terça-feira, maio 24, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


Borboleta na Cidade Universitária, Lisboa
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO


De costas voltadas, Setúbal [A. Cabral]
 
JUMENTO DO DIA


Mira Amaral

Talvez desiludido por o PS não lhe ter prestado a devida atenção Mira Amaral regressa à política apostando numa mudança de governo, a dúvida está em saber se pediu a Passos Coelho uma central nuclear ou um mega projecto de energia das ondas.

«"Espero que o povo português dê um mandato claro ao PSD e, como o líder do PSD já disse, ele até desejava ter o CDS no Governo. Portanto, estou convencido que vamos ter um Governo com o PSD e o CDS", afirmou em declarações aos jornalistas em Coruche, onde se juntou esta manhã à caravana social-democrata.» [DN]

 ALUNO GRAXISTA

Depois de ter desiludido a senhor Merkel com o chumbo do PEC IV, o que lhe valeu um raspanete em Bruxelas, o líder do PSD optou pelo posicionamento do aluno graxista. Merkel acusou os países do Sul da Europa de terem férias a mais e reformas demasiado cedo, enganou-se os portugueses gozam de menos dias de férias do que os alemães e reformam-se mais tarde, os alemães apenas batem os portugueses em feriados.
 
O que fez Passos Coelho? Propôs de seguida a redução dos dias feriados e o encosto destes aos fins de semana para que os portugueses não pudessem usar dias de férias nas pontes. Agora já só falta que o site do PSD formalize a proposta numa nota em alemão.

 AGORA SIM QUE A DIREITA PRECISA DA AJUDA DA BARBOT
  
 
Mais do que da conselheira do FMI o que a direita portuguesa precisa mesmo é de uma latas de verniz, o que foi aplicado da última vez ficou totalmente estalado nas Caldas da Rainha. Mais um pouco e nem a louça local escapava.
  
 
(vídeo rapinado no CC)

 A MONTANHA PARIU UM RATO
 
Pedro Passos Coelho assegurou que o governo fez nomeações e que escondeu-as mandando adiar a publicação para depois das eleições. O objectivo era passar a ideia de que estariam a ser nomeados boys à última hora mas que a sua publicação em DR só deveria ocorrer com um novo governo.

Mas vejamos as supostas provas:
  

Neste email (são apresentados três idênticos) é evidente que a Imprensa Nacional recebeu instruções para não publicar este tipo de despachos, ou seja de nomeação. A não ser que as instruções se refiram a esta publicação em especial isso significa que o governo terá mesmo dado instruções para não serem publicadas nomeações, como as publicações são feitas por despacho do ministro ou do secretário de Estado isso significa que as instruções emanaram do primeiro-ministro ou do ministro da Presidência.



O segundo email, o tal que para o PSD prova o jogo sujo que consiste em nomear pela calada fazendo cair a públicação com o próximo governo contém instruções claras:
 
“- Não devem ser submetidos actos para publicação em Diário da República respeitantes a nomeações de dirigentes de nível intermédio ou outros actos de idêntica natureza;
 
“- o procedimento em apreço deverá concretizar-se após a entrada em exercício de funções por parte do próximo elenco governamental.”
 
Não sei se o português do Miguel Relvas é de Cabo Verde onde é administrador de uma off shore mas não deve ser pelos meus contactos profissionais com Cabo Verde e pela troca de emails com bloguistas de Cabo Verde não há diferença alguma, Cabo Verde é um exemplo de bom português. O mais provável é que a vontade de enganar os portugueses tenha levado Relvas a ler à pressa ou a dar uma interpretação absurda.
 
No primeiro parágrafo a instrução é clara: "Não devem ser submetidos actos para publicação em Diário da República respeitantes a nomeações de dirigentes de nível intermédio ou outros actos de idêntica natureza"! Isto prova que Sócrates falou verdade ao dizer que deu instruções (por usa iniciativa) para que não fossem feitas quaisquer nomeações.
 
No segundo parágrafo, o que supostamente prova a tramóia, refere-se claramente "o preocedimento em apreço". E qual é o proedimento em apreço constante no primeiro parágrafo? Basta ler "não devem ser submetidos para publicação", isto é a submissão para publicação.
 
Alguém acredita que uma secretaria-geral iria enviar de novo para publicação já com um novo governo de um despacho assinado por alguém que já não é ministro? Mas não foi isso que Relvas disse, o que o esperto Relvas disse é que a publcação ficava na gaveta até haver outro governo.
 
Estamos perante uma mentira evidente, muito mais evidente do que a famosa mentira de Passos Coelho e Relvas de que apenas tinham sabido do PEC IV por telefone.
 
O mais grave é que os emails são apresentados como porva, os jornais publicam a supostas prova, reproduzem as acusações do mentiroso Relva e não se dão ao trabalho de ler os ditos emails e de raciocinarem.
  
 

 OS 20 QUE NOS TÊM CATIVOS

«Sim, também se aprende em eleições. Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários revelara no relatório anual sobre as sociedades cotadas (mas quem lê relatórios da Bolsa?), mas foi Francisco Louçã que disse em campanha: 20 administradores acumulam lugares nas administrações de mais de mil empresas portuguesas! Os discursos eleitorais sendo como os almoços, nunca grátis, Louçã puxou a coisa para o efeito imediato: um desses administradores omnipresentes ganhava 2,5 milhões de euros por ano. Ora esse é talvez o aspecto menos interessante do facto extraordinário de haver 20 pessoas com presença, cada uma, em 50 conselhos de administração. Aliás, alguns até estão em cargos não remunerados - e isso sublinha todo o sentido daquela bizarria. Os 20 tipos espalhados por mil empresas não estão lá para as gerir, estão lá para influenciar. Noutros negócios - máfia, maçonarias, Opus Dei (ou se quiserem ser românticos, dez estudantes finalistas brilhantes que fazem um pacto secreto para dirigir o País ao fim de uma dúzia de anos...) -, noutros negócios similares há a construção de um polvo, com estatutos mais ou menos secretos e uma vontade de organização. Mas os nossos "20 em mil" não são filhos de um complô - eles existem porque a nossa economia (centralizada e sem rasgo) respira naturalmente esta distribuição de poucos por quase tudo que dê dinheiro a sério. É assim porque é assim. E não vai deixar de ser assim.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
 
 O ENCONTRO FATAL

«Os acontecimentos que envolveram Dominique Strauss-Kahn, em Nova Iorque, no auge da crise das dívidas soberanas e do acentuado desmoronamento do Estado de bem-estar social na Europa, alimentaram as mais acaloradas discussões. Não faltaram sequer as teorias conspirativas, os serviços secretos franceses, as cartas inflamadas de amigos, como a de Bernard-Henri Lévy. Do que se passou ficam apenas registadas as imagens, que correram o mundo, do director-geral do FMI e, até então, provavelmente, o próximo presidente da França, algemado, cabisbaixo e ladeado por meia dúzia de polícias, a caminho da prisão. Estas imagens, apesar de reais, e cirurgicamente preparadas, situam-se já no território dos símbolos - o símbolo das grandezas e das misérias do império do Ocidente. Uma andorinha não faz a Primavera, dirão alguns, repetindo Aristóteles; no entanto, entrecruzam-se no caso DSK todos os ingredientes, de um modo tão concentrado, que mais parece uma genial obra de ficção. Tudo parece ter sido preparado até ao mínimo detalhe, numa simbiose perfeita entre os protagonistas. Ele, o carrasco (à parte a sua inocência ou culpa, para o caso tanto faz), homem poderoso, rico, diariamente a influenciar os destinos do mundo; ela, a vítima, uma empregada de limpeza, imigrante, diariamente a limpar quartos e sanitas, e a viver no bairro pobre de Bronx. O cenário perfeito. Independentemente da sentença judicial, o que já não pode ser apagado: uma trabalhadora não qualificada derrubou definitivamente o poderoso DSK, num quarto de um hotel, entre a sede do FMI e uma reunião com a chanceler alemã, a senhora Merkel, onde iria discutir a reestruturação da dívida grega e, provavelmente, mais medidas de austeridade para gregos e troianos.
 
O imaginário colectivo é construído sobre símbolos e mitos, interpretados à maneira de Castoriadis. E os americanos são especialistas em criar estes símbolos, desde o tempo dos cowboys. Este caso, que envolveu uma das mais brilhantes personagens da nomenclatura dirigente mundial e uma empregada de limpeza, reforçará a memória do cidadão comum (o pescador irlandês, o desempregado espanhol, o camponês grego ou a empregada doméstica portuguesa), às voltas com a "profunda crise" que lhes caiu em cima, que a justiça é cega e é igual para todos, pobres e ricos, poderosos e humildes. É claro que o director-geral do FMI tem um milhão de dólares para entregar como caução, mais 5 milhões como garantia, mais 140 mil por mês para a segurança, fora o advogado, o apartamento e tudo resto. Mas isso são pormenores, insignificâncias metajudiciais que já não fazem parte do argumento.
  
Envolvemo-nos na discussão do acessório e perdemos de vista o essencial. É a propagação destes símbolos, são estes mitos de igualdade de tratamento e de oportunidades, nas sociedades democráticas do Ocidente, que nos deixam, a todos, mais disponíveis e vulneráveis para aceitar o que aí vem, o que o futuro próximo nos reserva: as leis do trabalho invertidas, transferindo-se a protecção para o patronato; a saúde desprotegida; a idade de reforma às portas da morte; as férias reduzidas ao sabor da "viabilidade económica" das empresas, uma redistribuição desigual da riqueza produzida e por aí fora. E o que torna esta história de DSK mais estranha é que o seu protagonista era o director--geral do FMI, instituição financeira normalmente associada às medidas de austeridade e à exigência de corte das despesas dos salários, da saúde e da educação.
 
Tudo isto nos conduz à inevitabilidade do retorno à política, à discussão dos projectos de sociedade, do bem-estar e da participação dos cidadãos, da transparência das instituições democráticas. A tudo aquilo de que não se fala na presente campanha eleitoral.» [i]

Autor:

Tomás Vasques.


 PASSOS COELHO QUE SE CUIDE O PROFESSOR ZERO ESTÁ DE VOLTA

«"Espero que os portugueses sejam suficientemente inteligentes, mesmo aqueles que estão intoxicados pela campanha demagógica deste Governo e deste primeiro-ministro, que no final haja discernimento e que quem levou o país à falência seja expulso do poder", afirmou.» [DN]

Parecer:

É uma péssima notícia pra Passos Coelho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao líder do PSD se já mandou comprar um rolo de fita adesiva.»

 PORQUE NÃO OS MANDAS ESTAR CALADOS, PERGUNTA PIRES DE LIMA
 

«António Pires de Lima desafiou Pedro Passos Coelho a mostrar que tem autoridade no PSD, pondo "na ordem" os responsáveis sociais-democratas que estão a atacar Paulo Portas. "Os líderes veem-se nestas alturas", disse o dirigente do CDS, nomeando Passos, para quem falou diretamente: "Se tem autoridade no seu partido, está na hora de pôr ordem na sua gente, não toda, mas alguma que se está a comportar menos bem", lembrando que durante o dia ouviu "uma série de comentários de que não gostei".» [Expresso]

Parecer:

Pois, mas o voto do CDS é indispensável para salvar Passos Coelho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reserve-se lugar na primeira fila.»

 MAIS UMA CULPA A ATRIBUIR A SÓCRATES

«Entre 2008 e o segundo trimestre de 2010, a crise destruiu 11,5% do emprego que as actividades de intermediação financeira asseguravam em Portugal. É um valor relativamente próximo dos 13,9% anulados na construção – sector que, salvo raras excepções, foi o mais penalizado em todo mundo desenvolvido, a par da indústria.
  
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a amplitude da queda do emprego na banca em Portugal é a segunda mais elevada num universo que integra os Estados Unidos e 20 países da Europa Ocidental. Segue-se a construção (13,9%), a indústria (5,8%), a distribuição grossista e retalhista (3,2%) e os outros serviços (2,3%), onde se incluiem a hotelaria, a restauração ou a intermediação imobiliária.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Ainda vamos descobrir que Sócrates foi o responsável pela crise do subprime e, quem sabe, anda metido com a criado do hotel de Nova Iorque.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

 MAIS UNS VOTOS PARA PAULO PORTAS
  
«À chegada a Mondim de Basto, esta manhã, o líder do CDS afirmou: "Ouvi ontem algumas declarações de carácter insultuoso na campanha."
 
"Eu sigo à letra, porque acredito, o apelo do Presidente da República que pediu elevação e contenção na campanha. Nenhum insulto terá resposta da minha parte." "Quero fazer uma campanha construtiva preocupada com os problemas das pessoas. Nada me fará entrar nessa campanha de insultos," acrescentou.» [DN]

Parecer:

Passos Coelho parece sinceramente empenhado em ajudar o CDS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a generosidade eleitoral do PSD.»

 MAIS UMA CULPA A ATIRAR A SÓCRATES

«Todas pintadas a vermelho. Foi assim o fecho das principais praças da Europa, lideradas pela bolsa de Milão que recuou 3,32%. Lisboa não foi excepção e desvalorizou 1,15% para os 7.600,34 pontos e apenas dois títulos no verde.
 
A justificar estas quedas está o retorno dos receios em torno da crise da dívida soberana na Zona Euro, depois da Standard & Poor`s ter revisto em baixa o Outlook da Itália. Mais uma má notícia que se junta ao corte do rating da Grécia pela Fitch, na sexta-feira passada. » [Portugal Diário]

Parecer:

A esta hora o Berlusconi deverá estar a dizer "maledeto Sócrates!".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

 RAZÃO TEM A MERKEL

«Um jovem decidiu assaltar um escritório de advocacia em Coimbra, mas em plena operação de «recolha» de bens, avaliados em quase 75 mil euros, deixou-se adormecer e foi apanhado pelo proprietário em sono profundo às 12 horas de domingo.
  
Fonte da PSP de Coimbra revelou esta segunda-feira que ainda se desconhece quantas horas terá durado o sono do jovem de 23 anos, já referenciado na cidade e com antecedentes criminais.» [Portugal Diário]

Parecer:

Quando até os ladrões se deixam dormir quem tem razão é a senhora Merkel, não há forma de sermos competitivos desta maneira. Agora não tardará o presidente da CIP a queixar-se de que os portugueses dormem muito no trabalho e o Carvalho da Silva a contrapor que o sono resulta de excesso de horas de trabalho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  

 DEADLY TORNADOS STRIKE AGAIN [Boston.com]


 







  

   






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