sábado, outubro 07, 2023

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
RUI TAVARES, DEPUTADO E LÍDER DO LIVRE


Não sei muito bem qual o princípio ideológico, marxista ou seja lá qual forma que leva a algumas personalidades de esquerda partirem do pressuposto de que os défices são um sinal de política progressista. O ponto alto desta tese foi-nos dada pelo saudoso Presidente Jorge Sampaio quando certo dia declarou haver vida para além do défice.

A verdade é que se estudassem as consequências dos ajustamentos feitos na sequência das sucessivas crises financeiras que o país enfrentou desde o princípio do século XX, perceberiam os défices e as crises de dívida que o país enfrentou, foram sempre feitas à custa do empobrecimento dos trabalhadores.

O mesmo sucede com as crises de inflação que resultaram sempre num ajustamento negativo dos salários. Bastaria comparar as consequências do último ajustamento imposto pela Troika, com o impacto da inflação destes dois anos no rendimento dos trabalhadores, para concluirmos que à sobra da inflação o governo promoveu um ajustamento dos rendimentos salariais sem ter de enfrentar críticas. A troika promoveu um ajustamento por decreto, com cortes salariais e aumento dos impostos, António Costa conseguiu os mesmos resultados sem decretar nada e sem ter de assumir qualquer responsabilidade política.

Num país com uma dívida superior a 100% do PIB é um país vulnerável, que inspira desconfiança dos investidores e cujo capital vai parar às offshores e aos grandes bancos ocidentais. Se , ainda por cima, num contexto de excesso de dívida e num quadro inflacionista se promovem défices para gerir os escassos recursos nacionais em função de objetivos eleitoralistas/populistas, então o resultado será mais inflação, mais dívida e certamente mais uma crise financeira.

O falso discurso progressista dos discursos que associam défice a investimento e a melhoria da situação dos trabalhadores soa bem ao ouvido, principalmente quando vindo de bem falantes, mas a médio e longo prazo traduz-se em mais empobrecimento, num país que não sai da cepa torta, que não progride e que vê os seus melhores quadros terem como maior objetivo partirem para o estrangeiro.

“Um país que só paga dívida pública, a certa altura já nem dívida pública paga, porque não há dinheiro para o investimento, para a emergência social ou para uma reforma fiscal que diminua o peso dos impostos.” (Rui Tavares, DN impresso)