domingo, agosto 23, 2015

Terá sido o Grupo Lena a construir o castelo de Guimarães?

O normal na investigação criminal é a existência de indícios de um crime que são investigados, no caso de José Sócrates parece que há a convicção por parte do magistrado de que Sócrates é um criminosos e a investigação visa encontrar indícios de crimes. Já ninguém se lembra, mas a investigação começou por uma comunicação de um movimento bancário comunicado pela CGD no âmbito da legislação contra o branqueamento de capitais, só sobre esse indício, o equivalente ao primeiro doente de uma epidemia, nada se soube.
  
Desde que a investigação teve início Sócrates já foi acusado de tudo e mais alguma coisa, a investigação pula de negócio em negócio, de amigo de Sócrates em amigo de Sócrates, de decisão governamental em decisão governamental. Pelo meio fica muita difamação feia a coberta de supostas violações do segredo de justiça. Da última vez que Sócrates estava mesmo agarrado estávamos em Vale de Lobo, antes disso já tínhamos estado em negócios na Venezuela e mais tarde em Luanda, agora parece que estamos voando para o Brasil a bordo do processo Lavajato.

Ou a justiça tem provas de tudo o que constou em fez-se constar na comunicação social e Sócrates é o maior malvado desde a Bruxa Má, ou essa coisa a que chamamos justiça anda desesperadamente a vasculhar todas as bases de dados a que tem acesso para encontrar algo que dê um mínimo de consistência a uma acusação que salve a carreira profissional de investigadores que mais parecem perseguidores. Não aprece estarmos perante uma investigação, parece estarmos perante uma batida à raposa e tudo o que se possa mexer é levados para a frente.
  
A lógica é simples, todos os negócios feitos por um amigo ou por um amigo de um amigo de José Sócrates e que envolvam de forma directa ou indirecta uma lei aprovada pelo seu governo constituem indícios de crime. O problemas é que todos os negócios feitos durante os governos de Sócrates envolveram amigos de amigos e realizaram-se ao abrigo de leis que provavelmente foram adoptadas ou actualizadas por esse governo. Isso significa que quase todos somos suspeitos, mas se com o Lavajato essa lógica é internacionalizada então o melhor é pedirem ajuda ao Conselho de Segurança da ONU.
  
Segundo esta lógica todos podemos ser suspeitos e esse todos pode significar todos os portugueses, os brasileiros, os angolanos e os venezuelanos, pelos menos. Um dia destes ainda vão descobrir que Sócrates teve em seu poder uma máquina do tempo e então o D. Afonso Henriques que se cuide, ainda vamos ver a justiça investigar se existem relações de amizade entre os construtores do Castelo de Guimarães e José Sócrates, dado que a obra foi lançada sem concurso e há fortes suspeitas de que o grupo Lena já andava metido nos negócios do Estado.