Pela forma como trata o país a coligação da direita escolheu a sigla errada, em vez de PAF - Portugal à Frente, devia designar-se PDT - Portugal da Treta, tantas são as mentiras e manipulações da realidade, a treta é tanta que só falta dizerem-nos que com a austeridade brutal Portugal criou emprego acima do que que se passava no passado ou que os portugueses têm agora maiores rendimentos e melhores cuidados de saúde.
A política defendida por Vítor Gaspar e apoiada por Passos Coelho e que foi continuada com menos competência por Maria Luís Albuquerque não passava por uma aposta no crescimento, mas sim numa cura de austeridade que mataria empresas consideradas inúteis, que reequilibraria o mercado de trabalho pela emigração dos excedentes em vez da criação de emprego e que atrairia investimento.
A verdade é que a experiência levada a cabo por Vítor Gaspar inspirada num livro de economia assente em dados numéricos errados falhou. Durante toda a legislatura não se realizou um único investimento digno de nota e todos os indicadores de suc esso invocados pelo governo não podem ser atribuídos às suas políticas ou resultanm de tendências anteriores a este governo, como é o caso das exportações ou do turismo.
Este governo falhou, a poda drástica da economia que levou a cabo matou a árvores e a desgraça só não é maior porque as intervenções do BCE têm permitido o financiamento externo do Estado, uma intervenção contra a qual se manifestou o governo desde o primeiro momento em que tal solução foi proposta. A verdade é que a notação da dívida é a mesma do início da crise, a dívida soberana está acima do que alguma vez foi previsto e o défice público está longe dos níveis desejáveis.
O país está hoje mai fraco do que alguma vez esteve e desperdiçou o recurso em que mais havia investidos, os quadros altamente qualificados que gente como Miguel Relvas convidou a emigrar. Mais grave do que o governo andar a inventar um país assente em estatísticas manipuladas é o falhanço de uma economia que deixou um rasto de miséria. Tudo por nada pois o país está pior.