O subtítulo escolhido no Expresso é mais do que claro quanto á estratégia da direita para justificar o desastre financeiro da intervenção do Estado no BES, o conhecido semanário ligado ao PSD, o Expresso sugere-nos que nas bolsas asiáticas é a responsável pelo facto de a Anbang não estar disponível para subir o preço que está disposta a pagar pelo Novo Banco. Para o Expresso a tempestade em Xangai provocou chuva em Lisboa e por isso os assalariados de Pinto Balsemão tenta-nos poupar a uma constipação enfiando-nos o barrete.
O pessoal do Expresso tenta esconder-nos que o preço dado pela Anbang é bem anterior à crise asiática e que a venda do Novo Banco já foi adiada muito antes da crise bolsista na China. O que o Expresso faz é executar um velho truque de Passos Coelho e desta direita, antecipa a notícia criando ambiente para a desvalorizar quando for mesmo notícia. Quando o Novo Banco for vendido pelo menos independente dos governadores dos bancos centrais da Europa e arredores.
Esgotada a possibilidade de Ricciardi, o amigo de Passos Coelho, ficar a mandar no BES este banco ficou com os dias contados, foi uma questão de tempo até o grupo se desmoronar e o banco acabar por ser eliminado. Tudo aconteceu em condições estranhas e em pleno Verão, para que os cidadãos anestesiados pelas férias acreditassem na tese de uma intervenção sem custos para os contribuintes, umas das muitas larachas que a Maria Luís gosta de contar aos pirralho de Castelo de Vide.
Graças à colaboração do senhor Carlos Costa, oportunamente reconduzido como governador do Banco de Portugal, os portugueses estão sendo ludibriados. O Novo Banco não só vai custar 2.000 milhões porque o valor de venda é inferior ao capital investido no fundo de resolução, como muitos milhares de milhões foram mandados para o banco mau, de ionde seguirão para os tribunais e, mais tarde o mais cedo, sairão do bolso dos contribuintes.
É mentira que os prejuízos do fundo de resolução sejam dos bancos, os prejuízos assumidos pro estes bancos serão deduzidos durante muitos anos do que pagam ao Estado em IRC e graças à descida das taxas deste impostos a banca privada irá estar muitos e bons anos sem pagar impostos. No caso da CGD a situação será mais greve pois os prejuízos traduzir-se-ão em perdas de lucros do banco e na incapacidade de reforçar o seu capital, um argumento que já está a ser usado por Passos Coelho, muito provavelmente para privatizar o banco se vier a ser governo.