sexta-feira, março 02, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Assunção Cristas

O PSD, uma espécie de partidos de extrema-esquerda mas de direita, faz política à moda do BE e de um dia para o outro apresenta um pacote de meras ideias para apanhar a boleia do pacto da justiça promovido por Marcelo. Não é a primeira vez que Cristas avança com estes truques, chama a atenção fazendo propostas oportunistas e depois queixa-se de o governo não a ouvir.

O CDS é cada vez mais o BD, Bloco de Direita, a Assunção Cristas é cada vez mais a Catarina Martins da Direita e da mesma forma que a líder do BE faz tudo para passar a perna ao PCP, é cava vez mais óbvio que a Cristas e o seu BD têm por único objectivo passar a perna a Rui Rio e ao PSD.

«Garantir que os cidadãos confiam na Justiça: é este o principal objetivo das reformas para o sector que o CDS vai propor e discutir esta tarde, no Parlamento. Para isso, o partido quer fazer uma série de alterações para simplificar e acelerar os processos em tribunal.

O pacote de projetos (seis de resolução, ou seja, sob forma de recomendações ao Governo, e seis projetos de lei) responde a duas necessidades: por um lado, cumprir uma das prioridades estabelecidas por Cristas no Congresso em que foi eleita líder do CDS, há dois anos; por outro, responder ao desafio do Presidente da República, que veio pedir aos partidos que se entendam para reformar a Justiça.

Os centristas querem marcar a agenda e dar resposta a Marcelo, por isso marcaram para esta tarde um debate em plenário para a apresentação de propostas. Objetivo: resolver, sem recorrer a revisões constitucionais, problemas e bloqueios específicos que complicam os processos e atrasam a Justiça.» [Expresso]

      
 O triunfo da mediocridade
   
«Mas o que dizem alguns homens do Ministério Público é que o senhor não deixava investigar. Num livro recentemente editado, o procurador João Palma classifica os anos em que dirigiu o Ministério Público como o período mais negro da história do Ministério Público, desde o 25 de Abril... E diz mesmo: "Tivemos a dirigir-nos o nosso pior inimigo". Como é que responde?
A única coisa que digo é esta: quando esse homem chega a procurador-geral adjunto, é o triunfo da mediocridade. Não tenho mais nada a dizer. E se o conhecerem e falarem com ele, perceberão rapidamente: como é que um homem medíocre chega onde está? Sabe porquê essa história? Eu nunca respondi a isso e quando fui PGR nunca comentei o sindicato. O sindicato, eles não queriam de maneira nenhuma um conselheiro lá. Repare que, se dissesse “começaram a meter-se com o PGR depois de estar meio ano, um ano”, pronto, é um direito que têm de discordar dos métodos ou do sistema. Mas não foi assim. Quando eu fui nomeado pelo Presidente da República, o presidente então do sindicato indicou-me quem é que queria para vice. Eu disse: "Só me faltava essa! O vice sou eu que indico." A partir daí a guerra foi aberta. Chumbaram sem nenhuma razão invocada o vice [que indiquei], que era o procurador mais antigo, com as melhores classificações; e não queriam ninguém que os punisse. Sabe porquê? Porque um dos problemas que nós temos na Justiça é o Ministério Público, porque o MP tem magistrados excepcionais, magistrados bons e magistrados medíocres. O que acontece é que os medíocres chegam onde chegam os excepcionais — ou à frente, até. Aliás, eu vi no PÚBLICO que a senhora ministra da Justiça está no estatuto a propor uma coisa — que se não tiverem "muito bom" terão que deixar o lugar — e já estão a ameaçar com uma greve. Quer dizer: se o tempo que lá estive foi tão mau, curioso é que já passaram seis anos, não têm estatuto, a comissão do estatuto demitiu-se, não tiveram nenhum benefício... Sabe qual é o único benefício? É eles pensarem que mandam.

Então são esses medíocres que dominam o Ministério Público...

...Eu só falei desse, não quero falar de mais gente.

É que António Ventinhas, o actual presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, diz que, no seu tempo, quem investigava poderosos acabava com um processo disciplinar...
Coitado, esse diz aquilo que ouve. Eu não o conheço sequer, não vou falar dele, nem lhes vou dar publicidade à minha custa. Agora, uma coisa é certa: nunca na vida eu disse uma ordem que não fosse: "Investiguem tudo." Os dois magistrados que investigaram o Eng. Sócrates — eu nunca quis falar, mas já agora que estou farto de ouvir disparates... — a única vez que foram lá ao gabinete eu disse "investiguem tudo até ao fim". Porque, repare...» [Público]
   
Parecer:

Está tudo dito por Pinto Monteiro.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento aos visados.»
  
 As criadas dos cardeais
   
«A edição de março da Women Church World, a revista mensal feminina do jornal do Vaticano Osservatore Romano, chegou hoje às bancas.

Esta exposição do trabalho mal pago e do intelecto não apreciado das religiosas confirma que está em crescimento e a chegar à igreja católica o movimento #Me Too, descreve a Associated Press (AP).

"Algumas servem nas casas dos bispos e dos cardeais, outras trabalham nas cozinhas das instituições da igreja ou dão aulas. Algumas servem os homens da igreja, levantam-se de manhã para fazer o pequeno-almoço, e vão dormir depois de o jantar ser servido, a casa limpa e a roupa lavada e engomada", lê-se num dos artigos principais.

Uma freira identificada apenas como irmã Mary descreve como as freiras servem o clero, mas raramente são convidadas a sentarem-se à mesa que servem.

Apesar de esta servidão ser do conhecimento geral, é assinalável que uma publicação oficial do Vaticano se atreva a publicar estas palavras e a denunciar como a igreja explora sistematicamente as freiras.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Não é nada que não fosse óbvio, da mesma forma que é evidente que são trabalhadoras baratas ou mesmo escravas em atividades lucrativas da igreja.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao nosso cardeal patriarca como vive.»

 Com capitalistas destes o Rio está tramado
   
«Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins, deu o seu voto de confiança ao primeiro-ministro. Quando instado a comentar o actual Governo, o presidente do grupo de distribuição não poupou nas palavras: "Acredito muito no dr. António Costa".

Um acreditar que não é extensível à coligação parlamentar com Bloco de Esquerda, PCP e Verdes. "Mas não acredito muito na coligação", para voltar a afirmar: "Acredito muito no dr. António Costa". 

E confrontado com um cenário de coligação do PS com o PSD, acrescentou: "Acredito no dr. António Costa, mais do que no dr. Rui Rio, ainda é um desconhecido".

António Costa esteve presente, em Setembro passado, na inauguração do centro de distribuição da Jerónimo Martins em Valongo, tendo na altura elogiado o grupo de distribuição por "não confundir" a ambição da internacionalização com o esquecimento do mercado português. » [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

Pobre Rio, nem o pessoal do capital parece confiar nele.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»