Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Rua da Baixa de Lisboa

IMAGEM DO DIA

Antevisão futurista: Metropolitano de Lisboa [+]

Ou estou muito enganado ou a Nasa vai chegar pela segunda vez à Lua do que os lisboetas irão de Metro do Cais do Sodré para o Terreiro do Paço, o que, à semelhança do que habitualmente com as novas naves espaciais, recorremos ao contributo do artista para obtermos uma antevisão futurista do que será um passeio entre as duas estações de Metro da Baixa Lisboeta.

Entretanto esqueceu que estava numa televisão público e, como se estivesse numa estação do PSD, decidiu dar conselhos aos jovens do PSD, cm ar de quem se estava a referir à Mocidade Portuguesa.

JUMENTO DO DIA

Marcelo já sabe quantos autarcas tem o PSD

Na semana passada Marcelo Rebelo de Sousa disse que o PND não tinha autarcas o que levou a que os autarcas daquele partido o tenham convidado para almoçar. Passada uma semana, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de dar ares de saber quatos autarcas tem o PND, mas não resistiu à tentação de os desvalorizar ao dizer o seu número ao lado do dos do PP. A isto se chama sacanice intelectual.

AS POLÍTICAS MUDAM COM OS MINISTROS

É cada vez mais evidente que com a tomada de posse de Luís Amado não mudou apenas o ministro dos Negócios Estrangeiros, mudou também a política e o discurso da política externa portuguesa. Isso até pode ser considerado normal, mas como nem o programa de governo nem o programa eleitoral do PS mudaram e ninguém ouviu Sócrates dizer uma palavra sobre a matéria, somos forçados a concluir que em Portugal as políticas mudam com os ministros. E isso é que não é nada normal, e tanto quanto se sabe Freitas do Amaral saiu porque tinha um problema na vértebra C6, algo que não tem qualquer relação com as experiências nucleares do Irão.

O ARGUMENTO DAS VÁRIAS LEGISLATURAS

O PSD tem vindo a usar o argumento de algumas decisões influenciam várias legislaturas para impor consensos sempre que os efeitos das decisões governamentais produzem efeitos para além da legislatura em curso, já o fez em relação à designação do Procurador-Geral da República e fê-lo agora em relação à segurança social e ao ensino.

Para Marques Mendes um governo com maioria absoluta não pode tomar nenhuma medida cujos efeitos ultrapassam uma licenciatura, isto é, o líder do PSD defende que o governo só tem autonomia para autorizar os pagamentos dos funcionários e das despesas correntes, em tudo o resto deve decidir em consenso com o PSD.

Marques Mendes deveria explicar porque razão o PSD avança com esta proposta apenas quando é oposição, e como já foi ministros dos Assuntos Parlamentares do PSD deveria recordar-nos as decisões do governo adoptadas pelos governos em que participou foram adoptadas em consenso com o PS com base no argumento que agora usa.

A levar a sério este argumento de Marques Mendes o líder do PSD teria que ser nomeado vice-primeiro-ministro sendo a sua assinatura exigida em quase todos os diplomas adoptados pelo governo. Só que Marques Mendes esquece um pequeno pormenor, esta solução seria única no mundo e está-se a esquecer que Portugal tem uma constituição que define os domínios em que uma decisão exige uma maioria de dois terços do parlamento.

Se fosse maldoso diria que Marques Mendes encontrou nos consensos a solução para suprir a falta da antiga ANP, assim se entende a visão paternalista que ele agora tem da democracia parlamentar.

O CAMINHO DE SÓCRATES

Na opinião de Vasco Pulido Valente:

«Ontem, Sócrates publicou no Expresso um artigo sobre o próximo congresso do PS com o título "Um Congresso para o País". Melhor título seria "Um Congresso para Sócrates". Desde de que se candidatou a secretário-geral, Sócrates tem mostrado um extraordinário entendimento do que é o poder. Nessa primeira campanha contra Alegre e Soares foi de uma vacuidade perfeita, cumprindo rigorosamente o plano de não se comprometer com nada de claro ou de preciso. Na segunda, que lhe trouxe a maioria, também ficou pelo que era necessário (com uma ou outra mentira pelo meio). A seguir, em pouco tempo, conseguiu calar e disciplinar o governo, como só Cavaco conseguira antes. Quando chegou às presidenciais, não mexeu um dedo e viu com indiferença o melodrama da esquerda, sabendo que a derrota tarde ou cedo lhe entregaria o partido. A cada passo, aumentou a sua autoridade pessoal.Agora, pela mesma lógica, Sócrates tem dois fins principais. Por um lado, anular Cavaco. Como? Adoptando a ideologia e o programa do "cavaquismo". A moção de estratégia que apresentará no congresso e que se chama "Rumo do PS: modernizar Portugal" resume a ideia. De facto, se o PS representar a "modernização" da economia e do Estado, como Cavaco a propõe (e a tentou fazer), muda por força o centro de gravidade do regime. O PS acaba por se transformar no partido "natural" de governo e o PSD num partido de protesto, crítica e recurso. Discordando aqui e ali, Cavaco está por definição impedido de obstruir a sua própria política e para Marques Mendes não sobra mais do que o pormenor e o método.Isto, por um lado. Pelo outro, Sócrates pretende "reformar" o PS e liquidar no ovo qualquer futura veleidade de esquerda. A ideia, anunciada no Expresso, de juntar as fundações do partido num só "instituto de estudo de políticas públicas", ou seja, num think tank "profissionalizado", dará ao secretário-geral uma superioridade absoluta sobre qualquer facção que o desafie ou conteste. E a proposta de extinguir a comissão permanente do secretariado (que Sócrates defende) elimina a única, e a última, plataforma concebível de uma oposição eficaz. De Novembro em diante (o congresso é em Novembro), Sócrates mandará no PS sem rivais, nem obstáculos. No PS e, cada vez mais, no país. Poupado nas palavras, discreto, macio, habilidoso, Sócrates segue o seu caminho.» [Público assinantes Link]

Despacho do director-geral d'O Jumento: «Afixe-se.»

POSIÇÃO DURA DE AMADO

Em relação ao Irão:

«O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, lançou ontem um sério aviso à Europa e à comunidade internacional. O Irão “é o problema mais grave na cena mundial” e o tempo das palavras acabou. “Nos próximos dias ou nos próximos meses teremos de tomar decisões difíceis, mas temos de nos preparar para isso (...) Portugal apoia as decisões do Conselho de Segurança da ONU”.» [Correio da Manhã Link]

Despacho do director-geral d'O Jumento: «Sugira-se a Sócrates que voltar a mudar a política externa que nos avise.»

VAGAS DE EMPREGO FICAM POR PREENCHER

Nos centros de emprego:

«Quase metade das ofertas de emprego colocadas por empresas junto dos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ficam por preencher. Apesar de estarem inscritas como desempregadas mais de quatro centenas de milhares de pessoas, os centros de emprego têm cada vez menos sucesso em encontrar um trabalhador com as qualificações necessárias para um dado posto de trabalho e que esteja na disposição de o aceitar.» [Diário de Notícias Link]

Despacho do director-geral d'O Jumento: «Consultem-se apenas os desempregados que querem mesmo emprego.»

MARQUES MENDES DESCONHECE A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA?

É o que se pode concluir ao defender o consenso nas medidas com efeitos para além da legislatura:

«“Considero fundamental que esta reforma da Segurança Social seja feita através de um acordo entre o Governo e o PSD, a partir das propostas que ambos apresentaram”, afirmou Marques Mendes, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.» [Público Link]

Despacho do director-geral d'O Jumento: «Ofereça-se um exemplar da Constituição da República a Marques Mendes, para que o líder do PSD não ande por aí a dizer baboseiras.»

NUTOPIA [Link]

O país criado através da net:

«Nutopia, «um país sem terras, fronteiras, passaportes, só pessoas», está directamente associado ao novo documentário «The U.S. versus John Lennon» (EUA contra John Lennon), apresentado esta quinta-feira no Festival de Veneza. » [Portugal Diário Link]

SHRIIIMP - GRAFITTI ON GIRLS [Link]

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