terça-feira, março 25, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Alfama, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Erin Siegal / Reuters]

«Jesús el Guapo. Finalistas de la competición anual Hunky Jesus en San Francisco, California, EE. UU., organizada con motivo de la Pascua por un grupo activista de drag queens llamado Hermanas de la Perpetua Indulgencia.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Patinha ou “Patinho” Antão

Patinha Antão decidiu tomar uma posição política em relação a uma actuação da DGCI ou que se lamenta, pois a Administração Pública não faz política, cumpre as leis da República e uma boa parte delas foi adoptada pelo próprio PSD. Ainda por cima decidiu armar-se em “Patinho” propondo o recurso a métodos indiciários, fazendo sugestões utópicas o que revela que nada aprendeu enquanto foi funcionário do ministério das Finanças.

Patinha Antão sabe que o negócio dos casamentos escapam ao fisco pois uma boa parte das empresas nada declaram, a única forma de obter informação é recorrendo aos seus clientes no negócio.

Parece que Patinha Antão e os seus pares andam muito preocupados com a actuação do fisco, principalmente quando este aperta com a evasão fiscal.

JERÓNIMO DE SOUSA NEGA PAZ PODRE NO PCP

Desta vez Jerónimo de Sousa tem razão, o PCP não pode apodrecer já que está congelado desde 1917.

AUTORIDADE, AUTORIDADE

«Tenho uma ideia. Pegamos naquela aluna indisciplinada da escola do Porto que brigou com a professora por causa de um telemóvel, fazemos um círculo em torno dela com todos os comentadores, políticos, espectadores e treinadores de bancada, e apedrejamo-la. Assim uma coisa de Antigo Testamento, mas com um toque moderno: em vez de pedras, usamos os nossos telemóveis. Depois, filmamos tudo e pomos no Youtube. Que tal vos parece? Um pouco exagerado, talvez?

Se não resultar, fazemos o mesmo à professora, depois aos pais e finalmente à ministra. Estou apenas a tentar acompanhar a tendência do debate. Como sabemos, este caso de indisciplina é um sinal do fim dos tempos. Mas se arranjarmos uns bodes expiatórios, talvez a coisa se arranje.

Antigamente, claro que não era assim. Pelo menos antes do século IV d.C., quando São Cassiano de Ímola, mártir dos professores, foi apunhalado pelos seus próprios alunos com os estiletes de metal que eram usados para tirar notas (em tabuletas de madeira cobertas com uma película de cera, porque o pergaminho era caro e o papiro raro).

Dos estiletes de metal aos telemóveis, os novos media têm sido inimigos dos professores, pelo menos até estes aprenderem a usá-los a seu favor. E porquê? Porque o professor precisa da atenção dos alunos, una e indivisa, na sala de aula. Essa é a melhor maneira de dar aulas e mesmo a única: ainda não inventaram outra. O pesadelo de um professor é "perder" uma turma, aluno a aluno, fila a fila, quando todos se distraem e não há maneira de estancar aquela vaga. Hoje há mais motivos de distracção, e amanhã haverá mais ainda, valha-nos São Cassiano.

A mente autoritária, essa, só precisa de uma coisa e sempre a mesma: gritar por mais autoridade, mesmo que isto não lhe garanta mais autoridade. Gritar por mais autoridade apaga todas as contradições, sossega todas as inseguranças.

O problema é o seguinte: a autoridade é, em si, uma coisa contraditória. Há duas autoridades: a do medo (medo da violência, nomeadamente) e a do reconhecimento. Ambas estão mais difíceis, por boas razões. A autoridade pelo medo, "responder bofetada a bofetada", como sugere Vasco Pulido Valente, é precisamente o que falhou no episódio do Porto: a professora tentou puxar mais do que a aluna, que tinha o dobro do seu tamanho. O programa pulido-valentiano não aguenta hoje dois minutos numa sala de aula, e no passado só funcionava integrado numa cadeia com vários elos: tinha-se medo do professor, do pai, do marido, da tropa e da PIDE.

A autoridade pelo reconhecimento está também em maus lençóis. O mundo exige-nos atenção de demasiados lados e o professor está no lado mais fraco. Mas isto não é o fim dos tempos. É apenas o princípio de tempos novos.

Esses tempos novos exigem turmas menores, não ultrapassando 20 alunos. Cacifos para deixar os telemóveis à entrada. Mais professores e funcionários. Intercomunicadores nas salas. E para os alunos indisciplinados? Puni-los com a única coisa que hoje em dia mete medo: o aborrecimento. Proponho aborrecê-los em turmas ainda menores, orientadas por dois professores, até que prestar atenção seja a única coisa interessante a fazer naquela sala.

Voltar à escola de elite não é opção, quando precisamos de toda a gente qualificada que pudermos formar. A opção que resta é dar às massas uma escola de elite. Custa mais dinheiro. Sim, ainda mais dinheiro, e dos seus impostos. Não foi você que pediu medidas impopulares?» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O QUE FALTA AO PSD

«Faz esta semana meio ano que Luís Filipe Menezes ganhou as eleições directas no PSD, tornando-se líder do partido. Antes, Menezes tinha criticado o que considerava ser uma oposição fraca de Marques Mendes ao Governo PS. Curiosamente, nos primeiros meses da sua liderança Menezes foi brando face às políticas governamentais, abandonando as principais bandeiras do PSD de Mendes contra o Governo.

M. Mendes combatera a localização na Ota do novo aeroporto. Acabou por ganhar a batalha - mas, quando o Governo escolheu afinal Alcochete, o líder do PSD era Menezes, que defendera a Ota. Mendes queria a baixa de impostos - Menezes discordava, alinhando com Sócrates (agora já quer baixar a carga fiscal). Mendes reclamava um referendo para ratificar o Tratado de Lisboa da União Europeia; Menezes foi pela ratificação no Parlamento e assim ajudou Sócrates a fazer passar na opinião pública mais um incumprimento de uma promessa eleitoral.

Começaram, então, a surgir no interior do PSD críticas à actuação do novo líder. Menezes, que antes não se coibia de dizer preto sempre que M. Mendes dizia branco, ficou incomodado e desafiou os discordantes para novas eleições directas. Agora, passados dois meses, Menezes rejeita essas eleições.

Entretanto, sentindo necessidade de se demarcar do PS, o líder do PSD resolveu quebrar o Pacto de Justiça celebrado entre os dois partidos e rejeitou o novo mapa judiciário proposto pelos socialistas, mas sem apresentar qualquer mapa alternativo. E também avançou para liquidar o consenso alcançado na anterior direcção com o PS quanto à lei eleitoral autárquica. Menezes quer agora que os presidentes das juntas de freguesia votem nas assembleias municipais; há menos de um ano defendia o contrário.

Sucedem-se as posições contraditórias, além das já referidas - desde o desmantelamento do peso excessivo do Estado, mas recusando fechar serviços públicos ou retirar quaisquer direitos sociais, até à flexibilização das leis do trabalho. Na passada quarta-feira o primeiro-ministro anunciou o fim da gestão privada em hospitais públicos, começando pelo Amadora-Sintra. Mas este regresso à estatização não mereceu da direcção do PSD qualquer firme e audível crítica de fundo, apesar de numa entrevista ao Expresso, em 22 de Dezembro, Menezes se ter manifestado contra o monopólio do Estado na saúde.

Na mesma entrevista, o líder do PSD criticou Sócrates por não ter "a coragem de romper com o status quo nas políticas do trabalho e no código laboral, que torne Portugal mais competitivo". Mas ao Jornal de Notícias do passado dia 5 Menezes dizia não existirem condições para flexibilizar as leis laborais.

Acusado de não apresentar propostas pela positiva, Menezes apanhou uma ou outra ideia vinda do estrangeiro. Sarkozy anunciou que ia retirar a publicidade do canal público francês de televisão, logo Menezes veio prometer que a RTP deixaria de ter anúncios comerciais. Mas a proposta surgiu desgarrada de qualquer ideia sobre o que deve ser o serviço público de televisão, se ele se justifica ou não, etc. Barack Obama inspirou-lhe um novo logótipo para o PSD, onde o azul predomina. Resultado: a rejeição e a troça de Alberto João e o desconforto de inúmeros militantes.

Este comportamento errático ameaça dissolver o pouco que resta da identidade do PSD. Mas Menezes já deu uma explicação para a ausência de propostas políticas alternativas do seu partido, limitando-se por enquanto a navegar à vista na oposição ao Governo (navegação à vista que explica, em parte, a imprevisibilidade do líder). "As propostas de governação são algo para os últimos seis meses" antes das eleições, disse Menezes ao Expresso. Assim, não lhe roubam as ideias... Aliás, de que serve uma equipa estar a ganhar ao intervalo, se no fim do jogo acaba a perder?

Uma tão curiosa estratégia eleitoral, sobre a qual certamente os teóricos da política se debruçarão nos próximos tempos, tem todavia um problema. É que, quando - daqui a um ano - Menezes apresentar fantásticas políticas alternativas, entretanto encomendadas a algumas cabeças pensantes, já não terá uma réstia de credibilidade junto da maioria dos portugueses. Ora, mais do que em propostas concretas, as pessoas votam em políticos nos quais acreditam e que as mobilizam em torno de um projecto. É isso que falta ao PSD.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O ALBERTO VOLTOU À GUERRA DAS BANDEIRAS

«A "guerra das bandeiras" é uma questão antiga dos sociais-democratas liderados por Alberto João Jardim. Já em 2004, um documento idêntico ao que vai agora ser discutido foi remetido para publicação em Diário da República por Diniz Monteiro. Que, na qualidade de Ministro da República (assim se designava o cargo antes da última revisão constitucional) não se limitou a este acto formal, alertando por escrito o presidente da ALM para a ilegalidade da iniciativa. Uma avaliação jurídico-constitucional que se mantém actual. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Quando não tem mais nada com que se entreter vem com a guerra das bandeiras.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não se coloque a bandeira no Palheiro.»

A MEDICINA PRIVADA É UM BOM NEGÓCIO

«Descobrir, por mero acaso, que existem fichas clínicas passadas por um médico, que nunca vimos na vida, a atestar a nossa boa ou má aptidão para o trabalho é algo que pode acontecer, com elevada probabilidade, a qualquer trabalhador português. Uma parte substancial das empresas que prestam serviços de medicina no trabalho promovem a assinatura, por médicos, de fichas de aptidão de trabalhadores que nunca foram vistos em qualquer consulta, segundo o DN apurou junto de fontes do sector, de médicos e sindicatos. Tudo não passa de um negócio e de um pró-forma, em que uns facturam, e outros escapam, por essa via, às multas por desrespeitarem a legislação sobre saúde, higiene e segurança no trabalho. » [Diário de Notícias]

Parecer:

A verdade é que muitos médicos ganham fortunas a assinar atestados, desde os usados para faltar aos exigidos para a renovação da carta de condução. A Ordem dos Médicos é muito puritana mas quando está em causa o "ganha-pão" dos médicos faz de conta de que não vê.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário ao bastonário da Ordem dos Médicos.»

MAIS DOIS MUNICÍPIOS

«A tradição municipalista portuguesa é muito grande e Sacavém , na periferia de Lisboa, e Vila Meã, localizada no extremo ocidental de Amarante, querem transformar-se em municípios tendo "convencido", já nesta legislatura, os deputados a levarem à Assembleia da República estas suas reivindicações. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Enfim, mais trapalhada territorial.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

A ANEDOTA DO DIA

«Quem o denuncia é a Plataforma Estudantil «Directores Não». «Estamos a falar de pessoas que todos nós conhecemos e que tratamos pelo nome. Têm mais de 65 anos, são antigos elementos das forças da ordem e que, há algum tempo para cá, estão a preencher relatórios, que depois são enviados para o Conselho de Segurança ou para as Direcções Regionais de Educação. Sempre que existe um protesto de um aluno, seja a vestir-se de negro ou a colocar um cartaz, é imediatamente identificado e essa informação é canalizada para o Ministério», contou ao PortugalDiário Luís Baptista, um dos elementos da Plataforma. » [Portugal Diário]

Parecer:

O PCP já começou a atirar os seus pioneiros para a frente de batalha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Sousa se a seguir avança com as associações de moradores vizinhas das escolas.»

APANHADO UM CAVALO NO ELEVADOR DE UM HOSPITAL DO HAVAI

«Um hospital no Havaí teve que criar uma nova regra proibindo que animais visitem os pacientes, depois que um homem entrou com um cavalo num elevador para leva-lo até um dos quartos.

Lani Yukimura, porta-voz do hospital Wilcox Memorial, na cidade de Lihue, afirmou que existiam regras para visitas para cães e gatos, mas não para cavalos. » [BBC Brasil]

SOLDADOS AMERICANOS MORTOS NO IRAQUE CHEGA AOS 4000

«O número de soldados americanos mortos no Iraque desde a invasão de 2003 chegou a 4 mil, após os últimos episódios de violência no domingo.

Quatro soldados foram mortos após a explosão de uma bomba em uma estrada do país, a causa mais comum de fatalidades entre os soldados americanos.» [BBC Brasil]

HILLARY CLINTON ESTAVA PERTO DO GABINETE DO MARIDO QUANDO...

«El 28 de febrero de 1997, uno de los días en que la becaria alegó que había mantenido relaciones sexuales con el presidente cerca de su oficina, la primera dama tuvo cinco reuniones privadas muy cerca: en el Salón de Mapas y la Sala de Recepciones Diplomáticas.» [20 Minutos]

CINCO ANOS DE CADEIA POR DEFENDER DIREITOS HUMANOS NA CHINA

«"Queremos Derechos Humanos, no Juegos Olímpicos" fue el título de la carta abierta que Yang Chunlin logró que 10.000 personas firmaran después de colaborar con un grupo de campesinos que protestaban por la expropiación de sus tierras, un tema candente en China. Hoy ha sido sentenciado a cinco años de cárcel bajo los cargos de incitar a la subversión y manchar la imagen del país.

Yang, un trabajador industrial en paro de la ciudad de Jiamusi (noreste de China) fue arrestado el 6 de julio de 2007. El tribunal admitió como prueba varios artículos críticos con la dictadura china que el activista había publicado en páginas de Internet. En el transcurso de su detención hasta que fue juzgado el pasado 19 de febrero, varias organizaciones de Derechos Humanos han denunciado que su familia ha siso intimidada y él mismo torturado en prisión, donde, afirman, fue atado a las cuatro esquinas de la cama y forzado a comer y evacuar en esta postura durante varios días. También fue forzado a presenciar como otros presos eran torturados de esta manera y a limpiar sus excrementos después.» [20 Minutos]

FISCO COMETEU EXCESSOS?

«O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, reconheceu hoje que os pedidos de informação a contribuintes recém-casados exigidos por algumas direcções distritais de Finanças são “excessivos” e que vão ser “corrigidos”.

O governante declarou hoje, em reacção à notícia do PÚBLICO, que “não nega que houve algum abuso” nos pedidos de informação relativos aos custos de festas de casamento, acrescentando que nesses pedidos “faltou acrescentar” que a informação “era de ordem facultativa”.» [Público]

Parecer:

Não tenho dúvidas de que alguns serviços se possam ter excedido, mas da mesma força que o secretário de Estado se manifestou preocupado com essas situações deveria ter tido uma palavra para com a necessidade de combater a evasão fiscal em sectores onde essas é a prática normal. Todos sabemos que no negócio dos casamentos é muito fácil escapar ao pagamento de impostos e que esse combate exige recolha de informação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o comportamento do secretário de Estado.»

O MAPA DA INTERNET [imagem]

OS MELHORES VÍDEOS DA "OBAMA GIRL" [Link]

DARIUSZ & KORNELIA KUCHARSCY

QUAL É A TERCEIRA LETRA DO ABECEDÁRIO?

TESA