segunda-feira, setembro 21, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Chapim-azul, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Marcelo Rebelo de Sousa

Tratado de forma humilhante por Passos Coelho o putativo candidato a presidente está fazendo o frete se ajudar os pafisoso justificando-se com um "tem de ser". Era de esperar mais sentido da dignidade, um candidato presidencial não faz política por frete e não se justifica desta forma pouco corajosa. Quando temos a bexiga cheia tem de ser, quando temos os intestinos apertados tem de ser, mas quando está em causa a nossa dignidade o tem de ser é uma afirmação de dignidade e não de obediência canina.

«Marcelo Rebelo de Sousa deu boleia ao Expresso até à Marinha Grande, onde esta semana foi fazer aquilo que há meses tem feito pelo país: aceitar convites, dar conferências, visitar paróquias, falar em universidades e, de caminho, encontrar-se com “laranjinhas”. Desta vez, foi dar a aula inaugural do mestrado em Gestão no Politécnico de Leiria e participar num jantar de campanha da coligação PSD/CDS. E, na terra onde Mário Soares levou (ou inventou, as teses dividem-se) a pantufada que lhe inverteu com êxito o rumo da corrida presidencial de 86, Marcelo cumpriu um discreto mas eficaz ritual de fidelidade ao seu partido de sempre. Uma cartada “dois em um”, com os olhos postos nas legislativas (como ex-líder do PSD, o seu apoio é natural), mas também nas presidenciais (o partido fica-lhe grato e ele só pode ganhar com isso).

À entrada para o jantar, Fernando Costa, um dinossauro autárquico do PSD, que presidiu durante anos à câmara das Caldas e incendiou congressos por dizer o que muitos pensavam, sussurrou ao Expresso: “Se ele não fosse candidato a Belém, hoje não estava aqui. Já veio 10 vezes ao distrito e metade chegava se fosse só pelo partido”. À saída, já no carro, depois de se desdobrar em beijos, autógrafos, selfies e um improviso de mais de um hora sobre o país e o mundo em que foi ouvido em silêncio e declarou apoio à coligação — “a proposta mais segura, sensata e ponderada para o futuro de Portugal” — o próprio Marcelo aceita teorizar sobre os custos desta colagem. “Tem um custo?”. Tem. “Mas tem de ser”. Os militantes contam com ele e ele sabe que um ex-líder não pode virar as costas.» [Expresso]

 Passos Coelho: não faremos oposição ao país



 O homem que vai salvar a Segurança Social



 Idiotas fazem selfie com os bacalhaus e uma figurante forçada

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 Enquanto assim for
   
«Só mesmo uma enorme falta de respeito pela inteligência das pessoas pode levar alguém a dizer que foi o PS o único responsável pela crise financeira que levou ao resgate, como é completamente falacioso atribuir todas as responsabilidades da vinda da troika ao PSD. O facto é que dadas as circunstâncias não havia outra solução.

Por outro lado, a discussão sobre o chumbo do PEC IV também é espúria. A questão estava longe de ser económica, Sócrates, muito simplesmente, estava esgotado politicamente e nem que de repente chovesse dinheiro em Portugal o governo se manteria.

O país, pura e simplesmente, não estava preparado para resistir à mais grave crise económica internacional das últimas décadas. Talvez nunca se esteja preparado para resistir a um abalo da dimensão daquele. Talvez não se tenha feito desde o 25 de Abril - ou até antes - o suficiente, talvez o euro nos tenha deixado demasiado expostos, talvez tivéssemos confiado demasiado no projeto europeu e nas ordens e contraordens que nomeadamente o último governo foi recebendo ou talvez - o que é o mais certo - seja um cocktail de todas estas razões.

Não há quem não vocifere contra as obras públicas, quem culpe as parcerias público-privadas por todas as nossas desgraças, quem até culpe aeroportos que nunca se fizeram, autoestradas que nunca se construíram e travessias que nunca passaram do papel por a tal bancarrota. Não serei eu a negar que existiram exageros na construção de estradas, na proliferação de pavilhões multiusos, em rotundas, gastos inúteis, gestões ruinosas de empresas públicas e afins. O estimado leitor acrescentará à lista os disparates que conhece tão bem como eu.

Convém, no entanto, lembrar o que está de facto em causa quando falamos do grosso dos gastos do Estado nestas últimas décadas, das faturas que realmente contam e em endividamentos das famílias e das empresas (sendo o problema da dívida destas bem maior do que o do Estado). Por vezes, esquecemo-nos de que é na educação pública, no serviço nacional de saúde, nas pensões, nos apoios a quem fica sem condições de subsistência que o Estado e as suas entidades gastam o dinheiro - não, os carros e as viagens e as supostas mordomias dos políticos não têm o mínimo de impacto, por muito que custe a quem faz discursos com base nesse disparate. Mais, que todos estes sistemas foram praticamente todos construídos nestes últimos 40 anos. E se falarmos em endividamento de famílias temos de nos lembrar de que este resultou de coisas tão básicas como frigoríficos, micro-ondas e desse pequeno pormaior chamado crédito à habitação, ao qual gerações inteiras de portugueses foram obrigadas a recorrer.

No fundo, é a tudo isto que muitos chamaram, e ainda chamam, viver acima das nossas possibilidades.

Há uma pergunta que permanece sem resposta: alguém pensa que temos de dispensar de forma permanente partes importantes da educação pública, saúde, pensões, seguros sociais e/ou que seremos obrigados a ter níveis de vida ainda mais inferiores aos nossos confrades europeus para estarmos preparados para choques brutais como o da crise de 2008?

Muitas vezes se pergunta porque um país que se debate com tantas dificuldades, que expulsa os seus jovens às centenas de milhares, que tem um coro imenso de gente sempre disposta a insultar os políticos, mantém de forma sistemática os mesmos partidos no poder? Porque é que em países com problemas bem menores do que os nossos, como a França e a Espanha, surgem novos partidos, novas propostas políticas, e aqui os partidos do arco da governação PS, PSD, CDS e PCP - sim, o PCP faz parte do arco da governação, talvez melhor, da governabilidade, é o que absorve os choques, o que disciplina a rua - se vão revezando?

Talvez sejamos intrinsecamente conservadores; talvez aceitemos os nossos males endémicos, como a pobreza, a desigualdade ou a emigração, como inevitabilidades; talvez nos tenhamos, num ponto qualquer da nossa história, resignado.

Tenho poucas dúvidas de que estes fatores contribuem para a nossa estabilidade político-partidária. Mas o que é decisivo é a consciência de que o tal arco de governação tem, melhor ou pior, garantido, chamemos-lhe assim, os seguros sociais: a educação, a saúde, as pensões, os apoios em situações desesperadas - vemos, felizmente, a segurança como dado adquirido. Isto, claro está, somado à memória do nosso passado recente - 40 anos não é nada na memória de um povo.
No momento em que o cidadão português achar que um dos grandes partidos, ou os dois, põem em causa esse edifício será também o momento em que o nosso cenário político-partidário muda. A questão é se, sendo o tal edifício alterado, não será apenas uma mudança de partidos que está em causa. Esperemos que sim.» [DN]
   
Autor:

Pedro Marques Lopes.

      
 Ainda não chega de asneiras
   
«O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, defendeu este sábado que o Presidente sírio, Bashar al-Assad, deve abandonar o cargo, mas não tem de ser imediatamente. As declarações de Kerry foram feitas após um encontro com o chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond, em Londres.

“No último ano e meio dissemos que As7sad tem de sair, mas quando e em que modalidade… não tem de ser no dia um ou no mês um”, disse Kerry aos jornalistas.» [Observador]
   
Parecer:

Quantos Sírios terão de morrer para a Síria ser governado por fundamentalistas islâmicos e os imbecis da Casa Branca ficarem contentes com essa democracia assassina?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se a besta quadrada do Kerry à bardamerda.»
  
 Obra de Sócrates ganha prémio
   
«O novo edifício do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, desenhado pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, recebeu o Prémio CICA de Arquitetura, atribuído pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitetura.

O vencedor do prémio, entre vários galardões atribuídos por aquele comité, foi anunciado no dia 11 durante a Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires, que termina a 04 de outubro.» [DN]
   
Parecer:

Esta foi uma obra difamada pela direita e depois usada para aparecerem na fotografia da inauguração.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

   
   
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