Desde aquela famosa intervenção de Cavaco Silva de que os portugueses tiveram conhecimento graças a uma dica dada por um dos seus assessores anónimos ao jornal Público que sinto um calafrio sempre que Cavaco Silva diz que vai falar. Não porque dê muita importância às suas intervenções, mas porque desde que decidiu intervir activamente no curso político do país que as suas atitudes merecem a minha desconfiança.
Cavaco Silva está a usar como nenhum outro presidente o prestígio da Presidência da República para engrandecimento da sua pessoa e até da sua família. Cavaco ainda não parece ter percebido a diferença entre uma monarquia do século XVII e uma república do século XXI. Só isso explica o tom paternalista com que passa a vida a ameaçar que vai falar ou o ambiente de suspense que antecede as suas intervenções públicas.
Sempre que algo o incomoda Cavaco Silva ou diz que não fala ou deixa no ar ameaça de que se for necessário fala. Parece que as suas intervenções são anunciadas como uma ameaça de raspanete a alguém que se portou mal. E di-lo com um ar de quem pensa que os portugueses vão suster a respiração enquanto o ouvem.
Só que vivemos numa república, ainda que a foto de família nos jardins de Belém no dia do seu aniversário nos faça pensar que o país é um principado e a família Silva é o equivalente luso da Casa de Grimaldi, do Mónaco. Tal como o presidente da minha junta de freguesia Cavaco Silva foi eleito com os votos dos portugueses para exercer as suas funções com independência e ao serviço de todos os portugueses, algo que não tem sucedido. Cavaco não é presidente pela Graça de Deus, mas sim eleito pelos votos dos mesmos portugueses que nas próximas presidenciais poderão escolher outro presidente.
Há muito que Cavaco deixou de ser um factor de estabilidade e a escolha de Ferreira Leite só veio transformar estas legislativas na primeira volta das presidenciais e a forma como ele e os seus assessores se têm comportado só evidencia que Belém está mais emprenhado nestas eleições do que muitas secções do PSD.
Cavaco Silva está a usar como nenhum outro presidente o prestígio da Presidência da República para engrandecimento da sua pessoa e até da sua família. Cavaco ainda não parece ter percebido a diferença entre uma monarquia do século XVII e uma república do século XXI. Só isso explica o tom paternalista com que passa a vida a ameaçar que vai falar ou o ambiente de suspense que antecede as suas intervenções públicas.
Sempre que algo o incomoda Cavaco Silva ou diz que não fala ou deixa no ar ameaça de que se for necessário fala. Parece que as suas intervenções são anunciadas como uma ameaça de raspanete a alguém que se portou mal. E di-lo com um ar de quem pensa que os portugueses vão suster a respiração enquanto o ouvem.
Só que vivemos numa república, ainda que a foto de família nos jardins de Belém no dia do seu aniversário nos faça pensar que o país é um principado e a família Silva é o equivalente luso da Casa de Grimaldi, do Mónaco. Tal como o presidente da minha junta de freguesia Cavaco Silva foi eleito com os votos dos portugueses para exercer as suas funções com independência e ao serviço de todos os portugueses, algo que não tem sucedido. Cavaco não é presidente pela Graça de Deus, mas sim eleito pelos votos dos mesmos portugueses que nas próximas presidenciais poderão escolher outro presidente.
Há muito que Cavaco deixou de ser um factor de estabilidade e a escolha de Ferreira Leite só veio transformar estas legislativas na primeira volta das presidenciais e a forma como ele e os seus assessores se têm comportado só evidencia que Belém está mais emprenhado nestas eleições do que muitas secções do PSD.