quinta-feira, dezembro 01, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Amália Rodrigues em grafito, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Portão, Idanha-a-Nova []
  
Jumento do dia


António José Seguro

Depois de ter concordado com quase tudo o que estava previsto na pinochetada orçamental, depois de ter aceitado cortes de rendimentos mesmo sendo inconstitucionais, depois de ter dito que aprovaria o OE ainda antes de o conhecer, depois de ter sido gozado por vários membros do governo da direita o líder do PS decidiu ter um momento de humor e disse que consigo em primeiro-ministro 2012 seria melhor.
 
O líder do PS não deve ler sondagens, não deve falar com eleitores do PS nem deve falar com o cidadão comum, fala apenas com os seus mais íntimos que lhe dizer ser um líder maravilhoso que o povo ama e deseja eleger para São Bento. Mas a verdade é que o PS desce, que com Seguro nunca ganhará eleições e que corre um sério risco de se desintegrar por mais que Mário Soares lhe dê a mão. Aliás, já todos vimos Soares dar a mão a Passos Coelho ajudando-o a ganhar eleições enquanto de Seguro pouco mais diz do que é um bom rapaz.
 
Se todos os eleitores forem como este humilde jumento nas próximas eleições Seguro terá menos votos do que o Louçã. O debate deste OE só serviu para Seguro ser gozado pelo Relvas, pelo Passos Coelho e até pelo Gaspar, o líder do PS foi remetido para discussões com secretários de Estado, levou com as almofadas do Relvas e andou a fazer contas para ajudar o Passos Coelho a avançar com uma esmola populista aos que no Estado ganham mais do que os do sector privado. No fim não fez uma única proposta a pensar no crescimento ou no que quer que fosse.
 
Resta a Seguro tê-los em su sitio e defender o envio do OE para o Tribunal Constitucional, mas o líder do PS não os tem e foi mesmo um defensor dos cortes dos subsídios ainda que na versão de apenas um o que do ponto de vista constitucional vai dar na mesma.
    
«O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que, se fosse primeiro-ministro e tivesse maioria absoluta no Parlamento, o próximo ano do país seria diferente, já que faria uma abordagem distinta da austeridade, preservando a criação de riqueza.» [CM]

 UM problema de comunicação interna?


Parece que para que os "jornalistas" de serviço do Povo Livre saberem o que pensa e diz o Gasparoika vão ler nos jornais, reproduzem a notícia e depois indicam a fonte, neste caso a agência Lusa com a qual o PSD não deverá ter qualquer contrato. Grande Gaspar, até o Povo Livre tem de rastejar aos seus pés.

 Lembram-se do Processo Casa Pia

Alguém achou que uma aprovação à segunda ou terceira vez deveria ter dado lugar a luvas e foi a investigação que se viu. Mas no caso dos submarinos e agora dos carros blindados Pandur parece que foi tudo feito segundo as normas e não há qualquer suspeita de luvas.
 
Ainda bem, senão ainda se lembravam de cortar o 12.º mês aos funcionários públicos por conta de um desvio colossal. A justiça e o jornalismo português são um autêntico vómito.

 Coisas estranhas que acontecem neste país

O Presidente da República criticou o governo e logo de seguida um jornal compara as comitivas e a despesa da delegação de Passos Coelho à Cimeira  Ibero-Americana com a delegação do Presidente da República à mesma cimeira.
 
Começa a notar-se as ausências prolongadas de Paulo Portas nos momentos difíceis do governo e sai uma notícia sobre os Pandur.
 
Quem se mete com eles leva?

 Os mercados e o OE

Os que costumam avaliar as políticas internas pela reacção dos mercados desta vez ficaram calados, o OE e os mercados reagiram com mais um aumento. Mal o OE foi aprovado

Os juros da dívida portuguesa acentuaram as subidas após a votação final do Orçamento do Estado os juros ganharam mais de 100 pontos base nas maturidades de quatro, cinco e seis anos. Os juros da dívida a 10 anos superaram, pela primeira vez, os 14%.
 
Será que os mercados estão convencidos de que Portugal entrará numa espiral de recessão que o conduzirá à bancarrota ou os mercados não acreditam nas previsões marteladas em que assenta o OE? Talvez nem uma coisa nem a outra, quando os mercados se aperceberem do que se passa em Portugal nem nos vão emprestar dinheiro.
  
 Touch down in flight
  

     
 

 Psiquiatras e eu em total acordo

«Os psiquiatras diagnosticaram uma "esquizofrenia paranóica" a Anders Breivik, o assassino norueguês. É uma segunda opinião, confirmando a minha: é maluco. A minha escola, como se sabe, divide os malucos em dois: os que sentam o cu no fogão quente e os que não. Aqueles são raros e têm o benefício da dúvida, talvez não saibam o que fazem. Os segundos, mais comuns, claro que sabem alguma coisa do que fazem. A minha escola de psiquiatria tem outra particularidade. Quando um maluco faz mal e - para não repetir a metáfora do cu no fogão - se entrega a homens armados quando passou a tarde a atirar a jovens aterrorizados, para malucos assim, o meu tratamento é radical: estou-me nas tintas para ele, quero é curar a sociedade da sua presença. Daí eu estar satisfeito com o diagnóstico dos meus colegas noruegueses. O tal Breivik diz que matou 77 miúdos "por amor pelo seu povo" - chamar a isso "esquizofrenia paranóica" não me parece mal, embora seja desperdício de letras. O essencial é que, à pala da classificação vienense, a saúde pública fica a lucrar uns anitos. Sem maluquice, livrávamo-nos dele só nos próximos 21 anos (talvez menos, em caso de bom comportamento). Com ela, aquele imbecil de corpo saudável ficará isolado numa cela a vida inteira. E há dois bónus. 1) Breivik terá de aturar psiquiatras (e nórdicos!) durante anos e anos. E 2) aquilo que ele dizia que era a sua ideologia passa a ser o que, de facto, é: maluquice.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
 O novo PS

«O novo Partido Socialista teve um bom começo no congresso que consagrou António José Seguro, afirmando os seus valores distintivos e a necessidade de uma renovação, ou mesmo de uma refundação.

No entanto, aquilo que parecia uma linha orientadora forte rapidamente começou a perder-se. Quando os portugueses vêem imagens do Parlamento, com fiéis de Sócrates na primeira fila, não podem senão ficar perplexos (o que estão lá a fazer? Não há nenhuma empresa que os contrate, nenhuma universidade que os queira?). Num outro registo, a posição débil assumida diante do Orçamento de Estado apenas agravou a perplexidade. Mas o pior veio depois, com o protagonismo da crítica ao OE e ao Governo a ser assumido pelo Presidente da República.

No entanto, a desorientação do PS é recuperável, se o partido conseguir concentrar-se no essencial. Em primeiro lugar, numa nova visão ideológica que rompa com terceiras-vias e outros artifícios retóricos que dominaram os partidos do socialismo democrático na Europa. Essa nova visão tem de centrar-se nos valores da social-democracia clássica, mas adaptados a um tempo de crise. A social-democracia actual tem de defender a austeridade, mas em nome da realização de um Estado social sustentável e não em nome da manutenção do que existe, ou da sua simples destruição com cortes cegos (como está a fazer o Governo).

Em segundo lugar, o PS tem de estabelecer relações com os movimentos sociais, em vez de continuar a pairar acima deles. Isso significa uma maior coordenação com o movimento sindical e o apoio às suas lutas, mas também a aproximação aos movimentos informais, como os "indignados". O PS tem de ser a voz daqueles que não se revêem na actual governação, mas de forma consequente e sem cair no utopismo da extrema-esquerda.

Em terceiro lugar, o PS deve deixar de dar centralidade às causas da "nova esquerda" (aborto, casamento gay, divórcio sem culpa, etc.) que marcaram a governação de Sócrates. Isso significa que, no plano dos costumes, o PS deve aproximar-se do centro, convocando o apoio dos católicos e das classes médias cada vez mais descontentes com o actual Governo.

 Em quarto lugar, o PS tem de inflectir a sua estratégia de oposição. O PS pode dizer que, a contragosto mas com sentido de Estado, se absteve num OE que não era o seu e que considera profundamente errado. Mas isso significa que não deve haver segunda oportunidade para a coligação no poder, uma vez que o seu autismo social e as suas políticas estão a empurrar-nos definitivamente para o empobrecimento e para a bancarrota (mesmo que o euro sobreviva). Assumir doravante uma oposição mais marcada e travar este Governo no futuro é um imperativo nacional que o PS tem de assumir.» [DE]

Autor:

João Cardoso Rosas.
    

Terei percebido bem

«A posição de António José Seguro foi assumida após a aprovação do Orçamento em votação final global, depois de confrontado com o anúncio feito pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, sobre a existência de acordo para a transferência do fundo de pensões da banca.

"Parece-me importante que tenha havido um acordo entre o Governo e os bancos no que diz respeito ao fundo de pensões, mas desconheço os pormenores do acordo e também me parece importante que uma parte desse dinheiro possa servir para pagar dívidas. Se as empresas públicas pagarem essas dívidas aos bancos, isso significa que os bancos ficam com mais dinheiro para poder injectar na economia, ou seja, apoiar a actividade das empresas", reagiu o líder socialista.» [DN]

Parecer:

Ou nestas declarações sobre o fundo de pensões da banca fica óbvio que o líder do PS não sabe do que está falando.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Seguro que arranje um explicador, talvez fosse bom fazer como o Passos e ir trabalhar um par de anos nas empresas de lixo do Ti Ângelo.»
  
 O Portas é mesmo um gajo porreiro

«O Estado português deixou fugir 189 milhões de euros de investimentos na economia portuguesa que resultavam da compra das viaturas Pandur para o Exército e para a Marinha.
 
Em Novembro de 2004, a empresa fornecedora dos veículos apresentou uma proposta final de 705 milhões relativa a compensações. Este valor, porém, foi corrigido para 687 milhões. No contrato de contrapartidas assinado por Paulo Portas, como ministro da Defesa do Governo de Pedro Santana Lopes, o valor voltou a baixar para os 516 milhões.» [DN]

Parecer:

Com tanta generosidade este Portas tem lugar garantido no céu!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à empresa quanto é que gastou em luvas pagas a políticos portugueses.»
  
 Sobre, sobe, desemprego sobe

«A taxa de desemprego em Portugal subiu para 12,9% em Outubro, a quarta maior da União Europeia (UE) do total dos países dos quais o Eurostat disponibiliza números.» [DN]

Parecer:

A direita deixou de festejar o aumento do número de desempregados?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «mande-se uma dúzia de foguetes para São Bento para que Passos Coelho possa festejar o aumento do número de desempregados como sempe fez e agora tem ainda mais motivos para o fazer, os portugueses estão a ficar pobe a bom ritmo, um sinal de sucesso das pinochetadas económicas do Oliveira Gaspar.»
  
 Cavaco apela à exportação de produtos agrícolas

«O Presidente da República apelou hoje à exportação dos produtos agrícolas portugueses e ao aumento do seu consumo interno, apontando o exemplo do trabalho que está a ser feito por empresas do sudoeste alentejano.» [DN]

Parecer:

Uma boa ideia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se à exportação dos nabos do governo devendo começar-se a embalar desde já o nabo do Batanete da Rua das Horta Seca.»
  
 Desta vez D. Duarte tem razão

«O chefe da casa real portuguesa, Duarte Pio, afirmou hoje que a soberania de Portugal está ameaçada, considerando que a extinção do feriado do 1.º de Dezembro desvaloriza o dia que mais devia unir os portugueses.» [DN]

Parecer:

Quando um país como este dá ouvidos ao idiota do Batanete da Rua da Horta Seca só porque veio de uma universidade de segunda da América já não precisa apenas da ajuda do FMI, carece também de uma ajuda da Organização Mundial de Saúde!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se razão a D. Duarte.»
  
 Militares pedem inconstitucionalidade do OE

«Os presidentes das três associações do sector - Associação Nacional de Sargentos, Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e Associação de Praças - deixaram na portaria da residência oficial do Presidente da República um documento dirigido ao chefe da Casa Militar em que apelam a Cavaco Silva para vetar o Orçamento para 2012 hoje aprovado pela Assembleia da República. As associações invocam, no texto do documento, "as consequências para as Forças Armadas e para os militares" que decorrem das medidas contidas no orçamento e a opinião de diversos "especialistas" que põem em causa a sua constitucionalidade.» [DN]

Parecer:

Será que Cavaco Silva vai ser coerente com o que disse sobre o OE?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Passos Coelho diz que há riscos na execução do OE

 
«Na mesma ocasião, o primeiro-ministro considerou que o maior risco que Portugal enfrenta neste momento "é o risco de declínio económico". Passos recordou que a previsão de uma quebra de 3% do PIB para 2012 pode não se concretizar e ser pior devido a "razões externas".» [DN]

Parecer:

Tem toda a razão, um OE feito martelando as previsões macroeconómicas pode ter péssimos resultados e o Gaspar em vez de salvar o país pode estar a levá-lo para a bancarrota e para a guerra civil. Um OE feito num contexto internacional que aposta tudo na austeridade e não tem uma linha de preocupação com o crescimento e que se apoia na divisão dos portugueses é um OE feito por um doido irresponsável apoiado por um primeiro-ministro com um QI sofrível que não sabe o que anda a fazer.
 
Quando um primeiro-ministro apresenta um OE e não apresenta as previsões, quando um ministro das Finanças projecta uma recessão de 2,8% quando é evidente que esta vai ser bem superior a 3%, quando o ministro da Economia está ausente do debate e só diz asneiras é vai do que evidente que vai haver desgraça.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Honestos no estrangeiro, desonestos em Portugal

«"Sem a crise financeira internacional teríamos o mesmo problema dentro de alguns anos. É um problema de sustentabilidade de todas as economias que têm problema de défice externo e de défice público persistentes", afirmou.» [DE]

Parecer:

Porque será que este senhor nunca disse isto em Portugal?
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Costa.»
  
 Grande sacana!

« [Expresso]

"Se nos mantivermos unidos e solidários, Portugal será para nós um motivo de orgulho e um exemplo na Europa e no mundo", considerou Vítor Gaspar, no final da sua intervenção, na qual classificou o Orçamento do Estado para 2012 como "sem dúvida o orçamento mais exigente da história democrática portuguesa".»

Parecer:

Só mesmo um sacana faz incidir toda a austeridade sobre uma parte dos portugueses e depois fala em unidade. Um governo que usa mentiras para justificar injustiças e que na hora da modulação agrava essas injustiças está a conduzir o país para o conflito social sem avaliar as consequências e agora sentem o xixi nas pernas e falam de unidade? Unidade para quê, para sacanear os portugueses cujos votos desprezam?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o dito à bardamerda.»
  
 Obrigadinho Moedas

«Os juros da dívida portuguesa acentuaram as subidas após a votação final do Orçamento do Estado, e ganham já mais de 100 pontos base nas maturidades de quatro, cinco e seis anos. Os juros da dívida a 10 anos superaram, pela primeira vez, os 14%. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Não foi o Moeditas que prometeu que ia trabalhar a imagem de Portugal? Já se sentem os resultados...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Mais de 70% dos portugueses já o fizeram no automóvel

«O automóvel é um dos locais preferidos pelos portugueses para a prática sexual. Um inquérito efectuado por um portal de vendas de automóveis apurou que 71% dos portugueses inquiridos revelaram que já tiveram sexo na viatura.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

E os ministros das Finanças já o fizeram a todos os portugueses que compraram automóvel excepto ao rapaz da Vespa, neste caso foi ele que o fez aos portugueses que lhe pagaram a bomba com impostos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Quem disse que há funcionários a mais?

«A Direcção-Geral de Reinserção Social vai contar a partir de 2 de Dezembro com mais 55 técnicos superiores. As admissões estão a provocar mal-estar em vários serviços, numa altura em que está assente o desaparecimento desta direcção-geral por fusão com os Serviços Prisionais.» [JN]

Parecer:

Dá para meter mais uma turma de "licenciados" pela universidade de Castelo de Vide.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  

 Whale hunting in the Faroe Islands [Link]










 Taking the vote: elections in Egypt and the Democratic Republic of Congo [Link]