terça-feira, janeiro 27, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Pelourinho de Arraiolos

IMAGEM DO DIA

[Alejandro Ernesto / EFE]

«Zulema del Prado se prepara para un espectáculo travesti en Santa Clara, Cuba.» [20 Minutos]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O Jumento soube, graças à prestimosa fonte do Palácio de Belém que tantos serviços tem prestado ao jornalismo português em especial aos jornais ligados a gente do PSD, que Cavaco Silva vai fazer uma comunicação oficial ao caso do Freeport. Lembrando-se da declaração de inocência de Dias Loureiro o Presidente Cavaco Silva quer demonstrar que está disponível para declarar a inocência de todos os inocente, sem distinguir partido ou amigos, e vai declarar a sua convicção na inocência de José Sócrates.

Assim, Cavaco Silva livra-se das bocas maldosas que poderão recordar as declarações a propósito das suspeitas que recairam sobre Dias Loureiro.

JUMENTO DO DIA

Louçã

Louçã está de parabéns, depois de perder graça nas piadas parlamentares conseguiu protgonismo na comunicação social ao ser o único líder político a esgravatar na pocilga do Caso Freeport.

UMA AJUDA À MAIORIA ABSOLUTA

Ou estou muito enganado ou dentro de algum tempo não vão faltar os que insinuarão que todo este processo duvidoso e manhoso do Freeport foi criado para dar a maioria absoluta a José Sócrates. Se é o primeiro-ministro a ser o alvo das atenções enquanto Manuela Ferreira Leite espera no seu burco pelos estragos para a imagem do líder do PSD, também poderá ser José Sócrates a benefiocir com este processo.

Depois da agitação incial começa a ser evidente a manobra e a inconsistência das insinuações que as fugas ao segredo de justiça lançaram sobre Sócrates, com alguma reflexão vamos perceber que há uma grande possibilidade de haver gente do PSD nesta tentativa de fuzilamento sumário do líder do PS, um velho hábito adquirido no tempo do porcesso Casa Pia.

Aquilo que tanta alegria às hostes do PSD, começando pelo próprio Pacheco Pereira que não resistiu a comentar o assunto no se blogue, pode acabar por ser a derrota antecipada da direita. Não vai faltar quem se lembre de dizer que foram vítimas de uma armadilha.

PÚBLICO ADMIRADOR DE LOUÇÃ?

Algo está podre quando um jornal da direita, propriedade do segundo homem mais rico do pais e amigo de muitas figuras do PSD, dedica quase uma página a meia dúzia de banalidades ditas pelo líder da extrema-esquerda. Pois, mas como nenhum político arriscou fazer declarações Louçã até deu jeito. Pobre Público e pobre extrema-esquerda.

Ainda vou ver o Pacheco Pereira teorizar sobre a central de informação do Bloco de Esquerda.

AVES DE LISBOA

toutinegra-de-barrete-preto (macho) [Sylvia atricapilla]

A IMPORTÂNCIA DE UM LÍDER

«Jamais a entrada em funções de um político gerou uma expectativa tão grande e universal como a suscitada por Barack Obama. Ainda antes de tomar posse, tinha 83 por cento dos americanos a aprová-lo. Uma sondagem Gallup revela que dois terços dos americanos julgam que Obama alargará os cuidados de saúde a todas as crianças. E metade espera que o novo Presidente reduza os custos com a saúde, baixe os impostos e ajude os sindicatos.

Também fora da América se gerou uma enorme esperança de que Obama traga paz ao mundo, em particular no Médio Oriente, e acabe com a crise financeira e económica. Le Monde escrevia que, no estrangeiro, se espera que Obama seja uma espécie de presidente da Amnistia Internacional, de secretário-geral da ONU, de patrão da Greenpeace e de todas as associações contra o racismo. Por cá, segundo a Eurosondagem, dois terços dos portugueses acham que Obama irá melhorar o mundo.

Esta inflação de expectativas, várias delas irrealizáveis, é o principal problema que Obama enfrenta. Mas agora o meu ponto é outro. Tem a ver com a importância que se dá à capacidade dos líderes políticos para mudarem as coisas.

Décadas de predominância cultural marxista tentaram fazer passar a ideia de que os dirigentes políticos e militares pouco contavam (embora fossem endeusados nos países do "socialismo real"). As massas, os grandes movimentos sociais, em última instância a evolução económica e tecnológica, esses sim, seriam os factores a determinar verdadeiramente o curso da história. É por isso curioso que alguns dos mais entusiásticos apoiantes de Obama na Europa sejam intelectuais de inspiração marxista.

Mas teria o nazismo chegado ao horror que sabemos sem Hitler? É duvidoso. E não se pode apagar a fortíssima, e negativa, marca pessoal de Estaline e de Mao na União Soviética e na China Popular. Também nas democracias ocidentais a personalidade dos líderes está longe de ser irrelevante - basta pensar em F. D. Roosevelt, Churchill, De Gaulle, Adenauer, etc. Aliás, um dos lamentos mais ouvidos é o de que faltam hoje à Europa líderes à altura daqueles gigantes.

A tendência da nossa sociedade mediática para personalizar as questões - A contra B; C desce, D sobe... - concentra as atenções nos líderes. Os quais, através da televisão e da Net, cada vez mais estabelecem contacto directo com as pessoas. Um primeiro-ministro já não é um primus inter pares, mas um chefe de governo (é o actual caso português). Tratando-se de presidentes que comandam o executivo governamental, como acontece nos EUA, a relevância da pessoa que exerce o cargo é ainda maior.

Dizia Camões que "o fraco rei faz fraca a forte gente". O inverso também é verdadeiro. Os líderes não podem tudo, mas podem muito. Com uma condição: serem autênticos líderes e não meros seguidores das opiniões dominantes em cada momento. Ora Obama parece ser mesmo um líder. É inevitável que desiluda muita gente, que dele espera demais. Mas poderá ter uma influência decisiva nos EUA e no mundo.

Obama revelou-se um líder na sua longa campanha eleitoral, na qual de início poucos acreditavam. Manteve a disciplina na sua organização, algo que Hillary Clinton, por exemplo, não conseguiu. E ultrapassou com classe os embaraços surgidos, nomeadamente as posições racistas do pastor Wright, a quem Obama estivera muito ligado em Chicago. Escolheu fortíssimas personalidades para o seu governo, incluindo a rival Hillary e um Prémio Nobel da Física (secretário da Energia), o que só uma pessoa segura de si própria e sem receio de comparações faria.

E foi um líder nato, como lhe chamou o Financial Times, quem discursou na tomada de posse. Só um líder poderia reconhecer o receio americano de um inevitável declínio do seu país na cena internacional e de a próxima geração ter de baixar as expectativas. Obama aposta nos valores éticos fundadores da nação americana, incluindo na luta contra o terrorismo. Ele quer que os EUA voltem a liderar o mundo, mas com humildade e contenção. Porque "o nosso poder, por si só, não pode proteger-nos" - "a nossa segurança emana da justiça da nossa causa e da força do nosso exemplo". Apenas retórica? Creio que não. Obama já tomou algumas medidas para promover a moralidade e a transparência na política em Washington. Mas o grande teste só agora começou.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Francisco Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

NINGUÉM FOI PEDIR UM COMENTÁRIO AO MÁRIO NOGUEIRA?

«Em contraste com a visão dos professores, o sumário do relatório - o DN não teve acesso ao documento integral - começa por destacar que, em matéria de ambição e rapidez, a reforma portuguesa não tem paralelo, para logo apontar a "coerência" das medidas, o "elevado nível de conhecimento estratégico", os "mecanismos consultivos eficazes e o reconhecimento das necessidades e dos interesses de um amplo leque de actores educativos". A decisão de encerrar "pequenas e ineficazes" escolas do primeiro ciclo, muito delas em meios rurais, é particularmente aplaudida. Destaca-se não só o facto de o número de escolas encerradas nos últimos três anos ser muito superior ao dos últimos dez mas também a visão de que os benefícios dos fechos são mais valorizados do que as longas viagens.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O que diriam os professores se as conclusões fossem as inverss...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Procure-se pelo sindicalista.»

CHARLES SMITH ESTÁ A DESILUDIR A DIREITA (E NÃO SÓ)

«"Nunca falei com Sócrates e tudo isto não passa de uma confusão. Sinto-me à vontade e com a consciência completamente tranquila", garantiu, ontem, ao DN o escocês Charles Smith, de 60 anos, desmentindo o seu envolvimento em qualquer situação de corrupção no processo de licenciamento do Freeport, em Alcochete. Sobre a conversa que manteve com Júlio Monteiro, tio de José Sócrates, o engenheiro inglês limitou-se a dizer: "Sinceramente não entendi o que queria. Foi confuso. Tive uma relação muito simples com ele."» [Diário de Notícias]

Parecer:

Que bom seria se tivesse dito o contrário.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Insista-se com o homem para que diga algo de útil, sempre vamos esquecendo o novo silênio de Manuela Ferreira Leite e o BPN.»

FREEPOR DISPONÍVEL PARA COLABORAR COM A JUSTIÇA

«O Conselho de Administração do Freeport mostrou-se disponível a "cooperar com todas as investigações em curso" relacionadas com o licenciamento do outlet, sublinhando que, no entanto, a direcção e os accionistas da empresa já são outros.

"No caso de nos ser solicitada colaboração, é claro que iremos cooperar com todas as investigações em curso realizadas por entidades oficiais em Portugal ou no Reino Unido", refere o Conselho de Administração do Freeport, num comunicado enviado à Agência Lusa.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

O estranho é que o Ministério Público ainda não tenha lá ido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao MP se não está interessado.»

DESTA VEZ A QUERQUS TRAMOU-SE

«A Comissão Europeia assegurou, esta segunda-feira, que a queixa apresentada em 2002 contra o Estado português, por viabilizar o projecto Freeport em Alcochete, foi arquivada em Dezembro de 2005, tendo a Quercus sido notificada dessa decisão na altura.

A organização ambientalista portuguesa enviou no domingo, através da representação da Comissão Europeia em Lisboa, o pedido de esclarecimento para "saber o ponto de situação da queixa e o que foi feito na sequência dela".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Afinal o licenciamento não foi nada de especial.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo final das investigações, se é que vão ter final.»

MATUSCIAC ALEX

A VOAR BAIXO?

«Emergency forces rescue a man from his car which he crashed into a church roof in Limbach-Oberfrohna, Germany. The 23 year-old was severely injured. According to the police the driver missed a turn at high speed, continued straight ahead on a slightly rising field and then finally 'took off' to land in the church roof seven metres above the ground » [EPA] [Telegraph]

Este voava um pouco mais baixo:

«A police car which veered out of control on an icy road sits in the window of a Toronto home» [AP] [Telegraph]

THE TIMES