sexta-feira, agosto 21, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

No Parque Mayer

IMAGEM DO DIA

[Kevin Zhao/Reuters]

«People’s Liberation Army soldiers rehearsed a musical drama titled “The Road of Revival” at a gymnasium in Beijing Wednesday. The musical drama is part of celebrations for October’s 60th anniversary of the founding of the People’s Republic of China.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Pacheco Pereira

Só mesmo Pacheco Pereira, um mestre na arte da hipocrisia poderia ter escrito isto:

«Porque só profissionais é que não podem revelar a sua condição, para não se perceber ao que andam e quem são. Porque só isso pode justificar tanto pseudónimo e nome falso. Na verdade, seria mais normal que os pseudónimos abundassem em quem não está do lado do poder, porque aí o pseudónimo teria como função proteger alguém cujas opiniões, se se conhecesse o seu autor, colocariam em risco a profissão e a carreira, mesmo a integridade física. Em certos municípios percebe-se bem. Mas aqui é ao contrário, é quem nada deve temer que assina disfarçado. Os tricky dickies dos gabinetes do governo, do grupo parlamentar do PS e de câmaras socialistas, podem explicar isso muito bem. Mas cuidem-se que isto é Portugal, e, a seu tempo, tudo se sabe.» [Sábado]

Porque razão estará Pacheco Pereira tão preocupado com o pseudónimo de alguns autores do SIMplex numa semana que foi marcada por insinuações graves, apesar de idiotas, lançadas por assessores de Cavaco Silva a coberto do anonimato.

Há pessoas a quem apetece responder ao estilo do saudoso Almirante Pinheiro de Azevedo.

AVES DE LISBOA

Myna-comum [Acridotheres tristis]
Estação Sul-Sueste, Campo das Cebolas

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico

DUPLO PACTO

«Um dos mitos contemporâneos diz que a globalização torna o Estado social insustentável, sobretudo nos países pequenos. A direita regozija e a esquerda protesta, mas ambas aceitam a sua inevitabilidade.

O mito, porém, não sobrevive à análise: as economias mais integradas no comércio internacional são as dos pequenos países - os mesmos que construíram os Estados sociais mais generosos. Parte da explicação é esta: a vulnerabilidade do mercado interno a choques exógenos incentiva à coordenação entre Governo, capital e trabalho, e favorece a construção de compromissos de classe e de instituições que protegem contra os humores do mercado.

A discussão é particularmente actual no momento em que o PS propõe ao país um duplo pacto: para o reforço da internacionalização da economia e para a expansão do Estado social. Os pactos complementam-se porque permitem aumentar a coerência entre os regimes de produção de bens transaccionáveis e de protecção das pessoas. Claro que é impossível copiar as instituições ou a trajectória dos países europeus pós-1945: em Portugal, a representação do capital e do trabalho é menos unificada; a taxa de sindicalização no privado é muito reduzida; grande parte dos empregadores e trabalhadores é pouco qualificada; o tecido económico tem bolsas de baixíssima produtividade. Sabemos, porém, que as instituições condicionam a acção dos parceiros, mas não a determinam. A escolha da estratégia é, por isso, decisiva.

A estratégia do duplo pacto, aposta na definição dos ‘clusters' que merecem a aposta prioritária dos sistemas público e privado de inovação. Aposta em medidas de apoio à capacidade organizacional das firmas e à sua inserção em redes internacionais. Aposta na qualificação de pessoas ao nível do ensino superior e do secundário. Aposta em níveis elevados de contratação colectiva e moderada segurança laboral. Aposta em trabalhadores mais bem pagos; num país onde o salário mediano ronda os 700 euros e cerca de 500.000 ganham o salário mínimo, é preciso prosseguir o aumento deste, medindo o impacto no emprego. É possível, porém, aumentar o rendimento do trabalhador se o Estado fornecer um complemento ao salário; a medida, que existe em inúmeros países, consta do programa do PS.
Os pactos não se complementam por acção da mão invisível do mercado, mas da mão visível do compromisso. O duplo pacto incentiva ao aprofundamento da coordenação cooperativa da economia, essa dinâmica negocial entre Governo, empresas e sindicatos, assente na concertação, na persuasão, e no incentivo - numa palavra, na política. Se alguns reduzem isto a "negociatas", é porque lhe têm horror.»
[Diário de Notícias]

Parecer:

Por Hugo Mendes, Autor do http://www.simplex.blogs.sapo.pt/, um ‘blog' feito por apoiantes do Partido Socialista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MOITA FLORES DÁ MEDALHA DE OURO A SÓCRATES

«O presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, vai atribuir a medalha de ouro da cidade a José Sócrates. A cerimónia vai decorrer na próxima semana, na mesma altura em que o primeiro-ministro assina o protocolo que passa o Convento de S. Francisco para a posse da autarquia.

A distinção a José Sócrates surge alguns dias após Moita Flores ter declarado que não irá votar em Manuela Ferreira Leite nas próximas Legislativas, garantindo o autarca que só as "más-línguas" poderão interpretar de forma errada o gesto. » [Correio da Manhã]

Parecer:

A dúvida está em saber porque razão Moita Flores concorre às autárquicas pelo PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento à senhora do PSD.»

CUNHA RODRIGUES VOLTOU

«Em Portugal legisla-se muito e mal." A frase, de Cunha Rodrigues, é uma das críticas do ex--procurador-geral da República que constam no livro ‘Recado a Penélope’ que será apresentado no dia 4 de Setembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O magistrado é contundente nas suas análises. Embora realçando que as magistraturas passam também por crises de identidade, Cunha Rodrigues explica que o poder político tentou diversas vezes travar o crescimento da Justiça. "Por que razão, quando se distribuíram os primeiros fundos comunitários, não se desenvolveu e, pelo contrário, se desmantelou, o incipiente aparelho de Polícia Judiciária dedicado à investigação da criminalidade económica?", interroga-se o ex-PGR que pergunta ainda: "Por que razão, ao arrepio de um anunciado programa legislativo, se retardou (...) a institucionalização dos departamentos de investigação e acção penal do MP?"» [Correio da Manhã]

Parecer:

Desde que Cavaco o premiou com um lugar no Tribunal de Justiça Europeu nunca mais tinha aparecido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma gargalhada.»

PGR NÃO INVESTIGA VIGILÂNCIA SOBRE OS CANÍDEOS DOS JARDINS DE BELÉM

«A Procuradoria-Geral da República confirmou ontem ao DN que não tenciona investigar as suspeitas de vigilância e escutas a assessores da Presidência da República. O procurador Fernando Pinto Monteiro entende não existirem "factos concretos" que justifiquem a abertura de um inquérito.

Tal como o procurador-geral da República, politólogos ouvidos pelo DN desvalorizam as suspeitas de vigilância sobre Belém, denunciadas pelo Público. "Trata-se de mera luta partidária, sem rostos visíveis", diz o professor André Freire, que lembra que este assunto foi desencadeado através de uma frase de um membro da Casa Civil de Aníbal Cavaco Silva, sem rosto identificável. É neste sentido, que enquadra o silêncio do próprio Presidente da República, que se encontra em férias no Algarve: "Está a resguardar-se da luta político partidária e não pode andar a comentar a espuma". » [Diário de Notícias]

Parecer:

É uma pena, ficaríamos a saber quem são os canídeos anónimos que andam a envolver Belém em intrigas que visam ajudar Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se»

ANDREW

THE NATIONAL MUSEUM OF SCIENCE AND TECHNOLOGY