quinta-feira, abril 26, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia



   
Fernando Negrão

Parece que os deputados portugueses aproveitam o dia 25 de abril para fazerem umas figuras tristas. Escolher este dia para, por exemplo, dizer que abril não rima com Eurogrupo revela não só uma grande falta de chá, mas também ignorância, a extrema esquerda insiste em confundir défices com fartura, ignorando que foram e continuarão a ser os mais pobres a pagarem as crises, a não ser que um dia se lembrem de criar um paraíso daqueles em que os pobres são muito felizes.

Mas, ainda que sem culpas, o galardão do dia vai para Fernando Negrão, o líder parlamentar do PSD não teve culpa de muitos dos seus deputados terem faltado à cerimónia, nada que admire já que com Passos Coelho a extrema-direita chique tomou conta do partido. Mas como líder do grupo parlamentar do PSD Fernando Negrão deve um pedido de desculpa ao país democrático, já que o país salazarista ficou radiante com o gesto dos apoiantes de Passos Coelho, que escolheram esta forma miserável de criar um incidente, pondo em causa a liderança do PSD.

Fernando Negrão não teve qualquer culpa mas ficaria bem dizer "perdoai-lhes senhor, que não sabem o que fazem".

«A bancada do PSD teve grandes clareiras ao longo de toda a sessão, e até durante o discurso da sua deputada, Margarida Balseiro Lopes. Houve parlamentares do PSD que entraram na sala apenas no momento de ouvir a intervenção do seu partido, mas mesmo assim eram apenas 69 quando a social-democrata começou a falar. Numa bancada com 89 deputados, houve 20 que tiveram outra coisa para fazer enquanto o seu partido invocava a Revolução. Rui Rio, esse, estava na primeira fila dos convidados, por não ser deputado desde 2001.

A recém-eleita presidente da JSD levou à tribuna a defesa de uma reforma do sistema político que torne o sistema mais transparente e mais próximo das pessoas. “Há assuntos em que não ouvimos suficientemente o que o Povo reclama. É talvez o mais central desses assuntos o combate à corrupção e a defesa do Estado e do erário público da captura por interesses particulares”. Um caderno de encargos que encaixa na agenda de Rui Rio, apesar de Margarida Balseiro Lopes ter sido, na disputa interna, apoiante de Santana Lopes.» [Expresso]