sábado, agosto 15, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTOS DE FÉRIAS NA PRAIA DO CABEÇO

Camaleão

FOTO JUMENTO

Elevador da Bica, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Tang Chhin Sothy/Agence France-Presse]

«A man rode a motorbike loaded with vegetables and a passenger along a Phnom Penh, Cambodia, street Friday. » [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Paulo Portas

Quando o ministro das Finanças comentou os indicadores do ambiente económica quase foi tratado como um criminoso por Paulo Portas que até exigiu a sua ida ao parlamento, como se em Portugal o optimismo fosse proibido. Agora que os dados do crescimento económico deram razão ao ministro Paulo Portas deveria ter a humildade de lhe pedir desculpas públicas.

ACABE-SE COM A CAÇA ÀS ROLAS

Não há qualquer razão para que as rolas continuem a ser perseguidas pelos caçadores, a sua população não justifica que se considere uma espécie cinegética. Ainda por cima, uma boa parte dos caçadores optam por uma estratégia oportunista, esperando as rolas cansadas nos pontos por onde passam as migrações.

AVES DE LISBOA

Chapim-carvoeiro [Parus ater]
Local: Cidade Universitária

AVES DE LISBOA

No Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

FIM DA CRISE? ÇA DÉPEND!

«O crescimento foi de 0,3%. Fui ouvir o Governo. Este garantiu que, depois de um ano de recessão, o país "saiu, enfim, da crise." Suspirei de alívio mas, prudente, fui ouvir a Oposição. Esta desmentiu a euforia: "Os 0,3% de crescimento não devem iludir-nos, a crise continua profunda e durável." Sempre pessimistas, estes socialistas... Aqui, soprou-me um leitor: "Desculpe, não quer dizer socialistas, pois não? Os socialistas estão no Governo, não na Oposição." Oh, peço desculpa pela confusão: eu não falava de Portugal! Os 0,3% a que me referia eram os números de França. Quem anunciou, ontem, o fim da crise foi a ministra da Economia Christine Lagarde (do UMP, partido que corresponde ao nosso PSD); e quem foi pessimista foi Michel Sapin, do PS francês, na Oposição. Em Portugal, com os mesmos 0,3% de crescimento, as opiniões foram as mesmas, invertendo o que há para inverter. Moral da história: um socialista francês é um PSD português, quando ambos na Oposição; e, quando no Governo, um socialista português é um PSD francês. Então, saímos ou não da crise? Depende. Ou ça dépend. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TIAGO JULIÃO NEVES

«A decisiva aposta do actual governo nas energias renováveis revela uma visão estratégica e um sentido de oportunidade que podem conduzir à alteração do paradigma energético português nas próximas décadas.

Esta decisão abre caminho a um vasto conjunto de oportunidades a nível económico, social e ambiental cujo bom ou mau aproveitamento terá consequências profundas e duradouras na sociedade portuguesa.

O investimento em energias renováveis permite aumentar a segurança de abastecimento, reduzir a importação de energia do estrangeiro, aliviar o défice da balança de pagamentos, e reduzir a exposição à volatilidade de preços dos recursos não renováveis.

A diversificação inerente à promoção das energias renováveis cria condições para o desenvolvimento de um ‘cluster' tecnológico de futuro, capaz de gerar emprego qualificado e com elevado potencial exportador. Enquanto a descentralização da produção que está associada às energias verdes possibilita que a criação de emprego e a geração de riqueza sejam repartidas de forma mais homogénea pelo território nacional.

O apoio às energias renováveis deverá ser gerido criteriosamente, de forma a evitar a criação de rendas desnecessárias em tecnologias verdes já competitivas, que venham a onerar excessivamente o contribuinte ou o consumidor. Incentivando também a inovação, pesquisa e desenvolvimento em áreas emergentes como a biomassa ou a energia geotérmica. Apesar do entusiasmo com as energias renováveis é fundamental agir com a mesma determinação no combate ao desperdício, na promoção da eficiência energética e na gestão da procura. É crucial agir ao nível da alteração de comportamentos dos consumidores, o que só é possível se se compreender bem a dinâmica da procura, agindo sobre ela em vez de a tomar sistematicamente como um dado rígido ao qual a oferta continuamente se ajusta.

Vencer o desafio energético aproveitando integralmente o potencial das energias renováveis exige uma estreita articulação das políticas de energia, urbanismo e transportes. A adopção de soluções de mobilidade suave, híbrida e eléctrica terá porventura ainda maior impacto ao nível energético que as energias renováveis. Não basta inovar tecnologicamente, é essencial mudar hábitos e comportamentos insustentáveis enraizados há décadas na sociedade portuguesa. A promoção de tecnologias, equipamentos, edifícios e meios de transporte mais eficientes, e a adopção de hábitos mais sustentáveis são passos fundamentais rumo à indispensável redução da intensidade energética da nossa economia, garante de competitividade internacional e de crescimento sustentado. » [Diário Económico]

Parecer:

Por Tiago Julião Neves, autor do http://simplex.blogs.sapo.pt/, um ‘blog' feito por apoiantes do Partido Socialista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM MONARCO-ANARQUISTA FOI CONSTITUÍDO ARGUIDO

«Um dos membros do Movimento 31 da Armada que quinta-feira se deslocou à Câmara de Lisboa para devolver a bandeira do município trocada por uma monárquica foi constituído arguido, anunciou hoje, sexta-feira, a PSP.

Em comunicado, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa refere que um dos membros daquele grupo foi constituído arguido por suspeita de prática de furto e que foi apreendida a máscara utilizada segunda-feira quando quatro elementos pró-monárquicos do Movimento 31 da Armada, autores de um blogue com o mesmo nome, retiraram o símbolo autárquico da varanda dos Paços do Concelho e hastearam a bandeira azul e branca com recurso a um escadote.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Era o que ele queria.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Condene-se o idiota a trabalho comunitário, por exemplo, hastear durante um mês as bandeiras da República em todos os edifícios públicos de Lisboa.»

SEM REI E SEM ABRIGO

«Há quem pense que o excesso de calor enlouquece as pessoas - não, não estou aqui a falar da plantação de girassóis que o "Zé" achou que faziam falta em Lisboa e de que o PÚBLICO escreveu há dois dias, após 50.000 euros de "investimento" camarário. E há também quem pense que o Verão é a silly season, em que não há notícias e tudo serve para atrair leitores veraneantes - não, como irão ler, não estou aqui a falar do que não interessa.

O tema-pretexto hoje escolhido é o da bandeira monárquica na sede da Câmara de Lisboa. Porque nos dá a rara oportunidade de conseguirmos não dois temas em um, mas mais do que isso: podermos juntar três temas num só!

Em primeiro lugar, o Verão enlouquece realmente as pessoas: que outra coisa dizer da autoridade municipal que - em vez de rir com boa disposição com o gesto unusual e lúdico - resolveu participar estes "crimes" à PSP? Que dizer desta ideia de colocar o Ministério Público, a PJ e a PSP a perder o seu precioso tema com a investigação destes "gravíssimos" "crimes" cometidos por três ou quatro pessoas bem-dispostas?

Se o ridículo matasse, bastava ler o texto que se segue para acontecer uma mortandade: os mascarados que vimos na televisão autofilmados terão cometido um crime de furto de uma bandeira, um crime de introdução em lugar vedado ao público que é uma varanda municipal e um crime de ultraje aos símbolos nacionais que parece ter nascido na cabeça de quem fez a tonta participação do facto da bandeira municipal ter sido retirada da haste e substituída pela bandeira monárquica! Faltam mais alguns crimes que a entontecida participação criminal encontraria se o seu autor tivesse a imaginação do 31 da Armada. Felizmente para a eficácia do sistema judicial português não é suficientemente imaginativo, pois se assim não fosse lá se bloqueava de vez a investigação criminal em Portugal, tanto mais que parece que já há mais de 40 pessoas a afirmar que estiveram na operação de "guerrilha urbana".

Em segundo lugar, a silly season. Realmente se os argutos "criminosos" tivessem tomado esta iniciativa noutro mês mais ocupado com outros relevantes assuntos, seguramente que não teriam obtido a atenção de todas as televisões, rádios e jornais, e que um jornal de referência como o PÚBLICO dedicasse à monarquia as suas - em regra excelentes - páginas 2 e 3.

Por isso ouso fazer uma proposta: que o Governo aproveite o facto do jeep do Presidente ter - segundo parece - um porta-luvas ainda não totalmente ocupado com diplomas legais para lhe enfiar à socapa um diploma ampliando a silly season para mais uns meses. Com isso aumentaria a boa disposição dos portugueses, que tenderiam a votar com mais agrado em quem a nível local e nacional nos governa, as tiragens dos jornais aumentariam com agrado geral e os jornalistas ficariam mais felizes e por isso menos antigovernamentais.

Em terceiro lugar, um assunto que não é louco nem de silly season. Ao lado da câmara municipal existe uma esquadra da PSP. Quem por ali passsar à noite verá por certo (pelo menos podia ver antes das obras do Terreiro do Paço), em dias de bom tempo, grupos de agentes bem- dispostos, em animada galhofa, com carros de serviços parados à porta.

Recordo uma noite em que fui jantar com clientes estrangeiros a um restaurante situado no Terreiro do Paço e que, além dos sem-abrigo que usavam como sempre a parte das arcadas afecta ao restaurante para dormir, pude observar uma cena que seguramente acabou a circular pelo Mundo como expressão de um Portugal very tipical: um dos locatários nocturnos estava a ser fotografado por um casal de turistas quando urinava para cima de uma das colunas que deveriam ser, por outras razões, o ex-líbris de Lisboa para a sua imagem externa.

Mais do que liberal, sou libertário às vezes; sobretudo quando vejo exageros securitários como os que - neste caso anedoticamente - se exprimem na reacção da CML à acção do 31 da Armada. Acredito que alguns dos sem-abrigo exercem o direito ao seu corpo e à sua saúde quando preferem dormir ao relento em vez de estarem "internados" em instituições que precisamente existem para lhes estender o manto do Estado Social. Admito, porém, que a maioria deles não está infelizmente em condições de assumir essa opção como um direito, antes sofrendo da ineficiência assistencial da administração pública em criar condições para que seja legalmente possível decidir em função do interesse deles e não aceitar hipocritamente que estão a exercer a liberdade própria.

Em relação aos primeiros, deveriam ser-lhes impostas regras que mesmo os libertários que se não queiram isolar no deserto têm de respeitar. Uma delas seria que não devem poder dormir em lugares como as arcadas do Terreiro do Paço, simbólicos do Estado Português e da sua imagem externa. Em relação aos segundos, deveriam ser agilizados procedimentos de interdição e/ou de inabilitação que permitissem que deles fosse tomada conta como qualquer ser humano merece se não está psicologica ou fisicamente em condições de cuidar de si.

Ora a PSP, que está a dezenas de metros dessas ocorrências, dá-lhes a mesma atenção que deu a um grupo de jovens que, armado de uma escada, subiu à varanda da sede do município. Se os agentes estivessem a circular na Baixa em vez de conversarem à porta da esquadra, por certo que a fotografia urinante não correria mundo e o bandeira lisboante não teria sido retirada.

O que permite tirar duas ilações, eventualmente morais: os media portugueses interessam-se mais por bandeiras do que por "sem-abrigo" a dormir no Terreiro do Paço. E a segunda lição é que a melhor forma de evitar problemas é tentar preveni-los. Mas talvez esteja errado e - como lembrava há dias Miguel Sousa Tavares - provavelmente a culpa é do Governo que terá recusado o subsídio de risco para controlar escaladas de "sem-rei" e estadias de "sem-abrigo".» [Público assinantes]

Parecer:

Por José Miguel Júdice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MOITA FLORES NÃO VOTA EM FERREIRA LEITE

«O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, confessou que nas eleições legislativas não vai votar em Manuela Ferreira Leite, líder do PSD que o apoia na campanha autárquica e admitiu que "talvez" escolhe o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, no dia 27 de Setembro.

Numa entrevista dada ao semanário 'Expresso', o autarca independente confessa estar 'desolado' com o mandato de Ferreira Leite e anuncia que não irá fazer campanha pelo PSD. O desânimo de Moita Flores prende-se com a 'necessidade de uma mudança' no partido que 'não se confirmou'.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Nem eu...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quem vota que levante o braço.»

CAÇA À MULTA DÁ FÉRIAS NA GNR

«O "excepcional zelo e mérito" demonstrados no serviço valeu a quatro guardas do Destacamento de Trânsito da GNR de Portalegre sete dias de licença de mérito – férias extras –, atribuídos pelo responsável daquele comando territorial da GNR. Em causa estão os feitos alcançados na ‘caça à multa’, através da realização de patrulhas e detecção de excessos de velocidade por radar – onde foram colocados os quatro cabos, todos com mais de vinte anos de serviço.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Vão recomeçar as "emboscadas".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o critério para avaliar o mérito dos soldados da GNR.»

A PIADA DO DIA

«O Presidente da República, Cavaco Silva, escusou-se hoje a comentar o aumento do desemprego e o ligeiro crescimento económico de Portugal, no entanto, prometeu estar atento e falar aos portugueses caso tal se justifique.

"Neste tempo eleitoral, não faço comentários ou declarações sobre temas com conotações político-partidárias mas não deixarei de estar atento a tudo o que aconteça no país e, se considerar necessário, abrirei uma excepção e falarei aos portugueses", alegou.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Pois, Cavaco só faz insinuações um pouco antes do período eleitoral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco qual o conflito entre as eleições e comentar a situação económica.»

AFINAL É CANDIDATO DE NOVO

«O actual presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Carlos Encarnação, que agora termina dois mandatos à frente da autarquia, garantiu, em Outubro de 2005, que não se recandidataria a um terceiro mandato, mesmo havendo um apelo forte da população para isso.

Quatro anos depois, Encarnação é de novo candidato a Coimbra pela coligação PSD, PP e PPM nas eleições autárquicas de 11 de Outubro, apesar de, na altura, ter considerado “ridículo” aqueles que “dizem que não se recandidatam mas depois avançam.”» [Diário de Notícias]

Parecer:

Mais um que adere à política de verdade e de renovação de Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Encarnação se receia uma derrota em Coimbra.»

ELENA & VITALY VASILIEVA

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