domingo, dezembro 31, 2006

Os piores de 2006



O pior político:

Paulo Portas, o grande derrotado das últimas eleições legislativas, transformou a velhacaria em arte de fazer política, depois de abandonar a liderança de um CDS derrotado transformou o seu grupo parlamentar num canil de cachorros abandonados onde os bichanos não se cansam de ganir com saudades do dono. Para Portas o poder sobrepõe-se a valores e princípios.

O pior comentador político:

Ao fim de anos de escrita inútil Luís Delgado ainda não entendeu que quem concorda com ele não o lê e quem o lês não consegue concordar com ele. Luís Delgado, a voz do dono nos tempos de Santana Lopes, não chega ser um opinion maker, é um autêntico opinion desmaker.

O pior jornal:

Dirigido por alguém tão vaidoso que ainda sem obra literária conhecida já era candidato a Prémio Nobel, o Sol nasceu cinzento, não resistiu à ambição de ser o maior jornal semanário e optou pelo caminho do sucesso fácil, não passa de uma versão do 24 Horas para a classe média da direita.

O pior governante:

Manuel Pinho era a vedeta do BES que com pergaminhos universitários garantidos por universidades americanas vinha salvar Portugal do atraso tecnológico. Afinal, revelou-se vulgar a governar e desastroso a falar, as suas intervenções têm uma levada correção com os índices da imagem do Governo, quando o Pinho desaparece o Governo está em alta, quando Pinho fala a confiança no Governo entra em crise.

O pior dirigente da Administração Pública:

Quando regressar ao Millennium é muito provável que o dr. Paulo Macedo, o director-geral dos Impostos, vá dirigir o seu departamento de marketing, à frente da propaganda do banco é certo que mesmo que este esteja à beira da falência as suas acções continuarão em alta na Bolsa. O problema é saber se o dr. Macedo poderá manipular os resultados do banco da mesma forma que faz com os do fisco.

O pior partido:

Seria de esperar que o PSD ao deixar o governo se assumisse como partido da oposição, mas não foi isso que sucedeu. Com Marques Mendes o PSD reinventou a vida partidária e transformou-se num partido sem abrigo, com um líder abandonado pelos que o apaparicavam nos tempos de fortuna e a andar nos caixotes de São Bento em busca de argumentos políticos para o dia seguinte. Abandonado por todos, até por Cavaco Silva, o PSD começa a assemelhar-se um canil de cães abandonados onde já nem os cães vadios querem ficar.

O pior deputado:

Tirando aquele penteado que o transforma num misto de político e rapaz da noite nada mais há a avaliar em Nuno Melo, um deputado que se comporta como se tivesse sido eleito pelo círculo eleitoral da residência de Paulo Portas.

O pior banqueiro:

Em pouco mais de um ano a imagem do BES afundou-se, o seu nome aparece associado a todos os negócios estranhos, está envolvido em tudo quanto é investigação a crime económico e acabou 2006 em negociações com a SONAE a propósito da OPA sobre a PT, numa clara tentativa de obter ganhos à custa de todos os princípios. É difícil ser pior banqueiro do que Ricardo Salgado.

O pior sindicato:

É certo que os professores têm algumas razões de queixa da ministra da Educação, mas não tantas como as que os sindicatos dos professores pretendem fazer crer. O sindicato dos professores (da CGTP) não luta apenas pela defesa dos interesses dos professores, joga tudo contra o Governo seguindo as directivas do PCP e mais do que com a qualidade do ensino está preocupado com a sobrevivência de um modelo de ensino que assegure o seu próprio poder.
O pior na Justiça:
Raramente alguém termina um cargo público da forma que sucedeu a Souto Moura, deixou a PGR sem glória com todos, incluindo muitos dos que teriam que lhe agradecer, a deixá-lo partir quase no anonimato.