FOTO JUMENTO
Cais palafítico da Carrasqueira (Alcácer do Sal)
IMAGEM DO DIA
[Tim Wimborne/Reuters]
«Fireworks exploded near the Sydney Harbor Bridge and Opera House on New Year's Eve.» [The New York Times]
A MENSAGEM DE ANO NOVO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Os que esperavam que a mensagem de Ano Novo do Presidente da República compensasse a falta de competência da oposições enganaram-se, Cavaco Silva não se “vingou” do Estatuto dos Açores e fez um discurso independente e equilibrado. Não faltarão os que encontrarão no discurso críticas ao Governo ou manifestações de solidariedade com esse mesmo Governo. É uma tacanhez analisar todas as palavras de Cavaco Silva sob essa perspectiva, seria um erro se o Presidente da República enveredasse por esse caminho.
Pessoalmente concordo com o conteúdo do discurso e destaco alguns pontos que me parecem importantes:
1. A importância dada ao pequeno comércio:
«Os pequenos comerciantes, que travam uma luta diária pela sobrevivência. O pequeno comércio deve merecer uma atenção especial porque constitui a única base de rendimento de muitas famílias.»
Os governos têm esquecido a importância deste sector e nos últimos tempos actuação da ASAE chegou mesmo a ser deplorável, chegando mesmo o seu presidente a anunciar a falência de metade dos restaurantes.
2. A importância do mundo rural para a coesão nacional:
«O mundo rural faz parte das raízes da nossa identidade colectiva. A sua preservação é fundamental para travar o despovoamento do interior e para garantir a coesão territorial do País.»
Essa coesão deve ser vista em todas as suas vertentes, desde a social à ambiental, visão que não é considerada na PAC e que, ao contrário do que aqui tem sido defendido, é desprezada pelo ministério da Agricultura e mesmo pelas organizaçãos representtivas do sector, mais preocupada em favorecer os seus grupos e em conseguir ajudas comunitárias.
3. A necessidade de encontrar soluções para o endividamento externo:
«Portugal não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se no estrangeiro ao ritmo dos últimos anos.»
Esta é uma questão antiga e que desde há muito que não foi considerada na política económica muito por força do Euro que tem “dispensado” os políticos de pensar no problema.
4. A necessidade de criar riqueza:
«O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas a nível internacional e o investimento nos sectores vocacionados para a exportação têm de ser uma prioridade estratégica da política nacional.
Sem isso, é pura ilusão imaginar que haverá verdadeiro progresso económico e social, criação duradoura de emprego e melhoria do poder de compra dos salários.»
Ainda há uns dias fez-se aqui um comentário sobre a necessidade de aumentar o rendimento dos portugueses, defendendo-se que mais do que pela distribuição isso passa pela criação de mais riqueza.
5. Maior rigor nas opções do investimento público:
«Há que prestar uma atenção acrescida à relação custo-benefício dos serviços e investimentos públicos.»
Essa é uma questão há muito aqui defendida, ainda antes das últimas medidas de combate à crise defenderam-se os investimentos nas escolas e no desenvolvimento tecnológico por oposição às grandes infra-estruturas.
AVES DE LISBOA
Maçarico-das-Rochas [Actitis hypoleucos]
HARBOUR HOUSE CRABS