Porque motivo Artur Santos Silva, o banqueiro histórico do BPI, terá recorrido a esta frase no passado mês de Março [Público Link] para dizer que a Opa lança pelo Opus Millennium não iria alcançar o seu objectivo?
Artur Santos Silva não tem nada de ingénuo, é um homem profundamente culto, sabe muito bem quem foi a autora daquela palavra de ordem e em que contexto ela foi usada, e não tem fama de comunista para que a tenha usado por convicções ideológicas. Para assegurar que a Opa não seria vencedora Artur Santos Silva recorreu à expressão que imortalizou Dolores Ibárruri (nos microfones do "Ministerio de Gobernación", no dia 19 de julho de 1936), que ficou conhecida por La Passionária [Wikipedia Link] desde que optou por esse pseudónimo no seu primeiro artigo porque este foi escrito na Semana da Paixão (que ironia); e ver um banqueiro usar no contexto de uma opa o lema com que a líder comunista espanhola mobilizou as forças republicanas para a defesa de Madrid contra as tropas de Franco dá que pensar. Que relação existorá entre dois contextos tão diversos e distantes?
A única relação possível reside na associação do Millennium à Opus Dei e esta ao lado mais conservador da Igreja Católica espanhola que, por sua vez, foi o grande sustentáculo de Franco e uma forte apoiante da repressão, da tortura, da morte, da adopção forçada dos filhos dos republicanos e de muitas outras atrocidades cometidas durante e depois da guerra civil espanhola.
Talvez seja tempo de dizer como Artur Santos Silva o fez, que “¡No pasarán!”.
O poder tentacular e secreto da Opus Dei combinada com os recursos financeiros do maior banco privado leva-nos a defender que é tempo de dizer que não é admissível que a maior instituição do Estado esteja sob o controlo de alguém da Opus Dei e de um empregado do BCP, e é ainda menos aceitável que o poder do Millennium dentro do fisco vá muito mais além daquele que resulta da designação de um director-geral e que com isso tenha conseguido poupar muitos milhões de euros. A Deus o que é de Deus e a César o que é de César.
Artur Santos Silva não tem nada de ingénuo, é um homem profundamente culto, sabe muito bem quem foi a autora daquela palavra de ordem e em que contexto ela foi usada, e não tem fama de comunista para que a tenha usado por convicções ideológicas. Para assegurar que a Opa não seria vencedora Artur Santos Silva recorreu à expressão que imortalizou Dolores Ibárruri (nos microfones do "Ministerio de Gobernación", no dia 19 de julho de 1936), que ficou conhecida por La Passionária [Wikipedia Link] desde que optou por esse pseudónimo no seu primeiro artigo porque este foi escrito na Semana da Paixão (que ironia); e ver um banqueiro usar no contexto de uma opa o lema com que a líder comunista espanhola mobilizou as forças republicanas para a defesa de Madrid contra as tropas de Franco dá que pensar. Que relação existorá entre dois contextos tão diversos e distantes?
A única relação possível reside na associação do Millennium à Opus Dei e esta ao lado mais conservador da Igreja Católica espanhola que, por sua vez, foi o grande sustentáculo de Franco e uma forte apoiante da repressão, da tortura, da morte, da adopção forçada dos filhos dos republicanos e de muitas outras atrocidades cometidas durante e depois da guerra civil espanhola.
Talvez seja tempo de dizer como Artur Santos Silva o fez, que “¡No pasarán!”.
O poder tentacular e secreto da Opus Dei combinada com os recursos financeiros do maior banco privado leva-nos a defender que é tempo de dizer que não é admissível que a maior instituição do Estado esteja sob o controlo de alguém da Opus Dei e de um empregado do BCP, e é ainda menos aceitável que o poder do Millennium dentro do fisco vá muito mais além daquele que resulta da designação de um director-geral e que com isso tenha conseguido poupar muitos milhões de euros. A Deus o que é de Deus e a César o que é de César.
É inaceitável que enquanto existem investigações sobre a banca, tendo o Millennium sido referenciada nessas investigações como a comunicação social deu conta, sabendo-se que o Millennium recorreu a truques (e sabe Deus que mais) para obter reembolsos ou evitar o pagamento de impostos e que à frente da DGCI esteja alguém “emprestado” pelo próprio Millennium.
É tempo de afirmar que os pretensos sucessos do fisco não resultam de um milagre operado por um gestor fabuloso que mais não fez do que aproveitar obra alheia e uma conjuntura favorável para engrandecer a sua imagem, beneficiando da situação privilegiada junto da comunicação social, promovendo uma campanha tal que até parece que foi o salvador da Pátria. Os sucessos do fisco é obra de 12.000 funcionários e não de um gestor milagreiro que pouco mais fez do que comunicados de impensa.
Tal como Artur Santos Silva o disse em relação à Opas Dei, na banca como no fisco, talvez esteja na hora de também o dizer: "¡No pasarán!".
É tempo de afirmar que os pretensos sucessos do fisco não resultam de um milagre operado por um gestor fabuloso que mais não fez do que aproveitar obra alheia e uma conjuntura favorável para engrandecer a sua imagem, beneficiando da situação privilegiada junto da comunicação social, promovendo uma campanha tal que até parece que foi o salvador da Pátria. Os sucessos do fisco é obra de 12.000 funcionários e não de um gestor milagreiro que pouco mais fez do que comunicados de impensa.
Tal como Artur Santos Silva o disse em relação à Opas Dei, na banca como no fisco, talvez esteja na hora de também o dizer: "¡No pasarán!".