O desenvolvimento não é uma corrida entre países, ainda a questão não se deva colocar em termos de corrida, sabendo-se que da competividade externa resultarão maiores ou menores ganhos do ponto de vista do enriquecimento do país, não deixa de ser preocupante que no contexto da União Europeia por mais que se diga que nos estamos aproximando da “média” europeia, é evidente que estamos sendo ultrapassados nos indicadores económicos e sociais.
Quem se lembra do que era a Roménia deixada por Nicolae Ceaușescu, recorda-se certamente de problemas graves como a imensidão de órfãos abandonados a viver nos esgotos e a miséria generalizada que grassava naquele país, entre muitas outras situações que evidenciavam um enorme atraso económico e social.
O que sucedeu, então, para que depois de tantas ajudas europeus, de primeiros-ministros que não se cansam de gabar a sua competência, de Presidentes da República notáveis, como Cavaco Silva, que ainda hoje reaparece de tempos a tempos para dar raspanetes aos políticos e governantes no ativo, o país dar a imagem de parado no tempo.
Se ouvirmos António Costa a governação está cheia de grandes sucessos, o mesmo que ouvimos de todos os primeiros-ministros que o antecedera, bem como dos Presidentes das República, dos presidentes dos governos regionais, dos presidentes das câmaras municipais e dos modestos presidentes das juntas de freguesia. Todos eles anunciam grandes sucessos.
Talvez merecesse a pena para e refletir, em vez de discutirmos qual o indicador com que nos devemos comparar com a Roménia ou com a Grécia, não seria má ideia avaliarmos como foram gastos os muitos milhões que vieram de Bruxelas e transformara Portugal numa espécie de beneficiário do rendimento mínimo à escala das nações, um país cujos governos se transformaram em subsídio-dependentes e que governam em função do dinheiro que chega de Bruxelas.