Lisboa SA, nem clube, nem empresa, é a capital portuguesa. Tal como o Porto não é SAD nem SA, é cidade portuguesa. Uma não seria o que é sem a outra. Durante séculos fizeram-se assim, uma para a outra. Foi no Porto que os cruzados do Norte da Europa foram convencidos a parar em Lisboa e fazê-la parte do Portugal que se fazia. Foi Lisboa que se levantou com o Mestre de Avis e livrou o Porto de ser castelhano. Foram uma e outra, pelos séculos, por Portugal. Camilo nasceu no Bairro Alto e foi buscar a mulher da sua vida à Baixa do Porto; entre os dois acontecimentos, aprendeu na aldeia de Vilarinho de Samardã o português que lhe permitiu fazer lembrar a Lisboa e ao Porto que o resto de Portugal não é paisagem. Eu, que sou de fora, de outros lugares que este Portugal permitiu, olho as duas cidades, vejo-as tão diferentes e não consigo vê-las afastadas. Sorrio às picardias bairristas, conheço-lhes as vantagens e fraquezas e amo ambas. Gosto que compitam porque, afinal, beneficio eu. Mas compitam, desculpem-me a inocência das palavras, como irmãs de destino comum. Que uma bebida manhosa leve uma, Lisboa, a roubar a outra, Porto, é indigno de tanto passado. E, basta ver o que acontece no país aqui ao lado, enfraquece o futuro. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O NATAL NA EMPRESA

«Anos mais tarde encontraram-se na mesma empresa onde António trabalhara desde sempre, sendo um antigo director da casa. Miguel, recém-chegado à direcção da firma, preparava-se para ascender rapidamente à administração. António apesar de mediano, sentia que tinha o direito a aspirar ao topo. Casado e com 3 filhos a estudarem, viu a mulher ficar desempregada em resultado da crise. Miguel continuava casado com uma executiva de sucesso, mas de quem não tinha filhos.

Três meses após a entrada de Miguel na empresa, soube-se que a empresa tinha "gorduras" para queimar, comunicando-se a extinção da direcção do António que, amargurado, percebeu que era o seu fim.


Miguel, sempre o mesmo, sentou-se na secretária e escreveu uma carta à administração. Saiu do gabinete, entrou na sala do presidente e depositou-lhe a carta nas mãos: uma carta de renúncia ao cargo. António ficou na empresa e ocupou o lugar do Miguel.

Era Natal de um ano qualquer, numa história que não é verdadeira, é apenas um conto de Natal.» [Diário Económico]

Parecer:

Por João Duque.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PASSOU A DOR DE CORNO AOS PROCURADORES "AMIGOS" DO LOPES DA MOTA

«Uma nota de imprensa da Eurojust refere que José Luís Lopes da Mota informou hoje "o Colégio da Eurojust, durante a sua sessão plenária, de que ontem [quarta-feira] apresentou a sua demissão como membro nacional de Portugal às autoridades portuguesas".

De acordo com as regras da instituição, sediada em Haia, o vice-presidente mais antigo substitui interinamente o presidente em caso de ausência ou renúncia.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Agora já podem ficar contentes, o cargo ficou para uma belga.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não se apresente qualquer candidatura para o cargo, Portugal está mal demais para nomear quem quer que seja para cargos internacionais.»

PRESÉPIO COM UM JESUS CRSCIDINHO E MARIA NA CAMA

«Com o Natal a aproximar-se a igreja de St. Matthew-in-the-City em Auckland, na Nova Zelândia, decidiu apresentar uma espécie de presépio alternativo. Mas o seu último cartaz já está a causar polémica. Nele surgem a Virgem Marie e José, o carpinteiro sem marido, deitados na cama, nus. Por cima, a frase: "Pobre José. Não é fácil vir depois de Deus". Os responsáveis pela igreja anglicana já vieram dizer que a sua intenção era apenas a de pôr as pessoas a discutir sobre o que é o Natal. Mas bastaram cinco horas de exposição aos olhares nas ruas de Auckland para que o cartaz desse que falar. E nem faltou um automobilista que decidiu estacionar debaixo da imagem, subir para cima do veículo e cobrir o cartaz com tinta.» [Diário de Notícias]

IGREJA CATÓLICA UM POUCO MAIS FUNDAMENTALISTA

«Os católicos que rejeitem formalmente a sua fé e que depois queiram casar pela Igreja passam a ter de pedir autorização especial. Sem essa autorização não podem casar. Mais: se casarem sem essa licença (que é um pedido de dispensa de impedimento) o casamento é anulado.

Esta mudança foi introduzida por Bento XVI num documento publicado na terça-feira. O Papa quis assim explicar ao mundo que ao rejeitar o fé católica, uma pessoa passa a ter um impedimento oficial para beneficiar dos sacramentos da Igreja Católica.

Tal como acontece agora nos casamentos entre pessoas católicas com pessoas de outras religiões. A Igreja, por regra, não os aceita - só com autorizações especiais dos bispos. Os católicos actualmente têm de pedir uma licença para casar com alguém baptizado pela Igreja protestante ou pela ortodoxa. Do mesmo modo, um católico tem de pedir dispensa de impedimento para casar com um muçulmano ou ateu, explica o padre João Seabra. Só assim, a igreja considera estes casamentos válidos. » [Diário de Notícias]

Parecer:

É pena que só reparem nos tiques fundamentalistas dos muçulmanos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O papa quea fique descansado, não lhe vou enviar o requerimento, nem me caso pela Igreja nem estou arrependido de ter mandado esta padralhada à fava.»

NORONHA DO NASCIMENTO ARRASA O NOSSO JORNALISMO PACÓVIO

«"A comunicação social portuguesa beneficia e, simultaneamente, comparticipa do centralismo de poderes, típico no nosso país. Daí que, salvo uma única excepção na imprensa escrita, tudo o resto se localiza no mesmo espaço metropolitano, com o mesmo conjunto de actores comentando as mesmas notícias e transmitindo para o resto do território opiniões nuclearmente formatadas", disse.

Segundo Noronha Nascimento, aquilo que "era impensável há décadas é hoje um acontecimento banal: jornalistas transformados em comentadores vão-se revezando no tratamento repetitivo do assunto que estiver na ordem do dia, expulsando cada vez mais os especialistas da matéria".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Noronha do Nascimento disse o que há muito que já devia ter sido dito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

JARDIM AMEAÇA COM SEPARATISMO

«“Se desta vez voltarem a negar os meios financeiros a que temos direito, temos que pensar noutros caminhos”. Com esta ameaça, de índole separatista, o presidente do governo regional, Alberto João Jardim, terminou hoje a intervenção final no debate parlamentar do Plano e Orçamento da Madeira para 2010.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Neste PSD vale de tudo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Consultem-se os portugueses dos continente e dos Açores sobre se querem a independência em relação à Madeira.»

VASILIY *MAIA* STEPANOV

AFRICAN DIAMOND COUNCIL