Ainda que considere a marcha pelo emprego uma imitação da marcha dos sem-terra do Brasil, num contexto económico e social em nada semelhante ao que garantiu o sucesso do movimento brasileiro, esta iniciativa do BE poderia ter o mérito de lançar um debate sobre o emprego, ao contrário da discussão do desemprego, como sugere Louça. Mas como para a classe política português o importante é o umbigo das agremiações a que insistem em designar por partidos, esse debate não vais ocorrer.
Os pressupostos da marcha são errados, fazer uma marcha pelo emprego significa que se está a exigir a alguém que crie empregos, e esse alguém só pode ser o Estado ou as empresas. Ora, o Estado já criou emprego a mais e esse excesso tem como consequência a perda de empregos no sector privado, e este último não cria empregos a título de caridade ou com receio de manifestações.
O objectivo das política económicas deve ser o bem-estar das populações e para esse bem-estar o acesso ao emprego e a mobilidade deste são condições necessárias, mas tenho sérias dúvidas que isso se consiga com políticas de emprego que visem criar postos de trabalho. A curto prazo o emprego cria-se com o estímulo à actividade económica e a médio e longo prazo são as políticas de educação e de formação que poderão obter melhores resultados.
Mais do que criar empregos a curto prazo e recorrendo a políticas que não olham a custos, preferiria que se apostasse na segurança social e se investisse na criação de bom emprego a médio prazo. As políticas activas de emprego e, principalmente, as grandes obras públicas além de apenas resultarem em fluxos de emigração têm custos sociais elevados e a longo prazo resultarão em novas vagas de desemprego.
Comparada com outras economias, o grande problema da economia portuguesa não é o desemprego mas sim a qualidade do emprego que cria, onde o baixo valor acrescentado e o recurso oportunista à precaridade estão a criar um modelo social onde só vale a pena nascer rico. Mesmo quem tem emprego vive mal e sem o direito à ambição.
Os pressupostos da marcha são errados, fazer uma marcha pelo emprego significa que se está a exigir a alguém que crie empregos, e esse alguém só pode ser o Estado ou as empresas. Ora, o Estado já criou emprego a mais e esse excesso tem como consequência a perda de empregos no sector privado, e este último não cria empregos a título de caridade ou com receio de manifestações.
O objectivo das política económicas deve ser o bem-estar das populações e para esse bem-estar o acesso ao emprego e a mobilidade deste são condições necessárias, mas tenho sérias dúvidas que isso se consiga com políticas de emprego que visem criar postos de trabalho. A curto prazo o emprego cria-se com o estímulo à actividade económica e a médio e longo prazo são as políticas de educação e de formação que poderão obter melhores resultados.
Mais do que criar empregos a curto prazo e recorrendo a políticas que não olham a custos, preferiria que se apostasse na segurança social e se investisse na criação de bom emprego a médio prazo. As políticas activas de emprego e, principalmente, as grandes obras públicas além de apenas resultarem em fluxos de emigração têm custos sociais elevados e a longo prazo resultarão em novas vagas de desemprego.
Comparada com outras economias, o grande problema da economia portuguesa não é o desemprego mas sim a qualidade do emprego que cria, onde o baixo valor acrescentado e o recurso oportunista à precaridade estão a criar um modelo social onde só vale a pena nascer rico. Mesmo quem tem emprego vive mal e sem o direito à ambição.