domingo, fevereiro 22, 2015

Semanada

Tentando manter a ideia do sucesso do excesso de troikismo adoptado por Passos Coelho com a conivência de Durão Barroso a ministra das Finanças dedicou a sua semana a uma manobra de propaganda suja, que culminou com uma entrevista onde tenta desmentir o que todo o mundo sabe. O governo não aceita o falhanço da sua política e para o demonstrar precisa que a Grécia seja apresentada como o incumpridor, o bandalho que não fez as coisas como deve ser. Para encobrir as suas responsabilidade os governo português não hesitou em tentar forçar o endurecimento das posições europeias, tudo fazendo para evitar um acordo que usasse a nu os seus próprios abusos.
  
Numa semana particularmente  importante para o futuro da Europa e de Portugal, onde se jogava muita da argumentação que vai ser utilizada na próxima campanha para as legislativas, o que fez António Costa, o suposto líder do PS e da oposição? Enquanto a Maria Luís Albuquerque pedia ajuda à Alemanha para encobrir as provas da sua incompetência o líder do PS teve um ataque de Madurofobia e dedicou o seu tempo e energia a uma questão da maior importância, teve uma reunião com empresários e saiu de lá com uma nova bandeira, os fundos comunitários não chegam às empresas.  Costa não faz oposição, de vez em quando tem uma crise de Madurofobia e atira-se a um Maduro que só tem protagonismo político graças a esta fixação do líder do PS. Depois foi para mais uma encenação ibérica, uma espécie de banho de dimensão internacional, onde serão ditas umas banalidades com direito a 0 segundos de televisão.
  
A super procuradora e directora da DIAP, uma verdadeira Joana d’Arc do combate à corrupção com direito a beatificação em vida pelos seus esforços de limpeza do pecado, foi à TVI dizer que a Justiça é uma questão de confiança nos seus colegas e sempre que se falava de Sócrates dizia que não podia abordar o tema, mudando sistematicamente ara o exemplo da mafia italiana. O que nos vale é que esta geração de democratas formados na escola do MRPP, como Durão Barroso e muitos outros estão à beira da reforma e o país vai finalmente respirar um ar mais puro.
  
Inspirado nas reparações de guerra de que os gregos se queixam de nunca terem sido pagas pelos alemães, o nosso brilhante ministro dos Negócios Estrangeiros teve mais um dos seus momentos zen, defendendo que a troika poderia ter de pagar reparações a Portugal. O mais grave é que o ministro até pode ter alguma razão e só é pena que não possa ser levado muito a sério, nunca se sabe se o homem diz o que pensa ou pensa mesmo o que diz.