terça-feira, dezembro 29, 2015

A geringonça mandou Paulo Portas para a clandestinidade

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Paulo Portas quando, referindo-se a António Costa, dizia ser 
extraordinário ver um líder político à procura da sua sobevivência


Depois do discurso do golpe de Estado, que não passou de uma tentativa dos líderes pafiosos de se manterem na liderança dos seus partidos, os líderes do PSD e dessa coisinha malcheirosa chamada CDS adoptaram estratégias diferentes. Passos Coelho faz  de primeiro-ministro no exílio e vai andando por aí exibindo a sua tolerância ilimitada para com as suostas asneiras do governo, ajudando quando pode e contra a vontade dos seus deputados, enquanto espera que ocorra alguma desgraça antes que o cata-vento tenha tempo para fazer uso da sua magistratura de intriga para o substituir por Rui Rio na liderança do PSD.
  
Não é a primeira vez que Paulo Portas passa à clandestinidade escolhendo para o seu lugar a próxima vítima da sua sacanice política, já o fez com Manuel Monteiro, o seu amigo da JC que ajudou a reconstruir o CDS, quando começou a cheirar a poder Paulo Portas e o seu grande amigo Nobre Guedes, o casal maravilha da direita portuguesa que, entretanto, andou desavindo, correram com ele. Resta agora saber a quem vai ele dar o beijo de Judas, se ao seu fiel amigo Lambretas ou à crente Cristas.
  
Paulo Portas parece ter demorado três meses a assumir que foi ele o grande derrotado nas eleições legislativas e o seu partido só não ficou reduzido ao partido do táxi à custa dos deputados que elegeu com os votos do PSD. Paulo Portas cobrou caro o desespero de Passos Coelho em manter-se no poder, mas a sua imagem é das mais odiadas e desprezadas pelos eleitores. Gasta a imagens do partido dos reformados, do partido das feiras e do partido dos contribuintes Paulo Portas esconde-se para recuperar fôlego.

Paulo Portas é a primeira vítima da encenação que ajudou a construir, com Passos Coelho e a ajuda de personagens como o então presidente da Comissão Durão Barroso ou Cavaco Silva criaram uma falsa realidade com início da famosa saída limpa. Agora percebeu que desmontada essa realidade as tais eleições antecipadas que desejava não se realizarão tão cedo. Paulo Portas percebeu que tanto ele como Passos Coelho são dois activos altamente tóxicos da vida política e que a sua permanência na liderança da direita conduz o PSD e o CDS a uma resolução, a primeira com verdadeiros benefícios para os contribuintes.

Paulo Portas é um predador oportunista, uma hiena da vida política portuguesa, aparece quando sente o cheiro podre do poder e desaparece quando o cadáver não tem mais nada a dar. A sua passagem à clandestinidade significa que percebeu que António Costa veio para ficar, só Passos Coelho iniste em ter esperança, mas, como é sabido, o líder do PSD é um pouco lerdo e muito parco em capacidades intelectuais, fala bem mas é como um cantor que tem uma excelente voz mas que é incapaz de escrever uma letra.

Resta agora saber do que vai viver Paulo Portas que é sabido ter gostos luxuosos, quando arranjou que lho pagasse andou de Jaguar, quando deixou de ser irrevogável e passou a vice ocupou as noites em busca de um palacete e os trajes de betinho latifundiário que gosta de vestir são de boas marcas. O modesto ordenado de deputado não é suficiente para os seus gostos e sabendo-se que sempre foi um teso resta saber se vai conseguir manter o seu nível de vida com os parcos recursos de que dispões.

Ainda é cedo para dizer adeus a esta personagem, até porque enquanto andar por aí vai continuar a cheirar mal na vida política portuguesa.