Reflexos na Baixa de Lisboa
[Petros Karadjias - AP]
«Mar. 9: A man wears a mask during a traditional end-of-carnival parade in Limassol, Cyprus.» [Washington Post]
Ângelo Correia no seu melhor
Ângelo Correia queixou-se de que há pessoas no PSD que querem coagir Sócrates a ganhar as eleições. Como não diz quem eu arrisco-me a pensar que só pode estar a referir-se a Luís Filipe Menezes que não só se tem revelado um desastre como admitiu que não merece estar à frente nas sondagens e, como se isso não bastasse, faz política a reboque das iniciativas sindicais do PCP.
Talvez empolgados pela beatificação de mais de uma centena de padres durante a guerra civil os bispos decidiram intervir na campanha eleitoral em favor da direita espanhola, lembrando os tempos da guerra civil, quando a Igreja Católica alinhou com Franco na perseguição aos seus opositores, muitos dos quais foram denunciados por padres e de seguida fuzilados. A vitória de Zapatero acaba por ser mais uma derrota do franquismo,
Sem comentários:
«O PCP expressa a sua solidariedade ao povo, aos comunistas e a todas as forças progressistas da Colômbia que continuam a luta contra o regime fascizante de Uribe pela paz e o progresso social. Solidariza-se e associa-se a todos aqueles que na Colômbia e na América Latina se manifestam nestes dias contra a guerra, pelo respeito do direito internacional e pela solução pacífica dos conflitos. Transmite aos companheiros, aos familiares e aos amigos de Raúl Reyes as condolências dos comunistas portugueses.» [PCP]
Não me vou pronunciar sobre o seu valor arquitectónico mas que é uma mancha negra lá isso é. Nada mau se considerarmos que o cidadão comum está proibido de meter uma telha preta no telhado.
«Todos os que gritam na televisão e escrevem enfurecidos são mestres, uma referência da juventude. Com que cara, no dia seguinte, vão enfrentar uma turma de alunos? Que respeito granjeiam depois de tais excessos? A coisa fica pior ao saber-se que um dos temas em discussão é a avaliação do desempenho. Deve ser divertido para um aluno, que é classificado pelos mesmos docentes sem poder protestar ou indignar--se, ver os seus tutores berrar de indignação por serem avaliados. Se o que os stores fazem é tomado como exemplo, os exames e pautas deste país passarão a ser muito mais coloridos e animados.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por João César das Neves.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
«José Luíz Rodríguez Zapatero foi, ontem, reeleito primeiro-ministro espanhol, nas segundas eleições legislativas que ganhou após um ataque terrorista. O Partido Socialista (PSOE) reforçou o número de mandatos, tal como o Partido Popular (PP), do derrotado Mariano Rajoy. Foi, assim, como esperado, uma batalha quase e só entre dois oponentes. Os socialistas bem pediram a maioria absoluta, mas pedir não chegou. O aumento da bipartidarização, à custa dos pequenos partidos, tapou-lhes o caminho. As grandes reformas ficam, agora, dependentes de acordos parlamentares. A participação eleitoral foi praticamente a mesma registada em 2004 (cerca de 75%), no rescaldo dos atentados islâmicos.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Um mau sinal para a direita portuguesa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por 2009.»
«A campanha eleitoral em Espanha foi dominada por temas económicos. É compreensível: durante uma década a economia espanhola cresceu mais de 3 por cento ao ano, a maior taxa na zona euro entre 2000 e 2007, mas já começou o ciclo do abrandamento. Embora muitos espanhóis ainda não o sintam no bolso, tornou-se claro ter chegado ao fim esta fase de rápida expansão, que levou a Espanha a ultrapassar a Itália em riqueza por pessoa.
O desemprego está a subir em Espanha, o que já não acontecia há quatro anos. Embora não atinja os altíssimos valores de há 15 anos, o desemprego espanhol abrange hoje 8,6 por cento da população activa, nível ligeiramente superior ao português.
A inflação também se encontra em alta (4,4 por cento, em Fevereiro), o que limita a capacidade competitiva dos bens e serviços de Espanha. A economia espanhola cresceu 3,8 por cento no ano passado (o dobro da portuguesa), mas em 2008 deverá crescer pouco mais de 2 por cento. Nada de dramático, é verdade, nem que ponha em causa o novo patamar que a economia espanhola entretanto alcançou. Algumas das multinacionais europeias com maior sucesso são espanholas - como a Zara ou o banco Santander.
O dinamismo económico de Espanha atraiu uma enorme quantidade de imigrantes (quase 4 milhões nos últimos sete anos), que, aliás, também contribuíram para essa expansão e ajudaram a equilibrar as contas da segurança social. Quase 10 por cento dos residentes em Espanha são hoje estrangeiros.
Os imigrantes e os reformados de outros países que decidiram viver em Espanha impulsionaram a construção de habitações, tornando este país no maior consumidor de cimento da Europa. O preço das casas subiu muito durante anos sucessivos - mas a tendência altista já começou a desacelerar.
Ora, a construção e o consumo foram os motores do boom espanhol. As famílias espanholas endividaram-se tanto como as portuguesas para comprar casa (muitas vezes, uma segunda habitação). Agora, com o crédito mais difícil e mais caro e as casas a não se valorizarem no mercado, as famílias tendem a cortar no consumo para não entrarem em ruptura financeira.
O abrandamento do consumo não será compensado por um correspondente acréscimo das exportações de bens e serviços. É certo ser Espanha o país europeu que mais turistas recebe. Mas no turismo e, sobretudo, nas exportações de mercadorias regista-se uma certa quebra de produtividade, logo, de capacidade concorrencial (acrescendo à alta dos preços). A Espanha tem agora o maior desequilíbrio externo da zona euro, equivalendo a quase 10 por cento do PIB. Este desequilíbrio precisa de correcção, implicando uma travagem nas importações. Ora a Espanha é o principal cliente das exportações portuguesas. E é de lá que vem a maior parte dos estrangeiros que nos visitam. Por outro lado, muitos portugueses trabalham hoje em Espanha - fala-se em 400 mil. Alguns deslocando-se semanalmente do Minho para a Galiza, por exemplo (tradicionalmente muito pobre, a Galiza é das regiões que nos últimos tempos mais se desenvolveram em Espanha).
Os reflexos da desaceleração económica espanhola vão, assim, reflectir-se negativamente no nosso crescimento e no nosso desemprego. O optimismo oficial do Governo parece não ter na devida conta esta ameaça.
Mas a Espanha dispõe de um trunfo importante para contrariar o enfraquecimento da expansão da sua economia. As contas públicas espanholas tiveram, em 2007, um excedente de 2,3 por cento do PIB (nós ficámos felizes com um défice inferior a 3 por cento). Ou seja, o Estado espanhol tem condições para lançar políticas anticíclicas, visando espevitar a actividade económica. Daí que tanto Zapatero como Rajoy se hajam multiplicado em promessas de reduzir impostos e de aumentar despesas.
Há aqui duas lições a tirar. A primeira tem a ver com a ideia errada, mas corrente, de que o sucesso económico dos outros países é mau para nós. É exactamente ao contrário: só teremos a lucrar se a desaceleração económica espanhola for moderada e breve. E as nossas débeis taxas de crescimento nos últimos anos teriam sido ainda mais baixas se a Espanha não registasse aquela forte expansão. A economia não é um jogo de soma nula.
A segunda lição mostra-nos a vantagem de ter contas do Estado equilibradas ou até com saldo positivo em tempo de vacas gordas. Para que, em tempo de vacas magras, se possa estimular a economia com dinheiros públicos.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Sarsfield Cabral.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
ESTATUTOS DO PSD ABREM PORTA A LAVAGEM DE DINHEIRO «As alterações aos regulamentos internos do PSD, aprovadas sábado em Conselho Nacional, são "graves", "perigosas" e "ilegais", podendo abrir uma "porta à lavagem de dinheiro", alertou ontem Rui Rio, presidente da Câmara do Porto e antigo secretário-geral do partido durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma tomada de posição que é vista, dentro do "grupo dos dez" antigos secretários-gerais como "um tiro de partida". Apesar disto, só com uma demissão do actual líder, Rui Rio poderá disputar-lhe o lugar até 2009.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Desta vez Rui Rio deu com força.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes o que espera para partir.»
«O Ministério Público fez um ultimato ao Governo por incumprimento da actualização do valor do subsídio de habitação para procuradores do Ministério Público e juízes, acordado em Novembro de 2003. Em causa está o congelamento do valor dado por mês a cada magistrado e procurador do Ministério Público como subsídio de pagamento para habitação. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Até faria sentido que fosse eliminado pois na prática é uma retribuição de que até os juízes do Tribunal de Contas beneficiam.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Extinga-se o subsídio, pagando apenas ajudas aos magistrados efectivamente deslocados.»
«O Bloco de Esquerda vai entregar na próxima semana no Parlamento uma proposta de resolução destinada a suspender o processo de avaliação de professores e um projecto de criação de um sistema de avaliação das escolas por objectivos. Francisco Louçã defendeu, ontem, a necessidade de se criar uma "plataforma de salvação das escolas", por a ministra da Educação "estar incapacitada para discutir com os professores". » [Diário de Notícias]
Parecer:
Mais uma ideia peregrina do Francisco Anacleto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao líder do BE que seja menos oportunista.»
«El gobernador de Nueva York, Eliot Spitzer, se encuentra acorralado por un escándalo que lo involucra con una red de prostitución, por lo que ha cancelado todos sus actos públicos.
Según publica The New York Times, el gobernador del partido demócrata habría admitido a su círculo más íntimo que participaba en una red de prostitución.
Spitzer, casado y con tres hijos, se hizo famoso por su trabajo como fiscal general del Estado, que le permitió acceder al máximo puesto político de Nueva York con la promesa de llevar a cabo una "reforma ética". La revista Times lo había llamado en 2005, 'El cruzado incansable'.» [20 Minutos]
OS HOMENS QUE AJUDAM EM CASA SÕ OS QUE MAIS FAZEM AMOR «Los hombres que comparten las tareas del hogar mejoran la armonía en la pareja y podrían tener una vida sexual más satisfactoria, según revela un estudio estadounidense.
"En general, cuanto más tareas domésticas hacen los hombres, más felices están las mujeres", explicó a la AFP Scott Coltrane, sociólogo de la Universidad de Riverside (California) y coautor del estudio, del cual se publicó un resumen en el sitio 'web' de la organización Council of Contemporary Families (CCF).» [20 Minutos]
«Los organizadores de la campaña de Hillary Clinton poco podían imaginar, cuando decidieron emitir un anuncio electoral con imágenes antiguas de una niña en la cama, que la pequeña, ahora una joven, sorprendería al mundo dando su apoyo a Barack Obama.
"Es realmente irónico que mi imagen sea utilizada en una publicidad para defender la causa de Hillary, cuando yo no la defiendo", dijo a la cadena NBC Casey Knowles, de 17 años.» [20 Minutos]
«El próximo 12 de junio marcará un hito en la historia de la publicidad, cuando se lance al espacio el primer comercial dirigido a posibles consumidores de aperitivos de maíz en un sistema solar que está a 42 años luz de distancia y que lo recibirá en 2050.
Una popular marca de aperitivos hechos con harina de maíz, aceite y saborizantes artificiales, se ha asociado con científicos espaciales de la Universidad de Leicester (Inglaterra) para transmitir un anuncio a través del Radar de Ultra Frecuencia de 500 megahertzios hacia la estrella Osa Mayor 47 (47UMA). » [20 Minutos]
«Sócrates, que falava no final da cerimónia de assinatura de contratos de investimento da Galp para a modernização das refinarias de Matosinhos e Sines, fez uma breve referência aos seus primeiros meses de exercício de funções governativas salientando que "nada daria maior satisfação a um primeiro-ministro e a um Governo do que baixar os impostos".» [Correio da Manhã]
Parecer:
Pois, daqui até às eleições o povo ainda se esquecia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recorde-se a Sócrates que os impostos que vai baixar são os mesmos que ele próprio subiu.»
A manter-se o texto do projecto de Estatuto Disciplinar da Função Pública trabalhar num balcão da DGCI e mesmo de muitos outros serviços público pode corresponder a um suicídio profissional. Nos termos da alínea f) do artigo 17.º do referido projecto aplicar-se-á uma pena de suspensão aos funcionários que:
«Omitam informação que possa ou deva ser prestada ao cidadão ou, com violação da lei em vigor sobre acesso à informação, revelem factos ou documentos relacionados com os procedimentos administrativos, em curso ou concluídos;»
Será que o secretário de Estado da Administração Pública avaliou bem o alcance desta norma? Duvido, tal como está escrita se um cidadão coloca uma dúvida sobre IVA o funcionário corre o risco de ter que explicar todo o código. Nos termos desta norma tudo é omissão e independentemente do grau de responsabilização do funcionário aplica-se a lei da rolha.
Quanto à segunda parte da mesma norma estamos perante a lei da rolha, por pouco não eram suspensos os ministros que mandam publicar os despachos no DR. Por exemplo, com esta norma o famoso despacho de Telmo Correia que não foi publicado no DR seria ultra confidencial.
- O "Cogir" refere os posts da blogosfera sobre a educação.
- A "Sombra do Convento" dá destaque ao comentário d'O Jumento sobre o confronto inevitável entre o PCP e o PS.
- O "PS Lumiar" gostou do comentário d'O Jumento sobre uma notícia do Público.
