domingo, dezembro 27, 2020

MAS QUE GRANDE BASTONÁRIO….

Toda a gente sabe que o bastonário não está exercendo a sua profissão e todos sabemos que a sede da Ordem está em Lisboa. Então como justifica ter ido ao Porto, ao Hospital de Santo António para ser um dos portugueses a serem vacinados? 

A desculpa revela o oportunismo, o homem esclareceu que não estava ali como bastonário mas como médico e sendo médico ligado aos transplantes, pertencia ao grupo prioritário e é um dever de cidadania ser vacinado. 

Estava ali como médio? A fazer o quê, a dar consultas externas, na urgência ou a fazer algum transplante? 

A verdade é que o senhor bastonário usou o seu estatuto de médico para ser um dos primeiros portugueses a ser vacinado. E como a vacina não vai dar para todos os que trabalham nos hospitais, a verdade é que o que o bastonário fez foi dar “um golpe na bicha”. Uma vergonha.

quarta-feira, dezembro 23, 2020

UMA TORRE MUITO FEIA

Todos os dias são abatidas manadas de bovinos, rebanhos de cabras, bandos e bandos de frangos e de perus ou varas de porcos. Só que nenhum dos proprietários dos animais se aproveitaram e cobraram o direito de matar os animais a tiro, numa orgia desumana que nem em tempos medievais o mundo assistiu. 

Aquilo que sucedeu na Torre Bela foi uma orgia de morte e qualquer um dos idiotas que lá estiveram com os melhores e mais caros trajes de falsos caçadores mataria com o mesmo prazer um veado ou uma vitela, da mesma forma que se sentem tão grandes caçadores quando mata uma perdiz selvagem ou atira sobre uma perdiz de aviário. 

O argumento dos caçadores, de que controlam a caça, que defendem o ambiente ou ajudam a repovoar a vida selvagem, não passa de bazófia dos dirigentes de associações ou de caçadores finos como o Sousa Tavares. A verdade é que substituem espécimes selvagens por “frangos” e não raras vezes atiram sobre tudo o que corre ou voa, à falta de melhor até se divertem a atirar a sinais de trânsito. 

Mas há uma segunda dimensão desta hipocrisia, é a transformação de uma exploração agrícola para produzir energia supostamente limpa. Isto é, em vez de os terrenos serem avaliados segundo as suas aptidões agrícolas, a sua biodiversidade ou importância para a manutenção da biodiversidade, semeiam-se parques de energia fotovoltaica por todos os cantos. 

É a hipocrisia das energias limpas, a mesma hipocrisia que para promover o biodiesel substituiu florestas por campos de soja ou de milho, destruindo florestas e terrenos com aptidões agrícolas para alimentar a bazófia ambientalistas de políticos da treta..

terça-feira, dezembro 15, 2020

QUANDO MUITOS ESTAVAM DESATETOS

Eduardo Cabrita diz que no caso do SEF, foi o primeiro a agir, quando muitos estavam desatentos? Certamente que agiu, é para isso que é ministro, ganha como ministro, tem poderes de ministro e beneficia de todas a comodidades do cargo. 

Mas que é que não agiu? Quem é que tinha poderes para agir e não agiu, o primeiro-ministro, a diretora já despachada da forma habitual, o Presidente da oposição, os da oposição, o cidadão comum que não aprecia a forma como o ministro agiu? 

De dia para dia a situação de Eduardo Cabrita é cada vez mais difícil e o óbvio começa a ser cada vez mais óbvio.

quinta-feira, dezembro 10, 2020

UM BOTÃO DE PÂNICO?

 



O que é necessário para que em Portugal se considere que há responsabilidade política e um ministro decida pedir a demissão antes que alguém o exija? 

Pela postura de ministros como Eduardo Cabrita fica-se com a sensação de que confunde responsabilidade política com responsabilidade criminal, isto é, este ministro só poderia a demissão no momento em que a GNR lhe batesse à porta com um mandato de prisão, isto é, para este tipo de gente confunde-se responsabilidade criminal, como não sou, não mandou nem foi ele que matou não tem nada que ver com o caso a não ser porque, por mero acaso, é ministro da Administração Interna. 

Mas, como é costume, o boi da piranha já foi atirado ao rio, quando as piranhas estiverem de barriga cheia a manda já pode ir tranquilamente para o prado do outro lado do rio. Quando se deu o caso atirou-se a bola para canto, tudo estava na justiça e por justiça entende-se fazer esquecer o caso. Entretanto a justiça fez a sua parte e as coisas não estão bem,  atira-se a diretora para o rio e assunto resolvido. 

Mas esqueceram-se de que mataram alguém que em pleno século XXI e num país onde o discurso oficial defende, com razão, de que precisamos da mão de obra dos emigrantes, veio a Portugal em busca de trabalho. Veio a um país da EU, ainda por cima um país que sabe muito bem o que são abusos policiais e torturas, um país governado por uma esquerda que faz bem em não se cansar de lembrar o fascismo. 

Ainda por cima esse cidadão tinha esposa e dois filhos, mesmo assim esqueceram-se de que há Skype, jornalistas e tradutores. De um dia para o outro soubemos o suficiente para nos envergonharmos ainda mais. Um Estado tortura por prazer, mata e nem sequer se dá ao trabalho de pagar a trasladação do corpo da vítima. Sim o Estado, o homem foi morto em instalações onde se devia sentir seguro, estava ao cuidado de agentes policiais com formação, chefias e governo, num edifício onde está a bandeira portuguesa hasteada. 

E o que faz o ministro? Atira a diretora do SEF para a fogueira, diz que o Provedor de Justiça lá decidirá quanto é que vale a vida do cidadão (incluirá a tortura na fatura?) e fica tranquilo porque na sala da tortura passa a haver um botão de pânico, a partir de agora os torturados pedem um intervalo aos algozes, para tocarem o botão de pânico. Imagino que o Aeroporto passará a ter um grande cartaz informando: se lhe derem uma carga de porrada peça por gentileza que lhe digam onde está o botânico de pânico. Enfim, um grande progresso, já que até agora só havia o Livro Amarelo. 

É uma pena que além de um botão de pânico não possamos contar com um botão de ejeção, porque a esta hora já o teria carregado e estaríamos livres deste ministro. 

Esperemos que em vez de ser demitido não se lembrem de propor o Eduardo Cabrita para Nobel da Paz, por ter inventado o botão de pânico.

sexta-feira, dezembro 04, 2020

PORQUE VOTO MARCELO



Poderia ficar calado ou sugerir que me absteria, mas não, não me vou abster e votarei Marcelo Rebelo de Sousa.

Poderia dizer que voto Marcelo porque gosto ainda menos dos outro candidatos, mas não, apesar de poder fazer esse tipo de comparações, não andei a fazer qualquer concurso pessoal de candidatos.

Antes de mais voto Marcelo pelo que fez, pelo que não fez e pelo que espero pelo que faça no futuro.

Pelo que fez porque sem Marcelo dificilmente teríamos tido a estabilidade política num dos momentos mais difíceis que o país atravessou. À beira de cair de novo na crise financeira poderíamos ter regressado Às políticas destrutivas de Passos Coelho.  Agora haveria por aí muito defensor dos trabalhadores que no passado deram uma preciosa ajuda a Passos Coelho, que não se armariam em defensores dos direitos dos trabalhadores e grandes vigilantes do Novo Banco.

É verdade que houve momentos em que Marcelo desiludiu, que muitas vezes tivemos um presidente a resvalar para um populismo para efeitos de auto estima pessoal do próprio Presidente. Mas também é verdade que é a Marcelo que a esquerda deve a estabilidade durante quatro anos, a primeira legislatura governada do princípio ao fim por um governo minoritário e a primeira coligação que durou a legislatura sem sobressaltos.

Não acredito que com qualquer outro Presidente ainda tivéssemos um governo de esquerda ainda em funções, apesar de todas as dificuldades que enfrentou. Alguém acredita que tudo isto teria sido possível com Marisa Matias, Ana Gomes ou João Ferreira na Presidência da República?

Depois de todos os cortes de salários, de ameaças de despedimentos coletivos no Estado, de cortes arbitrários das pensões, de medias anticonstitucionais, vivemos quatro anos de estabilidade. Graças a Marcelo provou-se que um governo de esquerda poderia ser rigoroso e competente na gestão financeira do Estado, graças a Marcelo provou-se que era possível um acordo à esquerda tendo um político do PS na Presidência, com a ajuda de Marcelo o país superou as duas maiores crises do século, a financeira e a sanitária.

Não sei o que vai fazer Marcelo nos próximos quatro anos, se vai ajudar Rio, se vai voltar a tirar selfies ou se volta a dizer os disparates que ás vezes diz. Mas sei o que fez Marcelo nos últimos anos e estou-lhe pessoalmente grato por isso. Seria cinismo e mesmo ingratidão vir agora inventar fantasmas para lhe virar as costas nas próximas eleições.

Preciso de alguém que equilibre os poderes, que mostre ao povo descontente que há soluções à esquerda e à direita que dispensam capadores, de alguém que não invente crises e que não tire a respiração ao país na véspera de todos os discursos. Já conheci vários presidentes desde o malfadado Américo e na memória retenho dois vários presidente que estiveram à altura do cargo, Mário Soares, Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa. Votei duas vezes em Mário Soares, outras duas em Mário Soares e irei votar pela segunda vez em Marcelo Rebelo de Sousa.  

Não iria mudar de critério só porque Marcelo é de direita, quando Marcelo foi um dos presidentes a que a esquerda portuguesa mais deve senão mesmo aquele a quem tem mais a reconhecer.

sexta-feira, novembro 27, 2020

A ALEGRIA DE RUI RIO


 

Rui Rio dá ares de quem ganhou um brinquedo novo, parece uma criança a quem ofereceram a primeira bicicleta, finalmente sente-se feliz porque consegue dar ares de líder do PSD. Não lhe importa que tenha conseguido dar ares de líder porque a Catarina Martins lhe emprestou a prancha de bodyboard (surf é demais para as suas capacidades) enquanto do outro lado o André Ventura o segurava para aparecer minimamente equilibrado para a fotografia. 

Não lhe importou que tenha sido uma figura secundária no debate do Novo Banco, não se incomodou de a sua cambalhota ter sido sincronizada com a do Ventura, o que o levou a pensar que afinal o espelho estava enganado, foi o momento de glória proporcionado pelo Novo Banco. O outro andava de chanatas enquanto pôs fim ao BES, este anda de botas cardadas quando dá o pontapé no Novo Banco. 

Mas o mais curioso é ver um ecrã cheio de gente engalfinhada para aparecer ao lado do líder. É a abordagem pacóvia muito típica, uns querem dizer na terra que são importantes porque têm direito a estar atrás do líder, outros aproveitam a foto para meter no Facebook do PSD da sua aldeia. À frente deles um líder excitado berra e como acha que o seu sorriso é lindo não usa máscara, porque deve achar que os portugueses preferem ler no lábios. 

Este é o senhor que revelou não ter classe nenhuma ao abordar a questão do congresso do PCP. Mas no mesmo telejornal vejo imagens do congresso do PCP, um controlo rigoroso nas entradas, distanciamento social, micros desinfetados após todas as intervenções, todas as cadeiras desinfetadas no intervalo para o jantar. 

Pessoalmente achei que a realização da Festa do Avante revelou alguma falta de bom senso e que o congresso tem muita teimosia ideológica. Mas recuso condenar a realização do congresso, como não condenei outro congresso e manifestações em tempos de pandemia e organizados sem um mínimo de seriedade. O PCP tem direito a fazer o uso dos seus direitos constitucionais e questioná-las, ainda que com os truques pacóvios do Rui Rio, só merece uma condenação. 

Mas depois de ver este Rui Rio acompanhado de um rebanho de gente em menos de dois metros quadrados acho que este palerma deveria pensar um pouco antes de abrir a boca.

quarta-feira, novembro 25, 2020

QUAL A DIREITA PREFERIDA DO BE

Já percebemos que o BE vai votar contra o OE, não só não faria sentido ter um voto diferente do que adotou na generalidade, até porque o Governo ignorou as suas propostas, como tem sido evidente desde o início do debate na generalidade que o objetivo do grupo da Catarina Martins é sugerir que sem a aceitação das suas imposições o OE é de direita. 

Sabendo que vai votar contra e que isso implica um encosto à direita o BE tenta validar esta posição sugerindo que o OE é de direita. Isto é, agora temos duas direitas, a do costume e a do PS. De um lado está a direita que vota contra o OE, PSD, CDS e Chega, do outro está o OE e o partido que o apresenta, bem como os que o viabilizam. No meio está a esquerda que segundo a Catarina Martins é ela própria. 

Desta forma a Catarina fica descansada pois não tem alternativa a encostar-se à direita. O problema é que entre a direita formada pelo PSD, CDS, PL e CHEGA e a direita formada pelo PS, PCP; Verdes, PAN e deputados sem grupo parece que a direita preferida da Catarina Martins em matéria de OE é a do CHEGA. 

Enfim, de vez em quando o BE prefere a direita da direita à direita da esquerda.

domingo, novembro 22, 2020

RIO SECO

Confesso que não sou adepto do Twitter, mas desde que o Trump o usou para as suas asneiras achei que devia dar uma espreitadela ao do Rui Rio, o homem que desde que achegou ao Chega ganhou alguns tiques estranhos e começa a ter alguns raciocínios ao estilo de Maria Vieira. E por falar da Maria Vieira começo a recear que por um qualquer engano o líder dp PSD tenha feito passar o conteúdo dos seus neurónios pelo ZIP e acabou por ficaR intelectualmente zipado.

Agora lidera uma cruzada ao congresso do PCP e puxa dos seus conhecimentos zipados de direito para dizer que a lei não proíbe que o congresso seja adiado ou que seja obrigatoriamente realizado por vídeo conferência. E que para que não se tenha dúvidas avança com o articulado da lei:

"As reuniões dos órgãos estatutários dos partidos políticos, sindicatos e associações profissionais não serão em caso algum proibidas, dissolvidas ou submetidas a autorização prévia"

Lamento muito mas direita ao Rio o que diria a quem quer que fosse que me saísse com esta: idiota! Como é que o governo poderia obrigar o recurso a videoconferência ou forçar o seu adiamento sem ter poderes para que a realização do congresso e do seu modelo de funcionamento lhe tivesse sido comunicado previamente?

Começo a ficar baralhado, então o André Ventura veio em defesa da Constituição tentando impedir as medidas adotadas pelo governo antes de ter sido declarado o estado de emergência e agora é o Rui Rio que interpreta a lei como se estivesse a ler as instruções de utilização do rolo de papel higiénico?

Até se fica com a impressão que o Rio descobriu que como o Ventura não será moderado a melhor forma de não se notar a diferença é ser o PSD a ficar mais à extrema-direita. Por aquilo que vemos até parece que o Rio os quer ultrapassar pela direita.

Este Rio está tão zipado que ainda é despromovido a ribeira ou, como sucede com muitos cursos de água do Algarve, fica com a alcunha do Rio Seco.

quarta-feira, novembro 11, 2020

OBRIGADO RUI RIO

O argumento de Rui Rio para justificar a aliança de um partido que se diz social-democrata com um partido da extrema-direita é um atentado à inteligência. Usando uma linguagem vulgar o Rui Rio diz que ainda não se tornou num gigolô, o que fez foi o que toda a gente faz, perdeu a virgindade e não vê qual o inconveniente em tê-lo feito com o Chega. 

Segundo esta lógica o PAN, que ´+e tido como um partido de esquerda, seria um forte aliado dos nazis pois é sabido que Hitler era vegetariano e adotou leis de proteção dos animais que fariam inveja a muitos países ditos muito civilizados. O líder do PAN poderia muito bem explicar que não apoiava o extermínio dos judeus, dos opositores do nazismo, dos ciganos ou dos republicanos espanhóis, apena tinha feito um acordo no domínio da proteção do ambiente e dos animais. 

A explicação do Rui Rio de que o Chega apoia as suas bandeiras é ridícula, o líder do PSD sabe que quando fala em reduzir deputados ou cortar nos malditos apoios osiciais está a fazer suas duas bandeiras da extrema-direita. Por mais pacóvio que seja ele sabe que a redução de alguns deputados e o corte nos subsídios não passam de medidas senm qualquer impacto na sociedade ou economia, são apenas idiotices para ganhar votos de idiotas que acham que é capando, cortando subsídios e dando facadas no parlamento que se atinge a democracia. 

Mas há uma coisa que devemos agradecer a Rui Rio, finalmente um líder do PSD assumiu a matriz ideológica que todos eles defendem em privado, ainda que em público venham com a pantomina do partido de esquerda ou do centro direita. O PSD é um partido da direita e é natural que entre o PSD e o CHEGA o denominador comum sejam estas duas bandeiras que os uniu nos Açores. 

Agora está tudo claro e a Catarina Martins fica a saber que governo está a escolher quando decidir derrubar um governo de esquerda só porque quer subir dois pontos na votações, comportando-se como um especulador da bolsa que de vez em quando vende as ações para realizar os ganhos. 

Nunca tivemos tão bons motivos para agradecer ao Rui Rio, nunca a política portuguesa ficou tão clara.

 

terça-feira, novembro 10, 2020

O APOIO AOS RESTAURANTES

Em muitos países europeus os restaurantes estão fechados, mas em Portugal e a propósito da declaração do estado de emergência já ouvi dezenas de comerciantes a reclamar o direito a abrirem as portas a tempo inteiro. Não importa a pandemia, nem que muito brevemente o sistema de saúde fique de pernas para o ar. 

Mas o mais curioso é que apesar de o primeiro-ministro ter falado em ajudas especiais a este setor, são poucos os donos de restaurantes que falam em ajudas, para ser mais preciso ouvi muitos a pedir ajuda mas desde a entrevista que primeiro-ministro deu ontem à TVI são muito poucos os que falam das medidas de apoio. 

Vi apenas um dono de restaurante a sugerir que as ajudas estejam indexadas aos impostos que pagaram, ainda que não tenha referido e não falta por aí quem considere que o IRS dos trabalhadores que é retido pelas empresas se trata de mais um imposto pago pelo patrão. 

Foi precisamente isto que António Costa referiu na entrevista a Miguel Sousa Tavares, que o governo sabia qual era a atividade dos restaurantes nos sábados e domingos graças ao e-fatura. Isto é, eventuais compensações aos restaurantes terá por base a faturação declarada no âmbito e-fatura. Como era de esperar ninguém e muito menos a AHRESP fizeram a mais pequena referência a esta questão. 

Pela primeira vez o Estado condiciona as ajudas ao volume de vendas declarado e só é pena que todas e quaisquer ajudas do Estado, a empresas ou a particulares, não tenham por base o mesmo critério. Quem não cumpre com as suas obrigações fiscais não se pode meter na frente da fila dos subsídios estatais.

Obrigado e-fatura...

segunda-feira, novembro 09, 2020

UM PETROLEIRO CHAMADO COVID-19

 A ministra é aquilo a que se designa por tagarela, fala, fala, fala e fala tão depressa que no fim ninguém sabe o que ela disse. A diretora-geral da saúde viu na pandemia a oportunidade de ter um brinquedo novo chamado comunicação social. Durante meses o governo deu-nos uma overdose de comunicação a propósito da covid-19. 

O problema é que a atuação destas duas senhoras foi um desastre de comunicação, comportaram-se como amadoras, muitas vezes estiveram mais preocupadas em gerir a sua imagem do que em combater a pandemia e o balanço da sua atuação foi desastrosa, como se começa a perceber no comportamento dos portugueses. 

No caso particular da diretoria-geral de saúde estamos perante um verdadeiro desastre de comunicação, cometeu tantas asneiras que acabou por se transformar numa anedota nacional, os seus disparates destruirão qualquer hipótese de mobilização nacional com base na comunicação do governo. Desde os disparates no início da pandemia à guerra quixotesca contra o uso das máscaras, passando por situações anedóticas como a cena da garrafa, resultaram no desprestígio do Estado e da Administração Pública. 

É evidente que não faltam fãs a dizerem que estamos perante duas heroínas, a partidarite leva a que muita gente fique sem a mais pequenas capacidade de análise e em vez de criticarem para que se corrijam os erros, defende-se alguém e elogiam-se os erros pensando que assim defendem o governo em que se votou. 

Só que a pandemia é como um petroleiro, quando ganha velocidade é difícil de parar e por mais que se tenham encontrado virtudes onde os defeitos eram óbvios, agora o aumento dos doentes, dos mortos e dos que precisam de cuidados intensivos não vão para de aumentar e mais semana menos semana esgotarão os recursos hospitalares, com ou sem a requisição dos privados, com ou a sem contratação de mais pessoal clínico que já não há no mercado. 

Os últimos meses foram um desastre na comunicação e o problema é que numa situação grave vemos uma grande parte dos portugueses num salve-se quem puder em termos económicos, com muita gente convencida de que se o vaso vai cair em cima da cabeça do vizinho. Não é a dramatização do discurso de António Costa ou a meia dose de recolher obrigatório durante dois dias por semana que se vai parar o petroleiro de uma pandemia que ganhou velocidade graças ao comportamento dos portugueses.

domingo, novembro 08, 2020

MEIA DOSE DE RECOLHER OBRIGATÓRIO

 


 

Depois de longas horas de reflexão e quando o país registou mais de 6000 casos, sem qualquer anúncio de previsão por parte de António costa, que parou com os seus exercícios estatísticos nos 1000 casos. Para evitar o obviamente inevitável o governo decidiu-se por meia dose de recolher obrigatório, mas apenas daqui a uma semana quando já estivermos mais perto dos 10.000 casos, porque ente país retangular tudo se decide com números redondos. Até lá contagiai-vos unas aos outros, se tivermos em consideração o período de incubação do mafarrico daqui a um mês saberemos quais os resultados de tão brilhantes medidas adiadas. 

Quem se deve estar a rir disto tudo são os perus e os galos capões pois por este andar neste Natal é bem provável que nos fiquemos pelo bacalhau, isto se no dia da promoção as grandes superfícies não estarão cheias que nem um ovo com tanta gente a tentar aviar-se antes que a loja feche, para cumprirmos o ritual do recolher obrigatório às 13 horas. Vai ser o bom e o bonito com os engarrafamentos da hora de almoço. 

Há aqui qualquer coisa de errado, ao fim de muitos meses de pandemia a DGS fez um gráfico tipo queijo da ilha, para percebermos que a célula pela qual entra o vírus é nem mais nem menos aquela que muitos designam por célula base da nossa sociedade, a família. Se por cá andasse o Passos Coelho não só já estaríamos todos reduzidos ao salário mínimo, para que tal como o rapazola prometeu Noam viagem ao Japão , o país se tornasse no mais competitivo do mundo, como ainda nos acabava por tirar o fim de semana, depois de já nos ter roubado nas férias e nos horários de trabalho. 

Como 68% ocorrem na família ( mais um e o nosso Mota Amaral exclamaria “curioso número!”)  a solução mais eficaz foi forçar as famílias a reunirem-se mais cedo nos sábados e domingos. No caso daqueles que decidirem reunir famílias distribuídas por vários concelhos a ordem foi ficarem a dormir em casa do primo e só voltar no dia seguinte. 

Cá por mim que desta vez o Passos Coelho teria razão, se em casa há 68% dos contágios e nas escolas e empregos apenas 20 o ideal seria mandar toda a gente para o trabalho e escola. Melhor ainda, se alterassem os horários para que todos fosse-mos com a porteira e o guarda noturno nem sequer haveriam contactos familiares. Provavelmente a razão do sucesso da China no combate à pandemia é não saberem o que são férias e fins de semana.

Enfim isto ainda vai acabar com as marcas de preservativos a incluírem uma máscara cirúrgica em cada embalagem de camisas de Vénus.

sexta-feira, novembro 06, 2020

O RIO TRANÇÃO DA POLÍTICA

Um acordo de Rui Rio com o André Ventura é muito estranho e só se entenderia se o líder do PSD estivesse convencido de que o André Ventura ainda é militante do PSD e só foi ao Chega fazer uns programas, como se fosse a CMTV. Mas um acordo de um partido que transporta o selo de social-democrata com um outro partido cujo símbolo lógico devia ser um canivete de capar é muito estranho.

Com muito boa vontade poderia aceitar um acordo com vista à adoção de instruções de utilização de papel higiénico ou sobre outro tema que nada tenha que ver com a política, mas um acordo político para viabilizar um governo aceitando ficar na mão de alguém sem escrúpulos como o André Ventura? Bem, não é difícil de perceber quem vai acabar por ficar capado.

Mas este negócio entre o Rio e o André é mais perverso do que parece. O Rui Rio diz-se social democrata e aceita reduzir os apoios sociais a metade. E como se isso não bastasse Rio aceita representar o Chega dando-lhe poderes de revisão constitucional, aceitando apresentar uma proposta de revisão assinada pelo André Ventura.

Rio até pode dizer que o PSD também propõe reduzir os deputados. Mas confundir uma redução de deputados num quadro de gestão da democracia é bem diferente de reduzir deputados porque para os fascistas  estes são uns inúteis.

E como se tudo isto fosse pouco, ainda faz figura de urso deixando ao Chega o anúncio desta vergonha, subalternizando-se perante um pequeno partido de extrema-direita.

Se Rio tivesse vergonha na cara demitia-se do PSD e reformava-se da política. Este Rio é um Rio de estupidez, está para a política como o Alviela de outros tempos estava para o ambiente, é uma espécie de Rio Trancão da democracia.

sábado, outubro 31, 2020

JUMENTO DO DIA

 


   
Ana Gomes, putativa candidat presidencial

Não sei se Ana Gomes é especialista em medicina legal ou se é assim tão raro alguém morrer num acidente de mergulho, para que a putativa candidata presidencial perante a morte de alguém se tenha apressado a ter um momento Trump Lançando insinuações no Twitter, sugerindo que a morte era duvidosa. MAS, enfim, como nos últimos tempos a senhora se mete tanto nas questões criminais, é possível que tenha tirado um cursos online de criminologia.


Enfim, talvez alguém se lembre de lançar um curso de boa educação online pois a candidata bem precisa, porque é uma tristeza ver uma candidata  presidencial comportar-se desta forma perante a morte de alguém, só porque odeia ou detesta a família do falecido. Compreendo que a morte de um dos conjugues do casal a limite nas suas intervenções, mas não custava nada ter ficado calada.


sexta-feira, outubro 30, 2020

NEGOCIAR OU JOGAR?

O BE esteve negociando o OE com o objetivo de levar o governo a ceder em medidas que tornassem esse orçamento mais de acordo com os calores que aquele partido entende serem norteadores de uma política orçamental de esquerda? Ou, em vez disso, limitou-se a jogar, usando as negociações como forma de conseguir protagonismo, sabendo de antemão que ia votar contra, o que lhe permitia exigir cada vez mais para que as negociações acabassem numa rotura? 

Por outras palavras, o BE estava negociando de boa fé ou usando um instrumento de política económica tão importante como o OE para fazer um jogo político que pode ser considerado um jogo sujo? 

Se me tivessem pedido para apostar no primeiro dia das negociações teria apostado na segunda hipótese, o que move o BE são as sondagens e os resultados eleitorais e julgando que o país quer que o Novo Banco vá à falência apostou tudo na rotura fazendo exigências cada vez mais inaceitáveis. 

Começou por tentar fazer chantagem sobre a política orçamental para impor o seu programa ao nível laboral. Até encheu o país de cartazes populista exigindo que as empresas fossem proibidas de gerir recursos humanos enquanto tivessem lucros, mas parece que deixou cair esta bandeira. Restou-lhe a chantagem do Novo Banco, tudo isso de pois de ter levado a incluir no OE algumas das suas medidas. 

O jogo era evidente, mesmo que o BE venha a perder esta jogado, poderia vir a dizer que não se tinha juntado à direita e como prova disso estavam as medidas orçamentais que foram da sua iniciativa. A isto chama-se jogo sujo. 

A leviandade como o BE negociou o mais importante orçamento de Estado das últimas décadas, como se um OE desta importância fosse uma mera brincadeira, servindo para jogos políticos pouco sérios é impressionante. Com um país à beira de um colapso sanitário, económico e social, o BE preocupa-se mais com 2% a mais ou a menos nas próximas sondagens. 

Enfim, é com políticos destes que um imbecil como o André Ventura até parece um grande político aos olhos dos idiotas.

terça-feira, outubro 27, 2020

JUMENTO DO DIA

 


   
Mário Centeno, governador do BdP

Ouvir Mário Centeno opinar sobre confinamentos e utilização das máscaras provoca-nos um sorriso. Ma sua primeira intervenção pública desde que deixou o governo o agora governador do BdP parecia um híbrido resultante do cruzamento do Mário Leão com a Graça Freiras.

segunda-feira, outubro 26, 2020

JUMENTO DO DIA

 


   
Graça Freitas, diretora-geral de Saúde

Quano é que a diretora-geral da Saúde percebe que as conmferências de imprensa não servem apenas para gerir a imagem, já que em, matéria de comunicação algumas destas conferências etsão para o governo tal como a covid-19 está parta a saúde. Uns dias a senhora parece ser assintomática, noutros dias começa a ter sintomas e na questão da Fórmula 1 já teve ptroblemas respiratórios.

É pena que a responsável pela Saúde na Administração Pública não tenha percebido que a principal consequência das imagens das bancadas da F1 não está apenas no risco de contágio ede multiplicação de surtos. A incoerência da ssua sintervenções estão a ridicularizar a política do governo em matéria de prevenção. São estas incoerências que podem levar muita gente menos esclarecida a desprezar as regras mais elementares.

domingo, outubro 25, 2020

JUMENTO DO DIA

 


   
CATARINA MARTINS, CHEFE DE MESA NO BE

 

Não entendo tanta desilusão em relação à posição do BE, parece que anda por aí muita gente desiludida com a bondade das dirigentes deste partido, como se não tivessem percebido que ainda o OE não tinha sido entregue no Parlamento e já o não estava mais do que decidido. 

Como é possível negociar com quem acha que enquanto não estiver no fundo uma empresa não pode despedir, como se o despedimento fosse uma espécie de boia entregue a náufragos na hora em que o comandante do navio concluiu que o barco vai ao fundo? 

Não estamos no domínio da esquerda ou da direita, do bem ou do mal do povo, das conquistas de abril ou de janeiro, é política pura e dura e para o BE o objetivo é o poder a qualquer custo. Se o governo cedesse nas exigências do SNS vinham propor uma dúzia de hospitais, se o governo tivesse cedido no novo Banco vinham com uma qualquer exigência em relação ao BCP, se o governo cedesse na prestação social exigiriam um aumento do subsídio de desemprego. 

O não estava certo e quanto mais o governo cedesse, mais o BE exigiria.


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sexta-feira, outubro 16, 2020

FOI UM PALPITE

 



Confesso a minha maldade, não resistir à tentação de ira à caixinha do texto e escrever “Ana Gomes stayAwei covid”. Pimba! A máquina disparou logo: 

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É inconstitucional tornar obrigatória a app StayAway Covid ...
há 12 horas — A candidata presidencial Ana Gomes considerou esta quinta-feira que o uso obrigatório da aplicação StayAwayCovid viola a Constituição da ...

Pois, candidato presidencial que se preze adora cravos, é admirador de Salgueiro Maia e jura que jura defender a Constituição e se falharem que o seu gato morra, porque se não morrer serão os próprios a matá-lo. Era certo e sabido que a destemida defensora da Constituição seria pela defesa da privacidade e contra a App StayAwayCovid. Mas a destemida candidata foi ainda mais longe:

«Para Ana Gomes, "além da violação da privacidade num país em que a Comissão Nacional de Proteção de Dados não tem dentes, da ineficácia e da análise custo-benefício, equivaleria a consagrar discriminacão contra pobres e idosos mais vulneráveis".»

Ora aqui temos uma grande defensora da privacidade que até a acusa a CNPD de não ter dentes.

 Pois nem a CNPN tem dentes nem eu tenho paciência para esta retórica da defesa da privacidade por uma senhora que considera que um hacker que viola a privacidade de quem quer e lhe apetece e é acusados de ganhar dinheiro com isso deve ser considerado um herói nacional. Até sugeriu que em vez de ser preso as suas aptidões deveriam ser aproveitadas pela polícia,

E de repente lembro-me do falecido almirante Pinheiro de Azevedo e sinto uma tremenda vontade de dizer “ora bardamerda”.

quinta-feira, setembro 24, 2020

UM DESPORTO DE EMOÇÕES

Ao ouvir o secretário de Estado Adjunto e da Saúde justificar os estádios vazios  dizendo que o futebol é um desporto de emoções só podemos sentir vontade de rir, de mistura com alguma pena pelo senhor. Parece que o governante descobriu que há uma relação entre o contágio do vírus e as emoções.

Isto é, há desportos que emocionam ou que são apreciados por pessoas que se emocionam e por isso não podem ter assistência. Outros desportos não geram emoções ou são preferidos por pessoas que sabem conter as suas emoções, pelo que pode haver assistentes nas bancadas. Portanto as decisões do ministério da Saúde passam a assentar numa nova máquina, depois termos inventado a famosa geringonça, agora temos um emocionómetro.

Isto começa a parecer um país de doidos, de um lado temos gente que ignora os riscos de uma segunda vaga que conduza a um confinamento e à ruína do país e de todas as SAD desportivas, do outro, temos um governante que diz que as decisões das autoridades de saúde são adotadas em função das emoções dos cidadãos.

Ficamos a aguardar quais os desportos que emocionam e quais os que não mexem com as emoções. Visto de outra perspetiva teremos que considerar que mais do que as diferenças entre desportos, o que está em causa é a diferença entre adeptos. Parece que o pessoal fino do Estoril consegue ver uma final de ténis atirar perdigotos a esvoaçar sobre o green, enquanto com o pessoal da bola aquilo até parece uma largada de pombos.

Segundo esta lógica também poderemos pensar que há cerimónias religiosas ou religiões que emocionam mais do que outras, bem como dizer que os crentes das diversas religiões apresentarão resultados diferentes se forem testados no emocionómetro.

Enfim, começo a pensar que este país está cheio de palermas que insistem em não perceber que uma coisa é ser governante é medir o que se diz. Além de um emocionómetro parece que também andamos a precisar de um palermómetro.

terça-feira, setembro 22, 2020

NÃO SÃO FASCISTAS, SÃO IDIOTAS

Confesso que não entendo a gloriosa batalha antifascista que anda por aí a propósito de um tal André Ventura, um rapaz que depois de ter tentado usar o SLB para subir rapidamente na vida social, acabou por ir parar a Loures pelas mãos de Passos Coelho e daí a líder de um bando de imbecis, que viram na sua notoriedade na CMTV a oportunidade de reaparecerem na vida política.

André Ventura é fascista? Considero-o demasiado idiota para ser o que quer seja, André Ventura é um complexado que seria tudo o que fosse necessário para dar nas vistas. Não tem qualquer consistência ideológica, defende ideias de forma errática, hoje é racista, ontem detestava ciganos, agora persegue funcionários públicos. Não tem uma ideia própria, não tem uma ideia nova, anda nos caixotes do lixo em busca de ideias que tenham unido mais de meia dúzia de imbecis.

Em 10.000.000 de portugueses há um pouco de tudo, até há quem defenda os ideais do fascismo ou do comunismo, até é provável que circunstancialmente estejam a apoiar este rapazola ambicioso e com fracos recursos políticos. Mas promover André Ventura a grande líder fascista ou da extrema-direita é dar-lhe uma importância que não tem.

O rapaz não tem qualquer consistência ideológica, anda a ler o Correio da Manhã de ontem na barbearia do outro lado da rua, enquanto ajeita a popinha para saber qual a grande posição política de mais logo. Dar-lhe um estatuto que não tem nem merece é dar-lhe importância e é assim que o André Ventura tem crescido. Se é o inimigo público da esquerda é porque é bom e assim tem mais apoiantes fanáticos.

O rapaz tinha ambições, até avisou que se o PSD não se metesse na linha candidatar-se-ia à sua presidência e graças a um líder fraco daquele partido e a gente com a enfermeira da Praia do Cabeço até começa a ganhar o estatuto que nunca imaginou ter. Serão fascistas? Não desta vez vou elogiar os fascistas, estes Andrés e demais amigos física ou intelectualmente zipados não passam de idiotas.

segunda-feira, setembro 21, 2020

O DESMORONAR DE UM GRANDE PARTIDO

 O PSD era um dos grandes partidos da democracia, um partido que foi governo por várias vezes, que conquistou duas maiorias absolutas, que governou várias vezes em coligação com o CDS, que foi dirigido por homens de grande dimensão. Ainda que o seu nome não passe de uma contrafação política, o PSD sempre foi um partido do centro direita.

Rui Rio deu a primeira facada no património ideológico no seu partido, ao declarar que estaria disposto a dialogar com o Chega se mudassem um pouco a pintura da fachada o líder do PSD revelou uma falta de dimensão assustadora, mostrou que para chegar ao poder está disposto a tudo.

Abura vemos a enfermeira Ana Rita Cavaco sair da letargia para ir a Beja dar um beijinho ao André Ventura. Quanto ao beijinho apenas espero que lhe tenha transmitido alguma caganeira. O mais grave é a mistura de beijinhos com o é a forma como justifica o gesto

“O André foi meu colega no conselho nacional do PSD, onde eu já não estou e ele também já não está. Acho muito importante as pessoas terem atividade política, da mesma forma que a defendo para os enfermeiros”

Afinal não era apenas amizade, estava ali porque o André era do conselho nacional e porque acha bem que o extremista da treta tenha atividade. Vai ali porque quem deixa o PSD para passar a defender a xenofobia, a pena de morte, a castração e outras coisas merece o elogio. Isto é, são aqueles gloriosos combates do André Ventura a atividade político que merece uma ida a Évora para elogiar com a sua presença.

Será apenas a enfermeira do conselho nacional do PSD a mandar beijinhos ao André Ventura e a estar feliz pela sua atividade política? Provavelmente serão mais do que pensamos, mas têm um sentido do politicamente correto que a senhora não tem. Na vida política portuguesa há muito feijão fradinho e aqui a membro da comissão nacional do partido até merece um elogio por se dar ao trabalho de ir tão longe para ficarmos a saber em que estado está este PSD.

terça-feira, setembro 15, 2020

AS PRESIDENCIAIS DO POPULISMO

As próximas eleições presidências serão as mais pobres e desinteressantes da história da democracia portuguesa e pela forma pouco digna como o líder do PS anunciou que ele tinha decidido que o PS não teria candidato, é a primeira vez que umas eleições se decidem entre propostas populistas. A única candidatura com um programa assente em pensamento político consistente e não errático é a do PCP.

Marcelo não pensa, diz o que quer que os outros esperam que ele diga. É um pensamento ao sabor das águas da conveniência eleitoral e como todos os populistas diz o que acha que os seus eleitores gostam que ele diga.

Depois temos o Chega da direita e o Chega da esquerda. Um quer capaz os pedófilos quando a notícia é sobre pedófilos, quer dar poderes à polícia quando há conflitos com ciganos ou quer correr com africanos quando se fala de racismo, defende o que a sua clientela imbecil acha que deve ser defendido.

O Chega da esquerda é mais elegante mas não deixa de abraçar causas em função da gestão da imagem e a pensar mais em likes do que no país. Agora até defende que se possa invadir tudo através da eletrónicas desde que seja por uma causa boa, entendendo-se que é uma boa causa todas as que a Ana Gomes defende a pensar na sua boa imagem junto dos eleitores. Dantes a PIDE invadia tudo o que bem entendesse, agora a deputada defende o mesmo.

DO lado do BE temos do mesmo, basta ler os cartazes com que encheram o país defendendo que empresas que têm lucros não podem despedir, uma frase bonita que sabe bem no ouvido, mas que em matéria de populismo oportunista está ao nível de outros.

É uma pena que os líderes do PS e do PSD tenham optado por deixar o palco ao populismo, deixando que as presidências venham a ser decididas sem discutir o país com um mínimo de seriedade. Enfim, um dia destes peço a nacionalidade espanhola por opção, direito por ser filho de espanhola e neto de uma mulher que foi refugiada e indocumentada no meio das serras algarvias desde 1938 a 1976 e em vez de defender os ideias da república espanhola que me pariram ainda dou comigo em filipista.

Quando discutirem o peso dos extremos não se esqueçam dos irresponsáveis que foram.

domingo, setembro 06, 2020

DEIXE UMA JANELINHA ABERTA MERETÍSSIMO

Imagino que o meritíssimo Carlos é um  juiz tão modesto que nem em Lisboa, nem na sua casa de férias terá muito para roubar. Mas como juiz terá certamente muita coisa que não merecendo ser escondido, não deixará de ter a sua graça.

Tal como o Rui Pinto também gostaria de ver as piadas que manda aos amigos pelo WhatsApp, pagava para saber se ele está mortinho por mandar o Costa para Évora, senão mesmo o próprio Marcelo. Quem não gosta de saber o que consta nas mensagens de e-mail ou de WhatsApp do supre magistrado que aterroriza meia classe política e é o modelo de virtudes de tudo o que está à direita do Rio e até de uma ex-eurodeputada do PS que descobriu as delícias populistas do eleitoralismo fácil e oportunista.

Por isso aqui fica um pedido ao juiz Carlos Alexandre, que nos dê as passwords e a chave da casa, porque sendo pessoa honesta e humilde nada terá a esconder quer de curiosos, quer de ladrões. Se não se importou de ver a sua correspondência vioada pelo Rui Pinto, também não se importará que lhe façamos uma visitinha.

Mas é bom sabermos que há meritíssimos generosos capazes de perdoar, a partir de agora se alguém assaltar uma casa onde nada há para roubar, se profanar o cadáver lde alguém que por estar nesse estado não pode morrer, quem violar correspondência da treta, quem roubar e levar ouro falso, toda essa gente será perdoada pelos meritíssimos generosos como o nosso supre Carlos.

sábado, setembro 05, 2020

QUEREM VER QUE FASCISTA SOU EU?

Ouvi dizer que ilustres personalidades vão testemunhar num julgamento de um tal Rui Pinto, ao que parece testemunhará um diretor da PJ, uma ilustre ex-deputada do PE e eventual candidata a candidata presidencial, um grande líder trotskista e mais algumas pessoas que não conheço nem me parece que deva ter interesse em conhecer. Se gente tão ilustre, defensora por estatuto político ou profissional da legalidade e dos princípios constitucionais, fico com a sensação de que desde que os plenários foram encerrados que não terá havido um julgamento político como o desse tal Rui, que pelo que dizem está entre os maiores defensores da democracia, desde que os capitães de Abril tiraram o país dessa letargia de ditadura e cobardia coletiva.

Mas há aqui qualquer coisa de errado. Acabámos com a ditadura para que os direitos constitucionais fossem respeitados, para que não existissem juízes armados em polícias e polícias armados em juízes, para que não nos violassem a privacidade e sem quaisquer regras.

Somos uma democracia e temos um estado de direito, os polícias não podem investigar qualquer cidadão só porque não gosta, desconfia dele ou é detestado por questões pessoais. Há regras para a investigação, não se investiga por investigar confundindo indícios sólidos com opiniões, ódios ou desconfianças pessoais. Não se investiga um escritório de advogados porque não gosto ou desconfio do patrão, não se invade a privacidade de um clube só porque soou do outro e quero destruir o rival.

Mas fico surpreendido quando vejo uma deputada em quem votei, um líder trotskista e um diretor nacional da PJ a testemunharem a favor de alguém que fez tudo isso, fico ainda mais surpreendido ao saber que os meus valores são considerados inimigos da sociedade em favor de alguém que defende que em vez de um estado de direito devemos estar sujeitos aos seus poderes ilimitados. Afinal o democrata e o defensor dos valores da democracia, é o Rui Pinto, que parece que tem um certificado assinado pela deputada, pelo grande líder e pelo diretor da PJ.

Esperem lá, mas se um perigosos assassino matar um político de que eu não gosto deve ser defendido por deputados e polícias que são a favor da pena de morte. E ainda vão concluir que com o homicídio o país ficou melhor e ainda poupou em burocracias judiciais?

Esperem lá, se um qualquer carteiro vigarista abrir toda a correspondência em busca de cheques de velhinhos e no meio das cartas encontrar uma carta com uma encomenda de droga deve ser protegido e ter direito a casa do estado porque é um herói no combate ao tráfico de droga.

Bem, parece que terei de me demitir de democrata. Se um diretor da PJ testemunha em favor da violação das regras mais elementares da democracia porque considera que os poderes absolutos dos antigos agentes da PIDE se justificam no combate ao crime. Se um líder proletário e uma ilustre deputada europeia do partido fundado por Mário Soares concordam com essa teses.

Enfim, o errado estou eu e terei de reformular os conceitos de democrata e passar a ser um refinado filho da puta. Talvez chegue a Presidente da República ou a governador do BP colocado no cargo por uma qualquer nova geringonça desengonçada. Tudo isto faz-me lembrar a anedota do compadre que foi apanhado no bordel a meio de uma rusga; uma era manicure, a outra cabeleireira e o pobre compadre exclamou “querem ver que a puta sou eu?” É assim que eu me sinto, no meio de um bordel.

O ERRO

Por mais que se tente transformar o debate em torno da realização da Festa do Avante numa gloriosa batalha entre fascistas e democratas, a realização deste evento foi um erro. Aliás, esta estratégia defensiva do PCP, tentando silenciar qualquer crítica sugerindo que se é fascista ou que ainda se acredita que os comunistas comem crianças é um segundo erro. Dois erros de uma linha dura bem mais ortodoxa do que a dos tempos de Álvaro Cunhal e Carlos Carvalhas, que não tem conseguido impedir a queda eleitoral do partido.

Um erro porque se é verdade que a extrema-direita dos que se curam do tabagismo olhando para o André Ventura, também é verdade que a generalidade das pessoas não entendeu este gesto do PCP e depois de tanto sofrimento humano e um rastro de desgraça económica se organizem festas com esta dimensão. É lógico que os profissionais de saúde, os que não foram aos funerais de parentes e amigos, os que adiaram casamento, os que deixaram de acompanhar as suas cerimónias religiosas, os que viram as empresas ficarem falidas, os que ficaram fartos de olhar para as paredes e muitos outros terão pensado porquê o PCP optou por não dar o exemplo?

Como se entender que a poucos dias da festa Mário Nogueira, um dos mais destacados e conhecidos militantes do PCP, tenha a uma semana da Festa do Avante e a duas semanas da abertura do ano escolar, abrir o debate em torno da abertura das escolas, sugerindo que ia fazer queixas contra o governo por não estar a garantir condições de segurança. Isto é, uma boa parte das pessoas deixaram de debater a Festa do Avante para ficar preocupada com as escolas. Uma manobra de mestre, mas que poderia levar muita gente a perguntar ao Mário Nogueira se neste contexto não estava preocupado que uma semana antes da abertura da escola ainda se rezasse pela vinda de magotes de ingleses ou que se realizassem festas com mais de uma dezena de milhares de pessoas.

A Festa do Avante não foi uma greve dos metalúrgicos, o debate de uma moção de censura ou a aprovação do programa de um governo, para que fosse transformada numa grande batalha política, com comunistas, democratas, pequenos e micro empresários e intelectuais progressistas de um lado e a direita do outro. Foi uma festa e foi assim que a maioria dos portugueses a viram.

Veremos no futuro próximo e depois de milhões de críticas, piadas e mensagens nas redes sociais o que é que Jerónimo de Sousa ganhou com a sua teimosia e total ausência de bom senso.

quarta-feira, setembro 02, 2020

BEM-VINDO AO DEBATE MÁRIO NOGUEIRA

Agora que o bastonário dos médicos é a vítima dos comentários mais assanhados por parte dos defensores do governo, já quase nos tínhamos esquecido de uma outra besta negra que nem a Geringonça ajudou a conseguir o perdão, o famigerado Mário Nogueira. Tenho de confessar que fiquei surpreendido quando o voltei a ver nas televisões, temos andado tão ocupados com outras bestas negras que e já nos tínhamos esquecido dele.

E o que é que o homem veio dizer a quinze dias da abertura do ano escolar e a meio do animado debate da Festa do Avante? Que se queixou a instituições internacionais porque o governo organizou o ano escolar sem o devido cuidado. Isto é, deixem lá de se preocupar com a Festa do Avante, onde vamos cantar a Carvalhesa como se cada um estivesse no topo de um marco geodésico, preocupem-se antes com a escolas onde os alunos vão matar os professores atirando-lhes perdigotos cheios de covid.

O ideal era duplicar instalações escolares e professores, fo5rmando e construindo edifícios à velocidade com que os chineses construíram o hospital covid de Wuhan. Além disso todos os que têm tensão arterial acima dos 13 deviam ser dispensados de dar aulas por serem cidadãos de risco. Mas como nada disto foi feito o Mário Nogueira foi queixar-se a instituições internacionais.

Esqueçam os ingleses que todos desejamos que venham enchera as praias de covid, se é que já não estão, esqueçam a Festa do Avante onde vão controlar a lotação com bandeiras vermelhas, à semelhança do que a Agência Portuguesa do Ambiente fez nas praias, até porque coi que não falta na Atalaia são mesmo bandeiras vermelhas.

Mas quem deve estar contente com tudo isto é o bastonário dos médicos, agora o Nogueira quer que em vez de falarmos da Festa do Avante falemos das escolas e a seguir vai ser o Pedro Proença a pedir que deixemos de falar nas escolas porque se há praia, festa e touros não se entende que não haja futebol.

terça-feira, setembro 01, 2020

VÍRUS IMPERIALISTAS NÃO MATAM COMUNISTAS

Se ainda restassem dúvidas a notícia no New York Times é a prova de que há uma conspiração do capitalismo contra a realização da grande jornada de luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores e das conquistas de Abril.

Num momento em que o capitalismo recorre à pandemia para destruir os direitos dos trabalhadores e promover mais uma vaga de despedimentos, ninguém esperava que os trabalhadores se calassem n 1.º d Maio ou, absurdo dos absurdos, não se realizasse a Festa do Avante, o maior evento do género à escala mundial.

A prova da importância de cada míni que for bebida na Festa, de cada Carvalhesa que cantarmos, de cada gaivota que voa, voa por cima da nossa imaginação está na posição dos imperialistas norte-americanos que elegeram, o PCP como seu inimigo. Já não são os mísseis da Coreia do Norte ou o a luz do socialismo que ilumina Miami todas as noites, o grande inimigo do imperialismo somos nós, a notícia do New York Times é a prova de como um golo de uma míni, de preferência Sagres, faz mais estragos do que uma rajada de AK47.

O Trump até decidiu fazer a convenção sem comício na esperança de assim travar a luta dos trabalhadores portugueses, mas enganam-se porque vírus imperialista não mata um comunista português. Pode matar o Biden, o Trump e até mesmo a Nossa Senhora de Fátima, mas os vírus imperialistas não matam comunistas.

E nem que a Graça Freitas deixe de ser loura a Festa do Avante, uma gloriosa jornada sem a qual os trabalhadores portugueses regressariam ao capitalismo dos tempos da Revolução Industrial, realizar-se-á até à eternidade no primeiro fim de semana de Setembro.

sábado, agosto 29, 2020

VOTA NOUTRO … PRESIDENTE

Marcelo enfrentou ontem um dos maiores testes da sua vida e digo da sua vida intelectual pois mais do que o político foi o professor e comentador que foi confrontado por uma mulher que lhe perguntou aquilo que todos os pobres portugueses dizem em surdina, se alguém sem problemas consegue viver com 300 euros mensais.

Antes de mais é bom dizer que alguma esquerda queque considera este tipo de perguntas como sendo o estilo Chega, mas a verdade é que os mesmos que fazem estas perguntas aos políticos de agora sempre as fizeram e os que ficam incomodados com elas porque é o seu partido que está no governo, estão fazendo um grande favor ao Chega. Se qualquer desabafo de alguém que tem dificuldades é sinal do Chega, estamos muito mal, uma boa parte dos portugueses são pobres.

Este é um debate interessante que fica para outro dia, porque o aburguesamento dos militantes do PSD e do PS estão deixando a maioria do eleitorado a outros. Marcelo revelou precisamente essa incapacidade de responder a uma pergunta tantas vezes feita e que todos nós, os que se escaparam à pobreza deveriam fazer. Confesso que já fiz muitas vezes as contas, para perceber como vive um casal e um filho que tenha de viver com o ordenado mínimo.  

Marcelo está habituado a falar para ser ouvido, a opinar para que os outros saibam, a mandar recados e recadinhos, a usar o seu estatuto presidencial para distribuir raspanetes e conselhos a toda a gente, desde o primeiro-ministro ao sem abrigo. Como professor tem meio século de um estatuto em que era ele a fazer as perguntas, como comentador sempre contou com jornalistas a quem cabia fazerem as perguntas combinadas e sorrirem para dar ares de quem ouvia grande coisa.

Mas esse Marcelo foi incapaz de responder à pergunta para a qual qualquer político de um país com os nossos níveis de pobreza deve estar preparado e ter a resposta na ponta da língua. Mas Marcelo não foi apenas incapaz de responder, de uma penada mostrou duas das suas facetas, que a sua relação com a pobreza está muito marcada pela perspetiva caritativa dos mais ricos e que numa situação política se importa pouco com os princípios.

Responder a uma pergunta destas dizendo a uma cidadã que vá apelar às pessoas que votem noutro partido para o governo é uma resposta bem mais ao estilo Chega do que a pergunta-lhe que lhe foi feita.

sexta-feira, agosto 28, 2020

UM PULINHO NO PLANATO?

Não sei se a decisão dos ingleses de nos deixarem fazer parte do seu corredor turístico teve como efeito estranho um pulo repentino nos casos de covid-19, mas a verdade é que de um dia para o outros os novos casos passaram de pouco mais de cem para os 400.

Há três dias a ministra da Saúde dava uma verdadeira cambalhota quando os casos passaram para a casa dos trezentos. Justificava a ministra que o pulinho estatístico poderia estar associado ao atraso na comunicação de casos. Mas pouco depois parece que a boca lhe fugiu para a verdade, dizia que com esta pandemia as grandes conquistas de um dia poderiam ser rapidamente perdidas.

Passados dois dias os casos continuam a aumentar e já vão na casa dos 400, com o governo a anunciar que a partir do dia 15 do próximo mês o país entraria em Estado de contingência, bem como o regresso das reuniões dos cientistas.

Não é preciso ser epidemiologista para se perceber que surgem novos focos de contaminação a um ritmo quase diário, quando não é o lar são os restaurantes do Carvalhal ou da Comporta. Todos sabemos como nalguns concelho do Algarve parece ter sido decretado o estado de bandalhice, com as autoridades a fechar os olhos aos horários dos bares ou os autarcas a dar ordens para não controlar o número de pessoas que entram nos mercados municipais.

Veremos se estamos apenas perante um pulinho no planalto ou se já estamos a praticar escalada. Esperemos que governo e oposição se deixem de olhar para a pandemia como uma espécie de sondagem eleitoral.

terça-feira, agosto 25, 2020

OS GAJOS

Parece que os gajos serão uns médicos de Reguengos de Monsaraz. Não conheço esses gajos, aliás, não conheço nenhum gajo de Reguengos de Monsaraz e arredores, não conheço o gajo da CM nem o gajo de Évora que quando é tratado pelo nome nos remete para o imaginário gastronómico.

Mas parece que os gajos têm duas facetas, numa nada se pode dizer porque o MPO está a investigar e o relatório da IG das Atividades em Saúde, mandado a Reguengos à última da hora ainda não está a ser redigido, ainda que seja a alegria de alguns militantes mais assanhados, que mal souberam da iniciativa logo asseguraram que agora é que os gajos iam ver como são elas.

Portanto, inquéritos e segredos de justiça à parte, parece que os gajos foram cobardes, não sabemos quem o garantiu, se o gajo de Évora, o gajo de Reguengos ou a gaja do alfinete de peito com a libelinha azul. Não há dúvida, centenas de militantes assanhados dão a cobardia por definitiva e até o gajo da Saúde deu a entender nas catequeses diárias a seguir ao almoço, que o gajo da Ordem dos Médicos se tinha esquecido da sua responsabilidade disciplinar, isto é, foi a Reguengos e não abriu nenhum processo disciplinar a nenhum gajo.

Não sei quem são os gajos, não sei se são competentes ou não, se a família merece respeito ou não, só sei que os gajos foram cobardes, quem o disse foi o gajo em quem votei e portanto são gajos sem direito a defesa, primeiro acusa-se e depois logo se vê o que dizem as conclusões dos relatórios.

domingo, agosto 23, 2020

ALGUMAS EVIDÊNCIAS SOBRE O CASOI DE REGUENGOS DE MONSARAZ

Independentemente das avaliações políticas ou partidárias em torno desta segunda Batalha das Laranjas que se trava em torno de Reguengos de Monsaraz há indícios claros que apontam para algumas conclusões ou dúvidas que importa esclarecer:

Algo correu mal em Reguengos

As mortes no lar de Reguengos de Monsaraz não serão apenas mais 18 mortes num lar, como parecia até a Ordem dos Médicos tomado posição, ainda que para António Costa e muitos militantes do PS tenha metido o bedelho onde não era chamado. Até ali era mais um lar, a crer pelas declarações do autarca todos teriam feito o que deviam fazer a começar por ele próprio.

Mas ainda antes de a OM ter lá ido meter o bedelho já algo de diferente tinha acontecido, pela primeira vez toda uma delegação governamental formada pelo secretário de Estado da Saúde, pelo secretário de Estado da Defesa na qualidade coordenado do combate à pandemia na região do Alentejo e a diretora-geral da Saúde. Nunca tinham visitado qualquer região e muito menos por causa de um lar, desta vez foram ao Alentejo e tranquilizaram o país, tudo estava a ser bem feito. Afinal não estava.

Há doentes cuja morte pode ter sido ter tido outras causas

O covid-19 tem as costas largas e basta uma análise positiva para que a causa de morte tenha sido essa doença. Mas há famílias a queixarem-se das condições do lar. Como as condições do lar eram de tal forma anormais que 80% dos utentes foram contaminados, muitos deles já depois de ter havido tempo para evitar a contaminação. Quando o autarca anunciou a retirada dos utentes já quase todos eram portadores do vírus. Enfim, a covid-19 tem as costas largas.

O lar não tinha condições

Não se tratava de um lar clandestino, era um lar de uma Santa Casa  que não estava fazendo uma boa ação. Trata-se de uma atividade financiada com subsídios da Segurança Social e os montantes desses subsídios são determinados de forma contemplarem os custos decorrentes das exigências locais.

Pelo que vários entidades têm comentado há fortes indícios de que o lar além de não ter condições poupava muito em custos de pessoal.

O inquérito da IGS é tardio

É estranho que depois de várias semanas e quando há muito que era óbvio que algo estava mal no plano médico naquele lar, só agora a ministra da Saúde se tenha decidido a mandar a IGS de saúde averiguar. Antes disso já tínhamos ouvido o secretário e Estado da Saúde declarar uma semana antes que não comentava Reguengos de Monsaraz por estar em investigação pelo MP.

Um inquérito do MP não impede um inquérito da IGS e vice-versa, mas esta não parece ser a prática habitual dos nossos governos, pelo que se estranha que assim seja, de forma tão tardia, depois de uma delegação governamental ter ido há muitas semanas ao Alentejo.

Pouca importa se esta ou aquela entidade pode ou não investigar um lar da Santa Casa, a verdade é que se trata de um problema de saúde que envolve atos médicos que também não são da competência da Segurança Social, pelo que não faz sentido opor a um relatório da OM um outro relatório da Segurança Social. O lógico é que logo que ocorreram problemas e havia indícios de que algo tinha corrido mal a IGS devia ter sido enviada. Agora são favas depois de almoço, serve para a comunicação social e pouco mais.

Conclusão:

Estão em causa 18 mortos.

Está em causa uma IPSS que por ter esse estatuto pode e deve ser auditada pelo Estado. Neste caso importa saber se essa IPSS utilizou os fundos que recebeu do Estado aos fins que eram destinados.

Seria bom que PS e PSD se deixasse de guerras partidárias porque o que se passou em Reguengos de Monsaraz é demasiado sério para se transforme numa batalha das laranjas ou mesmo numa tomatada. Tenham juízo porque há regras que por não terem sido devidamente cumpridas podem ter ocorrido mortes.

quinta-feira, agosto 20, 2020

NÃO DOU PARA ESSE PEDITÓRIO

A ministra do Emprego disse uma patetice porque e uma patetice responder-se com alguma sobranceria que não leu um relatório da Ordem dos Médicos, como se tudo o que dali viesse devesse estar condenado a ir diretamente para o lixo. A ministra falava em nome do Estado, não era a militante que falava era a ministra. Se o relatório era incómodo respondia simplesmente que respeitava a justiça e estando a decorrer um inquérito do MP não faria comentários.

Fora necessários vários dias e uma mega campanha de limpeza de imagem para corrigir uma patetice, porque com tantos surtos de covid-19 nos lares é óbvio que a ministra do Emprego teve o seu momento de passeio de elefante numa loja de cristais. Foi uma patetice e a melhor forma de corrigir uma patetice é com humildade, a mesma humildade com que falou depois.

Não faz o mais pequeno sentido demitir um dos governantes mais competentes de um governo só porque disse uma patetice, ainda por cima quando o dossier mais complexo é precisamente o do emprego, quem o deseja só quer agravar a situação do país, que é bem pior do que a pintam. Mas o problema é que este processo de Reguengos de Monsaraz parece ter mais água no bico e as manobras de alguns governantes começaram mais cedo. Se sou capaz de meter as mãos no lume pela ministra e defender que mesmo tendo dito uma patetice, a minha independência política não me obriga a ter de defender toda a hierarquia do ministério da Saúde, de Lisboa a Reguengos de Monsaraz e muito menos os bois e outros espécimes locais do PS ou de qualquer outro partido.

Se sou independente para ser livre e nunca obtive proveitos pessoais, não me sinto na obrigação de dar cobertura a seja quem for. Feita esta declaração de princípios devo dizer que acompanhei este processo com independência e distanciamento. Mas depois de ter visto a excursão da Graça Freitas a Reguengos de Monsaraz comecei a desconfiar, quando o caldo ficou entornado achei que devia ir ver quem era quem nas autarquias e arredores, acabei por perceber muita coisa.

Percebo agora porque anda tanta gente assanhada, tentando transformar um descuido da ministra no que de mais grave sucedeu. E quando ouvimos os responsáveis locais a alijar responsabilidades, com a responsável do lar a atirar responsabilidades para a ARS e o responsável da ARD a apressar-se a dar entrevistas dizendo com ar cândido que só ameaçou para os doentes serem tratados, talvez o melhor seja apurar a verdade.

Não tenho nada a ver com o Robalo nem com a forma como ascendeu no Estado, estou-me borrifando para o autarca de Monsaraz, que tem mais cargos em simultâneo do que a ,maioria dos altos quadros do Estado consegue ter em toda a vida, acima deles estão as quase duas dezenas de pessoas que morreram e que certamente vão “falar” no âmbito do inquérito que está de correr.

Depois veremos se o lar era bem gerido, se o Robalo fez o que devia fazer, se a diretora-geral de saúde falava a verdade quando foi a Reguengos dizer que estava tudo bem. E quanto a algumas declarações inflamadas que ouvimos a propósito dos lares continuo a defender o que sempre defendi, desconfio muito do que se passa nessa bondosa economia social e acho um nojo que os grandes partidos tenham lançado uma OPA às suas instituições, para depois vermos candidaturas presidenciais e legislativas em que em vez de os candidatos andarem de comício em comício andam de lar em lar ganhando votos de gente vulnerável e condicionada por políticos sem escrúpulos.

Por isso defendo a ministra, mas não dou nem para o peditório de Monsaraz, nem para o de algumas misericórdias. Antes de saber a verdade não faço perseguições e muito menos ao estilo dos Lukashenkos ou dos Venturas e não vou transformar aqueles que era os heróis nos vilões de Monsaraz.

terça-feira, agosto 18, 2020

O SUICÍDIO DE RUI RIO

Rui Rio não conseguiu superar o contágio de uma velha doença de algumas bases do PSD, a incapacidade de ficar longe da manjedoura estatal durante muito tempo, levando-os a tentar chegar o poder a qualquer custo. E desta vez Rui Rio não resistiu à tentação e admite uma aliança com o chega, sendo óbvio para qualquer analista que quando são publicadas novas mensagens alguns líderes somam, de uma forma quase instintiva, os votos do Chega aos do PSD.

Não vamos dizer que é um erro, o partido é liderado por ele e a só a ele diz respeito a gestão da sua própria carreira. Pelo que se viu para o líder do PSD não importa a natureza dos responsáveis do chega, o mais importante é que façam de conta que não aquilo que são, para que o líder do PSD possa enfiar o barrete aos seus próprios eleitores, deixando personalidades como Sá Carneiro, Magalhães Mota e muitos outros fundadores do seu partido ficarem sem dar voltas no túmulo.

É evidente que cabe ao Rui Rio cuidar de si e do seu partido e do ponto de vista da esquerda apenas apetece dizer-lhe de uma forma cristã “vai filho, vais no bom caminho”. É óbvio que este PSD que sempre foi uma plataforma de assalto ao poder que escolheu a designação de “social-democrata” para enganar o freguês, acha que consegue chegar ao poder combinando com o André Ventura que este faz de conta que o Chega é do centro-direita enquanto que ele continua a fazer que é social-democrata, pouco importando que esteja a emporcalhar a imagem da social-democracia europeia enquanto o outro vai emporcalhando a pouca direita português que resta.

O líder do PSD que me perdoe, mas apetece-me dizer que este Rui Rio é mesmo parvo, o que não agrava significativamente a ideia que já tinha dele. Como é que se explica que se esteja a desenhar um frente a frente entre Marcelo Rebelo de Sousa, que por acaso é militante do seu partido quase desde a primeira hora, tendo sido seu presidente, enquanto o líder do PSD parece uma virgem a sugerir que abre uma exceção com o Ventura se ele passar por bom rapaz.

Esperemos que o Rui Rio vá mesmo em frente com este namoro porque a política portuguesa só tem a ganhar com a clarificação e talvez seja tempo de alguma ANP que a seguir ao 25 de Abril se escondeu no PSD dê finalmente a cara. É tempo de percebermos por onde anda a extrema-direita assintomática que ao longo de quatro décadas fez o sacrifício de fazer de conta que era democrática.


segunda-feira, agosto 17, 2020

A ROÇAR O RIDÍCULO

 Já vimos p Presidente aparecer no local onde o avião caiu poucos minutos depois do acidente, já vimos o Marcelo em todos os desastres, já vimos o Marcelo em todas as procissões, já vimos o Marcelo em todos os funerais, já vimos o Marcelo ir a todas as praias com o seu polo azul cueca a salvar o turismo na ausência dos bifes, o que nunca pensámos era ver o Presidente chegar primeiro que os nadadores salvadores a todos os náufragos.

Marcelo Rebelo de Sousa parece querer ultrapassar os votos de Mário Soares, mas ao ritmo destes improvisos vamos acabar por ver os livros da Anita serem suplantados pelos livros do Marcelito. Compreende que Marcelo rebelo de Sousa queira ficar na história de Portugal à força de disparos de máquinas fotográficas, mas a este ritmo há um sério risco de começar a cair no ridículo.

Marcelo ainda não percebeu que a maralha não quer uma selfie com o grande Presidente, mas sim ter uma selfie com uma espécie de artista que conseguiu levar uma boa parte dos portugueses a achar tanta graça a uma selfie com o Marcelo como a assinatura do Cavani na camisola que trazem vestida. Aos poucos o país volta a ter o comentador que gosta deste brinquedo que vai do Algarve ao Minho e tem cada vez menos um Presidente para ter o mesmo Marcelo de sempre.

Isso pode ser muito bom para o seu ego e até para os resultados das próximas presidenciais, mas é mau que o país tenha cada vez mais um Presidente da República para ter um Marcelito. Secar o espaço político à esquerda, ao centro e na direita pode ser muito bom para o seu ego, mas serve apenas para fazer crescer a extrema-direita, que vê neste candidato presidencial uma excelente oportunidade para crescer.

O grandioso salvamento das duas jovens que estavam num barco e que depois de um naufrágio já tinham bebido um par de pirolitos foi uma anedota ridícula. Quando vi os coletes olhei bem para ter a certeza de que não os tinham metido pelas pernas, em vez de os meterem pelos braços, pois só de cabeça para baixo é que teriam bebido tanta água.

Sejamos sérios, estamos numa praia segura, com nadadores salvadores bem equipados que só chegaram de imediato e se o Marcelo estava sozinho em tão perigosa tarefa é porque alguém disse aos seus guarda-costas que se deixassem ficar para trás. Marcelo não salvou ninguém e com banhadas destas é ele que se vai afundando, que não há político que consiga o afogamento quando se nada no ridículo.

sexta-feira, agosto 14, 2020

VÍRUS FASCISTAS NÃO MATAM COMUNISTAS

O PCP é um “velho teimoso” da nossa vida política pelo que nem vale a pena tentar discutir a questão da Festa do Avante e depois das várias encenações de manifestações ao estilo norte-coreano todos sabemos que  A Festa vai realizar-se e isso já está decidido. A questão não é do domínio da saúde mas sim do da política e a festa vai ser mais uma grandiosa jornada de luta contra os pecados do mundo.

Quem viu imagens em diretas da tourada realizada no Campo Pequeno apercebeu-se de uma nova modalidade de distanciamento social, o pessoal juntava manchas de espetadores ao lado de mansas de lugares vazios e assim cumpriam-se os 50% de lotação. É fácil de perceber que nas touradas realizadas à tarde as pessoas ficarão todas à sombra enquanto o espaço para distanciamento social ficará ao sol, cumprindo-se a norma da Graça do distanciamento social medido pela bilheteira.

Já no caso das manifestações os critérios são os mais diversos e como se trata de direitos políticos cada partido ou organização adota o seu modelo de distanciamento social. Uns separam-se na Alameda e juntam-se nos autocarros, outros juntam-se nas filas na AV da Liberdade e o distanciamento é assegurado pela distância entre as filas.

Voltando à Festa do Avante já começa a ser evidente que estaremos perante mais uma gloriosa luta entre comunistas e fascistas, nem uns, nem outros perdem uma destas lutas. A festa vai realizar-se com ou sem pandemia, porque o partido é uma máquina organizativa exemplar, enquanto a extrema-direita vai inundar as redes sociais de posts denunciando a democracia. Ambos vão ter mais uma gloriosa vitória.

Entretanto, a festa vai ser visitada por fotojornalistas como nunca foi, para não referir muitos visitantes que não deixarão de colocar fotos mostrando exemplos de distanciamento social. O debate vai prolongar-se e por mais que os militantes do PCP divulguem coreografias da “Carvalhesa”, ao estilo das paradas onde o chão está cheio de marcas, todos sabemos que quando os Chutos e Pontapés cantarem vai ser tudo ao molho e fé em Deus, já que a maioria dos presentes não participaram nos ensaios coreográficos da JCP nem são tão disciplinados como o pessoal dos Kins.

Veremos qual ser o preço que o PCP e toda a esquerda terá de pagar pela teimosia do Jerónimo de Sousa, já para não falar da pandemia.

terça-feira, agosto 11, 2020

USAR OU NÃO USAR MÁSCARAS EM PÚBLICO?

"Penso que relativamente às máscaras a questão já foi apresentada, é elaborar em relação à melhor evidência disponível e a melhor evidência disponível muitas vezes é contraditória de uns autores para outros autores. E nessa perspetiva é obrigatório fazer uma avaliação ponderada, uma avaliação tecnicamente sólida, que é feita, naturalmente, nos gabinetes, melhor do que provavelmente em relação àquilo que possa ser uma discussão pública.”

Foi esta a resposta dada recentemente pelo D4r. Rui Portugal, o recém-nomeado subdiretor-geral da Saúde. Com os seus bigodes farfalhudo o senhor subdiretor-geral explicou assim que a questão de se usar ou não máscara na via pública é coisa para decidir dentro dos gabinetes da DGS.

Dantes eram as evidências científicas, depois as evidências científicas robustas, por fim e para se usar máscara em locais fechados e depois de as senhores diretora-geral e ministra terem levado a teimosia ao limite, lá encontraram um estudo escrito algures na Europa que aconselhava o uso de máscara.

Parece que agora temos um novo folhetim, o da utilização de máscaras em locais públicos, algo que muita gente, como o Presidente da República já faz, apesar da autoridade sanitária continuar a estudar o assunto.

Mas agora já não se fala de evidências científicas, robustas ou não, agora são evidências disponíveis, entendidas estas como opiniões de autores. Pelos vistos a melhor evidência disponível não é única, são várias, ainda que o bigodaças não nos explique como são escolhidas. Apenas diz que tem de ser feita uma avaliação ponderada, sólida, acrescenta ele. Mas se um autor gera uma evidência disponível que sugere a utilização de máscara e outro sugere o contrário, com base em que avaliações tecnicamente sólidas dentro de gabinetes cujos estudos ficam em segredo?

Está bem Dr. Rui Portugal, a única dúvida que subsiste está em saber qual o argumento que vai usar daqui a um par de semanas para defender a utilização de máscaras em locais públicos. Nem que seja o princípio da precaução.

quinta-feira, maio 14, 2020

SOBRE O DE SENTIDO DE ESTADO OU A MUITA FALTA DELE


Marcelo Rebelo de Sousa teve  um momento de comentador da TVI24 e decidiu chumbar Mário Centeno, em público e em direto se sem qualquer direito de ir à oral. Logo ali decidiu que o Costa foi um excelente aluno com nota para quadro de honra, o cábula era outro.

Começa a ser tempo de o Presidente da República perceber que Portugal tem um estado de direito e que nesse estado há competências, pelo que começa a ser cansativo considerar que os bitaites do Presidente da República entra em vigor ainda antes de o último perdigoto cair no chão, para não falar daqueles que ficam em suspensão, ainda que a Dra. Graça Freitas aguarde por mais uma evidência científica robusta.


António Costa parece desconhecer as normas do OE e não deve ter ideia do contrato assinado pelo Estado aquando da venda do Novo Banco, ou se tem deve achar mais importante passar a mão pela pele da Catarina do que dizer que o Estado está vinculado aos contratos que assina. Isto de andar de visita em visita, transformando cada covid num voto prometido nas sondagens não o dispensa de telefonar aos ministros de vez em quando.

O lidere da oposição teve mais olhos do que barriga, logo ele cuja primeira missão foi arranjar um Mário Centeno do PSD, pediu a cabeça do ministro, quando podia muito bem telefonar ao Passos Coelho ou à Maria Luís para se inteirar do que assinaram por baixo, garantindo que o Estado português não meteria um tostão, lembram-se?

Isto é, se há uma crise política por causa dos 800 milhões quem se deveria demitir não é o Mário Centeno, porque é o único que nesta parada de malucos tem o passo certo. Mas como seria um exagero demitir Marcelo, Costa e Rio, o melhor é que se calem e deixem de mandar perdigotos para o ar, não vá o país ter um covid 20 com coronavírus da imbecilidade nacional e depois ficamos todos parvos e confinados.

quarta-feira, maio 06, 2020

O PCP AINDA NÃO PERCEBEU


É evidente que o PCP e a CGTP apostaram tudo no 1.º de Maio para fazer uma grandiosa encenação ao melhor estilo norte-coreano. Tudo isto para um discurso da líder da CGTP em que nada se disse de relevante, para além da afirmação de que a queriam impedir de estar ali. Uma afirmação de organização e de resistência a que não podia faltar a presença de Jerónimo de Sousa, firme e hirto, porque vírus fascista não mata comunista.

Valeu a pena, foi dito alguma coisa de novo, mudou alguma coisa em favor dos trabalhadores’ É óbvio que não, fica para a história de que nada impede os grandiosos primeiros de maio da CGTP/PCP, que tudo parou desde os abraços do Marcelo à peregrinação a Fátima, mas contra tudo e contra todos, o 1. De Maio não falhou.

Valeu a pena, o PCP ganhou alguma coisa com esta manifestação, mais uma sempre com os mesmos e transportados com os autocarros das autarquias dos “territórios libertados? É óbvio que não, percebe-se que a manifestação provocou alguns meios mais conservadores da Igreja Católica e que despertou reações de ódio por parte da extrema-direita. Quem ganhou foram os populista e quem mais perdeu foi o PCP.

A radicalização artificial do PCP frente aos populistas da extrema-direita é uma luta que apenas serve aos segundos e se o PCP julga que radicalizando esta luta com os populistas do outro lado bipolariza o debate, promovendo-se como o grande lutador antifascista é porque ainda não reparou onde votam agora os velhos militantes do PC francês.

O PCP recusa-se a muda e quando mais muda o muito mais se afirma com valores cada vez mais ortodoxos. Com Jerónimo de Sousa recuperou-se o estalinismo e o leninismo na sua forma mais pura e dura. Foi uma encenação dessa ortodoxia que o PCVP montou no 1.º de Maio, veremos o que ganhou com o espetáculo.

terça-feira, abril 28, 2020

A EVIDÊNCIA EMPÍRICA


O que mudou na ciência médica e nas evidências científicas para que de um dia para o outro vejamos ministros a usar máscaras e governante a sugerir a utilização de máscaras comunitárias? Nada, rigorosamente nada.

Antes da pandemia chegar a Portugal já tinha percorrida muitos países, antes de Portugal passou pela Ásia, pelo Irão, pela Itália, França e Espanha e mesmo por países nórdicos como a Noruega. Poderíamos ter aprendido muito, mas não aprendemos nada e se não fossem as imagens dramáticas que nos chegavam da Itália e da Espanha e muito provavelmente teríamos de passar pelo mesmo.

Temos uma das maiores industria têxteis da Europa que já poderia ter inundado o mercado de máscaras comunitárias. Mas não, alguém insistiu teimosamente em ser coerente com as primeiras opiniões erradas que deu e enquanto em todo o mundo se usa máscara por cá andámos de conferência de imprensa em conferência de imprensa desvalorizando o uso de máscaras, lançando um estigma a quem as usava e até mesmo comentando o seu uso com sorrisos cínicos.

Agora parece que é mesmo aconselhável e até já se diz que a sua utilização deverá ser obrigatória em espaços fechados. Pois, já devia ter sido obrigatória desde o primeiro dia, foi um absurdo termos visto pessoa nos hipermercado, pedreiros, motoristas e muitos outros profissionais não protegerem os outros da eventualidade de estarem contaminados, usando uma simples máscara.
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Quantos profissionais dos lares de terceira idade teriam escapado à contaminação, quantas pessoas que trabalham na construção civil, na distribuição alimentar e em muitos outros setores teriam evitado a contaminação. Quanto custou ao país em vidas e em recursos esta teimosia? Não teria sido mais inteligente ter tornado o seu uso obrigatório dando logo indicações à indústria têxtil?

terça-feira, abril 21, 2020

QUANDO UM RIO VIRA RIBEIRO


Quando milhares de funcionários públicos arriscam tudo para que outros se possam salvar ou sentir-se seguros eis que Rui Rio descobre que um aumento de 0,3% merece intervenção política para que o mesmo nãos seja concedido. Melhor do que o Rio só mesmo o CM que não se cansa de homenagear os heróis e depois lança uma campanha contra os privilégios dos supostos funcionários públicos.

Desejo que o líder do PSD nunca tenha de passar um mês numa unidade de cuidados intensivos pois ficaria a conhecer o quanto trabalham aqueles a quem ele acha que deve ser negado um aumento quase ofensivo de 0,3%. Talvez ele percebesse o quanto trabalham os médicos, os enfermeiros e o auxiliares dentro de um hospital, talvez ele tivesse a oportunidade de lhes perguntar sobre quanto ganham, sobre o quanto perderam nos últimos anos, sobre o quanto trabalham todos os dias.

Infelizmente, Rui Rio acha que não deve esquecer o oportunismo eleitoral e enquanto evita criticar a ação do governo, opta por fazer propostas puramente oportunistas, que apenas visam conseguir o voto populista. Defender que enfermeiros, médicos, auxiliares, polícias, sapadores bombeiros e muitos outros profissionais não devem ter uma aumento de 0,3% é mesmo um problema de pequenez política. O Rio é cada vez mais um pequeno ribeiro.