É deprimente, num país com todos os problemas por resolver nada se discute, o debate político centra-se na fruta da época, se há incêndios procuram-se as soluções, se há um maremoto na Ásia discutimos a protecção civil, se o concursos dos professores dá barraca problematizamos o ensino, se o Dr. Paulo Macedo, o “Ronaldinho” do Fisco, faz mais um comunicado para animar o culto da sua própria personalidade discutimos a evasão fiscal, se os agricultores da CAP querem mais subsídios tornamo-nos em especialistas em política agrícola.
Nem nos damos ao trabalho de pensar durante uns minutos, vamos todos ao Abrupto ver o que o que o Pacheco nos sugere como opinião intelectualmente evoluída, embora seja mais provável que ele ande embevecido com os seus early morning blogs.
De qualquer das formas, no Domingo à noite iremos todos beber o complexo vitamínico que nos é servido em colher de ferro com banho de prata pelo enciclopédico Marcelo Rebelo de Sousa.
Alguém reflecte sobre os nossos problemas? Temos uma imensidão deles, desde o energético à falta de competitividade, mas as nossas elites parecem pouco interessadas em discuti-los, preferem ler os artigos de opinião do New York Times e reflectir sobre as crises alheias, faz mais currículo discutir a relação entre a cor da saia da secretária pessoal de George Bush e as opções geoestratégicas de Portugal no quadro da crise libanesa do que tentar perceber porque razão a maioria dos portugueses não sabem que o New York Times existe.
De resto, o país sempre nos vai dando motivo para fazermos o nosso exercício intelectual, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa vai preparando a poção vitamínica com que vai animar as nossas elites, para as quais não o ouvir é quase tão grave como nunca ter ido à República Dominicana, ou tão vergonhoso como não andar com um carro de topo de gama. Hoje os incêndios, amanhã os segundos que os incêndios mereceram na RTP, depois o folhetim Mateus, a seguir um qualquer arrastão ou os roubos no Multibanco, não faltam motivo para pensar.
Nem nos damos ao trabalho de pensar durante uns minutos, vamos todos ao Abrupto ver o que o que o Pacheco nos sugere como opinião intelectualmente evoluída, embora seja mais provável que ele ande embevecido com os seus early morning blogs.
De qualquer das formas, no Domingo à noite iremos todos beber o complexo vitamínico que nos é servido em colher de ferro com banho de prata pelo enciclopédico Marcelo Rebelo de Sousa.
Alguém reflecte sobre os nossos problemas? Temos uma imensidão deles, desde o energético à falta de competitividade, mas as nossas elites parecem pouco interessadas em discuti-los, preferem ler os artigos de opinião do New York Times e reflectir sobre as crises alheias, faz mais currículo discutir a relação entre a cor da saia da secretária pessoal de George Bush e as opções geoestratégicas de Portugal no quadro da crise libanesa do que tentar perceber porque razão a maioria dos portugueses não sabem que o New York Times existe.
De resto, o país sempre nos vai dando motivo para fazermos o nosso exercício intelectual, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa vai preparando a poção vitamínica com que vai animar as nossas elites, para as quais não o ouvir é quase tão grave como nunca ter ido à República Dominicana, ou tão vergonhoso como não andar com um carro de topo de gama. Hoje os incêndios, amanhã os segundos que os incêndios mereceram na RTP, depois o folhetim Mateus, a seguir um qualquer arrastão ou os roubos no Multibanco, não faltam motivo para pensar.