quinta-feira, dezembro 15, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Figurinos à venda na Rua Augusta, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Levadas a casa de trator, Pitões de Júnias [A. Cabral]
  
A mentira do dia d'O Jumento
  
     
Jumento do dia


Pedro Passos Coelho

Depois de se candidatar ao Nobel da ignorância ao inventar o conceito de mínimo denominador comum parece que o primeiro-ministro deste pobre país que não merecia tão triste figura inventou mais um conceito aritmético, esperava-se que o défice fosse de 2,9% e que a dívida aumentasse na mesma proporção, mas graças a um negócio muito provavelmente duvidoso o défice será de 4,%. E o que descobriu tão brilhante personagem? Em vez de descobrir que a dívida soberana aumentou 4,5% chegou á conclusão absurda de que sobraram 3 mil milhões para gastar onde bem entender. Aumentados os impostos e eliminados os subsídios o governo já se gaba de nadar em dinheiro e vai a correr dá-lo aos seus amigos.

O problema é que não sobrou dinheiro nenhum, o que Passos coelho está fazendo é desbaratar o dinheiro da segurança social inviabilizando-a no futuro, gasta agora o dinheiro das pensões dos bancários e daqui a uns anos vai dizer que a segurança social é inviável, defendendo a sua privatização e mais cortes nas pensões.

Isto não é um governo, é uma organização terrorista governamental.
    
«O primeiro-ministro admitiu ontem que o défice do Estado de 2011 abaixo dos 4,5 por cento este ano permitirá ao Governo uma "disponibilidade monetária" entre dois e três mil milhões de euros para regularizar dívidas. Recusando falar em folga orçamental, Passos Coelho reiterou ontem o valor do défice estimado, abaixo dos 5,9% definidos com a troika, como já tinha avançado ao Correio da Manhã.» [CM]
 
 Uma direita muito amante da Constituição 
   
O mesmo governo que faz e manda fazer pressões sobre Cavaco Silva para que este não envie algumas das medidas do Orçamento de Estado para o Tribunal Constitucional, faz agora pressão sobre o PS para que este partido aceite a transforme um princípio conservador de política económica em norma constitucional. E se daqui a dois anos o Passos Coelho decidir desrespeitar o limite ao défice o que faz, pressiona novamente o Presidente da República para que faça vista grossa aos seus abusos?


A simples imposição estrangeira de incluir normas constitucionais ditadas pelo governador do Bundesbank deveria ser mais do que suficiente para que um português orgulhoso do seu país rejeitasse tal hipótese. Mas não é assim que Passos Coelho pensa, para conseguir a simpatia da tia Merkel e fazer a desfeita a Sócrates é bem capaz de lhe dar o dito cujo mais cinco tostões.

Por este andar vamos ter a Constituição dividida em dois grandes capítulos, no primeiro constam as velhas normas que devem ser ignoradas e um segundo capítulo com os princípios que a direita defende mais os que a senhora Merkel mandar.

A verdade é que a Constituição é uma lei de pouco valor, basta pressionar o Presidente da República e a convencer o maior partido da oposição a aceitar a inconstitucionalidade e um governo passa a fazer o que quer. É o que parece que vai suceder com o corte dos subsídios contra o qual as vítimas nada podem fazer por mais inconstitucional que sejam.
    
 Há comentários
  
Este governo é um governo de ódios, é o ódio colectivo a Sócrates, o ódio a tudo o que represente Estado social, ódio à Função Pública, ódio ao Sistema Nacional de Saúde. Para além dos ódios colectivos que fazem espumar todo o governo há ainda os ódios pessoais de alguns ministros, com destaque para o ódio da ministra da Justiça aos advogados menos abastados e ao bastonário da Ordem dos advogados.
 
Todo este ódio escorre pelas escadas dos gabinetes governamentais e já se sente na sociedade. Isto vai acabar muito mal.
 Há comentários que dizem tudo

Comentário do Apcontreiras a propósito da fábrica da Nissan:

«É um verdadeiro nojo este governo e tais governantes dele. Então não é que, depois de outros e um tal boy puto de bigodinho e estilo "três beiços" atirar as culpas para Sócrates, veio passos coelho informar o país que não se tratava de uma retirada de confiança no governo ou fuga ao acordo porque este ainda nao fôra assinado, não fôra outorgado.

Este pardal pensa que utilizando um palrar menos comum, mas quase sempre desadequado, o faz passar por mais inteligente, contudo quando tal é feito por alguém mentecapto a coisa ainda fica pior.

Andaram a gozar com as renováveis e sobretudo com os carros a bateria como "as tomadas de carregamento que andam a espalhar servem para carregar telemóveis" e outras graçolas idênticas. Gozaram à grande por Sócrates andar de carro a bateria e aquando da 1ª pedra da fábrica falaram de propaganda(aliás era tudo propaganda, até o Magalhães que, agora eles próprios andam à disputa entre sí vender, depois acabaram com os incentivos à compra de carros a bateria e por fim o batanete-ajudante da economia e o batanete-mor deixaram o contrato a dormir na gaveta.

Claro, perante tanta passividade e pior, tanto desinteresse e quase desprezo pela tecnologia a montante e jusante necessária ao bom sucesso do empreendimento, os patrões da Renault preferiram arrumar o assunto com o menor prejuízo possível.

O mais certo, agora, é que o batanete pp e o batanete-mor e todos os batanetes menores e maiores, vão de calças na mão oferecer-se para proporcionar os incentivos que forem precisos para recuperar a fábrica. Claro que, agora, terão de pagar a totalidade da fábrica se a quiserem em Portugal. Afinal o excesso de 2 mil milhões dá bem para isso e até, talvez, proporcione umas prendas nas contas off-shore.»

 Quanto terá valido o frete?
  

 Papagaio luso

Em Lisboa, um menino regressa da escola cansado por andar a pé uma grande distância. O governo subiu os preços e não há dinheiro para o passe..
Faminto, pergunta à mãe;
- Mãe, o que temos para comer?...
- Nada, filho!...
O menino olha para o papagaio que têm em casa e pergunta:
- Mamã, porque não comemos papagaio com arroz?...
- Não há arroz!....
- E papagaio ao forno?...
- Não há gás!...
- E papagaio no grelhador eléctrico?...
- Não há electricidade!...
- E papagaio frito?...
- Não há azeite!...
O papagaio felicíssímo gritou:
PUTA QUE PARIU. VIVA O PSD!!!...
  
 Espectáculo miserável em dois actos

Como era de esperar a fusão do fisco resvalou para um espectáculo triste em dois actos, no primeiro assiste-se à destruição de duas direcções-gerais com o seu espólio saqueado e distribuído pelas elites da também extinta DGCI que se comportam como centuriões ocupantes do novo território conquistado. Os novos senhores visitam instalações e vão decidindo quais as que preferem, protegem os seus serviços blindando-os a qualquer reestruturação ou substituição de incompetentes e eliminam serviços da DGAIEC e da DGCI em grande quantidade para disfarçar o aumento de cargos de chefia na DGCI.


A DGCI que nunca sofreu uma reestruturação digna desse nome consegue (por agora) passar incólume ao processo e ainda está autorizada a saquear a DGAIEC e a DGCI. São os centuriões da DGCI que decidem que serviços das Alfândegas querem e que serviços dispensam, quais os que devem passar para a DGCI quais os que devem ser arrumados num qualquer canto da DGAIEC.

Desta reestruturação resultam serviços aduaneiros sem qualquer nexo, divisões metidas em direcções de serviços onde não fazem sentido estar. Parece que não bastou a destruição moral da instituição, é necessário também descaracterizá-la e inviabilizá-la, retirar-lhe os símbolos, a história e os edifícios com maior dignidade. Talvez sejam injusto comparar certa gente com os centuriões romanos, estes ainda respeitavam os territórios ocupados, estamos mais perante uma pilhagem à moda dos vikings.

Infelizmente do lado das Alfândegas o espectáculo ainda é mais triste, os que se preparavam para se opor à fusão depressa fizeram juras de apoio à fusão, metem-se férias para se ir pedir aos padrinhos, chovem cunhas, os que dantes tinham altos cargos mendigam agora um lugarzinho aos novos vikings da DGCI. É um espectáculo triste que roça o repugnante ver gente que não consegue ser digna da história de uma instituição que fez deles alguém, dispostos a tudo a troco do penacho e de uns quantos euros.

Na DGCI há motivos para rir, os seus ficaram, os incompetentes sobreviveram, o imenso aparelho inútil, decrépito e gerador de esquemas de influência sobreviveu. A destruição massiva das Alfândegas e dos serviços informáticos poderá enganar a troika, exibindo menos lugares de chefias e a mentira de que aumentou a eficácia. Só que a mentira tem perna curta e a troika desconfia da necessidade de tanto serviço de finanças inúteis e de tesourarias que não se sabe muito bem para que servem.

Se não for esta há-de ser outra troika a perceber que o fisco português tem estrutura dignas do século XIX que hoje só servem para gastar o dinheiro dos contribuintes. Mais tarde ou mais cedo os tarimbeiros da DGCI que podem chegar a directores-gerais com habilitações académicas que na DGAIEC não lhe permitiria passar de funcionários auxiliares vão ter de suportar uma reestruturação da DGCI.
 
Estas elites do fisco reflecte bem o país que somos e as causas da desgraça em que estamos metidos.
 Nós preferimos um Hitlerzeco de segunda!

Como os tempos e os debates se repetem, como as personagens conseguem ser quase semelhantes...

«‘Tudo isso é apenas preparação para um ataque às políticas económicas de Roosevelt. Aí aparece um Hitler anti-keynesiano. Ambos os países, a Alemanha e os EUA, tinham milhões de desempregados e as finanças públicas em desordem em 1933, alega Hitler, que se gaba de ter resolvido ambos os problemas. Quanto a Roosevelt, acusa ele, "aumentou enormemente a dívida do seu país, desvalorizou o dólar, perturbou a economia... o New Deal deste homem foi o maior erro jamais cometido por alguém... num país europeu a carreira deste homem teria terminado num tribunal por desperdiçar o tesouro público, e dificilmente evitaria uma pena por gestão criminosa e incompetente".
 
Já na altura os EUA tiveram bastante sorte em ter um Roosevelt em vez de um Hitler. E ainda bem que ninguém se lembrou (então) de proibir o keynesianismo, nem de levar políticos a tribunal por políticas de expansão da economia.’» Rui Tavares, Um discurso de Hitler [hoje no Público], via CC.
    
 

 Uma só solução, a Constituição

«Bruxelas decidiu há dias um limite para o défice estrutural: 0,5% do PIB. Tudo bem, défice estrutural soa a coisa má, é bom que lhe ponham rédeas curtas (0,5% parece razoável). PSD, CDS e PS estão de acordo, não é bom? É. Questão resolvida, podemos passar a outro problema? Népias. Em Portugal nada está resolvido sem se articular, muito bem articuladozinho, na Constituição. Ora, não constam nela, nas cerca de 32 mil palavras constitucionais, nem o termo "défice estrutural" nem o cabalístico "0,5%". Na Constituição desta República até há a palavra "coroando", mas "défice estrutural", não. É grave, porque em Portugal pode faltar trabalho para metalúrgicos e para pescadores de tainhas mas nunca para constitucionalistas (e de Coimbra, meu Deus!). Daí que a boa vontade dos governantes e oposicionistas portugueses acerca da ordem de Bruxelas tenha emperrado. Passos quer a "regra de ouro", como ele lhe chama, na Constituição; Seguro quer a coisa numa lei paraconstitucional. Discute-se e parece que será longo. Vocês vão dizer-me: mas se se trata de pôr um limite ao défice porque é que não se faz por isso e conversa acabada? Homens de pouca fé! Porque estando na Constituição fica garantido. Por exemplo, no art. 20, diz-se: "A lei define e assegura a adequada protecção do segredo de justiça." E não é que bastou a lei dizer? Então, põe-se "0,5%" na Constituição, é tiro e queda. Já agora, porque não pôr "acabou a crise"?» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
     

 Mais uma do Cratino
 
«O discurso do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, anteontem, na apresentação da revisão da estrutura curricular, causou celeuma junto dos parceiros da educação. "O ministro destacou a importância do treino da memória. O que importa é os alunos memorizarem e nas provas debitarem o que aprenderam", revelou ao CM o presidente de uma associação de professores.» [CM]

Parecer:

Digamos que é um ensino do tipo madrasa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um  sorriso de dó pela triste personagem.»
  
 Quem está a mentir

«O ministro das Finanças afirmou hoje que a sustentabilidade da Segurança Social não será posta em causa com a transferência dos fundos de pensões dos bancários, porque apesar de estar dentro do Segurança Social será considerada de forma separada.

"Esta questão será considerada de forma inteiramente separada do sistema de Segurança Social, cuja sustentabilidade não pode ser colocada em causa de maneira nenhuma por esta operação, e cuja sustentabilidade é tratada de forma inteiramente distinta desta operação", afirmou Vítor Gaspar perante os deputados das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças, e da comissão de Economia.» [DN]

Parecer:

Se o ministro diz que o fundo de pensões dos bancários vai ser tratado à parte e o Passos Coelho diz ter uma folga de 3 mil milhões pra prendas de Natal para os amigos do governo um dos dois está a mentir.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apanhe-se o mentiroso.»
  
 A Batanete da Justiça queria uma guerra e vai tê-la

«Advogados inscritos no apoio judiciário, sistema alvo de uma auditoria do Ministério da Justiça (MJ), manifestam-se sexta-feira contra o que classificam de "campanha difamatória" da ministra contra a classe e exigindo a demissão da governante.

Segundo um documento enviado à agência Lusa pela advogada Sofia Tenório Guimarães, o protesto tem início pelas 11:00, junto ao Conselho Geral da Ordem dos Advogados, no Largo de S Domingos, em Lisboa, de onde partirão pelas 14:00, em desfile pela Rua Augusta, até ao Ministério da Justiça, na Praça do Comércio, onde permanecerão em vigília e protesto até perto das 23:00.» [DN]

Parecer:

Já conseguiu mais apoios para o bastonário.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Comece-se a contagem descrescente para a Batanete da Justiça.»
  
 Não esperaram muito para anunciar a privatização da Segurança Social

«O ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, reafirmou hoje que a reforma do sistema de Segurança Social prevê a participação no sistema de entidades mutualistas e privadas.

A reforma prevê o estabelecimento de 'plafonds' nas deduções, mas também nos pagamentos - cujo tecto o governante se escusou sugerir -, abrindo espaço à participação no sistema a operadores não públicos. É, por outro lado, "dirigida aos trabalhadores que entraram há pouco tempo no mercado de trabalho ou àqueles que vão entrar no mercado de trabalho", sublinhou o ministro.» [DN]

Parecer:

A isto chama-se desnatar a Segurança Social.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avaliem-se as consequências.»
  
 Regressaram as pentelhices
  
«O antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva discorda das críticas do Presidente da República à falta de equidade fiscal nos cortes dos subsídios de férias e Natal de funcionários públicos e pensionistas.» [DN]

Parecer:

Pobre homem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao catedrático a tempo parcial 0% que vá descansar com a sua velhota na terra onde ainda se fala de pentelhos.»
  
 Começaram as vaias a Passos Coelho

«Quer à chegada quer à saída do Centro de Arte Moderna Gerardo Rueda, em Matosinhos, cerca de três dezenas de populares manifestaram descontentamento, vaiaram o primeiro-ministro e gritaram insultos, tais como: “Ladrão”, “Gatuno”, “Palhaço”.» [CM]
 
Mas o DN prefere ignorar os factos, deve ter sido o Relvas a ordenar que assim seja:
 
«A cerimónia contou igualmente com a presença do antigo chefe do governo espanhol Jose Maria Aznar, do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, do presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto e do ex-líder social democrata Fernando Nogueira. O centro resulta de um protocolo assinado entre a fundação criada com o nome de um dos pintores espanhóis mais influentes do século 20 e Câmara Municipal de Matosinhos. No âmbito desse protocolo, válido por três anos, a Fundação Gerardo Rueda disponibiliza, para exposição no Centro de Arte Moderna de Matosinhos, 16 trabalhos daquele pintor.» [DN]

Parecer:

Veremos se para o ano vai para a Praia da Manta Rota ou se já tem dinheiro para melhor e sem riscos.
 
É irónico ver Passos Coelho declarar em Matosinhos que a cultura não estará sujeita a outras prioridades quando inaugura mais um símbolo do maldito Sócrates. Se tivesse vergonha na cara não inaugurava obras que gearam a despesa pública.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 O Álvaro diz que Portugal é um país de gente capaz

«Portugal é "um país de gente capaz" de responder aos desafios "cada vez mais globais" e assentes em tecnologia avançada, caso do setor da aeronáutica, afirmou hoje o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, em Lisboa.» [DN]

Parecer:

Esqueceu-se de acrescentar "e governado por incapazes, idiotas e sacanas".
 
PS: É lindo ver quem não faz nada dar na vista em cerimónias de concretização do trabalho e esforço dos outros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Álvaro porque não ficou a gelar os ditos no Canadá.»
   

 Homelessness around the world [Boston.com]










 The Ashaninka, A Threatened Way of Life [The Atlantic]