quinta-feira, janeiro 08, 2009

Tsunamis, terramotos e crises económicas


Se todas as previsões apocalípticas feitas pelos cientistas dos mais diversos ramos já estávamos em maus lençóis à muito tempo. Por conta dos ambientalistas a estação de barcos do Cais do Sodré já teria sido mudada para o Chiado, isto se os vários tsunamis entretanto ocorridos não tivessem acabado com a frota de cacilheiros.

Os nossos cientistas gosta da comunicação social e a melhor forma de chamarem a atenção é a divulgação de teses catastróficas. Se tiver acontecido uma calamidade natural e os desastres forem a fruta da época estão reunidas as condições para que as televisões sejam generosas em entrevistas, comentários e debates. Basta recordar os múltiplos planos de detecção de maremotos em que o próprio Santana Lopes, então primeiro-ministro se empenhou, como os resultados que se viram foi ele a vítima da banhada nas legislativas.

A actual crise financeira é o tsunami dos economistas, deu aos profissionais do ramo a possibilidade de brilharem, o tem domina tanto o debate que nem os meteorologistas tiveram tempo de antena para explicarem a vaga de frio árctico que nos põe a tiritar.

Só que há uma grande diferença entre os economias e os especialistas das ciências da natureza, enquanto estes dramatizam para convencer o público a adoptar as suas soluções ou propostas, os economistas limitam-se a dramatizar as previsões sem apresentarem quaisquer soluções ou perspectivas. Ainda recentemente, quando os preços do petróleo aumentaram assistimos ao espectáculo das previsões, havia quem garantisse que o petróleo chegaria aos 200 dólares. Aliás, se todas as previsões dos economistas se confirmassem há muito que andaríamos de alpargatas e sem tanga.

É evidente que a crise existe e enquanto os agentes económicos não recuperarem a confiança no mercado financeiro dificilmente a economia dificilmente recuperará do choque que sofreu. Acontece que esse choque é responsabilidade precisamente de economistas, por cá até temos um excelente exemplo, António Borges que era um administrador de sucesso da Goldman Sachs no tempo em que nem dormiam para multiplicarem os negócios no mercado financeiro, é agora um dos economias que mais opina sobre a crise económica.

Aqui reside uma grande diferença entre os economistas e os especialistas das ciências da natureza, os homens da economia fazem a festa, deitam os foguetes e vão apanhar as canas.