terça-feira, abril 17, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Paulino Ascensão, um rapazola de princípios

O gesto foi bonito e punha em causa os seus colegas que tal como ele pensavam não estar a cometer qualquer ilegalidade. Mas, afinal, o gesto não passa de mero oportunismo, a sua saída já tinha sido anunciada recentemente pelo próprio, como noticia o Expresso. É o moralismo da treta dos bloquistas no seu melhor.

«O deputado do Bloco de Esquerda Paulino Ascenção, eleito pelo círculo da Madeira, apresentou esta segunda-feira a sua renúncia ao cargo na sequência da manchete de sábado do Expresso, sobre deputados das regiões autónomas que são reembolsados por viagens que não pagam. "Sendo um dos deputados visados, considero, após reflexão, que esta foi uma prática incorreta. Quero, por isso, apresentar o meu pedido de desculpa", refere o deputado na nota de demissão, enviada esta manhã às redações.

"Por considerar que o exercício do mandato parlamentar tem de ser pautado pelo mais absoluto rigor e por inabaláveis princípios éticos, decidi, em coerência, renunciar ao mandato de deputado na Assembleia da República", explica Paulino Ascenção, revelando ainda que irá "proceder à devolução da totalidade do valor do subsídio de mobilidade" que auferiu enquanto exerceu funções no Parlamento.

"Não sendo possível a sua devolução ao Estado português, este será entregue a instituições sociais da região da Madeira, círculo eleitoral pelo qual fui eleito", conclui a nota do deputado bloquista.» [Expresso]

      
 PS desce nas sondagens
   
«As expetativas dos portugueses em relação ao Governo estão mais baixas, as intenções de voto no PS caíram e a popularidade do primeiro-ministro também já conheceu melhores dias. Estas são três das principais conclusões da sondagem da Aximage para o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, segundo a qual os socialistas estão mais distantes de uma maioria absoluta do que há um ano.

A sondagem revela que 38% dos inquiridos têm intenção de votar no PS, uma preferência que parece estar a diminuir: eram 39,2% em março, 40,6% em fevereiro e 42% há precisamente um ano. Isto significa que os socialistas, mesmo reunindo os votos suficientes para ganhar eleições, continuariam a precisar do apoio de outros partidos para garantir uma maioria parlamentar.

Nesta avaliação, o CDS de Assunção Cristas tem a maior subida nas intenções de voto, passando de 5,4 para 7%. Ainda assim, continua em quinto lugar numa lista em que a CDU (PCP e PEV) sobe ligeiramente (de 7,4 para 7,7%), mas não o suficiente para ultrapassar o Bloco de Esquerda, que se mantém com 10% das intenções de voto.» [Observador]
   
Parecer:

Parece que os sucessos orçamentais fazem mais mal do que os incêndios à imagem do governo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Medite-se.»
  
 Argumento da treta
   
«O primeiro-ministro considerou esta segunda-feira extemporâneo colocar agora a questão sobre aumentos da função pública em 2019, mas não fechou completamente a porta a que possam acontecer, para além do descongelamento das carreiras.

“Ninguém pode acusar este Governo de ter tido uma atitude negativa relativamente à Administração Pública, pelo contrário: temos tido uma preocupação de valorização permanente da AP”, afirmou o líder do executivo aos jornalistas no final da sessão de abertura do seminário dos cônsules honorários na Fundação do Oriente, em Lisboa.

Costa sublinhou que já foi eliminada a totalidade dos cortes dos vencimentos, salvo aos titulares de cargos políticos, e que está a decorrer o descongelamento das carreiras. “Desde o início da legislatura, todos os anos os funcionários públicos têm visto a aumentar os seus rendimentos, e assim será para o ano, quanto mais não seja com a prossecução do processo do descongelamento das carreiras”.

“Se será necessário ou se justificar outras formas, será discutido na altura própria, mas não vale a pena discutir já isso”, acrescentou, dizendo que a seu tempo o Governo "olhará para o Orçamento do Estado" para 2019, sendo "extemporâneo colocar-se em Abril de 2018" a questão de um aumento dos salários da função pública no próximo ano.» [Público]
   
Parecer:

Alguém terá de perguntar ao Dr. António Costa o que terá o cu que ver com as calças, porque motivo o descongelamento progressivo e a aprazo de carreiras que foram congeladas há quase uma década são uma alternativa à atualização dos vencimentos dos funcionários públicos.

É bom que António Cota não se baralhe, tudo o que ele julga que deu aos funcionários públicos estava decidido que tinha de ser dado antes dele chegar a primeiro-ministro, a reposição dos vencimentos não foi o resultado da sua generosidade mas sim consequências de acórdãos do Tribunal Constitucional. De resto todos sabemos quem é que dentro da Geringonça mais exigiu a aceleração deste processo.

Os funcionários públicos não ganham mais, apenas perdem menos, porque na verdade continuam a perder. Seria bom que o primeiro-ministro tivesse mais respeito pelos funcionários públicos, não usando raciocínios que parece pressuporem a estupidez alheia.

António Costa está fazendo em pequenas doses o que Passos Coelho fez de uma assentada, sem atualizar os vencimentos em função da inflação o governo está a reduzir o rendimento da Função Pública em prestações suaves.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se a António Costa que agradeça aos funcionários públicos uma parte dos resultados orçamentais.»